História Trick Or Treat - Innocence

    O vento gelado soprava forte, trazendo junto cheiros e sons distintos. Fragmentos da noite já indo alta no céu. 
    Meus olhos vagaram com interesse pelos arredores, a rua estava cheia. Crianças e pessoas andando, metidas em suas fantasias de monstros, todas empenhadas em serem assustadoras.
    Mas nenhuma delas tinha realmente aquela áurea maligna... Não como a minha.
    Dei a última tragada no meu cigarro, antes de o jogar na calçada e apagar a brasa com a ponta da minha bota. Voltei meu olhar a casa grande, com a decoração típica daquele dia, fantasmas de papel e abóboras sendo usadas como lanternas.
    Suspirei fundo, outra vez sentindo os perfumes que a noite me trazia... Ao que tudo indicava, eu estava no lugar certo.
    Sorri, ele estava ali.
    Eu podia sentir, a energia brilhante do meu escolhido da noite. Da alma destinada a mim nesse dia. Pura e imaculada. Perfeita.
    Atravessei o jardim cheio de adolescentes, hormônios furiosos, muita energia negativa.
    Era delicioso. Mas não como sentir o doce gostinho da alma do meu alvo.
    31 de outubro. Halloween como humanos haviam denominado a data. Dia das bruxas, dia em que o mal se tornava mais forte, ultrapassando a linha frágil que o separava do bem. Noite dos demônios...
    E óbvio, minha noite favorita em todo um longo ano. Essa era a noite em que eu levaria alguém. Alguém diferente das almas perdidas que me eram destinadas.
    Nessa noite eu podia escolher, Possuir alguém sem nenhum pacto ou débito. Alguém sem uma longa lista de pecados sujos e atos horrendos.
    Alguém puro que iria comigo...
    Meus dedos inconscientemente subiram até a fina corrente com um pingente negro preso ao meu pescoço. Ao mesmo tempo em que eu podia sentir olhares e pensamentos impróprios me seguindo a cada passo que eu dava.
    Levantei meus olhos devagar, mordendo meu lábio inferior com cuidado. Calor humano entrando pelos meus póros. Garotos praticamente babando, garotas suspirando e ficando úmidas apenas em me lançar um simples olhar.
    Hoje em dia todos eram tão fáceis de se corromper. 
    Adrentrei a sala lotada, música alta tocando e o cheiro de bebida se misturando a essência de cada um ali. Pisquei meus olhos, tantas áureas diferentes e tentadoras. Pecado por toda parte.
    Mas a única que me interessava ainda era a dele.
    Um garoto parou em minha frente, alto e atlético, fantasiado do que deduzi ser uma espécie de jogador de futebol americano zumbi.
    - Hey, gatinho!
    - Oi. — Deixei o sorriso maldoso escapar ao sentir o arrepio desejoso correr o corpo definido do rapaz.
    - Você é amigo da Ino? Não lembro de ver você na faculdade, hum sou Kiba. — Ele disse tudo rápido, sua voz grave tentando soar mais alta do que a música.
    Balancei minha cabeça negativamente. Ele se aproximou ainda mais, mostrando músculos flexionando delociosamente sob a pele corada.
    - De onde você é? — Ele inclinou a cabeça dando um sorriso mais aberto.
    - De longe. — Disse simplesmente. 
    Mas o que fez minha cabeça girar, foi a proximidade do meu alvo.
    - Longe? Parece interessante. — O garoto depositou sua mão na minha cintura, mandando ondas quentes pela minha coluna.
    Mas não era nele em que sequer uma parte minha queria se concentrar.
    - Quer beber algo?
    Apenas me afastei do mortal. Deixando que a ligação que eu já havia estabelecido com o meu escolhido me levar na direção correta.
    - Espera, qual é o seu nome?!
    Parei, lançando um olhar para Kiba por sobre o meu ombro. Sem perder a chance de sentir a luxúria dele emanar ainda com mais força. Jovem, bonito... Mas não era ele   quem fazia eu querer arrancar sua alma ali na frente de todos. Ele não fazia todo o meu corpo vibrar, eu precisava de outra pessoa.
    Dei um sorriso.
    - Você não vai querer saber.
    Em dois segundos eu já me embrenhava novamente no meio dos corpos dançando na sala apertada. Olhares cada vez mais ferventes me seguindo. Os pensamentos de uma garota de cabelos cor de rosa, vestida  interessantemente de anjo, soaram mais alto do que os outros.
    "Que pedaço de mau caminho!"
    Contive uma gargalhada. Ela não tinha ideia que na verdade, eu era o mau caminho completo.

                               ~~¥~~

    Finalmente sai daquele lugar barulhento. Bom, sair não era exatamente a palavra certa, mas a distância que a casinha a beira do lago de Ino era perfeita o suficiente.
    Empurrei a porta, deixando o som abafado do lado de fora e juro que nunca me senti tão feliz em poder ficar sozinho. Eu nem sequer gostava de festas.
    - Dattebayo. — Baguncei meus cabelos, tirando aquelas orelhas idiotas de raposa e apoiei a testa na parede completamente de vidro, deixando a luz da lua iluminar o lugar e me deixando ver o lago enorme do lado de fora.
    Por um momento pensei em todos os palavrões que Kushina soltaria se apenas sonhasse que em vez de estudando na casa do Shino eu estava em uma festa na casa da Yamanaka.
    Eu deveria ter ido pedir doces.
    Digo, ganhar doces das velhinhas simpáticas da vizinhança era mil vezes melhor do que ter sido arrastado até essa festa, com a ideia mais idiota ainda de Kiba, que insistia que eu "deveria" subir de nível com Hinata Hyuuga.
    E  pior era que eu nem sabia de droga de nível aquele cachorro estava falando! Cara, o máximo de "níveis" que eu tinha chegado com a Hyuuga era pedir as anotações dela na aula de economia avançada.
    E eu sequer estava interessado nesse sentido da coisa por Hinata. Na verdade por ninguém. Definitivamente, sexo não era uma das minhas prioridades de vida.
    Amor deveria vir antes de sexo. É amor era uma coisa muito preciosa para se contar em "níveis".
    Suspirei cansado pensando em quantos dos quartos da mansão Yamanaka deveria estar ocupado com casais...
    Talvez Kiba estivesse certo. Eu era um virgem babaca e chorão.
    - Argh. — Me atirei na cama enorme no centro do quarto... Eu definitivamente deveria ter ido pedir doces.
    - Acha isso mesmo?
    Abri meus olhos e sentei assustado ao ouvir a voz baixa e suave.
    Senti meu coração parar por um segundo. Por que eu não estava sozinho. Do lado oposto da casa, sentado sobre a mesa próxima a porta, estava um... Garoto?
    - Hum... — Olhei em volta. Como aquele cara havia brotado ali?! Na hora em que entrei tudo estava vazio... Não é?
    Dattebayo, tudo culpa da minha falta de atenção!
    - Desculpa, eu juro que não sabia que já tinha alguém aqui. — Movi minhas mãos sentindo meu rosto pegar fogo de vergonha.
    Ouvi uma risada baixa e suave. E quando levantei a cabeça, ele estava ali, em pé exatamente na minha frente...
    E parecia que cada pedacinho dos meus melhores sonhos havia criado vida.
    A pele dele reluzia na luz do luar, cabelos negros bagunçados moldavam um rosto pequeno e delicado, com direito a um nariz reto e lábios desenhados e vermelhos. Ele tinha olhos enormes, tão escuros quanto os cantos do espaço em que estávamos, parecendo um buraco negro sugando toda a atenção. Eram lindos. 
    Continuei estudando o menino, ele não era alto e parecia ser magro, coberto por uma camiseta negra caindo folagada em um dos ombros, expondo mais da pele pálida. Suas mãos cruzadas em frente ao seu corpo, pernas cobertas por uma calça apertada que parecia de couro e completando com uma simples bota na altura dos tornozelos.
    Senti meu corpo esquentar quando voltei a encarar o rosto dele.
    O estranho deu mais um passo na minha direção, abrindo um sorriso. O sorriso mais bonito que eu já havia visto na vida, mas algo parecia errado. Eu não conseguia entender exatamente o que era, mas alguma coisa estava fora do lugar. Os olhos dele não se desviaram de mim por um segundo. Algo brilhou reluzindo na altura do peito dele.
    - Quem é você? — Minha garganta estava seca e algo gelado fez o cabelo da minha nuca se arrepiar. O garoto não estava maquiado ou fantasiado e eu não conseguia lembrar dele da festa.
    Escuridão... Algo nele me lembrava ao escuro.
    - Sasuke. — A voz dele causou outros arrepios pelo meu corpo. Aquilo era bizarro, eu tinha certeza que nunca havia conhecido ninguém com aquele nome.
    Mas por mais que eu quisesse ir embora, algo parecia me prender ali. A ele.
    Dei um salto me colocando em pé. O tal Sasuke inclinou a cabeça para o lado acompanhando meu movimento. A diferença da minha altura para dele era notável.
    Olhei para baixo e senti o impulso de o tocar, minha mão até levantou em direção a ele... Que espécie de esquisito eu era?!
    - 'tebbayo. — Sussurrei balancei minha cabeça.
    - Você é perfeito. — Sasuke sussurrou também, segurando minha mão ainda erguida. Os dedos dele eram delicados e gelados.
    Dei um passo para trás e ele deu uma risada.
    - Vou indo. — Voltar para a festa de repente parecia mais seguro do que continuar ali.
    Mesmo que isso não fizesse sentido. Qual é, qual perigo aquele garoto fofo poderia oferecer?
    Mesmo assim me virei em direção a porta... Senti meu coração pular ao ver Sasuke encostado na mesma.
    - O quê... — Quase cai para trás. Isso era impossível. Ele avançou rápido e era como se cada pedaço do meu corpo entrasse em combustão só de o sentir perto.
    Respirei rápido, minha cabeça girando um pouco. Até ele segurar meu rosto, me encarando como se estivesse olhando a minha alma.
    - Me solta. — Pedi quase sem som. Minhas pernas enfraquecendo.
    - Você sabe que não quer isso, Naruto. — Sasuke se inclinou, ficando na ponta dos pés para roçar a ponta do seu nariz gelado na minha bochecha. — Porque você é malditamente meu.
    Sasuke me beijou. E de repente não importava mais que eu estivesse beijando um estranho em um lugar escuro. Algo me prendia a ele, alguma coisa que eu não conseguia nem começar a explicar ou lutar contra.
    - O que você quer? — Sussurrei ofegante contra os lábios frios e doces.
    - O seu lindo coração, Naru.
    O senti me empurrar, cai sentado na cama e logo ele voltava a me beijar. Ergui minhas mãos as firmando na cintura fina, com intensão de o empurrar, mas apenas o apertando entre meus dedos.
    - Não, eu não... — Ele desceu as mãos pelos meus ombros, sentando no meu colo. Os dedos macios, puxando meu cabelo e traçando um caminho pelo meu queixo até o meu pescoço. — Sasuke! — Arquejei.
    Senti pontas afiadas pressionarem sem força a minha garganta, a mordida pareceu fazer meu corpo reagir. Apertei mais Sasuke contra o meu peito.
    - Tão inocente. — Ele sussurrou puxando minha camiseta e a jogando no chão. Unhas curtas arranhando minha pele. — Tão imaculado. — Ele gemeu no meu pescoço.
    Ele novamente me empurrou, encontrei seus olhos e eles pareciam brilhar vermelhos na luz da lua.
    As mãos de Sasuke foram descendo, junto com seus lábios, até que o peso sumiu de cima de mim. Pisquei tentando concentrar minha cabeça em qualquer coisa além do calor e dos arrepios percorrendo os meus músculos. Apoiei meu peso nos cotovelos, e encontrei o sorriso de Sasuke. Ele estava entre minhas pernas e olhava faminto para algo...
    O volume pulsando dentro das minhas calças...
    - Dattebayo, eu não posso... — Tentei me levantar, mas ele apenas abriu meu jeans com uma rapidez impossível.
    Aquilo poderia ser considerado estupro? Não, eu estava consentindo com cada toque dele... Cada maldita vez que Sasuke depositava um novo beijo nas minhas coxas cobertas.
    Os olhos dele me hipnotzavam, eu não conseguia me mover ou sequer pensar, enquanto assistia sem piscar aquelas mãos brancas puxando com cuidado minha roupa. Expondo a minha ereção inchada para o ar frio.
    - Aahn! — Gemi envergonhado. Aquilo não deveria estar acontecendo. Eu tinha certeza disso, mas não conseguia afastar Sasuke.
    Eu queria ele.
    Sasuke sem esperar segurou meu membro entre seus dedos, movimentando a mão rápido e forte. Meus braços perderam a força, curvei minha costas contra a cama.
    - Sas...
    Senti algo molhado e quente, subindo por toda minha extensão, até se fechar na ponta... Abri a boca, tentando puxar o ar com dificuldade que a sensação totalmente nova me dava, mordi minha mão para não gritar... Era enlouquecedor.
    - Eu quero ouvir você. — A mão dele voltou a trabalhar. Apertei meus olhos. — Geme para mim, Naruto.
    Me atrevi a olhar para baixo, só para assistir em alta definição meu pau sumir dentro da boca daquele garoto.
    Sasuke me chupou, deixando a ponta do meu membro bater no fundo da garganta apertada. Droga, era uma sensação alucinantemente boa e devastadora.
       Ele me largou, meu membro fazendo um barulho constrangedor ao sair da boca dele. O vi se erguer, abrindo devagar sua calça, eu queria realmente desviar e sair correndo, mas meu membro pulsava e eu só podia pensar em como queria o tocar, ou melhor ainda, ser tocado por ele.
    Pele pálida e sem defeitos foi revelada, o membro dele duro e rosado sendo exposto como o meu.
    Aquilo era errado. Mas ele era tão lindo... Tão inumano.
    - Tão puro. — Respirei fundo quando ele trilhou a ponta dos dedos pelos meus testículos, usando o indicador para pressionar a ponta, gemi alto, sentindo gotas de pré gozo escorrerem. — Perfeito.
    O encarei de novo, tendo certeza agora que os olhos dele eram vermelhos, com três pontos negros girando perto das pupilas. A escuridão que parecia sair dele ficando mais forte.
    Assim que Sasuke se colocou sobre o meu tórax, minhas mãos seguraram as pernas dele, macias, refletindo em um raio de luz da lua.
    - Por quê? — Solucei sentindo uma mordida na minha barriga.
    - Por quê... — Unhas desceram pela lateral do meu abdômen. — Por que eu escolhi você.
       A ponta da língua dele circulou o meu mamilo esquerdo, antes de sua palma ser pressionada no meu peito. Exatamente sobre o meu coração descontrolado. Sasuke deu um leve beijo no meu pescoço...
    - E agora vou pegar o que me pertence, Naruto Uzumaki. 
    Os dentes dele morderam minha pele. Me debati, mas eu sabia que eu não poderia fugir. 
    Eu estava perdido...

                            ~~¥~~

    Tão entregue e desesperado, quente. Naruto Uzumaki fervia a cada toque meu na sua pele dourada. Tão quente que era como se minha pele estivesse absorvendo o calor dele. Como se eu fosse deixar de ser apenas o demônio gelado e pudesse começar a me sentir... Vivo.
    Pisquei meus olhos, era óbvio que aquilo era uma grande bobagem. Tudo o que me interessava na presa indefesa abaixo de mim era a alma pura que eu estava a um passo de corromper.
    Retirei minhas presas dele, sentindo o sangue quente e doce vazar pelos pequenos furos, era tão delicioso quanto eu havia esperado. Naruto gemeu, seus olhos tão azuis quanto o céu de verão que eu só podia imaginar, se abriram, me fitando com aquele desespero tão conhecido que eu via ano após ano. 
    Olhos de um anjo.
    Extremamente excitante... Ele estava assustado, mas ainda assim me desejava, me desejava a ponto de se deixar levar com cada truque que o meu corpo podia mostrar. Se entregava sem nenhuma resistência.
    Ele estava perdido.
    Pressionei meus lábios manchados com o sangue puro dele contra sua testa, afastando a franja loira. Levei minha mão de volta até o membro avantajado e grosso, fervendo entre as pernas dele, minha própria excitação causando ondas de choque no meu baixo ventre.
    - Sasuke... — Fechei meus olhos aproveitando o deleite de ouvir cada sílaba do meu nome sendo dito por aquela voz rouca.
    Pecaminoso.
    Naruto apertou minhas coxas, me fazendo ofegar de prazer, segurei sua mão direita e a trouxe até meus lábios, os sugando devagar e o assistindo se contorcer de prazer.
    O quadril dele se impulsionou para cima, a cabeça melada do pau dele tocou minha entrada pulsante. Gemi com os dedos dele na minha língua. O coração dele se acelerou no som mais adorável que eu já havia escutado.
    Movi minha cintura, descendo sobre o mastro do humano, deixando a carne ereta escorregar por entre minhas nádegas, era quente e sujo, pura luxúria. Tudo o que um demônio podia desejar arduamente por séculos.
    Mordi a ponta do indicador dele, sentindo outra vez o sangue quente na minha língua. Naruto apertou os olhos fechados, ofegante e investindo seu membro contra mim.
    - Abra. — Pedi sorvendo as últimas gotas do néctar escarlate saindo dele.
    Naruto obedeceu, me deixando ver o brilho das jóias azuis celeste.
    - Por favor. — Pediu entrecortado.
    E era apenas isso que eu estava esperando... Que ele se entregasse completamente as minhas trevas.
    Apoiei meu peso nos meus joelhos, guiei as mãos de Naruto por dentro da minha camiseta, o sentindo me pegar com mais força... Ansioso. Encaixei o membro dele em mim, e sem esperar ele me invadia.
    Era sem volta. Agora eu teria ele para todo o sempre.
    O pingente no meu pescoço vibrou em conjunto com os meus olhos, minhas presas pressionando meu lábio inferior. Nada era tão prazeroso quanto sentir ele me preencher por completo a cada estocada funda.
    Sentir a inocência e juventude daquele garoto correndo pelo meu peito vazio.
    Assim como o dele também ficaria.
    Naruto fincou os dedos nos meus quadris. Me impulsionei sobre ele, quicando forte, deixando que seu pau batesse em cada ponto certo dentro do meu corpo. A última virtude dele indo embora, sua virgindade manchada.
    - Sasuke! — Doce Naruto, se movendo com abandono dentro de mim. — Sasuke... Sasuke...
    Corri minhas mãos pelo peito suado, lambendo os lábios cheios e inchados pelos meus beijos. O senti dar espasmos e jatos de líquido quente serem espirradas dentro da minha entrada apertada.
    - Dê seu último adeus, criança. — Rocei meu nariz pelo ombro bronzeado, abrindo minha boca sobre o lado direito do pescoço dele. — Diga oi para o inferno.
    Afundei meus dentes outra vez no pescoço dele, agora profundamente, furando a veia principal, rasgando a jugular e deixando meu rosto ser banhado pelo líquido sagrado.
    Naruto deu tremeu embaixo e dentro de mim. Pressionei meu quadril mais forte, gritando entre o prazer sufocante e a luxúria alucinante de estar sentindo uma vida tão preciosa se esvair.
    Afastei do pescoço dele, Os olhos de Naruto começando a ficar desfocados, sua mão se ergueu, tocando minha bochecha. Sorri mostrando meus dentes sujos de sangue, lágrimas escorreram pela face perdendo a cor...
    Nesse momento ele estava ainda mais perfeito. Tão perfeito quanto apenas a morte podia tornar alguém.
    Selei meus lábios nos dele pela última vez. A sensação que eu já havia experimentado centenas de outras vezes, o calor que ele espalhava sumindo rápido e mais rápido. Senti meu corpo se contrair me derramando sobre ele.
    - Não... — Foi a última coisa que escapou daquela boca.
    Ajoelhei novamente e sem cerimônia alguma, enterrei minha mão no peito dele, trazendo aquele órgão tão bonito e sangrento, dando sua última batida. Sorri para o coração de Naruto queimando até desaparecer em cinzas.
    O colar no meu peito cintilou em um brilho laranja tão vivo quanto a áurea daquele humano havia sido. Mais um para minha coleção, e agora Naruto pertencia a mim, para sempre.
    Quem sabe eu não o encontrasse em breve no inferno.
    Dei uma última olhada para o corpo morto e literalmente vazio sobre a cama de lençóis cor de lavanda. Aquilo havia sido Naruto Uzumaki, agora era simplesmente um nada.
    - Adeus. — Fiz uma mesura.
    Em alguns segundos eu já estava na rua novamente, trilhando meu caminho de volta... Até o ano que vem, quando seria a vez da próxima alma inocente.