História Tristeza e Felicidade - Imagine Park Jimin (Em revisão) - Vidas Opostas

Park Jimin

Abril 2017 - 12:22 a.m

Escola Sogang Business

Cansado daquela porra de aula, pedi para ir ao banheiro alegando uma dor de cabeça terrível e, graças ao meu olhar gélido, o professor permitiu sem pestanejar.

Não fui ao banheiro, na verdade, apenas fiquei vagando pelos corredores por inúmeros minutos enquanto via os poucos alunos felizes com suas vidinhas patéticas.

Ou melhor, com suas vidas felizes.

Quando estava disposto a voltar para aula — não porque queria, e sim porque não queria ouvir as broncas de Jin e Namjoon mais tarde —, acabei esbarrando-me em uma garota e derrubando seus livros. Não iria ajudá-la, não era do meu feitio, mas eu ainda tinha um pingo de educação e respeito que me fizeram abaixar e apanhar seus livros.

– Desculpe. – murmurei sem muita vontade, duvidando que tenha realmente escutado algo.

Quando fui entregar seus livros, seus olhos se encontraram com os meus.

Nos olhos dela eu via aquilo que tive há um tempo, mas que, agora, se mandou.

Felicidade.

Em seus olhos vi sonhos.

E em seu sorriso vi a esperança.

Por um momento, eu a invejei.

– Aqui, toma. – acordei do transe e balancei a cabeça, entregando os livros para a garota. - Tchau.

Sem esperar um agradecimento segui meu caminho oposto do seu, sentindo seus olhos sonhadores me seguirem a cada passo. Não me atrevi a virar, não queria ter mais uma pessoa feliz para invejar.

Março 2017 - 12:22

Escola Sogang Business

– ______, aonde vai? – perguntou uma de minhas amigas ao ver que eu estava prestes a sair da sala.

– Pegar os livros para as próximas aulas, volto já! – respondi sorrindo.

Não deixei que falasse mais alguma coisa, apenas saí da sala.

Os corredores estavam praticamente vazios, a maioria dos alunos pegam todos os livros antes das aulas começarem para não ter que desperdiçar o tempo na troca de professores, eles querem ficar com seus amigos e aproveitar o descanso para conversarem. Mas, eu sou a diferentona, prefiro pegar apenas os livros das três primeiras aulas e depois ir trocar, na verdade, uso isso como desculpa para sair sala.

Gosto de andar pelos corredores, ver as pessoas conversarem encostadas nas paredes e rindo alegremente de piadas. Isso me faz feliz.

Distraída olhando o jardim, não percebi que alguém também andava distraído na minha direção, só fui perceber quando meu corpo se chocou ao seu e meus livros foram de encontro ao chão. Pensei em me abaixar para pegar, mas ele foi mais rápido e os apanhou.

– Me desculpe. – murmurou, erguendo-se.

Sua cabeça estava coberta pelo capuz preto do moletom, entretanto, quando foi me entregar os livros, seus olhos se encontraram com os meus.

Nos olhos dele eu vi algo que tive muito há alguns anos, mas que espantei.

Tristeza.

Neles eu vi o ódio da vida.

A mágoa de uma pessoa sem sonhos.

E eu percebi que precisava ajudá-lo. Percebi que queria ajudá-lo a recuperar a felicidade. Não seria eu se não o fizesse.

– Aqui toma. – ele disse me entregando os livros, mas eu me mantive em silêncio. – Tchau.

Saiu sem me dar a chance de agradecê-lo, entretanto eu mantive meu olhar cravado em suas costas cobertas pelo moletom. Simplesmente não conseguia desviar, estava presa.

Presa a aquele garoto sem sonhos no olhar, mas que, com a minha ajuda, sonharia novamente.