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História Treat you better - XIII. epílogo.


Escrita por: kendoll

Notas do Autor


• notas finais.

Capítulo 13 - XIII. epílogo.


Fanfic / Fanfiction Treat you better - XIII. epílogo.

CASSIDY   S A G E
             6 anos depois.

Quando eu tinha dez anos de idade lembro-me de ter pensado que quando fosse mãe, queria ter um filho, uma menina. Tudo bem, mas no máximo duas crianças, ser filha única é entediante e eu sei muito bem disso.

Quatro. 

Quatro crianças.

Quer dizer, por enquanto são apenas três. Justin ainda não sabe que estou grávida novamente.

Como presente de aniversário, Justin e eu viajamos para Londres logo após minha formatura, e de lá eu voltei grávida. Foi um total desastre e um péssimo momento. A viagem foi interrompida pela ligação do Centro de Reabilitação onde Lauren estava internada e nós voltamos porque Lauren precisava ver Justin. Foi difícil para os dois, especialmente para Lauren. Ela não estava na melhor — psicologicamente falando. — vê-la daquele jeito me lembrou quando Justin teve uma overdose, e eu sei muito bem que ver ela daquele jeito o deixou pensativo sobre muitas coisas que ele tinha feito. 

Uma semana após nossa volta decidi fazer um teste de gravidez, minha menstruação sempre foi desregulada, mas já estava estranho.

Positivo. Grávida. 100%.

Quatro semanas.

Outra surpresa? Gêmeos. Dois meninos.

Quando o médico nos contou e ouvi Justin comemorar, quis quebrar a cadeira na cabeça dele. Grávida de gêmeos quando eu só tinha 18 anos? Tudo bem que eu não tinha planos para a faculdade, mas também não tinha um plano de ser mãe de gêmeos logo quando comecei a caminhar com meus próprios pés. E outra coisa, oficialmente nós ainda não éramos namorados. Mas, tudo bem porque não demoramos nada para oficialmente assumirmos as coisas. Desde que soube que estava grávida, Rose e meus pais nos ajudaram a escolher um lugar para morar. É claro que eles nos queriam o mais perto possível e isso era o certo a se fazer, mas nós encontramos uma ótima casa em uma cidade chamada Stratford e não demoramos muito para nos mudar e preparar a nova casa para os gêmeos. 

Os gêmeos nasceram em Maio de 2017. Sean e Dean. Lindos, saudáveis e idênticos a Justin. Os dois tem as mesmas cor que meus olhos e as sardas apareceram mais conforme o tempo passou. Três anos depois, Lakey nasceu. E nem parece que já faz tanto tempo e Lakey já está fazendo um ano. Ela está cada vez mais parecida comigo, especialmente pelos cabelos longos e ruivos.

Queria poder dizer que eu e meus amigos do colegial ainda mantemos contatos e eles nos visitam nas datas comemorativas, mas depois da formatura nós perdemos total contato. Totalmente diferente de Justin, eu o forcei a continuar com a faculdade e ele fez novos amigos aqui, então, a casa sempre está cheia de marmanjos que não conseguem trocar fraldas e se desesperam quando as crianças começam a chorar. Justin se formou a pouco tempo em Arquitetura e está em um ótimo emprego agora. E aposto que você pensa que eu sou apenas uma jovem que passa seus dias cuidando da casa e dos filhos. Extremamente errado. Além de ter engravidado aos 18 anos e ter quase matado meu pai com um infarto, também me tornei a primeira Caulfield a ser uma tatuadora — e consequentemente a primeira na minha linhagem a ser uma total frustração para a minha família. Mas de uma coisa eles não podem reclamar, o que não falta são emoções e surpresas.

Justin se surpreendeu com minha decisão, mas me apoiou completamente, e meus pais não demoraram muito para se acostumar com a ideia especialmente depois que meu estúdio começou a ser muito procurado, até mesmo por muitas celebridades. Sim, graças a ele.

Quando a primeira música de sua banda estourou, o sucesso veio imediatamente. O videoclipe que tinha mais de um milhão de acessos, bateu record de visualizações e muitas outras coisas que não me lembro agora. Qualquer garota era facilmente encantada pelo charme de algum deles, e era provocativo os olhares penetrantes para as câmeras, as mordidas nos lábios que causava gritos histéricos e o sorriso do vocalista principal com direito a uma piscada de olho e uma rápida mordida no lábio inferior ao mesmo tempo. Emmett Trey era um combo, a mistura completa da imagem do bad boy perfeito que era o sonho de muitas garotas. Mas, ele continuava a ser um sonho perfeito comprometido.

Foi uma grande confusão quando meses depois, Diana foi descoberta como a namorada de Trey e toda a mídia se voltou para ela. Eles ainda não pretendiam assumir publicamente que estavam juntos, mas era difícil se esconder das câmeras dos paparazzis quando eles o perseguiam até o dormitório da faculdade de Diana. Assim, no terceiro mês após o sucesso da banda, os dois já estampavam capas de revistas de fofocas com títulos gigantescos e exagerados. O problema é que após as notícias, Trey não tinha mais intenção de esconder seu relacionamento. Ele nunca teve, na verdade. Desde o começo foi o pedido de Diana o anonimato, mas Trey vivia em um novo mundo agora, um mundo bem mais complicado e talvez um pouco pior do que o mundo do colegial. Não eram um grupo pequeno de garotas, agora eram milhares de garotas do mundo inteiro que provavelmente a odiariam. Bom, mas isso passou. Seis anos depois, Trey conseguiu fazer ainda mais sucesso com sua banda e se estabilizar no mercado musical. Diana terminou a faculdade e agora faz vários filmes de sucesso, e ela e Trey atualmente são considerados melhores que Brad Pitt e Angelina Jolie. Não estou mentindo, pesquise na internet.

— Sage. — Barb enfiou a cabeça na porta entreaberta. — Julie no telefone, ela disse que é urgente.
 

JUSTIN   B I E B E R 
               20:45 

Estou uma pilha de nervos.

Desde que formei tenho estado mais ocupado do que quando estava na faculdade. Foi maravilhoso já ter uma vaga de emprego garantida antes mesmo de eu me formar, mas não ter nem um tempo para respirar é frustrante. E eu não tenho um tempo para respirar desde que Sage engravidou. Não que eu esteja reclamando, é do caralho chegar em casa e receber um abraço apertado dos gêmeos, ver Lakey sorrindo e esticando os braços para vir no meu colo, mas ter filhos tira a cabeça de qualquer um do lugar. Aparentemente, menos a de Sage. Ela se apavorou quando descobriu que estava grávida, mas ela parece conseguir levar as coisas com uma facilidade invejável. Tem dias que eu chego em casa e quero chorar como Lakey, até penso em ligar para a minha mãe, mas Sage aparece e as coisas ficam suportáveis, até esqueço que ando quase arrancando meus cabelos de tão frustrado que ando. 

Ultimamente tenho andado ainda mais frustrado porque não consigo finalizar meus projetos e meu chefe não é a pessoa mais paciente do mundo. Deus, eu tenho saudade do Hikari e quero beijar a boca dele toda a vez que meu chefe entra na minha sala pra me passar um sermão de vinte horas sobre como eu sou jovem e ainda não tenho senso de responsabilidade. 

— É tão estranho te ver tão concentrado no trabalho, nem parece aquele marginal que conheci.— Trey está de braços cruzados no batente da porta. 

— Como entrou aqui sem minha permissão? 

— Astros de rock não precisam da permissão de um arquiteto de bosta como você. — Mostro o dedo do meio pra ele e ele ri. — Eu nunca me acostumaria com um lugar desses.

— Você veio aqui pra se gabar da sua vida fácil ou veio fazer algo útil? 

— Alguém tá me estressado. — ele levanta as sobrancelhas. — Quero fazer uma visita pra Sage e as crianças. Vamos lá, quero uma carona.

Olho o relógio. Eu já deveria ter voltado pra casa, já não tem ninguém no prédio além de nós dois.

Desligo o computador, guardo algumas coisas na bolsa e fecho a sala.

— Posso saber porque o astro de rock não veio com o seu próprio carro?

— Ele tá estacionado na rua de trás, só quero passar mais um tempo com você.

— Eu tenho namorada.  

Rindo, Trey me encara sério.

— Namorada? Vocês tem três filhos e ainda são namorados? 

Aperto o botão do estacionamento e espero que as portas do elevador se fechem. Olho meu reflexo cansado no espelho ao lado.

— Tô planejando pedir ela em casamento.

—  Graças a deus, já tava começando a pensar que você não quer nada sério com ela. Porra, Justin, seis anos já.

— Nós tivemos coisas mais importantes pra resolver do que se preocupar com nosso status, Trey. As coisas só estão mais calmas agora.

As portas se abrem e eu saio primeiro. O estacionamento está quase vazio. Destravo o carro e jogo a bolsa no banco de trás. 

— Aconteceu alguma coisa, cara? Você ta meio... desanimado. Estressado, irritado. Nem parece..

— O mesmo cara de antes. — completo. Já cansei de ouvir aquilo.— Tenho 26 anos, Trey. Três filhos e uma mulher pra cuidar, três projetos em andamento que não consigo terminar e um chefe que todos os dias me enche a porra dos saco. Eu não sou... Cara, esquece.

— Pode falar mais, tô aqui pra ouvir.— ele cruza os braços.

— Você não tem que ouvir nada, e me desculpa. 

— Ah, cala a boca. — ele ri e liga a rádio quando já estamos na estrada. — E quando você planeja pedir ela em casamento?

— Não sei, nem sei como fazer isso. Talvez... no natal, na virada do ano. 

— O natal tá bem perto, se você quiser fazer algo lá tem que preparar tudo muito bem. — eu balanço a cabeça e ele faz o mesmo. — Diana e eu estávamos pensando em passar o natal com vocês, eu devo...

— Não, sem problemas. 

— Ah, graças a deus. Mais um natal com os pais dela e eu vou morrer. — eu começo a rir e Trey bufa para si mesmo.

— E você? Quando vai oficializar as coisas com ela?

— Ah, eu não sei. Já estamos noivos, não é o suficiente? Não vejo diferença entre casamento e noivado.

— Eu também não, é só status. — ele me da um olhar de quem concorda e damos os ombros. — Ela veio com você?

— Sim, foi direto pra sua casa.

— Ela já falou de filhos com você?

Ele me olha. —  Sempre depois de uma visita a vocês. — dou risada, Trey tenta se segurar, mas rindo também.— Ela só faz alguns comentários, mas pra bom entendedor meia palavra basta, é como meu pai sempre diz.

— E você quer?

— Não sei. — ele da os ombros. — Não ia ficar chateado se ela engravidasse, mas também não é o maior sonho da minha vida. Andei pensando sobre isso esses dias, eu e Diana realmente damos certo e se nós damos tão certo não tem motivos pra que eu não queira formar uma família com ela. Já tá na hora, preciso criar raízes e memórias legais igual você. Confesso que sempre que fico com um pouco com inveja depois que saio da sua casa.

 Arqueio as sobrancelhas pra ele. — Inveja de mim?

— É claro! A fama é um pouco chata, eu não posso nem ir no mercado sem ser perseguido por vinte câmeras. Já tô acostumado que não posso mais ser um cara comum. Você é um cara comum, um puta dum cara sortudo e comum. Você tem uma família linda, cara. Pode não ser tão famoso e lindo como eu, mas você tem uma vida boa. E o jeito como você e a Sage sempre lidaram com as coisas e apoiam um ao outro é muito legal...

Deixo ele falando um pouco e penso. Ele tem razão, eu tenho mesmo muita sorte. Tô sendo um cuzão por reclamar tanto nos últimos dias? Será que a Sage se sente assim também? Eu gostaria de saber se ela se sentisse assim e ela não gostaria de saber que tô guardando tanta frustração pra mim. Não conversamos muito essa semana, eu sempre chego tão tarde e nem tenho tempo pra passar com as crianças.

Droga, eu sou um péssimo pai e um péssimo marido.

Felizmente Trey para de falar quando estaciono o carro na garagem e nós dois vamos silenciosamente até a casa.

— Papai!— Dean grita e sai correndo para me abraçar, Sean faz o mesmo quando me vê. Eu me abaixo, e deixo a bolsa no chão para conseguir pegar os dois no colo. — Você demorou!

— A mamãe tá nervosa! — Sean sussurra.

— Cadê ela? — eu pergunto. 

— Oi, Justin! — Diana sai da cozinha com Lakey no colo e me da um beijo um abraço desajeitado. Eu beijo a bochecha de Lakey e ela sorri.

— Oi, Diana. Cadê a Sage? 

— Na cozinha. Tá super brava com você.

— Ninguém vai dar um beijo no tio mais maneiro do mundo?— Trey choraminga e os gêmeos saem do meu colo pra encher o ego de Trey. Ele adora se gabar pros garotos sobre como ele é um astro de rock, mas os dois só se importam mesmo quando ele começa a falar dos video games que Trey ainda joga e tem uma coleção imensa.

— Já volto.— os deixo sozinhos e caminho com o coração palpitando rápido até a cozinha. 

Sage está ajoelhada esfregando fortemente o chão. A cozinha está uma zona total e noto que a parede está cheia de marcas de mãos pequenas sujas de tinta vermelha.

— Oi, meu amor.

— Justin, vai tomar no seu cu. — ela continua a esfregar por mais uns segundos até que para. Põe as mãos na perna e me olha.— Eu te disse ontem cinco vezes que a Julie tinha que voltar cinco horas pra casa porque tinha um recital. São nove horas agora, Justin. Nove horas.— ela repete, nervosa.— Ela me ligou sete e meia. Você sabe o que significa isso, Justin? Ela perdeu a porra do recital dela!

— Porra, eu esqueci... Por que ela não me ligou? Eu disse pra me ligar no escritório caso não atendesse o celular.

— Sua secretária disse que não passaria a ligação porque você disse que não atenderia ninguém hoje. 

— Ela avisou que era a babá?

— Óbvio que ela avisou, Justin. É claro que ela avisou. E se alguma coisa tivesse acontecido com as crianças? Justin, se alguma coisa acontecesse...

— Sage, fica calma...

— Calma? — ela riu seca e se levantou.— Julie se demitiu, e com muita razão. Não é a primeira vez que eu te peço pra fazer uma coisa e você vem meia hora atrasado. Tive que interromper uma sessão pra vir pra cá, viu só como tá esse lugar? 

— Sage, desculpa! Eu me esqueci, é sério. Não vai acontecer de novo.  

— Quantas vezes você vai se esquecer das coisas? As crianças não querem um pai ausente e eu não quero ver você só na hora de dormir... Justin, você tá... Você não tá...

— Tô o que, Sage? — eu cruzo os braços, sentindo o tom da sua desconfiança. — Hein?

Ela cerra os olhos com raiva.

— Me traindo.

— Ah, fala sério, Cassidy! Vai tomar no seu cu, sério. Me deixa em paz.

— Se você quer paz vai embora daqui! — ela fala alto e passa por mim. Eu vou até ela.

— Você tá me expulsando daqui?

— Não, mas também não tô te obrigando a ficar aqui. Eu sei que você tá estressado, não para em casa, não fica com seus filhos e muito menos comigo. Se você quer ficar sozinho, quer paz e tranquilidade, vai pra outro lugar, Justin. Aqui só tem bagunça, só tem caos.

— Você me ouviu em algum momento reclamar de alguma coisa?

— Eu já disse o que eu tinha pra falar, Justin.

— Eu não disse o que eu quero falar...

— Boda-se. — ela pega Lakey e sobe as escadas. Diana sobe com Sean e Dean.

— Boda-se? —  Trey une as sobrancelhas em confusão.

— Que foi? Você quer que a gente fale foda-se na frente das crianças?— me jogo no sofá e escondo o rosto com as mãos. 

— Vocês criaram uma nova linguagem de palavrão? — ele ri e senta-se ao meu lado. 

— É o jeito.

— Muitas brigas ultimamente?

— Não, pra falar a verdade faz muito tempo que não brigamos ou discutimos... Não desse jeito. — olho pra a frente. Televisão enorme, três porta-retratos. Uma foto de todos nós, outra minha e de Sage em Londres e outra de Sean e Dean no nosso primeiro natal juntos. É minha foto preferida.— Não acredito que ela pensa que tô traindo ela. 

— Dá um desconto né, Justin, você não é o único estressado aqui.— Diana desce as escadas e se senta do meu lado.— Vocês nem estão se vendo direito e você anda furando com ela e com as crianças. É claro que ela pode desconfiar de alguma coisa.

— Você não ia ajudar ela com as crianças? — Trey pergunta.

— Ela disse que quer ficar um pouco sozinha com eles. — Diana responde e suspira. — Você não tá...

— Diana.— eu a encaro, sério.— É óbvio que não. Porra, não acredito nisso.

— Não tem com o quê se preocupar, cara.

— Vou lá em cima. Vocês vão ficar pra jantar, né? 

— Com esse clima? Meu amigo, já chamei o Jarbas.

— Quem diabos é Jarbas?

— Meu motorista. 

— Ele tá brincando, Justin. Vai lá, vamos pedir uma pizza e esperar vocês.

— Ta bom. E você, Emmett. — mostro o dedo do meio e ele mostra o dele também. 

Arregaço as mangas da camiseta e abro lentamente a porta do banheiro. Tivemos que escolher um bem espaçoso por causa das crianças, e com uma banheira. Sean e Dean estão dentro da banheira e por incrível que pareça estão calmos brincando com alguns brinquedos enquanto Sage está dando atenção para Lakey. 

— Sai fora. — Sage resmunga. Nem sei como ela percebeu minha presença, não olhou pra trás nem por um segundo.

— É, sai fora! — Sean resmunga. Eu mostro a língua pra ele e ele retribui o gesto.

— Beija-flor...

— Justin, sério. Sai-fora.

— Caramba, Sage, baixa a guarda um pouco.

— Será que eu posso ter meu espaço pra ficar estressada ou só você tem o direito de se isolar de vem em quando?

— Meu deus! Tá, chega disso. Me desculpa, de verdade. Eu tô mesmo estressado com algumas coisas do trabalho esses dias, tô chegando tarde e tô dando muito fora com você e com as crianças. Eu deveria ter parado pra conversar com você sobre isso, mas não quero te sobrecarregar com meus problemas ou te deixar preocupada. Também não queria de alguma forma passar meu estresse pras crianças. Só seja um pouco compreensiva comigo, tá legal? 

Ela suspira e olha Lakey, ela está quase dormindo no banho. 

Pego a toalha separada e enrolo Lakey nela quando Sage a tira da água. É reconfortante tê-la em meus braços. Quando ela nasceu, Robert disse que ela seria minha maior alegria, mas também minha maior preocupação e eu sei que ele tem razão. Não tenho dúvidas que vou saber lidar com Sean e Dean quando forem mais velhos, garotos são mais fáceis de se lidar. Mas, Lakey é uma garota, é minha garotinha. Eu não quero que ninguém encoste nela, não quero criar ela e entrega-la pro mundo. Deus me livre, não quero nem pensar em quando ela já não ficar mais tão confortável em meu colo como fica agora.

— Eu tô gravida. 

Quase engasgo com a minha própria saliva.

Que?

Eu olho Sage e ela olha pra mim.

Caramba, de novo?

Eu preciso me sentar.

— Não vai morrer agora, né? — ela diz, meio sem graça. Sei como devo estar, minha expressão é bem fácil de ser lida.— Eu preciso de você.

A explicação para o estresse dela está toda naquela frase, na nova noticia, na sua expressão. Foi quase a mesma que ela fez quando descobriu que estava grávida pela primeira vez. Com Lakey foi um pouco diferente, foi normal. Mas... agora nós definitivamente não esperávamos outro bebê. Se um nem era planejado, imagine quatro.

Apesar de não ter pensado em ter filhos quando os gêmeos foram anunciados, eu nunca pensei em não tê-los. Foi como se eu já soubesse que aquilo estava por vir, a aceitação foi natural. Eu também nunca tive duvidas que conseguiríamos superar as dificuldades que estavam por vir. Já tive muitas dúvidas antes, mas depois de Sage nenhuma delas apareceu pra me perturbar. E honestamente, depois que os gêmeos nasceram eu quis fazer mais filhos com ela. 

Caminhei até onde ela estava e abracei-a de lado, sem muita dificuldade para manter Lakey segura. Sage me abraçou e encostou sua cabeça em meu peito. Ficamos assim por alguns segundos até que ela me olhasse nos olhos.

— Você precisa falar alguma coisa, preciso saber o que você tá pensando.

Pisco os olhos repetidas vezes olhando o piso do banheiro.

— Quatro. Eu sou pai de quatro filhos. 

Ela ri e encolhe os ombros.

— Eu tô feliz. — concluo, olhando pra ela. — Fui pego totalmente desprevenido, mas tô muito feliz. Ainda é como se fosse a primeira vez, sinto a mesma felicidade estranha.

— Mesmo?

— Sim. — sorrio para ela. — Você esperava outra reação?

Ela ri.

— Claro, imaginei que você ficaria mais estressado ou... sei lá. Nós já temos três e Lakey ainda é muito pequena.

— Nós damos conta de mais um, eu acho.

— É, nós damos conta. — ela põe as mãos na cintura e sorri para os gêmeos. Eles também sorriem pra ela. 

Eu amo essa mulher com toda a força do mundo, se ela quiser posso ter mais doze filhos com ela. Sempre soube que meu amor por ela era real, mas nunca imaginei que depois de seis anos eu a amaria ainda mais. Todo os dias quando eu acordo e a vejo dormindo ao meu lado, quando ela nem ainda escovou os dentes, quando está limpando a bagunça dos gêmeos. Quando esta concentrada trabalhando ou só assistindo TV. Nunca vi uma mulher tão bonita como ela, não importa em que situação.

— Quer casar comigo? — a pergunta simplesmente sai sem que eu tenha tempo pra repensar que deveria ser em um momento mais romântico.

Espera. Quer momento mais romântico que esse? Ela acabou de me dizer que vai me dar mais um filho, é romântico e bonito pra caralho.

Ela se vira pra mim, sorrindo. — Tá falando sério?

— Claro que sim, já tá mais do que na hora de você ser oficialmente a Senhora Bieber.

— Senhorita, por favor.

Rio fraco. — Ta bom. Você aceita ser minha a Senhorita Bieber? Pensa bem, é pra sempre.

Ela finge pensar e olha os gêmeos. — O que vocês acham?

— Não! — Dean grita a resposta e Sean faz o mesmo. Sage começa a rir.

— Vocês estão contra seu próprio pai, é isso? Eu tô criando inimigos?  

— É brincadeira, papai! — Sean trata de explicar.

— Mãe, o que isso significa?

— Que eu e o papai vamos ficar juntos pra sempre.

— Isso se sua mãe aceitar.

— Mãe, aceita! 

— É, mãe! Aceita, por favor! — Dean une as mãos e implora fazendo um biquinho. Sage os tira da banheira e os enrola na toalha. 

— É claro que eu aceito.

— Fala pra ele. — Sean vira o rosto dela para mim.

— Eu aceito.

— Mãe, casa com a gente também pra gente ficar junto pra sempre! 

— Vai procurar outra, rapaz. — digo, e dou um empurrão com o pé nele. Ele cai no chão, mas não demora pra levantar.

— Nós não precisamos casar, meu amor. Vocês são meus bebês, vamos ficar juntos pra sempre.

— Você promete?

— Eu prometo.

— Eu não sou um bebê. — Sean protesta. 

— É sim, bebezinho da mamãe. O Sean é o bebezinho da mamãe! — eu começo a irrita-lo. Dean começa a rir e faz o mesmo, fazendo caretas pro irmão.

— Mãe! — Sean joga a cabeça pra trás e começa a chorar. Dean e eu rimos juntos.

— Justin, para com isso. — Sage o pega no colo e bate no meu ombro de leve.

— Bebezinho chorão da mamãe.— mostro a língua pra ele e ele faz o mesmo.

— Vem também, Dean? — Sage oferece colo, mas Dean balança a cabeça.

— Eu vou sozinho, mamãe. 

— O Dean é o homenzinho do papai.

— Eu sou o homenzinho da mamãe, pai. Mas, eu te amo também, tá bom?

Começo a rir e sem querer desperto Lakey.

— Não tem problema. A Lakey sempre vai ser a princesa do papai, não é?

Ela murmura alguma coisa que parece "papai" e sorri. Inevitavelmente eu sorrio também.

— Ei, — Sage toca meu ombro. — eu te amo.

— Eu também te amo, beija-flor.

E eu amo mesmo, amo tanto que o para sempre parece pequeno pro tamanho de um sentimento como aquele.

 

FIM.


Notas Finais


• Eu demorei MUITO pra entregar esse epílogo porque não sabia o que escrever. Eu tinha um final escrito, mas ia acabar em um spin-off que eu sinceramente não tenho cabeça pra fazer agora e não me animo nada pra fazer. Esse final provavelmente é um dos que mais me deixou satisfeita e eu espero que vocês gostem também. Trey e Diana não fora focados nesse capítulo porque não são o foco aqui, mas como vocês podem ver, eles ficaram muito bem e ainda estão juntos. Muito obrigada por quem me apoiou aqui com comentários, favoritos e vários incentivos. Vocês são incríveis, nunca vou me cansar de repetir isso.

Ah, e o quarto filho deles é uma menina e o nome dela é Lauren. Beijos!!!


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