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História Trono de vidro (Hiatus) - Capítulo 8


Escrita por: PerroutAu

Capítulo 9 - Capítulo 8


₪~박지민~₪

₪~Park Jimin~₪

Jimin caminhava por um salão de mármore com o terno flutuando como uma onda púrpura e branca. Yoongi andava ao lado dele, uma das mãos sobre o punho da espada.

– Tem alguma coisa interessante no final deste salão?

– O que mais você quer ver? Nós já vimos os três jardins, os salões de baile, as salas históricas e as vistas mais belas do castelo de pedra. Se você se recusa a entrar no castelo de vidro, não há mais nada para visitar.

Jimin cruzou os braços. Tinha convencido o homem a fazer um tour com ele, com a desculpa de estar muito entediado, quando na verdade havia usado cada momento para planejar uma dúzia de rotas de fuga a partir do quarto. O castelo era velho e a maioria dos salões e escadarias não dava em lugar algum. A fuga exigiria planejamento. Mas com o início da competição na manhã seguinte, o que mais Jimin poderia fazer? E qual maneira seria melhor para se preparar para um desastre em potencial?

– Não entendo por que você se recusa a entrar no anexo de vidro – prosseguiu Yoongi. – Não há diferença entre os interiores. Você nem saberia que estamos nele, a não ser que alguém dissesse ou você olhasse pela janela.

– Só um idiota entraria numa casa feita de vidro.

– É tão forte quanto aço e pedra.

– Até a hora em que alguém um pouco acima do peso entrar e a coisa toda desmoronar.

– Isso é impossível.

Só de pensar em pisar em um chão de vidro, Jimin tremia.

– Não há um viveiro ou uma biblioteca que possamos visitar?

Passaram por um grupo de portas fechadas. Um leve som de conversa chegou aos ouvidos dos dois, junto com uma harpa sendo tocada gentilmente.

– O que há aí dentro?

– A corte da rainha.

Yoongi segurou Jimin pelo braço e conduziu-a pelo corredor.

– Rainha YoungSun?

Ele realmente não fazia ideia do valor da informação que deixara escapar.

– Sim, rainha Jeon Youngsun

– A Jovem princesa está em casa?

– Soyeon? Ela está na escola.

– E ela é tão bonita quanto o irmão mais velho? – Jimin deu um sorriso sarcástico ao ver a tensão de Yoongi. Era conhecimento geral que a princesinha de 10 anos era mimada e perversa, por dentro e por fora, e Jimin se lembrou de um escândalo que eclodira alguns meses antes de sua captura. Jeon Soyeon, ao encontrar seu mingau de aveia queimado, espancou uma das servas com tanta intensidade que foi impossível esconder o fato. A família da mulher foi subornada, e a jovem príncesa foi mandada para uma escola nas montanhas. Mas é claro que todos ficaram sabendo. A rainha Youngsun se recusou a receber convidados por um mês.

– Soyeon crescerá e será digna de sua linhagem – resmungou Yoongi.

Jimin prosseguiu, vendo a corte se afastar. Ficaram em silêncio por alguns minutos até ouvirem uma explosão próxima, depois outra.

– Que barulho horrível é esse? – perguntou Celaena. O capitão a levou por várias portas de vidro e apontou para cima ao entrarem em um jardim.

– A torre do relógio – esclareceu, olhando maravilhado o relógio que terminava seu grito de guerra. Jimin nunca ouvira sinos como aqueles.

No meio do jardim, erguia-se uma torre feita de pedras negras. Duas gárgulas de asas abertas estavam empoleiradas em cada um dos quatro relógios, rosnando silenciosamente para os que passavam abaixo.

– Que coisa horrenda – sussurrou ele. Os números pareciam pinturas de guerra na face branca do relógio. Os ponteiros eram como espadas que varriam a superfície perolada.

– Quando eu era criança, não tinha coragem de chegar perto – admitiu Yoongi.

– Você esperaria uma coisa dessas perto dos portais de Wyrd, não em um jardim. Quantos anos tem?

– O rei mandou construí-lo na época em que Jungkook nasceu.

– O rei atual? – Yoongi assentiu. – Por que ele construiria uma coisa tão bizarra?

– Ande – disse ele, virando-se e ignorando a pergunta de Jimin. – Vamos embora.

Jimin examinou o relógio por mais um segundo. O dedo grosso e retorcido da gárgula apontava na direção dele. Jimin podia jurar que a boca da criatura havia se aberto mais. Ao seguir Yoongi, percebeu uma pedra diferente no pavimento.

– O que é isso?

Yoongi parou.

– O que é o quê?

Ele apontou para a marca entalhada na pedra. Era um círculo com uma linha vertical que o cortava ao meio e se estendia além das bordas. As duas extremidades da linha eram setas, uma apontava para cima e a outra, para baixo.

– O que é essa marca no chão?

Yoongi deu a volta e parou ao lado de Jimin.

– Não tenho a menor ideia.

Jimin examinou a gárgula novamente.

– Ela está apontando para isto. O que esse símbolo significa?

– Significa que você está desperdiçando meu tempo – respondeu ele. – É provavelmente um tipo de relógio solar decorativo.

– Existem outras marcas como esta?

– Se você procurar, tenho certeza de que vai achar.

Jimin se permitiu ser arrastado do jardim, para longe da sombra da torre do relógio, entrando nos corredores de mármore do castelo. Por mais que tentasse e se afastasse, não conseguia se livrar da sensação de que os olhos horrendos das criaturas ainda a estavam seguindo.

Os dois prosseguiram pela cozinha, que era uma bagunça de gritos, nuvens de farinha e fogões acesos. Depois disso, chegaram a um grande corredor, vazio e silencioso, exceto pelas passadas. Jimin parou de repente.

– O que é aquilo? – sussurrou ela, e apontou para um par de portas de carvalho de 6 metros de altura; os olhos de Jimin se arregalaram diante dos dragões que saíam das paredes de pedra dos dois lados. Eram dragões de quatro pernas, não como as malignas serpentes aladas bípedes que estampavam o selo real.

– A biblioteca.

As duas palavras a atingiram como um raio.

– A... – Jimin olhou para as maçanetas em forma de garra. – Nós podemos... Podemos entrar?

O capitão da guarda abriu as portas com relutância, os músculos das costas dele se tensionaram ao empurrar o carvalho ancestral. Comparado com o corredor ensolarado, o interior parecia incrivelmente escuro, mas quando Jimin entrou, pôde ver os candelabros e o chão preto e branco de mármore, grandes mesas de mogno com cadeiras de veludo vermelho, uma fogueira fraca, mezaninos, pontes, escadas, corrimãos e livros... livros, livros e mais livros.

Jimin entrava em uma cidade feita de papel e couro. Ela levou a mão ao coração. Para o inferno com rotas de fuga.

– Eu nunca vi... quantos livros existem aqui?

Yoongi deu de ombros.

– Da última vez que alguém se deu ao trabalho de contar, havia um milhão. Mas isso foi há duzentos anos. Hoje, eu diria que deve haver mais do que isso, especialmente considerando a lenda de que há uma segunda biblioteca subterrânea, nas catacumbas e nos túneis.

– Mais de um milhão? Um milhão de livros?

O coração de Jimin saltitava e dançava, e ele abriu um sorriso.

– Eu morreria antes de conseguir ler a metade de tudo isso.

– Você gosta de ler?

Jimin levantou uma sobrancelha.

– Você não?

Sem esperar uma resposta, Jimin caminhou pela biblioteca, arrastando a ponta do terno pelo chão. Aproximou-se de uma prateleira e leu os títulos dos livros. Não reconheceu nenhum deles.

Sorrindo, o assassino girava e corria pelo piso principal, passando as mãos pelos livros empoeirados.

– Eu não sabia que assassinos gostavam de ler – gritou Chaol.

Se ele morresse agora, seria totalmente feliz.

– Você disse que veio de Terrasen. Já visitou a Grande Biblioteca de Orth? Dizem que é duas vezes maior do que está e costumava guardar todo o conhecimento do mundo.

Jimin parou de olhar para a pilha que estava estudando e se virou.

– Sim – admitiu. – Quando eu era bem jovem. Mas nunca me deixaram explorar o lugar, os Mestres Eruditos temiam que eu pudesse arruinar algum manuscrito valioso.

Jimin jamais voltara à Grande Biblioteca. Imaginou quantos daqueles trabalhos inestimáveis não teriam sido destruídos por ordem do rei de Adarlan quando declarou a magia como ilegal. Pelo modo como Yoongi disse “costumava ser” com um tom de tristeza, ele deduziu que muita coisa se perdera. Porém, parte de Jimin guardava a esperança de que aqueles Mestres Eruditos tivessem contrabandeado muitos dos livros inestimáveis para um lugar seguro e que, quando a família real foi assassinada e o rei de Adarlan invadiu a cidade, os velhotes tivessem tido o bom-senso de começar a esconder dois mil anos de ideias e conhecimento.

Um vazio se abriu dentro de Jimin. Com vontade de mudar de assunto, ela perguntou:

– Por que nenhum de vocês está aqui?

– Guardas são inúteis em uma biblioteca.

Ora, como ele estava errado! Bibliotecas estavam cheias de ideias. Talvez as mais perigosas e poderosas armas.

– Estava me referindo aos outros nobres.

Yoongi encostou em uma das mesas, a mão ainda na espada. Pelo menos um deles se lembrava de que estavam sozinhos na biblioteca.

– Leitura está um pouco fora de moda, ao que parece.

– Bem, sobra mais para eu ler então.

– Ler? Estes livros pertencem ao rei.

– É uma biblioteca, não é?

– É propriedade do rei e você não é de origem nobre. Precisa de permissão dele ou do príncipe.

– Duvido muito que deem falta de um ou dois livros.

Yoongi suspirou.

– Está tarde. Eu estou com fome.

– E daí? – perguntou Jimin. O capitão resmungou e praticamente arrastou-o da biblioteca. Após um jantar solitário, no qual calculou todas as rotas de fuga e como poderia conseguir mais armas, Jimin caminhou pelos cômodos. Onde os outros competidores eram mantidos? Será que teriam acesso a livros, se quisessem? Jimin afundou em uma cadeira. Estava cansado, mas o sol acabara de se pôr. Em vez de ler, poderia tocar piano, mas... bem, já fazia algum tempo que não ensaiava e não sabia se suportaria o som de suas tentativas desajeitadas. Passou um dedo em uma faixa de seda do Terno. Tantos livros e ninguém para lê-los. Uma ideia surgiu de repente, e Jimin se levantou rapidamente, sentando-se à escrivaninha com um pedaço de pergaminho. Se o capitão Min insistia em burocracias, ele lhe daria de sobra. Molhou a pena no pote de tinta e a segurou sobre o papel.

Como era esquisito segurar uma pena! Jimin traçou as letras no ar. Não era possível que tivesse esquecido como escrever. Os dedos se moviam estranhamente ao tocar o papel, mas ele escreveu seu nome com cuidado e o alfabeto três vezes. As letras eram irregulares, mas Jimin conseguiria. Puxou outro pedaço de papel e começou a escrever.

Alteza,

Chegou ao meu conhecimento que sua biblioteca não é uma biblioteca, mas uma coleção pessoal da qual só você e seu estimado pai podem usufruir. Porque muitos entre seu milhão de livros parecem atuais e subutilizados, rogo-lhe permissão para me emprestar alguns, para que recebam a atenção merecida. Visto que estou privado de companhia e de entretenimento, esse ato de bondade é o mínimo que alguém de sua importância poderia fazer por uma criatura tão baixa e desprezível como eu.

Atenciosamente,

Park Jimin

Jimin sorriu para o bilhete e confiou-o à serva com a melhor aparência que pôde encontrar, com instruções específicas de que fosse entregue imediatamente ao príncipe herdeiro. Quando a mulher retornou, meia hora depois, com uma pilha de livros sob os braços, Jimin soltou uma gargalhada e pegou um bilhete que vinha sobre a coluna formada por capas de couro.

Meu querido assassino,

Junto deste vão sete livros de minha coleção pessoal, os quais li recentemente e dos quais gostei bastante. É claro que você está autorizado a ler quantos livros da biblioteca do castelo quiser, mas ordeno que leia primeiro estes, para que possamos discuti-los. Prometo que não são tediosos, pois não tenho o hábito de perder tempo com páginas sem sentido e falas pomposas, mas talvez você goste dos trabalhos de autores que têm a si mesmos em alta estima.

Carinhosamente,

Jeon Jungkook

Jimin gargalhou novamente e recolheu os livros dos braços da mulher, agradecendo-a pelo trabalho. Entrou no quarto, fechando a porta com um coice, e caiu na cama, espalhando os livros na superfície. Não reconheceu nenhum dos títulos, mas um dos autores era familiar. Escolhendo o que lhe parecia mais interessante, Jimin deitou-se de costas e começou a ler.

[...]

Jimin acordou na manhã seguinte com o maldito barulho do relógio da torre. Meio acordado, ele contou as badaladas. Meio-dia. Sentou-se. Onde estava Yoongi? Mais importante, e a competição? Não deveria ter começado naquele dia? Jimin saltou da cama e verificou os aposentos, esperando encontrá-lo sentado na cadeira com a mão na espada. Não estava lá. Ele colocou a cabeça para fora do corredor, mas os quatro guardas apenas seguraram as armas. Então caminhou até a varanda, ouviu as bestas dos guardas sendo carregadas e colocou as mãos no quadril para observar o dia de outono.

As árvores do jardim eram douradas e marrons, com metade das folhas já caídas no chão. Ainda assim, o dia estava tão quente que poderia ser verão. Jimin sentou-se na grade e acenou para os guardas que apontavam as bestas para ele. Do outro lado do Forte da Fenda, era possível ver as velas dos navios, as carroças e as pessoas caminhando pelas ruas. Os tetos esverdeados da cidade brilhavam como esmeraldas ao sol. Jimin olhou novamente para os cinco guardas sob a varanda. Eles olharam de volta para Ele e baixaram as armas lentamente. O assassino sorriu. Poderia desacordá-los com alguns livros pesados.

Um som ecoou pelo jardim e os guardas procuraram a fonte. Três mulheres apareceram em um jardim próximo, entretidas em uma conversa. A maior parte das conversas que Jimin ouvira no dia anterior era totalmente tediosa, e ele não esperava muito das mulheres que se aproximavam. Vestiam roupas finas, mas a do meio, com cabelos negros, usava um vestido especialmente elegante. As saias vermelhas eram do tamanho de tendas e o corpete era tão apertado que Jimin se perguntou se a cintura da mulher teria mais de 40 centímetros. As outras eram loiras e usavam vestidos azuis, com véus combinando, dando a entender suas posições como damas de companhia. Jimin se afastou do parapeito quando as mulheres pararam próximo a fonte.

Do lugar onde estava, nos fundos da varanda, Jimin ainda podia enxergar a mulher de vermelho alisando a frente do vestido.

– Eu devia ter escolhido meu vestido branco – comentou ela, alto o suficiente para ser ouvida em todo o Forte da Fenda. – Jungkook gosta de branco. – Então arrumou uma das pregas da saia. – Mas aposto que todas estarão de branco.

– Devemos trocar, minha senhora? – perguntou uma das loiras.

– Não – rebateu a mulher. – Este vestido está ótimo, por mais velho e desajeitado que seja.

– Mas... – começou a outra loira, então parou quando a cabeça de sua mestra virou-se rápido. Jimin se aproximou do parapeito novamente e observou. O vestido sequer parecia velho.

– Não vai demorar muito para que Jungkook convide-me para uma audiência particular.

Jimin debruçou-se no parapeito. Os guardas estavam observando as três mulheres, mas por razão completamente diversas.

– Embora fique preocupada com o quanto a corte de Kim possa interferir; mas eu realmente adoro aquele homem por me convidar para o Forte da Fenda. Meu Pai deve estar se revirando no túmulo! – A mulher pausou, então disse: – Imagino quem será ele.

– Seu Pai, minha senhora?

– O garoto que o príncipe trouxe ao Forte da Fenda. Ouvi dizer que ele viajou por toda Erilea para encontrá-lo e que ele entrou na cidade montada no cavalo do capitão da guarda. Não soube mais nada. Nem o nome dele.

As duas mulheres ficaram um pouco para trás e trocaram olhares exasperados, o que informava à assassina que aquela conversa havia acontecido várias vezes antes.

– Não preciso me preocupar – refletiu a mulher. – O prostitutazinho do príncipe não será bem recebido.

O o que dele?

As damas de companhia pararam sob a varanda, piscando para os guardas.

– Preciso do meu cachimbo – murmurou a mulher, massageando as têmporas. – Sinto que ficarei com dor de cabeça em breve. –Jimin levantou a sobrancelha. – Independentemente disso – continuou a mulher, afastando-se –, tenho de me cuidar. Talvez precise até...

CRASH!

A mulher gritou, os guardas se viraram com as bestas apontadas, e Jimin olhou para o céu antes de se afastar do parapeito para a sombra da varanda. O vaso de flores não acertara. Desta vez.

A mulher xingou tão efusivamente que Jimin precisou colocar uma das mãos sobre a boca para impedir o riso. As servas arrulharam enquanto limpavam lama da saia e dos sapatos da mulher.

– Fiquem quietas! – falou a nobre. Os guardas foram sábios e não deixaram transparecer a risada. – Fiquem quietas e andem!

As mulheres se apressaram para sair dali enquanto a prostituta do príncipe se retirava para seus aposentos e chamava as servas para vesti-la com o traje mais fino que pudessem encontrar.

₪~전정국~₪

₪~Jeon Jungkook~₪



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