Nash Grier
- Eu vou querer panquecas - disse Alice olhando seu cardápio parecendo estar com uma dúvida terrível.
Franzi as sobrancelhas.
- Tem certeza? -perguntei estranhando a careta em sua cara.
Ela olhou para mim.
- Não - disse atormentada - A lasanha daqui parece ser ótima também.
Ri.
- Eu peço lasanha e você panquecas - falei - Assim você come os dois.
Ela sorriu infantilmente parecendo satisfeita.
- Tá bom - respondeu enquanto fazia o pedido.
Ignorei a parti de mim que explodiu em felicidade ao ver aquele sorriso. E saber que fui eu quem proporcionou ele, fez com que eu me sentisse absurdamente orgulhoso de mim mesmo. E saber que ela estava ali comigo só ajudava meu ego a inflar.
Eu e Alice estávamos em um restaurante para tentarmos achar uma solução para a briga de Matthew e Anna. Precisei ficar no mínimo dez minutos discutindo com ela para convence-la a virmos nesse lugar. Ela queria discutir isso lá na escola mesmo. Eu argumentei que lá era muito movimentado e que a qualquer momento Anna ou Matt poderiam nos ver, claro, ela quase me matou. No final eu consegui convence-la a ir ao maldito restaurante comigo, ela cedeu com a promessa de que se eu fizesse qualquer gracinha ela iria me socar até eu ver estrelas.
Eu sei, muito sensível da parte dela.
Alice veio o caminho inteiro com a cara emburrada enquanto eu parecia que tinha ganho na loteria. Eu tentava disfarçar meu sorriso mas era inútil, eu sorria convencido, já ela parecia prestes a ter um lapso e me esfaquear. Mas eu não me importava, ela estava ao meu lado e tudo parecia ótimo ao meu ver.
- O que você tem em mente? - perguntou Alice me tirando de meus devaneios.
- O que? - disse assustado.
Ela me olhou como se eu tivesse algum problema mental.
- Alguma idéia para ajudar o Espinosa e Anna?
- Ah, bem para ser sincero não - falei mexendo em minha garrafa d'água - Se eu tivesse não teria te chamado para vir aqui.
Ela me olhou brava, depois pareceu tentar pensar em algo.
- Ele pode pedir desculpas - falou por fim.
- Por que ela não pede desculpas? - disse bravo.
Alice suspirou alto.
- Porque ele é quem está errado!
- Ela espalhou que ele tem DST!
- Ele disse que eu sou a puta do Cameron - falou agora também irritada.
Passei a mão no cabelo e fitei seus olhos nervoso.
- Então é para você que ele deve desculpas, não a ela - falei - E outra, ela precisava jogar óleo nas coisas dele? Matt vai levar um mês para colocar a matéria em ordem!
Ela bateu a mão na mesa e gritou:
- Ele atropelou ela, Nash!
- Ele se arrependeu! - gritei também chamando a atenção das pessoas ali.
Ela sorriu.
- Ótimo, então ele pode falar isso para Anna e essa disputa ridícula acaba.
Eu ri.
- Eu tenho certeza que Matthew prefere comer merda do que pedir desculpa para ela.
- E então o que sugeri?
Dei de ombros.
- Sei lá - respondi entediado.
Ela se irritou de novo.
- Eu estou tentando arrumar uma solução, tem como você me ajudar?
Olhei para ela ofendido.
- Eu também estou tentando!
- Não, você está descartando a minha idéia - falou Alice apontando seu garfo para mim - Você é o melhor amigo dele, faça ele pedir desculpas!
Me exaltei.
- Você é melhor amiga dela também! Faça ela pedir desculpas!
Ela revirou os olhos.
- Eu não vou discutir essa história com você de novo! - falou brava.
- Ótimo! - falei também bravo.
Ficamos os dois em silêncio alguns minutos apenas encarando um ao outro.
- E se a gente trancasse os dois em um quarto e escondesse a chave? - sugeri depois do silêncio tenso.
Ela me olhou como se eu tivesse sugerido que ela tocasse fogo na própria casa.
- Você enlouqueceu? - perguntou - Eles vão se matar!
- Acho que você está sendo dramática - comentei.
Ela me encarou com tédio.
- E eu acho que você é um idiota - disse - Nem por isso fico jogando na sua cara.
Revirei os olhos.
Deus. Como Aline era chata, estava quase me esquecendo que eu estava malditamente na dela.
- Depois sou eu que ferro com as idéia dos outros - olhei para ver se o garçom já estava trazendo a comida enquanto me espreguiçava na cadeira.
- Só estou dizendo que não vai dar certo.
- Eu também estava dizendo que aquela ideia não ia dar certo sua hipócrita.
Ela revirou os olhos.
- Você estava hostilizando a minha idéia.
A encarei incrédulo.
- Não estava não.
Ela me olhou brava.
- Estava sim!
- Não estava não - teimei - Olhe, eu acho que a gente deveria tentar a minha idéia, eles não vão se matar! Pelo amor de Deus, Matthew é uma pessoa civilizada!
Nesse momento meu celular que estava na mesa tocou, o nome de Matt brilhou na tela.
Alice deu um sorriso irônico.
- Fala, Matt - atendi com o celular no ouvido.
- Eu vou matar a Anna - disse sem nem dar um oi. Educação mandou lembranças.
Olhei para Alice. Se ela escutasse isso provavelmente a única pessoa morta aqui seria o Matthew.
- O que aconteceu? - perguntei já receoso.
Alice me olhou curiosa.
- Vem me buscar agora! - falou nervoso.
Franzi as sobrancelhas.
- Agora não dá, cara.
- Nash, seu bastardo, venha agora!
- Por que esse desespero todo?
Olhei para Alice fazendo um gesto para indicar que estávamos indo embora, ela me olhou indignada e falou as palavras sem fazer som: E a comida?
Respondi do mesmo jeito: Depois você come.
Ela levantou brava e foi até o balcão para mandarem embalar a comida para viajem.
Sorri vendo ela falando com a atendente.
- Porque Anna é uma idiota! - falou Matthew do outro lado.
- O que você quer dizer? - me levantei e fui ajudar Alice com as sacolas, logo tirei o dinheiro da carteira e paguei a conta. Alice nem se ofereceu para pagar ou ficou toda agradecida por esse gesto cavalheiro. Apenas ficou lá me encarando com tédio.
Folgada.
- Cara, agora não é hora de ficar conversando! Vem logo seu filho da mãe! - disse Matt.
- Mano, relaxa, por que todo esse estresse? - falei rindo estendendo a mão para Alice. Ela deu um tapa nela e saiu andando.
- Porque eu tô pelado aqui! - gritou Matthew.
Alice Caniff
Nash estava rindo. Na verdade, rindo era um eufemismo para o que ele estava fazendo. Estava mais para um foca morrendo engasgada.
Nós estávamos no lado do carro dele enquanto o mesmo gargalhava tão alto que eu tinha certeza que dava para escutar há um quarteirão de distância.
Nash estava falando com Matthew no celular, ele segurava seus joelhos e estava muito vermelho.
- Matth... Matt.. - Nash tentava falar mais era inútil, ele não consiguia finalizar uma palavra que fosse. Então soltou mais uma risada forte e alta.
Olhei para seu rosto e comecei a me preocupar, pensando que sua cabeça fosse explodir a qualquer momento de tão vermelha que estava. Peguei o celular de sua mão e coloquei o mesmo do meu ouvido.
Nash nem ao menos se opôs, só virou de costas e sentou na calçada rindo ainda. Me assustei com a intimidade que nós dois tínhamos mas tentei disfarçar.
- O que aconteceu, Espinosa? - perguntei rispidamente. Não consiguia acreditar que estava falando com esse cara.
- Alice? - falou Matthew do outro lado parecendo surpreso.
Revirei os olhos.
- É, o que aconteceu?
- Nada, passa para o Nash.
Olhei para o lado e Nash ainda estava em sua crise de risos. Algumas pessoas até passavam olhando assustadas ou até mesmo rindo de sua risada infantil.
- Ele não está em condições agora, Espinosa, e é óbvio que aconteceu alguma coisa!
Escutei ele bufar.
- Tudo bem, escut huuuue - disse ele - Eu estou na escola, vocês dois venham me buscar agora!
- Por que?
- Alice, venha agora!
Me irritei, quem aquele idiota pensava que era para me mandar fazer algo?
- Só vou se você me falar o que está acontecendo!
- Eu estou pelado aqui! - respondeu bravo.
- Pelado? - repeti chocada.
Nash riu mais ainda, então se deitou na calçada e ficou lá encarando o céu rindo.
- É, pelado, e tudo isso é culpa de Anna!
Respirei fundo e falei:
- Calma, a gente está indo.
- Tá bem - falou parecendo mais calmo.
Desliguei o celular e olhei para Nash que encarava as nuvens.
- Minhas bochechas estão doendo tanto - falou relaxado.
Um estúpido sorriso estampava seu rosto.
Revirei os olhos.
- O que será que Anna fez? - P
perguntei começando a ficar com medo - E levanta daí, você precisa resgatar um cara pelado!
Ele só virou a cabeça e me olhou, sem fazer nenhum movimento para levantar.
- Não sei o que Anna fez, só sei que essa garota é um gênio - falou - Um dos maiores medos de Matt é ficar pelado em público.
Arregalei os olhos. Eu não conseguia acreditar que Anna tinha deixado ele pelado na frente de todo mundo.
Peguei meu celular e mandei uma mensagem para ela.
O que você fez com o Espinosa?
- Vamos logo Nash! - gritei perdendo a paciência.
Ele ergueu a mão para mim.
- Me ajuda, eu não consigo levantar sozinho.
Balancei a cabeça.
- Claro, gastou toda a sua energia rindo - resmunguei indo o ajudar.
Peguei sua mão ignorando meu coração que começou a bater rápido.
Ele apertou minha mão, já estava sentado quando eu dei um impulso. Ele sorriu maroto, se levantando mais rápido do que eu esperava e então puxou minha mão que ainda estava segurando a sua em direção há ele fazendo com que eu batesse contra seu peito.
- Ops - sussurrou baixinho rindo.
Meu coração que já estava batendo mais rápido que o normal deu um salto em meu peito.
Meu olhos caíram para seus lábios e senti minha respiração começar a ficar pesada.
Ele percebeu e o sorriu divertido sumiu de seu rosto. Nash se aproximou alguns centímetros me meu rosto quando meu celular apitou.
Empurrei seu peito me afastando. Nash passou a mão no cabelo parecendo nervoso e entrou no carro.
Olhei para o celular e o visor mostrava uma mensagem de Anna. Suspirei aliviada.
Eu escondi as roupas dele! Ele estava jogando então eu entrei no vestuário e peguei suas roupas, quando ele entrou para tomar banho eu aproveitei e peguei seu uniforme também kkk ele ficou pelado lá dentro. E já faz algumas horas isso.
Sorri para a mensagem pensando em como Anna era maluca.
Você é doida.
Respondi ela.
Olhei para o carro na minha frente, respirei fundo e entrei.
Coloquei o sinto enquando Nash saia do estacionamento.
- Eu vou te deixar em casa então vou para a escola está bem? - falou olhando fixamente para a estrada.
Eu ri.
- Está me pedindo permissão?
Ele me olhou entediado.
- Engraçadinha - disse ele - Só estou falando que você não vai precisar ir comigo na escola.
- Ah, mas é óbvio que eu não vou.
Ele me olhou.
- Por que não?
- Para de olhar para mim você vai bater o carro - falei sentindo seus olhos deixarem meu rosto e se focarem na rua - Você sabe porque.
Ele pareceu confuso.
- Na verdade não sei.
Olhei incrédula.
- Eu não posso ficar andando com você para lá e para cá, idiota!
- Por que? - disse, então pareceu se lembrar de algo - Ah sim, Cameron.
- Ele é meu melhor amigo.
Ele revirou os olhos.
- Eu sei.
- É por isso que a gente não pode se ver mais depois disso.
- Eu sei.
- Porque, eu não quero ser mais um motivo dessa briga ridícula de vocês!
- Eu sei.
Olhei para seu rosto e ele parecia estar tentando não dizer algo.
- Ótimo - falei.
- Ótimo - repetiu irritado.
Fomos o caminho inteiro num silêncio tenso. Eu olhando pela janela e ele focado na estrada.
Quando chegamos na minha casa eu automaticamente tentei sair. E eu já estava com metade do corpo para fora quando senti sua mão em meu braço me impedindo.
Olhei subitamente nervosa em sua direção.
Ele se aproximou e senti meu coração voltar a bater rápido. Seu rosto ficou a centímetros de mim. Eu pensei que ele fosse me beijar.
Eu queria que ele fizesse isso.
Mas ele apenas disse:
- Você esqueceu a comida.
Olhei totalmente decepcionada as sacolas em sua outra mão.
- Ah, claro - respondi com minha voz mais rouca que o normal.
Ele me entregou as sacolas e riu.
- Até amanhã, Alice - falou quando eu saí do carro.
Eu nem respondi, só fiquei parada na frente de minha casa olhando seu carro se afastar. E pela segunda vez desde que tínhamos nos conhecidos Nash me deixou plantada na rua. E pela segunda vez eu estava pensando.
Mais que merda!
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