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História Trono de vidro (Hiatus) - Capitulo 5


Escrita por: PerroutAu

Notas do Autor


2 Capítulos direto do Forno!!!
Amanhã tem Mais 2!!!

Capítulo 6 - Capitulo 5


₪~ 박 지민 ~₪

₪~ Park Jimin ~₪

Jimin afastou alguns fios de cabelo rebeldes que lhe caíam pela face e permitiu que o conduzissem até a clareira. Se quisesse se libertar, teria de passar por Yoongi primeiro. Se estivessem sozinhos, talvez ele tentasse fugir, embora as correntes dificultassem o intento; mas com um grupo de guardas treinados para matar sem hesitar...Yoongi se manteve perto de Jimin enquanto a fogueira era acesa e a comida era retirada das caixas e dos sacos de suprimento. Os soldados rolaram toras para fazer pequenos círculos onde se sentavam enquanto os companheiros mexiam e fritavam a comida. Os cães do príncipe herdeiro, que tinham seguido fielmente o dono, aproximaram-se do assassino e se deitaram aos seus pés, com as caudas batendo. Pelo menos alguém apreciava a companhia de Jimin.

O assassino, que já estava faminta quando a comida finalmente foi trazida, irritou-se ainda mais com a demora do capitão em remover os grilhões. Após lançar um longo olhar de aviso na direção dele, Yoongi abriu as algemas e prendeu-as nos calcanhares de Jimin. Ele revirou

os olhos enquanto levava um pouco de carne à boca, mastigando devagar. A última coisa de que precisava era passar mal na frente deles. Enquanto os soldados conversavam entre si, começou a prestar atenção nos arredores. Jimin e Yoongi sentavam-se junto a cinco soldados. O príncipe, é claro, sentava-se com Kim em cima de tocos, longe dele. Jungkook fora arrogante e parecera divertir-se levianamente na noite anterior, mas agora exibia uma expressão grave enquanto conversava com o duque. O corpo inteiro do príncipe parecia tenso, e Jimin não deixou de notar o modo como ele trincava os dentes quando a Kim falava. Qualquer que fosse a relação entre os dois, não era cordial. Enquanto mastigava, Jimin desviou a atenção para as árvores que os cercavam. A

floresta se aquietara. As orelhas dos cães negros estavam erguidas, embora eles não parecessem incomodados com o silêncio. Até os soldados estavam quietos. O coração de Jimin bateu mais forte. A floresta era diferente ali. As folhas pendiam feito joias: gotinhas de rubi, pérola, topázio, ametista, esmeralda e granada; e um tapete dessas riquezas recobria o chão em volta deles. Apesar dos estragos das guerras de conquista, aquela parte da floresta de Carvalhal permanecia imaculada. E o lugar ainda reverberava com os resíduos do poder que outrora dera às árvores sua beleza

sobrenatural. Jimin tinha apenas 8 anos quando Kyungsoo, seu mentor e o rei dos Assassinos, o encontrara semissubmerso na margem de um rio congelado, levando-o para seu forte na fronteira entre Adarlan e Terrasen. Enquanto o treinava para se tornar seu assassino mais leal e competente, Kyungsoo jamais permitira que Jimin voltasse para seu lar em Terrasen. Mas ele ainda se lembrava da beleza do mundo antes que o rei de Adarlan ordenasse que a maior parte dele fosse queimada. Agora não havia mais nada lá para Jimin e jamais haveria.

Kyungsoo nunca dissera isso em voz alta, mas se ele tivesse recusado sua oferta para treiná-lo, ele o teria entregue para os que o desejavam morto. Ou pior. Jimin acabara de ficar órfão e mesmo com 8 anos já sabia que uma vida com Kyungsoo, com um nome novo que ninguém reconheceria – mas que algum dia todos temeriam – significava uma chance de recomeçar. De escapar do destino que a forçara a pular no rio gelado aquela noite, dez anos atrás.

– Floresta maldita... – rosnou um soldado de pele cor de oliva. Um soldado atrás dele deu uma risadinha. – Quando mais cedo queimarem isto, melhor. – Os outros soldados assentiram, e Jimin enrijeceu.

– Isto está cheio de ódio – comentou outro soldado.

– E o que vocês esperavam? – interrompeu Jimin. A mão de Chaol pousou rapidamente no cabo da espada, e os soldados se voltaram para ele, alguns deles fazendo caretas de pouco

caso. – Esta floresta não é igual às outras. – Ele apontou para as árvores com o garfo. – É a floresta de Brannon.

– Meu pai me dizia que esta floresta era cheia de fadas – disse um soldado. – Mas todas sumiram.

– Junto com os malditos feéricos -respondeu outro soldado, após morder uma maçã.

– Nós nos livramos deles, não foi? – perguntou um terceiro.

– Cuidado com a língua – repreendeu Jimin. – O rei Brannon era do povo feérico, e Carvalhal ainda é dele. Eu não me surpreenderia se as árvores ainda se lembrassem dele.

Os soldados riram.

– Essas árvores teriam de ter uns dois mil anos de idade! – disse um deles.

– Feéricos são imortais – respondeu ele.

– Mas as árvores não são.

Irritada, Jimin balançou a cabeça e comeu outro bocado.

– O que você sabe sobre a floresta? – perguntou Yoongi, serenamente.

Será que estava zombando dele? Os soldados se inclinaram para a frente, prontos para rir.

Mas os olhos castanhos do capitão mostravam mera curiosidade.

Jimin engoliu a carne.

– Antes de Adarlan iniciar a conquista, esta floresta estava imersa em magia – respondeu ele em voz baixa, mas não de maneira servil.

Yoongi esperou que Jimin continuasse, mas ele nada disse.

– E...? – insistiu ele.

– E isso é tudo o que eu sei – respondeu ele, sustentando o olhar de Yoongi. Desapontados, os soldados voltaram a se concentrar na refeição.

Jimin estava mentindo, e Yoongi sabia disso. Ele sabia bastante sobre a floresta, sabia que os moradores dali eram do povo das fadas: gnomos, duendes, ninfas, goblins, mais nomes do que era possível enumerar ou lembrar. Todos governados por seus primos antropoides

maiores, os imortais feéricos – os habitantes e colonizadores originais do continente, os seres mais antigos de Erilea.

Com a corrupção crescente de Adarlan e a campanha do rei para caçá-los e executá-los, as fadas e os feéricos fugiram, procurando abrigo nos lugares intocados e ermos do mundo. O

rei de Adarlan proscrevera tudo: magia, feéricos e fadas; e removera os vestígios tão completamente que mesmo os que a carregavam no sangue chegavam a crer que a magia jamais existira e o próprio Jimin era um exemplo disso. O rei dissera que a magia era uma afronta à Deusa e a seus deuses; que manipular magia era uma imitação impertinente dos

poderes divinos. Embora o rei tivesse proibido a magia, a maioria das pessoas sabia da verdade: um mês após a proclamação, a magia desaparecera completamente, por conta própria. Talvez tivesse antecipado os horrores que se seguiriam. Jimin ainda sentia o cheiro das queimadas que se alastraram durante seu oitavo e nono anos de vida. O cheiro de livros queimando, repletos de conhecimento antigo, insubstituível,

os gritos de videntes e curandeiros sendo consumidos pelas chamas, as fachadas e locais sagrados demolidos, conspurcados e apagados da história. Muitos dos usuários de magia que não foram queimados terminaram como prisioneiros em Endovier, e a maioria não sobreviveu

lá. Já fazia tempo desde a última vez que Jimin contemplara os dons que perdera, embora a memória de suas habilidades assombrasse seus sonhos. Apesar da carnificina, talvez tivesse sido bom que a magia desaparecesse. Era algo perigoso demais para as pessoas sãs controlarem; e seus talentos talvez já a tivessem destruído àquela altura da vida.

A fumaça da fogueira fazia arder os olhos enquanto Jimin mastigava. Jamais esquecera as histórias sobre a floresta de Carvalhal, lendas de clareiras sombrias e terríveis, fontes profundas e serenas e cavernas cheias de luz e canto celestial. Mas aquilo agora eram apenas histórias e nada mais. Falar no assunto era procurar problemas.

Ele olhou para a luz do sol que se infiltrava entre as copas, para a maneira como as árvores balançavam ao vento, seus longos braços magros emaranhando-se uns nos outros.

Jimin conteve um calafrio.

Por sorte, o almoço acabou logo. As correntes voltaram para seus pulsos, e os cavalos, depois do descanso, voltaram a receber as cargas. As pernas de Jimin estavam tão enrijecidas, que Chaol teve de ajudá-la a subir no cavalo. Doía cavalgar, e o nariz dele também sofria com o contínuo cheiro de cavalo suado e excremento que vinha da frente do grupo.

O grupo seguiu viagem pelo resto do dia, e o assassino ficou em silêncio enquanto via a floresta passar. A tensão em seu peito recusou-se a abandoná-lo até finalmente deixarem a clareira brilhante para trás. O corpo de Jimin doía quando por fim pararam para passar a noite. Ele nem tentou falar durante o jantar, nem se importou quando montaram sua pequena tenda com guardas postados do lado de fora. Jimin teve permissão para dormir, ainda acorrentada a um dos guardas. Teve um sono sem sonhos e ao acordar não conseguiu acreditar no que via.

Pequenas flores brancas tinham sido deixadas ao pé da cama improvisada, e pegadas miúdas como de crianças formavam um rastro para dentro e para fora da tenda. Antes que alguém entrasse, Jimin passou o pé sobre as pegadas, apagando-as, e enfiou as flores em uma sacola próxima.

Embora ninguém tivesse mencionado mais nada sobre fadas pelo resto da viagem, Jimin passou a examinar com afinco o rosto dos soldados para detectar algum sinal de que eles teriam visto algo estranho. Ele passou a maior parte do dia seguinte com as mãos suadas e o

coração acelerado, mantendo sempre a atenção nos bosques que passavam.

₪~ 전 정국 ~₪

₪~ Jeon Jungkook ~₪



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