POV Niall
Estávamos em Londres depois de voltarmos dos Estados Unidos. A repercussão do nosso show no superbowl não podia ter sido melhor, não só o público, mas até os sites que repercutiram a performance elogiaram bastante e ficaram bem surpresos com a participação de Zayn. No fundo, tudo tinha sido um sucesso.
Agora, Liam, Louis, Harry e eu tínhamos uma reunião, precisávamos decidir nosso futuro, uma conversa que estamos adiando já algum tempo, mas agora não podíamos mais.
-Eu continuo com minha opinião anterior, eu acho um passo importantíssimo para nós crescermos ainda mais na indústria musical – Louis argumenta e Harry assente.
-Realmente é um grande passo, mas não necessariamente pode ser algo bom – ele complementa – Pode ser um grande passo para o retrocesso caso de errado.
-Não precisa ser tão pessimista Harry, eu não vejo como dar errado – Louis comenta.
-Eu acho que o Harry pode estar certo, porque grandes nomes da indústria simplesmente não abrem suas próprias gravadoras? – pergunto.
-Muitos têm medo de mudança – Louis responde – Outros de se arriscar, outros preferem a mesmice, ou ainda se contentam com o que tem, e não tem nada de errado nisso, mas a gente pode tentar ir além.
-E tecnicamente somos em cinco – Liam toma a palavra pensativo – Então pode ser que isso nos ajude de alguma forma, porque seria mais difícil se abríssemos uma gravadora sozinhos, por causa de todos os detalhes e responsabilidades que ela exige.
-Exatamente, todas as decisões seriam tomadas em grupo – Louis prossegue – Todos nós já estamos na indústria algum tempo, inclusive até lançamos algumas coisas solo, a gente sabe como tudo funciona, podemos dar conta de mais essa empreitada. É uma responsabilidade maior? Sim, mas a gente consegue se trabalharmos juntos, coisa que fazemos a anos já.
-Sim, mas tem mais coisas envolvidas além de simplesmente não renovar o contrato com a SYCO. – comento ainda inseguro.
-Tudo bem, entendi, mas vamos parar para analisar friamente – Liam toma a palavra – Se não renovarmos o contrato a gente perde o direito das musicas, ou seja, todos os direitos de tudo que a gente já lançou hoje é da SYCO, mas tudo o que lançarmos a partir dai será nosso, e com isso todos os lucros também serão revertidos a nós.
-Além de que a gente pode fazer escolhas artísticas sem passar pela burocracia de ter que ficar explicando e defendendo a ideia para um bando de engravatado que praticamente não entende muito de nada e se acha no direito de julgar alguma coisa – Harry comenta pensativo – Isso pode ser algo bom, artisticamente falando.
-Isso é ótimo – Louis diz animado - É exatamente uma das coisas boas de tomarmos essa decisão, cem por cento de controle criativo.
-Concordo, que isso seria ótimo, mas também temos que pensar nos gastos, a gente vai ter que investir muito dinheiro em algo que pode ser que não dê certo – argumento.
-Eu acho que você devia ter a Stela como exemplo, ela investiu muito dinheiro no escritório dela, também sem saber se vai dar certo ou não, e mesmo assim ela quis arriscar e você a apoiou – Louis comenta – É quase a mesma coisa.
-Isso também é um ponto importante – Liam toma a palavra outra vez – Uma gravadora tem que ter um edifício, ainda mais se vocês pensam em cuidar da carreira de outros artistas, não da para a gente trabalhar num cômodo da nossa casa, e essas coisas levam tempo, se for construir um edifício vai demorar anos, o novo prédio da SYCO está ai como exemplo, ainda não esta pronto.
-Quanto a isso inicialmente a gente podia alugar alguma coisa – Harry comenta pensativo – Eu acho que é a parte burocrática que me deixa mais preocupado. A gente nunca mexeu com isso, exatamente, conhecemos algumas coisas, participamos de algumas reuniões, mas não é a mesma coisa.
-Todos começam de algum ponto, como você disse, a gente entende um pouco e quanto a isso, podemos contratar pessoas que podem nos ajudar, não é como se fossemos fazer isso sem uma equipe – Liam comenta pensativo.
-A questão fundamental aqui é: vocês estão dispostos a fazer isso, dar esse passo ao desconhecido? – Louis pergunta.
-Deixa eu te fazer uma pergunta: como a Emily reagiu com essa sua ideia? O pai dela tem uma gravadora, teoricamente seriamos concorrentes – questiono, sem responde-lo.
-A gravadora do pai dela é nos Estados Unidos, e a nossa seria aqui na Inglaterra, uma não vai interferir na outra, não tanto assim, até porque a gente tem um contrato com a SYCO aqui no Reino Unido, mas nos Estados Unidos temos com a Columbia Records – ele responde – Tanto que não vai haver influencia que ela já me disse que se caso a gente realmente abra uma gravadora, ela vai continuar com o pai dela como a principal, mas quer que nós fiquemos responsáveis do andamento da carreira dela aqui na Inglaterra.
-A Ema me disse a mesma coisa – Harry comenta.
-Viu só – Louis exclama e eu penso um pouco – Parece que todos ao nosso redor confiam na gente, só falta nós acreditarmos em nós mesmos para dar esse passo.
-O Zayn já tinha dito que topa – Liam comenta – Então seriam realmente nós cinco outra vez.
-Eu acho que quanto mais eu penso nisso, mais eu concordo que pode ser uma boa ideia – Harry exclama, fazendo Louis sorrir.
-Eu também tenho essa sensação, ao mesmo tempo que tenho medo de ser um tiro no escuro, mas se todos vocês estiverem dispostos a fazer isso, eu vou estar dentro – confesso. Como o voto do Zayn não tinha muito valor naquele momento, até porque ele não estava na SYCO e quem tinha que resolver se saiamos ou não seria nós quatro ali naquela sala, Harry, Louis e eu olhamos para Liam, que parecia ainda cogitar a hipótese calmamente.
-Eu acho que todos nós temos razão em algum ponto, até nas incertezas, mas como nada muito revolucionário acontece sem a gente se arriscar, eu acho que como o Louis disse, pode ser um passo muito importante, para enfim a gente escrever nosso nome na indústria, um nome solido, sem as pessoas acharem que chegamos a onde chegamos por causa de uma gravadora – Liam argumenta e eu acabo concordando, ele tinha total razão sobre isso, não importa o quanto a gente trabalhasse, sempre tinha alguma desconfiança por sermos uma boyband ou termos nos formados no x-factor.
-Então isso é um sim? – Louis pergunta ao nosso amigo.
-Sim – Liam confirma.
-Harry? – Louis pergunta.
-Pra mim também é sim.
-E para você Niall?
-Vocês conseguiram me convencer, para mim é sim também.
***
Nosso contrato acabava no final de julho, dias depois do aniversário da banda, ou seja, até lá seguíamos como contratados da SYCO, então tínhamos mais uma turnê para fazer e assim que ela acabasse, estaríamos livres do contrato e prontos para abrir nossa própria gravadora.
Era um risco, mas quanto mais eu pensava no assunto, assim como Harry, mais eu me convencia de que estávamos fazendo a coisa certa.
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