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História Truer - Talvez?


Escrita por: gabrwela

Capítulo 8 - Talvez?


Fanfic / Fanfiction Truer - Talvez?

E lá estava eu a idiota, numa pista de skate deserta no meio da noite, a praça estava mal iluminada, mas não era exatamente perigosa. Apenas com o barulho estridente dos carros passando em alta velocidade faziam eu me amaldiçoar por ter vindo de short, eu não troquei de roupa, não havia motivo para eu me arrumar.

 

"Pelo menos era o que eu queria me convencer..."

 

Minhas tentativas falhas de reproduzir algumas manobras no skate se tornavam cômicas para qualquer andante noturno. Passeando calmamente com meu Long pela pequena praça eu esperava Justin. Então para passar o tempo subi uma rampa mais alta na tentativa de fazer um 360 (manobra no skate). Peguei impulso para executar a manobra mas acabei no chão duro de concreto. Uma grande ardência no meu joelho me fez revirar os olhos, estava cansada de esperar vou para casa, decidi. Até que o derrapar de pneus perto do lugar onde eu me encontrava tomou minha atenção total.

 

E lá estava ele, com seu topete desleixado, mas totalmente sensual, uma camisa de manga azul escuro, arregaçada até os cotovelos, deixando expostas suas tatuagens nos braços. Uma calça jeans folgada e um supra preto. Respirei fundo já podia imaginar seu perfume delicioso a quilômetros de distância.

 

Seu corpo se aproximava com as mãos nos bolsos, seu andar era de alguém despreocupado. Seu rosto estava escuro e coberto por sombras, dificultando a definição de sua face. Eu percebi que continuava no chão, com o joelho sangrando, encarando a figura que se aproximava de mim a cada estante.

 

— Então você veio, não que eu duvidasse dessa possibilidade... — Disse com um sorriso convencido. — Eu apenas esperava uma recepção menos... — Prosseguiu mordendo o lábio inferior.

 

—  Menos detonada...?! —  Dei um sorriso descontraído no rosto, afinal ele acabará de me encontrar jogada no chão toda suja. Fui logo levantando devagar e tirando a poeira de minhas pernas, sentia seu olhar me secando totalmente enquanto eu me recompus.

 

—  Não. — Ele falou dando uma pequena pausa e me dando a oportunidade de olhar em seus olhos. — Menos excitante... —  Seu olhar parou em minhas pernas e retornou para minha boca lentamente, parecia que ele queria aproveitar cada minuto me observando atentamente. — A propósito belas pernas Serena. — Sua voz sensualmente rouca fez minhas pernas bambearem e meu coração acelerasse que poder era esse que ele tinha sobre mim Senhor?

 

Aquele calor de hoje mais cedo voltará com o dobro da força, mas não daria esse gostinho de vitória para ele, não mesmo.

 

—  Já te falei o quanto é abusado garoto?!

 

Ouvi sua risada arfada enquanto colocava minhas mãos sobre sua nuca aproximando mais a distância que havia entre nossos corpos. O quanto mais nos aproximávamos mais o calor incendiava meu corpo. Suas mãos repousarem em minha cintura e me puxaram para perto.

 

—  E você ainda quer fingir que nada aconteceu?! — Seus olhos encaravam meus lábios. —  Não há como ficar longe de você Serena , não sei o que é isso que estou sentindo mais eu não consigo... – De repente se afastou de mim com o olhar meio perdido. — Eu não quero me afastar de você, merda! - Falou transtornado e olhando para o chão, sua expressão era de uma pessoa aflita com receio de sentir, como se escondesse seus sentimentos. Eu me sentia exatamente assim.

 

— Então não se afaste... – falei me aproximando dele, levantando seu queixo lentamente e pressionando meus lábios nos seus. Logo senti sua língua pedir passagem para aprofundar o beijo, seu beijo era viciante, assim como ele.

 

Sinceramente esse homem está fazendo minha mente enlouquecer, depois de tudo que passei a tarefa era simples, não me meter em encrencas, ser uma simples adolescente que quer acabar o colegial, mas aparece ele, tudo que eu queria evitar nesse recomeço e o pior é que eu gosto dele. Todas os psicólogos, terapias e sessões não adiantaram de nada, todo o trabalho que tive para aprisionar meus sentimentos voltam a estava zero quando ele está por perto. Toda a certeza que eu tinha foi embora a partir do momento que ele entrou em meu caminho, a perdição em pessoa, meu pior pesadelo voltou em um garoto de sorriso maroto, coberto de tatuagem e olhos irresistíveis.

 

O calor do meu corpo tomou conta de minhas ações, já estávamos em seu carro, no banco de trás, ele por cima de mim, me beijando como se não houvesse amanhã, logo eu estava retirando sua camisa e a jogando em qualquer lugar.

O puxei novamente para um beijo, eu me encontrava ofegante e com a respiração descompassada, os vidros do carro estavam embaçados e meu corpo estava quente. Até que um choque de realidade me atingiu. O que porra eu estou fazendo?

Senti as mãos de Justin irem em direção a barra da minha blusa, instantaneamente a puxei para baixo.

 

— O que foi ?! — Ele falou num tom preocupado. Justin também estava ofegante, respirava forte enquanto me encarava a procura de uma resposta.

 

Pronto, me lasquei!

 

— Eu ... não dá. – Estava morrendo de vergonha, sentia vontade de me esconder dentro de um buraco e nunca mais sair. Preferia mil vezes isso do que olhar para ele ou até mesmo falar com ele.

 

Deus que humilhação! Tudo culpa sua Serena, tudo culpa sua!

 

- Porque?! Eu fiz algo de errado?!- Perguntou me olhando e passando de leve a mão em minhas bochechas, levantando meu rosto devagar.

 

— Não, você não fez nada de errado! — Disse segurando o choro, Meu deus que vergonha. — Eu sou virgem. – Sussurrei virando o rosto e tentando não encara-lo, ele deve estar me achando uma idiota. Já imaginava ele rindo alto e me mandando ir embora ou simplesmente me falando o quanto eu era patética.

 

Porém ele fez o que eu menos esperava no mundo. Justin riu pelo nariz me encarando serenamente, ele levantou meu rosto e depois depositou em meus lábios um selinho demorado e doce.

 

— Você está com vergonha?! Não precisa ter vergonha de mim pequena, não vou fazer nada que você não queira. — Ele sussurrou em meu ouvido enquanto me abraçava. Eu me sentia uma bonequinha em seus braços, era sincero e carinhoso, tudo que não esperava de Justin. — Vou esperar o tempo que você quiser. — Deu um beijo em minha testa, tentei esconder minha felicidade dando apenas um sorriso.

 

— Eu...eu acho que tenho que ir. — Falei ainda estava totalmente envergonhada com a situação, havia sido tão patético da minha parte, tão criança.

 

— Não Serena que isso, não vai embora só por causa disso né?! Está eu sei que fui um imbecil, mas... — Ele parecia realmente desesperado, eu sorrir instantaneamente e o interrompi com um beijo calmo e delicado.

 

— Você não foi um imbecil e eu não vou por causa disso, eu vou por causa da minha mãe que vai ficar uma fera se chegar em casa e eu não estiver lá. — Afirmei com um sorriso bobo no rosto.

 

— Por mim, ficaria a noite toda com você. – Suspirou beijando minha testa. – Bom, então deixa eu te levar em casa pelo menos.

 

— Se você insiste, pois eu estava super afim de andar de skate quase 2 km até chegar em casa a essa hora da noite. – Ri e ele me acompanhou colocando a camiseta. – Ei e afinal como você conseguiu meu número?

 

— Camila.- falou simples e eu me surpreendi.

 

Como assim a Cami deu meu número para o ele, ela não estava afim dele mais cedo? Será que ela percebeu que eu gostava dele? Meu deus como eu fui idiota, todo mundo deve ter percebido. Minhas bochechas coraram instantaneamente.

 

O caminho foi em silêncio, até que eu liguei o rádio e comecei a cantar animadamente as músicas que passavam, rimos e cantamos até chegarmos no portão do meu prédio que nem era tão longe. Ele me deixou em casa e me deu um beijo de despedida longo e demorado. Quase me fazendo mudar de ideia em relação a voltar para dentro de casa. Mas por fim sai do carro e entrei pelo portão do condomínio ouvindo o barulho do motor.

 

Subi as escadas e busquei Rodrigo na casa da minha vizinha, ele estava todo melado de chocolate e chantilly. O convenci a ir para casa, pois nossa mãe já iria chegar, depois de muita birra ele aceitou e me acompanhou. O coloquei no banheiro na mesma hora, tirei suas roupas e liguei o chuveiro, ele pegou alguns brinquedos e começou a brincar. Avisei a Rodrigo que ele brincaria um pouco para depois sair do banho pois estava tarde, ele assentiu e voltou a brincar com seus carrinhos.

 

Fui para o meu quarto e peguei meu caderninho. Escrevendo uma frase que á muito estava na minha cabeça e que se adequa perfeitamente como me sinto agora. Minha vida, cheia de dor, sofrimento e angustia. E hoje cumprindo minha promessa eu finalmente conseguia me sentir uma adolescente.

 

“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.”

- Chico Xavier.

 



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