História Trouble boy (Imagine Inosuke Hashibira) - Oh não

Ainda sentados no banquinho do terraço e esperando o intervalo acabar, eu provoco Inosuke enquanto o maior estava totalmente emburrado, ainda por conta do band-aid da Hello Kitty. 

— Quer um abraço, nenénzinho? — Levo minhas mãos até minha cintura enquanto me levanto do banquinho. 

— Sai daqui!

Eu ignoro sua fala e vou até ele, o abraçando com firmeza enquanto ele se debate quase me derrubando. 

— Sai de mim capeta!!!

...

Já estava em casa. Hoje Tanjiro iria passar aqui para fazermos uma atividade em dupla que o professor Tomioka havia passado. 

Eu estava sentada no puff do meu quarto enquanto o ruivo estava na escrivaninha, pensando no que escrever, enquanto eu estava meio inquieta com a mente em um só lugar, que era em qualquer lugar que eu estivesse com Inosuke. 

Oh não. Não, não, não. 

O sentimento, o maldito sentimento. Era paixão?

Era sim. 

Conheço muito bem esse sentimento que pode ser tanto sua salvação quanto a sua desgraça, e obviamente no meu caso seria a minha desgraça. 

Gostar de Inosuke Hashibira, sério mesmo? É mais fácil se apaixonar por uma porta do que por aquele maldito moreno. 

Eu estava me questionando quando foi que isso aconteceu, quando foi que eu simplesmente não consegui mais tirar ele da minha cabeça? 

Maldição, maldição!

— (S/n)! — Tanjiro exclama, sem querer gritar, óbvio, mas já era a terceira vez que ele estava me chamando e eu nem ao menos estava ouvido. 

— Hm? — Olho diretamente para ele. 

— O que acha que é ser forte? — Ele bate seu lápis no papel que estava em cima da escrivaninha. 

Eu fiquei alguns segundos pensando em silêncio, até que me lembrei de uma frase que Inosuke me disse uma vez. “Não chore, mesmo que sinta arrependimento! Não importa o quão miserável você esteja, quão envergonhado você esteja; você apenas tem que continuar vivendo!”. 

Citei a frase em voz alta, assim deixando até mesmo Tanjiro pensativo. Logo ele começou a anotar na folha da atividade, e em mais alguns poucos minutos estávamos totalmente livres de qualquer lição de casa. 

Eu estava distraída olhando para o teto do meu quarto, ainda pensando sobre Inosuke e como havia chegado naquela situação. 

— Você está bem? — Pergunta Tanjiro. — É difícil te ver tão distraída assim. — Ele me olha com preocupação. 

O que ele disse realmente é verdade, eu normalmente estou sempre em alerta ou comentando sobre coisas aleatórias. 

— Eu 'tô sim. — Sorrio tentando o tranquilizar. — Só estou um pouco pensativa. 

— Por quê?

— Eu não consigo tirar alguém da minha cabeça... — Desvio o olhar, criando coragem para admitir quem era. Respiro fundo e abaixo a cabeça. — Eu 'tô apaixonada pelo Inosuke-

— Como?! — Ele se exalta, quase pulando da cadeira da escrivaninha. 

— Eu também não sei!!

Realmente não faço ideia de como aconteceu, eu só me lembro de começar a me interessar mais por ele depois do nosso encontro repentino, depois de algumas semanas me aproximando mais dele, eu me vi viciada na companhia dele, simplesmente sentia falta do jeito maluco e imprevisível dele quando ele estava longe. E agora, eu simplesmente não consigo o tirar da minha cabeça, e isso é um maldito inferno. 

O maior problema é saber que não vai ser recíproco, não tem como. 

Inosuke é sempre seguro de si, orgulho pra caralho, meio selvagem e estupidamente forte, por que diabos ele iria se apaixonar?

As vezes eu acho que ele nem sabe o que é isso, e isso me deixa cada vez mais frustrada. 

Eu quero muito poder dizer a ele como eu me sinto, mas sei que se eu fizer isso, vou me machucar igual na oitava série. 

Estava deitada na minha cama, olhando para o teto enquanto conversava com Tanjiro. 

O ruivo parecia querer muito me ajudar com meu caso de paixonite pelo garoto com cara de egirl, mas nem mesmo ele sabia como fazer isso. 

— E se você se declarar pra ele no final da aula? — Sugere, provavelmente sem ter muita noção do que estava falando. 

Eu nego com a cabeça, pensando nas possibilidades de dar tudo errado. 

O que mais me deixa insegura e saber que a partir daqui nós nunca mais seremos os mesmos, quero dizer, claro que podemos sim continuar conversando normalmente após minha provável declaração estúpida, mas não tem como ser igual antes, simplesmente vou me sentir super desconfortável, além de provavelmente só fazer meus sentimentos por ele aumentarem, ele vai seguir agindo do jeito dele, sem notar que isso só vai estar me deixando pra baixo. 

Em resumo, se apaixonar por um amigo próximo é uma desgraça, e eu sei muito bem como qualquer um se sente perante essa situação. 

— E que tal no acampamento? — O ruivo olha para mim, seus olhinhos vermelho escuro carregavam uma grande dúvida sobre o que estava dizendo. 

— Olha... não é uma ideia tão ruim. — Sorrio para ele, pensando que talvez fosse até melhor, pois teria a semana inteira para me planejar e criar coragem e montar na minha cabeça o que dizer para aquele maldito garoto. 

— Vocês vão juntos no ônibus, não é? — Kamado questiona, mudando um pouco de assunto. 

— Eu não sei, por quê?

— Só queria saber. — Sorri gentilmente. — Eu vou com o Zenitsu, 'tá bem?

Assenti positivamente com a cabeça, embora não tenha entendido direito por que ele perguntou se estava tudo bem com aquilo, ele não tem a obrigação de questionar se eu concordo com as ações dele, como se eu pudesse o controlar, mas por outro lado, acredito que ele só queria parecer educado. 

— O Zeni deve estar bem triste que a Nezuko não vai poder ir pro acampamento, não é? — Eu me sento na cama e olho para Tanjiro. 

— Com certeza. Ela também está chateada por não poder ir. Eu prometi que no ano que vem quando ela estiver no primeiro, eu vou ir junto com ela. 

— Se o Zenitsu deixar. — Brinco, vendo o garoto cruzar os braços num gesto de reprovação. 

— Se ele ficar dando em cima da minha irmãzinha eu bato nele. — Isso soou tão fofo que me fez levantar automaticamente e apertar as bochechas de Tanjiro. 

— Que bonitinho. — Faço bico enquanto continuo apertando as bochechas do maior, o vendo corar com o gesto de aproximação. 

Tanjiro é realmente um fofo.