História Triângulos são minha forma favorita. - Jeon Wonwoo é um tarado?

“Não era pra mim contar primeiro?”

“Então foi isso... vocês ficaram...”

“Foi... foi só um beijo, Wonwoo. Insignificante. Pra mim, pelo menos. Eu queria que você tivesse noção do quanto eu tenho me odiado por isso.”

“Aquele idiota conseguiu o que queria então...”

“Wonwoo”, Jun falou baixinho, prestes a chorar, vendo que Wonwoo não olhava diretamente para ele. “Eu vou embora e nunca mais vou te incomodar, se é isso que você quer. Mas, eu realmente não sei porque eu fiz uma besteira dessas... o Mingyu não significa nada pra mim. Eu queria demais que você me perdoasse, mas eu respeito qual for a sua decisão.”

“Quem te ouve acha que o meu namorado é você...” Wonwoo finalmente o encarou, a voz serena como se tivesse acabado de ouvir que horas eram, apenas.

“Porque você parece tão... tranquilo?”

“Junhui, eu sabia que o Mingyu ia fazer isso.”

“Quê?”

“Ouvi ele conversando com um amigo dele, o Minghao, dia desses. Ele acha que a gente tem tipo um caso e queria se vingar. Te seduzindo, acho.”

“A gente??? Um caso??? De onde ele tirou isso??”’

“Eu sei lá. Deve ter lido algum RPG nosso no meu celular e achado que a gente era um casal de verdade.”

“Mas a gente nunca usou nossos nomes fazendo roleplaying??? Porque bem... é roleplaying? Não é de verdade??”

“Exato. Mas Mingyu é lento demais pra essas coisas. Leu as mensagens e entendeu tudo errado, aposto. Agora sai por aí fazendo merda.”

Os dois ficaram quietos por um tempinho, até que Wonwoo quebrou o silêncio.

“Não acredito que você tá chorando. Pelo amor de Deus, Junhui...”

“Eu não acredito que você não tá bravo comigo!” – disse soluçando – “eu sou seu melhor amigo e beijei seu namorado! Isso é digno de levar um soco na cara ou coisa pior.”

“Se levar em conta o RPG, você é tipo meu segundo namorado?”

Começaram a rir. Jun começava a enxugar as lágrimas de tristeza do rosto, e rir do jeito completamente bizarro de ser de Jeon Wonwoo. Ele realmente amava aquele cara.

“Que nada, eu sou seu primeiro namorado, ele é que é o segundo!”

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Depois de uma crise de risos e copinhos de suco de abacaxi para se acalmarem, os dois conversaram sobre meia dúzia de coisas banais enquanto viam televisão, jogados no sofá, até voltarem no tópico principal: Mingyu.

“Vem cá, você também achou o beijo dele realmente espetacular como eu acho?”

“Eu vou fingir que não ouvi isso...”

“Não, sério cara, me fala. Talvez eu seja só muito apaixonado e iludido.”

“Continuo não te ouvindo.”

“Sério, Junnie!”

“Tá, ele é bom...”

“Ah para, ele é maravilhoso!”

“Eu não acredito que essa conversa tá acontecendo... Você não sente uma coisa chamada ciúmes?”

“Sinceramente? Acho que com você não.”

“Mas e aquele dia na academia?”

“Que dia?”

“A última vez que você foi lá, caramba.”

“Quê que tem aquele dia?”

“Agora quem tá se fazendo de lento é você Wonwoo. Você foi lá, ficou agarrando ele na minha frente e coisa e tal.”

“A gente sempre fica se agarrando na sua frente. Achei que já tinha se acostumado.”

“Aquilo não era... showzinho de ciúme então?”

“Eu só ficava meio bravo quando vocês me excluíam das coisas no início, logo que ficaram próximos. Mas depois comecei a achar legal. Mas aquele dia na academia? Eu só fui lá ver ele porque tava com tesão mesmo.”

“Minha nossa...”

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“Então quer dizer que Jeon Wonwoo é um tarado? Eu sempre desconfiei.”

Junhui não sabia bem o que tinha ido fazer na casa de Jeonghan. Não só hoje, mas desde a primeira vez que ido ali, a alguns dias atrás, para contar que Mingyu tinha o beijado.

"Han, não tô entendendo onde você tá querendo chegar."

"Você sabe muito bem o que eu tô querendo dizer. Ah, sempre bancando o advogado do Wonwoo..."

“Hã?”

“Vocês nunca ficaram, mesmo? Nem um beijinho, selinho, nada?”

“Nunca. Que obsessão sua com isso.”

“Eu só fico confuso, a troco de quê vocês ficariam fazendo RPG logo de casal?”

Jun ficou em silêncio. Ele não queria dizer em alto e bom som a verdade que Jeonghan – e aparentemente meio mundo – já desconfiava.

“Isso tudo tá tão complicado...”

“O que o Wonwoo te disse agora?”

“Pra gente continuar fingindo que nada sabemos. E agir mais próximos do que já somos. Não entendi bem essa parte. Eu ainda não encontrei o Mingyu, acho que ele tá me evitando.”

“E isso te incomoda?”

“Claro que incomoda! Eu não sei o que fazer em relação a ele. O Wonwoo estranhamente lida bem demais com isso tudo e eu tô ficando confuso demais.”

“E o que te deixa tão confuso afinal de contas que eu ainda não entendi?” Jeonghan encruzou a perna e parecia um terapeuta, só um faltava um bloquinho e caneta.

“A coisa toda... eu gostar do Wonwoo e não saber bem como isso aconteceu... Mas, eu também sinto algo pelo Mingyu? Não sei se também é gostar, não é possível uma coisa dessas.”

“Você finalmente admitiu que gosta do Wonwoo.”

“Eu não disse isso.”

“Você acabou de falar.”

Jun colocou as mãos no rosto e se jogou no sofá. Jeonghan continuou falando.

“É perfeitamente possível gostar de duas pessoas ao mesmo tempo. Pessoalmente, acho que o “gostar” acaba sendo diferente, porque as pessoas são diferentes, sabe? Suas experiências com cada uma delas são diferentes? O sentimento, o amor é universal, a gente sabe. Mas como ele acontece, não. Enfim, isso já aconteceu comigo.”

“Sério? E como você resolveu?”

“Ménage à trois.”

“Vou fingir que não ouvi isso.”

“Aposto que é isso que o Wonwoo quer, mas não quer falar com todas as letras. “

“Eu vou embora.”

“Mas você nem tomou um cafezinho! Volta aqui!”

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Minghao e Mingyu estavam jogados no sofá do apartamento de Mingyu, fazendo o que mais gostavam de fazer: comer. O garoto de cabelos platinados fala de repente:

“Meu aluguel vence dia 8 tá, não esquece?”

“Vai se ferrar. Ainda tenho três semanas.”

“18 dias. O que equivale a... 2 semanas e 4 dias. Acaba antes do meu vencimento, olha só!”

“Vai se ferrar Minghao.”

“Olha, falando sério. Você devia parar logo com essa história antes que as coisas fiquem piores.”

“Pior do que tá não fica. Se passaram dois dias. O Jun não me procurou. Talvez ele não seja um canalha. E antes que você diga algo, eu tô preocupado com o PLANO que não tá dando certo, e não com o Jun.”

“Eu não disse nada.”

“Mas ia dizer.”

“Não ia.”

“Argh!”