História Trouble - Thank You

~ Lucy Povs ~

**

_ Papai, cheguei. – E lá estava ele, como sempre trabalhando.

_ Óh Lucy querida, bem vinda. – Sorrio colocando a bolsa no sofá. _ Como foi o colégio?

_ Bem. – Me aproximo da geladeira e abro a porta procurando algo para comer. Estava faminta. Pego um pedaço de lanche natural de ontem e como. Me aproximo dele. _ O que está fazendo dessa vez?

_ Bolo mármore. – Arqueio as sobrancelhas.

_ O que é isso? – Ele aponta para a massa que ainda estava sendo feita.

_ Logo você verá. – E me dá aquele sorriso que alegrava meu dia.

Minha mamãe Layla morreu há 5 anos, então éramos só eu e meu papai Jude.

Ele trabalhava em um escritório renomeado como consultor contábil, mas decidiu largar tudo e se tornar padeiro e confeiteiro trabalhando em casa. Ele fez isso por mim, pois quando trabalhava ficava pouco em casa, e sem a minha mamãe aqui eu iria me sentir solitária. Então tê-lo ao meu lado sempre me deixava feliz.

_ Vou lá em cima estudar um pouco.

_ Daqui a pouco farei um lanchinho da tarde para você. – Sorrio.

_ Certo. – E subo as escadas que davam acesso ao meu quarto.

Deito na cama e olho para meu pulso que ainda estava vermelho.

Natsu havia segurado com força.

_ Espero que não fique marcado. – Massageio.

Quem aquele garoto pensava que era? Tsc. Eu estava irritada, muito irritada. Mas algo era maior que a irritação... o medo.

Aquele olhar que ele me deu me deixou aterrorizada. Estava com medo de ser perseguida por ele.

_ Droga! Por que fui olhar justo aquela hora? – Se isso não tivesse acontecido ele nem saberia da minha existência.

[...]

_ Bom dia Lu-chan. Nossa, que cara é essa? – Bocejo e olho para Levy.

Por causa do que aconteceu ontem demorei para conseguir dormir, então estava com olheiras enormes.

_ Noite mal dormida.

_ O que ficou fazendo? Vendo TV até tarde?

_ Apenas não consegui dormir. – Sorrio. _ Mas hoje recupero meu sono.

_ Nada de dormir durante a aula hein.

_ Eu não farei isso. – Abro o armário de sapatos e encontro um pedaço de papel dentro de um dos meus sapatos.

_ Mais um? Nossa. – Suspiro.

_ Até quando isso vai continuar?

_ Até você arranjar um namorado.

_ Eu não vou fazer isso.

_ Então vai continuar recebendo bilhetes até não querer mais. – Coloco o bilhete no bolso do meu casaco. _ Não vai ler?

_ Depois.

_ Ah, mas eu também quero ver.

_ Curiosa.

~ TRIM TRIM ~

_ Vamos para a aula.

_ Hai.

**

_ Pessoal, agora um recado para todos vocês. – O Sensei nos encara. _ Ultimamente a violência está crescendo, principal ao redor do colégio. Estamos tomando as medidas para que isso não aconteça mais, porém as imediações do colégio não são de nossa responsabilidade. Peço que tomem cuidado ao vir ao colégio, e principalmente ao sair, pois estará mais escuro. Ontem tivemos um aluno que foi agredido e está no hospital. Então fiquem atentos, e não se envolvam com pessoas estranhas.

Ele estava falando do Haku.

_ Hai Sensei. – Todos dizem juntos.

~ TRIM TRIM ~

_ Por hoje é só isso. Estudem essa matéria, pois semana que vem teremos um teste oral. – Levy que não sentava perto da minha carteira se aproxima rapidamente.

_ Foi por causa daqueles delinquentes. – Sim Levy. Aquele recado era por causa do que tinha acontecido ao Haku, que foi espancado pelo Natsu e sua turma, e com certeza ele não foi a única vitima.

_ Pois é. – Me fingi de desentendida. _ E então, vamos?

_ Ah desculpe Lu-chan, eu preciso fazer um trabalho na biblioteca. Pode ir sem mim.

_ Levy é perigoso ir embora sozinha. Você ouviu o Sensei.

_ Não se preocupe, eu e o pessoal do meu clube vamos fazer esse trabalho e vamos embora juntos.

_ Okay. Mas tome cuidado hein. – Ela sorri.

_ Claro Lu-chan. Até amanhã.

_ Até. – E ela sai porta a fora.

Solto um longo suspiro. Estava sonolenta e cansada. Me levanto da cadeira e me direciono a saída.

Rapidamente chego aos armários de sapatos, e então lembro-me do bilhete de hoje cedo. O pego no bolso do meu casaco e leio.

**

“Olá Lucy-chan.

Me encontre após as aulas, atrás do ginásio. Estarei te esperando.

Venha!

E espero que aceite meus sentimentos.

Hiro.”

**

_ Ele está me intimando? – Sussurro para mim mesma. Mas deixa-lo esperando seria ruim. Melhor ir lá e terminar isso.

**

Chegando ao local e vejo um garoto, ele estava olhando em minha direção e ao ver que era eu acena e sorri. Ele usava óculos, mas ainda sim era bem bonito. Aceno por educação e me aproximo.

_ Então você veio Lucy-chan.

_ Sim. Hiro-san? – Ele assenti com a cabeça.

_ Já sabe o que quero dizer?

_ Acho que sim. Me desculpe Hiro-san eu--- - Na mesma hora me calo ao ver um enorme buquê de rosas estendidas para mim.

_ Sei que recebe várias declarações, e também sei que rejeita todas, mas eu não podia ficar sem fazer nada. Eu me apaixonei por você desde que te vi na cerimônia de abertura. Você é linda, inteligente e legal, é perfeita. Eu não estou te pedindo em namoro, quer dizer, ainda não, agora eu só quero que aceite sair comigo para nos conhecermos melhor e--- - Eu tinha que para-lo.

_ Me desculpe Hiro-san. E-Eu vim até aqui para lhe agradecer e dizer que não tenho interesse. Me desculpe mesmo. – Droga, eu sou a pior. Ele parece ser um garoto tão bom, e cá estou eu pisando em seus sentimentos. Mas como posso aceitar sair com uma pessoa que acabei de conhecer? Isso é impossível para mim. No momento meu coração pertence à apenas uma pessoa.... e pelo jeito sempre vai pertencer, mesmo que ele não saiba nem da minha existência...

_ Tsc. Eu gastei uma grana nessas flores. – E o buquê é jogado ao chão com força, destruindo várias flores. Olho assustada para o garoto a minha frente. Ele estava diferente. Seus olhos me encaravam com raiva. _ Você acha que é melhor que os outros? Sempre negando todos, e o pior, sempre se desculpando.

_ Não Hiro-san eu--- - Meu braço é puxado com força me fazendo cambalear para frente, quase indo ao chão, mas vou de encontro a ele, que em seguida me pega pelos ombros e me faz encara-lo.

_ Muitas meninas já se confessaram para mim. Eu sou muito popular, sabia? E você aqui me esnobando. Você é uma idiota, e vai ter que aprender uma lição para parar de ser tão medíocre. – Arregalo meus olhos e tento sair de seus braços, mas ele era mais forte.

_ M-Me solte! – Mas aquele sorriso no canto de sua boca mostrou que ele não iria me soltar. Eu já estava aflita.

Levy!! Por favor, me ajude!

_ Que tal irmos até o banheiro atrás do ginásio? Vai ser ótimo para ficarmos a sós.

_ Hiro-san me solte! – Minha boca é tampada por sua mão, me impedindo de falar. Eu já estava desesperada. _ HMMMM HMMM!!

_ Pode gritar, ninguém vai te ouvir. – E meu corpo começa a ser puxado para o banheiro que ficava próximo da onde estávamos.

Eu precisava sair dali, precisava correr longe desse menino. Mas ele era forte demais, ou eu que era fraca demais. Não conseguia me soltar.

_ HMMMM!! HMMM!! – Já estava chorando. Eu estava com medo!

_ Solte ela. – Ao ouvir uma voz bem atrás de mim me viro rapidamente para olhar quem era. E era a ultima pessoa que eu queria ver... Hiro tira sua mão de minha boca. _ Óh, loirinha?

_ N-Natsu... – Ele me encara.

_ Quem é esse? Seu namorado? – Nego com a cabeça.

_ P-Por favor, me ajud---- - E minha boca é tampada novamente.

_ CALA A BOCA!! – Hiro encara Natsu que olhava tudo com normalidade. _ E você, o que quer? Isso não tem nada a ver com você! Saia daqui!

_ O que vai fazer com ela?

_ Isso não te interessa! – Natsu coça sua nuca, parecia impaciente.

_ Solte ela logo.

_ Ou o que? Vai tirar elas dos meus braços? Ela vai ser minha namorada, por bem ou por mal! – Arregalo os olhos de medo. Aquele garoto estava louco! Meus olhos derramavam grossas lágrimas. Olho para Natsu, quase suplicando para que me ajudasse.

_ Só não façam muito barulho. Tô tentando dormir aqui. – Meu coração para no mesmo instante, e começo a tremer.

Ele não ia me ajudar?

Apenas iria ver e talvez rir do meu sofrimento...?

Me entrego de vez ao choro.

Que tipo de pessoa vê alguém pedindo ajuda e não faz nada?

Ahh, eu sou esse tipo de pessoa. Vi o Haru apanhando e não fiz nada, simplesmente dei as costas e fugi. Então esse era o meu castigo...

Por favor, alguém me ajude....

_ Ótimo, agora dê as costas e vá embora, e finja que não viu nada ou--- - Mas um vulto corre em direção ao garoto que me segurava e o faz ir ao chão na mesma hora, me levando junto com ele. Bato a testa no chão, mas aquilo pouco importava. Eu estava livre dos braços do Hiro. Me levanto rapidamente e me afasto dele, e só então pude ver quem era o tal vulto.

_ N-Natsu.... – Era ele, que me olha e sorri.

_ Achou mesmo que eu não ia fazer nada? – Ele pega Hiro pela gola e o acerta em cheio com um murro. _ Atacar uma garota só por que ela não quis sair com você? Você é nojento cara. – E lhe acerta outro murro, já deixando sua face inchada e seu nariz sangrando. _ Seu babaca.

E vários socos foram dados em sequência, deixando Hiro inconsciente.

Natsu se afasta dele e vem na minha direção.

Tremo ao vê-lo se aproximando.

_ O que você é? Um imã ambulante de garotos problemáticos? Tem que tomar cuidado garota, imagine só se eu não estivesse aqui. Ele realmente teria te estuprad--- - Mas ele se cala na mesma hora, e eu já sabia o motivo.

Era por causa do meu choro.

Eu não conseguia parar te chorar. Estava aliviada, triste, magoada... Um verdadeiro turbilhão de sentimentos.

E estava principalmente grata a pessoa a minha frente, que me olhava um pouco assustado.

_ O-Oe?

_ O-Obrigada Natsu. Obrigada... – Tento secar as lágrimas, mas outras logo se derramavam. _ E-Eu estava com tanto medo. Obrigada. – Ele desvia o olhar a coça a cabeça.

_ Tsc. Pare de dizer obrigado. – Ele leva sua mão a minha testa e afasta minha franja. _ Você tem que ir a enfermaria. – Era a minha testa, que estava sangrando depois de ter batido com ela no chão.

_ Certo. Eu vou. – Pego minha bolsa que estava no chão e dou uma ultima olhada no Hiro que ainda estava inconsciente. Seu rosto estava totalmente inchado e seus óculos quebrado.

Ao olhar para trás não o vejo mais. Natsu já tinha ido embora.

Sorrio de canto.

Ele era a ultima pessoa que eu queria ver, mas nesse momento sou grata a ele.

**

~ Natsu Povs ~

_ Não Hiro-san eu--- - Me levanto do banco irritado. Quem estava fazendo barulho justo aqui?

_ Merda. Está atrapalhando meu sono. – Bocejo e me levanto a procura das pessoas responsáveis por aquele barulho.

Chego próximo ao ginásio e vejo um casal ali.

Um garoto de óculos e uma garota loira.

O garoto estava segurando a garota pelos ombros, e parecia estar muito bravo. A garota estava de costas, então não consegui ver seu rosto.

_ Muitas meninas já se confessaram para mim. Eu sou muito popular, sabia? E você aqui me esnobando. Você é uma idiota, e vai ter que aprender uma lição para parar de ser tão medíocre. – Ela se balança tentando sair dos braços do garoto, mas não consegue.

_ M-Me solte! – Sua voz mostrava que ela estava com medo.

_ Que tal irmos até o banheiro atrás do ginásio? Vai ser ótimo para ficarmos a sós.

_ Hiro-san me solte! – O garoto tampa sua boca. _ HMMMM HMMM!! – Sorrio de canto. Já tinha entendido o que estava acontecendo.

_ Pode gritar, ninguém vai te ouvir. – Então ele começa a quase arrastar a garota.

_ HMMMM!! HMMM!! – Ela parecia estar chorando.

Eu não iria mais aguentar ficar assistindo aquilo.

_ Solte ela. – Na mesma hora a garota se vira, e finalmente pude ver seu rosto. O garoto tira a mão de sua boca. _ Óh, loirinha?

_ N-Natsu... – Como ela sabia meu nome? Tsc. Não importa.

_ Quem é esse? Seu namorado? – Ela nega desesperadamente com a cabeça.

_ P-Por favor, me ajud---- - Mas sua boca é tampada novamente.

_ CALA A BOCA!! – O garoto me encara. _ E você, o que quer? Isso não tem nada a ver com você! Saia daqui!

_ O que vai fazer com ela?

_ Isso não te interessa! – Coço a cabeça, já estava ficando irritado e impaciente.

_ Solte ela logo.

_ Ou o que? Vai tirar elas dos meus braços? Ela vai ser minha namorada, por bem ou por mal! – Ela arregala os olhos e chora ainda mais, me encarando em seguida. Ela implorava por ajuda.

_ Só não façam muito barulho. Tô tentando dormir aqui. – Ela me olha ainda mais surpresa e se entrega de vez ao choro.

_ Ótimo, agora dê as costas e vá embora, e finja que não viu nada ou--- - Mas claro que eu jamais faria isso. Então foi só vê-lo com a guarda baixa que corro em sua direção e lhe acerto um murro, fazendo-o ir ao chão junto com a loirinha. Ela se levanta rapidamente e me encara assustada.

_ N-Natsu.... – Sorrio.

_ Achou mesmo que eu não ia fazer nada? – Pego o garoto pela gola e lhe acerto um soco. _ Atacar uma garota só por que ela não quis sair com você? Você é nojento cara. – Mais um soco. _ Seu babaca.

E após vários socos o garoto já estava inconsciente.

Me afasto do garoto e me aproximo da loirinha, que treme ao me ver.

_ O que você é? Um imã ambulante de garotos problemáticos? Tem que tomar cuidado garota, imagine só se eu não estivesse aqui. Ele realmente teria te estuprad--- - Mas minha boca se cala na mesma hora, ao ver as lágrimas escorrendo pelo seu rosto e seu choro alto._ O-Oe?

_ O-Obrigada Natsu. Obrigada... E-Eu estava com tanto medo. Obrigada. – Desvio o olhar e coço a cabeça. Era raro alguém me agradecer por algo.

_ Tsc. Pare de dizer obrigado. – Levo sua mão a sua testa e vejo o machucado que fez ao bater sua testa no chão quando derrubei o garoto. _ Você tem que ir a enfermaria.

_ Certo. Eu vou. – Ela pega sua bolsa e encara o garoto inconsciente no chão. Aproveito a deixa e saio dali.

_ Droga, eu ainda não sei o nome dela... – Sorrio de canto.

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