História Treat You Better - Acordo

Lydia Martin — Point of View

Passo seu braço pelo meu pescoço, abraçando seu corpo com a mão livre. Tento carregá-lo pelas escadas, enquanto ouço seus gemidos doloridos, a cada vez que eu sussurro "estamos quase lá". E quando chegamos, atravesso o extenso corredor. Stiles grunhi, se jogando na cama de maneira rápida.

— Você tem algum kit de socorros?

Me ajoelho em sua frente. Ele balança a cabeça, como se dissesse que sim. Vou até o banheiro, seguindo minha intuição de que estaria lá. Abrindo o armário, encontro uma caixa transparente. Sorrio satisfeita, indo até o garoto em minha frente. Empurro meus saltos para debaixo da sua cama, me sentando em cima dela. Me inclino, pegando o que era necessário para cuidar das suas feridas. Com algodão, jogo gaze e um pouco de alcool. Stiles morde os lábios, evitando gritar.

— Desculpa!

Sussurro várias vezes, enquanto eu notava a ira em seu rosto. E em algum momento, eu paro os movimentos e desabo a chorar. Stiles, que balançava a cabeça e subitamente me ignorava, para. Ele literalmente para, com qualquer coisa. Aperto meus olhos, enquanto choro. Dobro meus joelhos, os abraçando e escondendo o rosto. E quando ele vai falar alguma coisa, eu deixo o quarto. Tento descer todas as escadas rapidamente, indo de encontro até a porta. Mas aí, eu ouço meu nome. Giro meus calcanhares, vendo Stiles no topo.

— Não vá.

Seu pedido me deixa estática. 

Não, eu não posso.

— Você já sofreu demais por minha causa. — Justifico, girando a maçaneta. — Isso é entre eu e ele, eu não deveria ter te envolvido.

Então eu deixo a sua casa, correndo pelas ruas solitárias de uma noite nublosa. 

E agora, eu abriria mão dele. 

...
No dia seguinte 

Bato na porta algumas vezes. Tenho a certeza de que meus pés não irão fugir, e que é isso o que eu preciso fazer. Aperto meus olhos, respirando fundo. A porta é aberta, e lá está ele. Seus olhos azul piscina me encaram de cabeça aos pés. Ele está surpreso, mas prende um sorriso enigmático no rosto. Suspiro, entrando dentro de sua casa já conhecida por mim.

— De todas as visitas do mundo, a sua é a última que eu imaginava.

— É, eu sei. — Ele ri com humor, mas eu apenas cruzo os braços. — Eu vim aqui para fazer um acordo, Jack.

— Ah, esqueci de perguntar. Como vai seu namorado? — Ele pergunta, ignorando o que eu havia falado.

— Não interessa. — Sou curta. — Eu vim aqui para fazer um acordo.

— Tudo bem, estou te ouvindo.

Jack caminha até a cozinha, pegando do freezer uma cerveja em lata. Enquanto bebe, ele se escora na parede, me encarando de forma curiosa.

— Deixe o Stiles em paz.

É só o que eu digo. Ele arqueia a sobrancelha, cruzando os braços.

— E eu serei sua novamente. 

Então agora ele me transmite a atenção que eu tanto queria. Jack sorri, deixando a cerveja de lado.

— Você voltará a ser minha, sem falar nada com o Stiles, nem ao menos um "oi". Irá me satisfazer e aceitar tudo, mas tudo o que eu lhe mandar.

Sua voz grossa me faz arrepiar. Não de um jeito bom, mas de uma forma com que eu arregale os olhos, e apenas balance a cabeça. 

No final, eu era submissa e sempre serei.

— Tire as roupas. Vou te foder aqui nesse sofá mesmo.

Ele ordena. Estou assustada com a forma em que a conversa tomou. Não sabia que ele iria fazer isso agora.

— O que? Imaginou que eu seria fofo, e você iria embora? — Gargalha. — Tire as roupas, Lydia. E reze bastante, pois você será punida.

Com os olhos fechados com força, deslizo a calça jeans pelas pernas lentamente. Estava com nojo de homem em minha frente, e ele sabia disso. Mas em minha mente, me lembro da minha prima vez com Stiles. O jeito carinhoso que ele tinha, a sua forma desesperada, o seu jeito assustado e intimidado. 

Ah, e a música que ele fez pra mim.

Stiles Stilinski era o sonho de qualquer outra garota. E definitivamente, eu deveria ter dado uma chance à ele antes mesmo desse relacionamento acontecer. E é por ele que eu estou me esforçando para fazer isso.

Jack rasga minha camiseta, agora me vendo apenas de lingerie. 

— Tinha me esquecido do quão maravilhosa você é.

O garoto me empurra no sofá, tirando minha calcinha em fração de segundos, já me penetrando sem dó. Ele me beija sem calma nenhuma, evitando que eu possa gritar. Jack entrava e saia com força, balançando e gemendo, rindo como se aquilo fosse prazeroso para nós dois. Assim que ele sai de dentro de mim, o garoto abre as pernas, ficando de joelhos na altura do meu rosto.

— Vamos, querida. Na boca.

Estou atordoada, sangrando pelas pernas. Pisco algumas vezes, até de perceber o que ele realmente queria. Respiro fundo, prendendo as lágrimas que queriam sair. Recebo um tapa no rosto, ouvindo seus gritos, ordenando para que eu o fizesse logo. Por fim, agarro seu membro, enfiando em minha boca e fazendo os movimentos conhecidos.

— Ah, Lydia... Nenhuma boca será tão boa quando a sua.

Sua mão vai de encontro com os meus cabelos, empurrando minha cabeça, motivando-me para que eu possa continuar.

Um pesadelo. 

POV Stiles 

Meus olhos miram no relógio. Quase quatro da tarde. Foi o dia em que eu mais dormi na vida, literalmente. Meu telefone vibra novamente, anunciando uma mensagem. Malia me avisa que estava chegando em minha casa e em minutos, a morena está no meu quarto. Provavelmente, meu pai abriu para ela.

— Eu preciso te contar uma coisa. — Ela diz, animada. — Fui no bar ontem, conheci um cara chamado Derek. Ele é um universitário, estuda história. Estou apaixonada, nunca tive um sexo tão bom assim. 

Ela sorri, mas ao passo em que eu me viro pra ela, o sorriso da garota se desmancha.

— O que aconteceu com você?

— Levei a Lydia no encontro ontem e os amigos do Jack me bateram.

Seu rosto fica irado, ela coloca as mãos na cintura, completamente brava.

— E aquela sonsa deixou? Eu disse pra você, ela não é boa o suficiente. Que raiva daquela...

— Você poderia deitar aqui do meu lado e apenas fazer cafuné na minha cabeça?

Peço com a voz baixa. Ela suspira, balançando a cabeça. Deito sob seu peito, ela respirava fundo enquanto passava as mãos nos meus cabelos.

— Ela sofre, Malia. Lydia é espancada e abusada, e eu não posso fazer absolutamente nada. 

— Desculpe. Sim, a culpa não foi de vocês. — Ouço-a. — Você a ama. Então... Lute por ela.

— Eu não posso. 

— Por que?

— Eu tento, eu quero. Mas eu não posso. Olhe o que isso tudo resultou. Eu não sei se posso embarcar numa dessas...

— Ei.

Ela vira meu rosto, fazendo-me encará-la.

— Você gosta daquela garota desde o... Jardim? — Indaga. Balanço a cabeça. — Não pode deixá-la nas mãos daquele merda. Se não for você, quem vai lutar por ela?

Agora fico sem palavras. 

Respiro fundo, me xingando mentalmente.

Eu teria que lutar pela garota que amo.