----- Dlayla’s POV On -----
Deixei Hikari tomando conta do Akatsuki em Magnólia e peguei o primeiro trem para a cidade onde ficava a Saber. Passaria primeiro na casa daquele loiro maldito. Ele provavelmente sabia de alguma coisa.
— Sting? Sou eu! Abra! - bati mil vezes e nada dele aparecer.
O cheiro! Que burra! Corri pelas ruas, esbarrando em quase todas as pessoas e magos que perambulavam por ali. Mas que diabos esse povo faz acordado tão cedo?! Encontrei-o saindo de uma padaria, com Lector ao seu lado.
— Dlayla? - sorriu de canto.
— Oi. Podemos conversar um instante?
— Sting-kun... - o gato começou.
— Espere aqui, Lector. - falou sem olhá-lo.
O guiei até a entrada de um beco, onde o fluxo de pessoas era menor.
— Então... O que era? Veio treinar?
— Credo! Ainda não! Vim atrás de outra coisa. - cruzei os braços.
Ele sorriu abertamente, e, assim que respirei fundo e abri a boca para falar, ele se inclinou para frente e me beijou nos lábios. O afastei, empurrando seu peito sem muita força.
— E não é isso!
— Ah... Certo... - se endireitou, coçando a nuca.
— Onde está Cibelly?
— A ruivinha? - arqueou uma sobrancelha.
— É. Cadê ela?
— Bom... - olhou para o lado - a última vez que a vi foi ontem, na casa do Rogue.
— Ótimo. Ele está em casa nesse horário?
— Hmm. Ele costuma ir bem cedo para a guilda.
— Obrigada. - passei por ele, rumo à Sabertooth.
Acho que ele vinha atrás de mim, já que eu ouvia o Lector resmungando ao fundo.
—---- Cibelly’s POV On -----
Desta vez não tinha como evitar entrar na Sabertooh. Rogue, Frosh e eu nos dirigimos para lá pra ver se encontrávamos Sting para saber se ele tinha conhecimento de onde Dlayla estava. Ih, a história é longa... Então me preparei psicologicamente pra topar com o Orga, o amigo dos garotos que era uma pilha de músculos de cabelo verde e era cheio de perguntas constrangedoras. O avistei logo da entrada. Ele estava sentado numa mesa dos fundos da guilda. Assim que nos viu entrando já foi logo dizendo:
— Yooo, Cibelly! Você está namorando o Rogue?
— Se eu chegasse aqui com o Sting você perguntaria a mesma coisa, Orga? - apesar da minha resposta em tom cínico estou corando.
— Não. Eu perguntaria se você tá pegando um ou o outro ou se tá pegando os dois.
— Quer saber, Orguinha? - começo a me aproximar dele vagarosamente, como quem se aproxima de uma presa, e paro à sua frente, sussurrando com o rosto à altura dos seus olhos - Você de fato, realmente, verdadeiramente quer saber a verdade? - ele me encarava com a expressão intrigada.
— Quero! - sussurra empolgado.
— Pois bem - chamo Rogue até onde eu estava, me afasto pra trás para lhe tomar a mão e anuncio em alto e bom tom - Nós estamos noivos!
A guilda parou para assistir a discussão quando eu disse isso. Todo. Mundo. Parou. De canto de olho vi que o Rogue me olhou espantado por um nanossegundo e depois começou a tentar fazer uma expressão séria pra não entregar tudo rindo.
— OOOOH! - Orga pusera as mãos sobre a boca, a expressão em êxtase, praticamente dando pulinhos na cadeira - EU SABIA! Claro que no começo, e agora, eu só estava enchendo o seu saco mesmo, mas agora eu sei que tudo é verdade! UUUH! ISSO É SÉRIO MESMO?
— Claro que é sério! - Rogue afirma.
— Por que mentiríamos pra você? - eu lhe pergunto sorrindo.
— Mas vocês estão noivos desde quando? - ele retoma.
— Vish! - aceno a mão que não estava segurando a do moreno - Há meses! Foi amor à primeira vista, tolinho!
— Que história bonita! - ele tinha lágrimas nos olhos - Mas isso é sério mesmo? - pergunta uma última vez.
E é neste momento que minha irritação por todas as provocações que Orga sempre faz quando me vê e fazia diariamente quando eu estava aqui por causa do Yamiko extravasou pelos meus poros. Senti Rogue soltar minha mão e dar um passo para trás.
— Não, NÃO É VERDADE, ORGA! - volto a me aproximar dele rapidamente, pego uma faca que tinha sobre um prato e fico brincando com ela entre meus dedos, o tom de voz baixo e meu olhar seguindo os movimentos - E a próxima vez que você ficar enchendo meu saco todo dia com uma mesma pergunta - levanto o olhar pra ele e finco a faca na mesa com bastante força - eu vou ser forçada a ser um pouco mais agressiva na forma de resolver esse assunto.
Eu me viro para o restante da guilda que nos assistia como se fôssemos um filme:
— NÓS NÃO ESTAMOS NOIVOS! OKAY?
— Hai, hai! - ouço o povo concordando e começando a rir da expressão de espanto à minha reação explosiva que o Orga ainda mantinha no rosto.
Ele esticou o dedo e parou a faca. Ela ainda estava balançando desde quando eu a fincara na madeira.
— AF, essas fadas sabem nem brincar - ouço ele murmurar e de repente eu coro.
Acho que posso ter exagerado um pouco. Eu me viro para Rogue e formo um "desculpe" mudo com os lábios, mas ele estava sorrindo pra mim. Então tudo bem. Pelo canto do olho vi que Orga levantava da mesa e ia para a frente da guilda conversar com o Rufus.
Lembrei que eu na verdade só queria saber se o Sting estava ali e pergunto à Yukino, no balcão, mas no momento que ela vai responder ouvimos um barulho alto da porta de entrada bater, ela pisca e olha na direção do estrondo:
— Acho que aquela é a sua amiga (?)... - me aponta.
----- Dlayla’s POV On -----
Praticamente arrombei a porta de entrada, olhando em volta.
— Yo! - gritou Orga, se aproximando - As fadas parecem querer dominar a Sabertooth agora. Quer dizer... Dominar os tigres gêmeos. - riu ruidosamente.
— Cibeeelllyyyy! - gritei.
— Você está namorando com o Sting? Ou já passaram dessa fase? - continuou alfinetando.
— Me erra, Orga! - eu estava vermelha.
— O Sting é bem apressadinho para certas coisas... Ainda não sei porque vocês não se assumiram para nós. - deu um tapinha em minhas costas.
Eu tentava ignorá-lo com todas as minhas forças. Orga e sua alta capacidade de me envergonhar... Aff.
— Rogue Cheney e Cibelly! Vocês têm dois segundos para aparecer aqui! - gritei novamente.
As duas primeiras cabeças que apareceram no meu campo de visão foram a de Minerva e Yukino, depois Rufus e por fim... Ah! Aí estão eles, Cibelly andando vagarosamente em minha direção, os olhos fixos em mim. Essa calma toda dela me irrita tanto!
— Desde quando está aqui? - a abordei.
— Ahm... Ontem...?
— O que veio fazer aqui? - cruzei os braços.
— Desde quando tenho que te dar satisfação de tudo o que eu faço? - imitou o meu gesto.
— Não interessa! - rosnei - O que veio fazer aqui?
— Falar com o Rogue...
— É por isso que está com o cheiro dele tão forte no corpo? Espera aí... Vocês dormiram juntos?! - gritei novamente, incrédula.
— Cala a boca, idiota! Que eu saiba quem saiu às escondidas para se encontrar com o Sting foi você!
— OK. Já chega. - ouvi a voz do loiro atrás de mim.
— O que está fazendo?!
Ele me pegou e, como um saco de batatas, me jogou por cima de seu ombro, me levando para fora.
— Vocês estão nos fazendo passar vergonha. - respondeu o outro.
E só aí eu percebi que Rogue também trazia Cibelly por sobre o ombro, só que ela, ao contrário de mim, estava quieta. Parecia bem irritada, as mãos em punhos.
— Sting... Me põe no chão.
— Ainda não. - respondeu.
— Odeio você. - resmunguei e ele riu.
Mais alguns minutos e ele finalmente me colocou no chão. Olhei em volta e percebi que estávamos no mesmo local que Sting me trouxe antes, para treinarmos.
— Por que está tão quieta? - me aproximei da ruiva.
— Por que você está tão irritada e agressiva? - me encarou, arqueando uma sobrancelha.
— Por quê? E ainda pergunta? Saiu sem avisar ninguém, não voltou e não deu sinal de vida!
— Você fez o mesmo. E bem antes de mim.
— Eu voltei. Voltei porque pensei que estaria preocupada, mas acho que só eu tive esse pensamento.
— Você não pode falar essas coisas pra mim, pirralha! Eu que sempre fico encarregada de cuidar de tudo e de todos! Inclusive de você, sua idiota! - ela gritava pra mim - Eu não tô reclamando, eu até gosto de fazer isso, mas me dá um tempo! Caso não saiba, eu não sou inabalável! Você nem sabe o que eu estava fazendo na Sabertooh hoje, só chegou fazendo um escândalo dos infernos!
— Você não se preocupa nada. Preferiu passar a noite com "essezinho" aí. - cuspi as palavras.
— E não ouse ofendê-lo!
— Ah. Vai defender o namoradinho agora, é? - ri pelo nariz.
— Ah! Você não existe! - vociferou me dando as costas.
— Problema seu. Mas o que diabos você veio fazer aqui mesmo?
— Responda você antes - retoma de frente.
— Não... Eu n - as palavras não saíam - Não posso.
— Por quê?
— Porque não!
— E ainda quer que eu conte! Por que você não começa falando já que sumiu primeiro? - aumentou o tom de voz.
— Quer saber mesmo? Você, sua idiota, - me aproximei dela - passa uma noite inteira com sonhos, pesadelos, ou seja lá o que for, que fazem com que você fique mal, chora horrores e ainda some no outro dia! - gritei, me sentindo sem fôlego - Então, por alguns motivos, vim atrás do Sting, o único que poderia me ajudar a ficar forte o bastante para não ter que ver mais ninguém sofrendo na minha frente sem que eu não possa ajudar em nada!
— Você não saberia que eu sumi. Não estava lá quando acordei. - ela diz sem me olhar nos olhos - Quer dizer que... Esse tempo todo... Estava preocupada comigo? - perguntou com a voz chorosa.
— Entenda como quiser.
— Eu devia ter bater bem forte! Sério! - Ela começou a chorar. Sem brincadeiras. As lágrimas começaram a cair e ela se ajoelhou no chão, as mãos tapando o rosto em lágrimas, e só ouvíamos os soluços altos e entrecortados.
— E agora que diabos você tem, garota?!
— É que... - fungou - Kami-sama! A coisa que eu mais quero no mundo é te bater agora!
Franzi a testa. É uma ameaça? Como que ela ia me bater chorando no chão?
— Mais idiota que você só o Sting mesmo. - revirei os olhos, me aproximando dela. Ouvi um "Ei!" baixo e sorri. Me abaixei, ficando à altura dela - É claro que isso me preocupa, retardada.
Ela se jogou em cima de mim, chorando, e me fez cair de bunda na grama.
— Eca. Vai me sujar de lágrimas. - brinquei
— O certo é “molhar”, retardada - começou rindo em meio às lagrimas.
— O quê?
— Também vou ficar forte. O Rogue me prometeu isso - fungou no meu ombro.
Eca. Eca. Eca. Choro = lágrimas = secreções nasais.
— Ah... Sei. - dei leves tapinhas em suas costas.
— Cara... Achei que vocês iam sair no braço. - o loiro sentou ao meu lado - Mas ainda bem que já se resolveram. - bagunçou os cabelos ruivos.
— Aposto que o Rogue quase pula em cima de mim. - alfinetei.
— Quase. - Sting me acompanhou.
Ficamos assim por algum tempo, eu sentada com Cibelly chorando em meu ombro, Sting ao meu lado e Rogue em pé na nossa frente, observando preocupado a ruiva, até que se abaixou e passou a mão pelos cabelos dela. Todos quietos.
Sting tocou minha mão, o que fez eu encará-lo. E ficamos ali, trocando olhares.
— Desculpe interromper o casal... - o moreno chamou nossa atenção - Mas tenho uma proposta...
Continua... ღ
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