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História Trying not to love you - Lose your mind


Escrita por: teamvauseman

Notas do Autor



Capítulo 11 - Lose your mind



    -Taylor, vamos lá, acorde! -Aquela voz ecoava por toda a casa e parecia diversas marteladas em minha cabeça.
    Levantei-me um pouco tonta, com os olhos ainda fechados, e caminhei por toda a casa em busca daquele som.
    -Mark?  -Perguntei ao abrir a porta e ver Mark com dois copos de café em suas mãos.
    -Eu sabia que você iria acordar assim. -Ele disse entrando e fechando a porta. -Você tem que gravar hoje, Taylor.
    -Eu sei. -Respondi revirando os olhos enquanto caminhava de volta para o meu quarto.
    -Quem é ela? -Ele indagou enquanto me seguia. -Tenho certeza que existe alguém. -Mark me conhecia o suficiente para saber quando alguém estava virando minha cabeça, talvez fosse porque essa era uma das coisas mais raras de acontecer. No verão passado, quando Mark me convidou para ir até a Califórnia com o seu namorado Paul, eu reencontrei uma mulher que eu havia me relacionado na adolescência, e algo dentro de mim mudou assim que nos vimos. Eu poderia jurar que não sentia mais nada por ela, mas Mark foi insistente pois sabia o que eu estava pensando, que no momento era reviver uma das melhores lembranças da minha adolescência.
    -Você vai descobrir logo, eu tenho certeza. -Pisquei para Mark e então ele sorriu. Ele iria a partir de hoje me acompanhar em algumas gravações, a mídia estava com marcação cerrada em cima da série, a Netflix sempre era rigorosa com os seus lançamentos e todos ficavam em busca de alguma novidade sobre OITNB.
    Eu bloqueava todos os pensamentos que me levavam até Laura, pois quanto mais eu pensava, mais complicada se tornava a situação. Eu não passava apenas de uma amiga para ela, era sempre assim que ela me chamava, em diferentes situações eu era retratada como sua “co-star” e por mais intenso que isso soasse, não era exatamente a maneira que eu gostaria. Não demorei muito no chuveiro, Mark me esperava na sala e logo eu já estava pronta para sairmos.
    -Uau, é assim que você vai todos os dias? -Ele perguntou enquanto olhava por cada parte do meu corpo.
    -Nem sempre. -Respondi caminhando até a porta. -Mas hoje você está aqui, tenho que ficar a sua altura. -Sorri e arranquei um sorriso de Mark também.
    Fizemos todo o caminho até o carro de Mark, ele ficou de me levar e trazer de volta “sã e salva” como ele sempre dizia.
    Mark estacionou seu carro na garagem do set, atraindo alguns olhares curiosos. Ele não havia ido até lá desde quando começaram as gravações. Saímos do carro e fomos direto para uma pequena sala onde todos se reuniam para conversar. Jenji estava lá como de costume, não havia um dia em que ela não chegasse antes de todos.
    -Estou ansioso para saber quem é. -Mark sussurrou em meu ouvido fazendo com que eu soltasse uma risada baixa. -Mas pode agir normalmente, eu ficarei ali no canto apenas observando. -Ele completou e caminhou até Jenji para trocar algumas palavras.
    Fiquei mais algum tempo ali observando eles dois e caminhei para o meu camarim, para a minha surpresa, já havia alguém me esperando na porta.
    -Achei que não fosse chegar nunca. -Laura falou enquanto eu me aproximava da porta.
    –Eu estava ali na outra sala. -Disse um pouco seca. Laura já havia se trocado, e provavelmente gravado alguma cena. -Eu preciso me trocar, posso falar com você depois? -Falei sem olhá-la enquanto abria a porta. Laura me encarava e parecia não saber o que responder, então apenas assentiu com a cabeça e saiu.
    Talvez eu tivesse me cansando dessas situações. Tudo estava tão diferente, e Laura era sempre inconstante. Lembrei-me de quando ela apareceu no meu apartamento, bêbada e praticamente jogando-se em mim, pedindo e ansiando de todas as formas para que eu a tocasse, e no outro dia era como se nada daquilo nunca tivesse acontecido para ela; enquanto eu estava a cada dia mais confusa.
    Eu a queria mais do que tudo, e isso nunca estava realmente claro para Laura. Talvez eu devesse quebrar essa proximidade que tínhamos, pois eu sentia mais do que qualquer outra coisa que me machucaria demais nessa história enquanto Laura sairia intacta.
    Troquei-me rapidamente e voltei para a sala de antes, que já estava bem mais lotada. Laura estava num canto com o seu celular nas mãos e seus olhos fixos na tela. Tentei ignorá-la e caminhei até Natasha que estava com uma cara de ressaca como era de costume.
    -Brigaram? -Ela disse assim que eu me sentei ao seu lado.
    -Não tenho paciência para pessoas que não sabem o que querem da vida. -Respondi enquanto pegava um suco que estava numa mesa próxima do sofá.
    Natasha iria dizer algo, mas fomos interrompidas pela presença de Jenji dizendo em alto e bom som a qual parte do set cada uma deveria ir.
    

POV LAURA
    Estava sentada num canto qualquer da sala, quando Taylor entrou e sentou-se ao lado de Natasha, ela parecia pensativa, talvez fosse por causa da noite anterior ou apenas ela não estivesse em um bom dia.
    Deixar L.A. foi bom e ruim ao mesmo tempo, eu sentia falta da minha casa e amigos, mas a saudade que atuar me causava era algo incomum. Eram 4pm, e como de costume algumas pessoas do cast iam até a cafeteria que ficava do outro lado da rua. Eu e Uzo chegamos um pouco depois das outras, que já estavam na mesa prontas para fazerem seus pedidos.
    -Acho que está fugindo de mim. -Sussurrei para Taylor após sentar-me ao seu lado.
    -Não estou. -Ela disse com um sorriso fraco no rosto. -Só não estou muito bem, Mark me acordou hoje antes do que eu queria.
    -Eu acordei com uma dor de cabeça horrível, me senti como a Natasha ao tomar um porre antes de ter que gravar. -Taylor deu um sorriso melhor após eu terminar a frase.
    Ficamos algum tempo na cafeteria, era engraçado ver todas ali com suas roupas de presidiárias, as pessoas que não estavam muito acostumadas a frequentar a cafeteria nunca entendiam nada.
    Voltamos para o set e gravamos a última cena do dia. Taylor estava com a cabeça mais longe do que eu gostaria, até pensei em convidá-la para jantar em minha casa aquela noite, tudo o que eu queria era que as coisas ficassem normais de novo. Por mais que eu não quisesse admitir para mim mesma, havia uma parte da minha mente bloqueando o que havia acontecido simplesmente porque era algo que eu não sabia explicar.
    Quando as gravações terminaram fui até o camarim de Taylor.
    -Laura! -Ela disse após eu entrar sem bater. Taylor estava se trocando no exato momento em que eu abri a porta.
    -Desculpa. -Disse enquanto ela se vestia rapidamente. -Eu apenas ia perguntar se você não quer ir até minha casa hoje a noite.
    -Não posso, vou jantar com Mark e o seu namorado. -Taylor não me olhava nos olhos e arrumava suas coisas cada vez mais rápido dentro da bolsa.
    -Taylor, o que está acontecendo? -Perguntei enquanto ela se preparava para sair de seu camarim e eu me coloquei na sua frente, impedindo sua passagem.
    -Amigas não precisam ficar juntas o tempo todo, Laura. -Ela disse parando em minha frente e olhando em meus olhos. –Não é isso que somos? Amigas? -Ela dava ênfase na palavra “amiga” a cada vez que pronunciava.
    Taylor saiu antes que eu pudesse responder a sua “pergunta”. Apenas voltei para o meu camarim e troquei-me enquanto pensava no que havia acabado de acontecer.  
    Talvez Taylor tivesse razão, o que aconteceu na noite anterior não era algo que costumava acontecer entre “amigas”. A única coisa que eu sabia era que precisava conversar com ela e entender o que estava acontecendo, pois pra mim tudo parecia estar indo bem.
    Saí do set e encontrei Natasha conversando com algumas garotas. Eu não estava com cabeça, mas Yael fez um sinal com a mão para que eu me aproximasse.
    -O que deu na Taylor hoje? -Yael perguntou enquanto Natasha se encostava na parede.
    -Por que eu saberia? -Perguntei olhando para fora e constatando que ela já tinha ido embora com Mark.
    -Porque vocês estão sempre juntas...?
    -Pelo visto não mais. -Eu respondi, procurando as chaves da moto na minha bolsa. -Eu já vou pra casa, acho que hoje não foi o meu melhor dia.
    Eu me despedi delas e caminhei até a moto, cruzando os braços ao perceber o ar frio da noite. Respirei fundo e subi, me preparando para sair dali quando percebi que Natasha vinha correndo na minha direção.
    Revirei os olhos e ela ergueu uma sobrancelha.
    -Já sei o que vocês tem: TPM.
    -Muito engraçado. -Eu rebati enquanto ela ria de sua própria piada. -Diz o que você quer dizer.
    -Olha, Laura, eu posso parecer meio idiota mas sou uma pessoa observadora. Eu sei o que vejo, e acho que, seja o que for, vocês tem que se resolver. Vocês deram sorte hoje por não terem nenhuma cena juntas, mas eu tô dando esse conselho antes que isso comece a afetar o lado profissional e...
    -Natasha. -Eu a interrompi. -Não tem nada acontecendo. Eu e Taylor somos só amigas. E seria bom se você parasse de sugerir esse tipo de coisa.
    Ela me olhou como se não tivesse acreditado em uma só palavra do que eu disse, e no fundo eu sabia que ela realmente não acreditava.
    -Você deveria parar de mentir pra si mesma. -Ela disse se afastando. -Até amanhã, Prepon.
    -E você deveria parar de vir bêbada pro trabalho. -Eu falei um pouco mais alto e ela revirou os olhos, me mostrando o dedo do meio rapidamente antes de entrar novamente no set.
    Eu subi na moto sem hesitar e saí em direção a minha casa. Normalmente esse trajeto era o momento do dia em que eu me sentia mais relaxada, livre, e decidia o que faria a seguir. Taylor estava em meus planos diariamente, mas não naquela noite. Tudo o que eu conseguia sentir era angústia e nervosismo.
    Me lembrei da sensação de pilotar a moto com Taylor atrás, tremendo de medo e me apertando fortemente.
    Suspirei, sem conseguir evitar o aperto que se formava em minha garganta. Ela era tão importante e especial para mim que era difícil pensar em perder aquela ligação que tínhamos.     
    Naquele momento, decidi o que faria. Eu não aceitaria perder Taylor.
    Dirigi diretamente para o apartamento dela e peguei o elevador, tocando a campainha assim que cheguei no andar. Ninguém atendeu, como eu já esperava Taylor tinha saído. Me sentei no corredor e decidi esperar por ela.
         O que eu não contava era que Taylor ia demorar tanto tempo pra voltar.
         Era meia noite quando finalmente ela apareceu no corredor com Mark. Ambos estavam rindo alto e cessaram a conversa assim que me viram sentada perto da porta. Eu me levantei rapidamente.
    -Laura, o que você tá fazendo aqui? -Ela parecia totalmente surpresa de me ver ali.
    -Preciso conversar com você.
    Ela lançou um rápido olhar para Mark e ele entendeu.
    -Vou lá pra dentro e vocês nem vão saber que tô aqui, prometo. -E assim ele sumiu, entrando no apartamento.
    Taylor me levou para o seu quarto e fechou a porta. Eu me sentei na cama e ela se sentou ao meu lado.
    -Você veio direto do set? -Ela perguntou, lançando um olhar pras minhas roupas.
    -Sim. Eu não ia aguentar ficar em casa.
    Taylor parecia confusa, mas um brilho nos seus olhos me indicava que ela estava feliz de me ver ali, o que me deu um pouco de esperança.
      -Ah. -Ela falou apenas.
    -Eu tenho um sério problema de bloquear os meus próprios pensamentos. -Eu comecei, então decidi me levantar enquanto ela continuava sentada na cama. Foi impossível não me distrair pela sua beleza aquela noite, o seu cabelo solto estava levemente ondulado e dava um ar diferente para Taylor... Talvez mais sexy. -E foi isso que eu fiz a respeito de ontem, enquanto você claramente ficou brava comigo. Taylor, eu só quero que você saiba que a sua amizade é muito importante para mim. Eu não aceitaria perder isso, e não é só porque trabalhamos juntas, mas porque eu realmente preciso de você.
    -Laura, você não precisa fazer isso. -Taylor trincou o maxilar, ela costumava fazer isso quando queria esconder suas emoções.
    -Eu quero fazer. -Me sentei novamente ao seu lado, colocando a mão por cima da sua e acariciando levemente. -Acho que exageramos ontem e passamos dos limites. E viu o que aconteceu? Nós nos distanciamos. Eu não quero que isso aconteça. Eu não sou assim, Taylor. Eu não sei o que houve comigo.
    Taylor sorriu, mas não era o seu sorriso de costume, que aparecia o tempo todo quando estávamos juntas.
    -Eu entendo, Laura. Não vai se repetir. -Ela virou sua mão e entrelaçou os seus dedos nos meus. -Eu não quero perder você, também.
    Estar ali com Taylor me confortou de uma forma absurda apesar de eu ainda estar me sentindo totalmente insegura em relação a nossa amizade. Era difícil me aproximar tanto assim de alguém, e obviamente o que aconteceu entre eu e Taylor havia sido incomum, talvez eu havia feito com ela coisas que nunca imaginei fazer com pessoas em minha vida, como Jodi.
    Ficamos algum tempo sentadas na cama de Taylor, eu contava-lhe sobre as noites em que fiquei em L.A., certa hora notei um sorriso forçado em seu rosto ao contar sobre algumas cantadas que eu havia recebido na minha última noite lá. Um homem havia me reconhecido, provavelmente por algum trabalho que eu já tenha feito e ficou em uma marcação forte. Ele seguia-me por toda a boate, como se o maior prêmio para ele naquela noite fosse mostrar para os seus amigos  que ele havia ficado com uma “famosa”.
    -Você frequenta os lugares errados. -Taylor disse certa hora enquanto deitava-se em sua cama. –Eu definitivamente preciso te apresentar uns bons lugares. -Ela completou enquanto revirava os olhos.
    -Que tipo de lugares? -Perguntei enquanto passava minha mão sobre seus braços. –Boates gays? -Logo Taylor pareceu mais séria. Provavelmente havia soado diferente do que eu havia planejado em minha mente. –Claro que isso não é um problema para mim, eu sou bem tolerante e apoio a causa gay.
    -Ok, presidente Prepon. -Taylor disse debochando de mim e provavelmente evitando algum assunto que até então eu não fazia ideia de qual era.
    Ficamos mais algum tempo conversando em sua cama e logo eu resolvi que já era a hora de ir. Teríamos gravações na parte da manhã e a tarde seria livre, agradeci mentalmente diversas vezes pois finalmente eu estaria em meu apartamento antes que o sol fosse embora.
    Taylor levou-me até a porta, e nos despedimos da forma como nos despedíamos sempre... Um longo abraço e um até logo.

POV TAYLOR
    Laura não ficou por muito tempo em minha casa, eu havia demorado bastante para chegar e ela estava cansada pelo dia, principalmente por ter ficado me esperando tantas horas.
    Me despedi de Laura e percebi que Mark estava dormindo em meu sofá, e não notou quando ela foi embora.
    Deitei-me pensativa após um longo banho. Laura não tinha culpa da minha atual situação em partes, ela sempre de um jeito ou de outro vinha até mim como se me desejasse da mesma forma que eu a desejo, e depois recuava com o discurso de “somos amigas, não quero te perder”.
    Até então eu tinha plena certeza de que Laura era o tipo de pessoa que eu poderia contar a qualquer momento do dia, assim como ela sempre contava comigo, mas certa parte de mim achava injusto com ela não saber os meus reais sentimentos, ao mesmo tempo em que era injusto comigo sentir todas essas coisas por Laura e não poder contar.
    Eu sabia muito bem a veracidade dos meus sentimentos, entendia depois de tanto tempo os efeitos sobre Laura em mim, desde aquele dia nas audições quando seus incríveis  olhos verdes encontraram os meus, eu soube que por algum motivo e não nos separaríamos facilmente.
    Eu estava decidida a contar pra Laura, não na manhã seguinte, nem talvez nos próximos dias, eu apenas sabia que de alguma forma acabaria contando. O meu lado profissional também precisava ser escutado e eu não me perdoaria se estragássemos a química que tínhamos contracenando por ter dito coisas na hora errada.
    Adormeci na medida em que a madrugada ficava ainda mais fria, meus olhos estavam fixos através de minha janela. Havia um grande prédio do outro lado da rua que iluminava todo o meu bairro, e dormir admirando-o era uma das sensações mais incríveis.
 
    O despertador tocou insistentemente por volta das 8am, havia sido uma madrugada difícil. Levantei-me ainda um pouco sonolenta e com dificuldades para abrir os olhos. Estava uma manhã clara e com temperatura um pouco mais elevada do que a madrugada, típico clima de NYC.
    Caminhei até o banheiro como de costume e tomei um bom banho quente de banheira. Eu ainda era capaz de sentir minha mente bem distante dali, era como se eu pensasse em alternativas, mas não soubesse como por elas em prática.
    Me arrumei o mais simples possível, e ao sair do quarto notei que Mark não estava mais em meu sofá, provavelmente ele já havia ido embora.
    Resolvi comer no set mesmo, já que todas as manhãs Jenji pedia para que montassem uma mesa de café da manhã, segundo ela isso ajudava no “contato matinal”. Peguei minhas coisas e caminhei para fora do meu apartamento até meu carro que se encontrava na garagem.
    Após chegar ao set notei a moto de Laura próxima a entrada, e então presumi que ela já estava ali.
    -Bom dia. -Disse após entrar no set e encontrar algumas meninas ali.
    -Bom dia, Tay. -Algumas delas que haviam notado minha presença responderam de volta.
    -Tem uma revista aqui, eles querem uma entrevista sua. -Yael disse se aproximando de mim logo assim que eu cheguei no local.
    -Entrevista? -Perguntei sem entender, enquanto caminhava até meu camarim.
    -Sim. -Ela disse enquanto se maquiava em frente a um pequeno espelho em suas mãos. –Mas Jenji não comentou sobre, apenas disse que queria saber suas expectativas para a série.
    -Preciso falar com Jenji antes, não quero dizer mais do que devo. -Falei enquanto entrava em meu camarim ao lado de Yael.
    Ela sentou-se no sofá para terminar de se maquiar e eu fui logo me trocar, gravaríamos juntas e então decidimos que iríamos repassar o texto antes de ter a cena.
    Troquei-me rapidamente, eu já estava tão acostumada a virar a “Piper” que eu já podia andar com roupa de presidiária pelas ruas de NYC.
    -Taylor? -Jenji disse enquanto entrava delicadamente no camarim. -Essas pessoas que estão ai fora são da Netflix, só querem uma entrevista pra instigar as pessoas sobre a série.
    -O que eu devo falar? -Perguntei enquanto pegava meu script na bolsa.
    -Apenas o que eles perguntarem, não vai ser nada demais. -Ela fez uma pausa para olhar uma mensagem em seu celular. -Só precisa ser do seu jeito e ter as suas palavras. -Jenji sorriu e saímos juntas da sala a caminho do set.
    -É só comigo?
    -Não, terá Laura também, acho que será uma boa divulgação ter vocês duas juntas. -Jenji disse e pude notar um sorriso em seu rosto e o ignorei. Todos olhavam diferente para mim e Laura, era estranha toda essa situação e chamava mais atenção do que eu gostaria.
    A manhã passou de forma rápida. Gravei algumas cenas com Yael e outras sozinha. Apenas vi Laura de longe, ela estava um pouco ocupada naquele dia. Jenji havia decidido não fazer uma foto de nós duas juntas para manter o “suspense” e então Laura fez sua entrevista em horário diferente do meu.
    Na hora do almoço, todos se encontraram numa sala principal, onde ficávamos enquanto não haviam gravações.
    -Oi, Sumida. -Laura disse sentando-se ao meu lado no sofá. -Eu estou exausta. -Ela colocou a cabeça em minhas pernas e fechou os olhos.
    -Não tô sumida, nossos horários não bateram hoje. -Respondi enquanto tirava o cabelo de Laura de seu rosto. –Você está livre a tarde? -Perguntei enquanto algumas pessoas entravam na sala e colocavam sobre a mesa alguns potes de comida de restaurante. Costumávamos comer assim quando podíamos.
    -Sim, eu cheguei cedo por isso, depois do almoço vou ter mais uma cena e então estou livre pra ir embora. -Laura disse enquanto sentava-se no sofá. –Vai me convidar para um encontro? -Ela perguntou com um tom de brincadeira e um sorriso sarcástico em seu rosto.
    -Claro que não. -Falei revirando os olhos. –Só achei que sei lá... Você queria ir ao cinema ou algo assim. -Natasha nos olhava fixamente, como se quisesse ouvir ou saber o que eu e Laura conversávamos.
    -Hm, está me chamando para um encontro. -Laura riu e se levantou, ficando na minha frente. –Mas sim, eu aceito. -Ela piscou e caminhou até a mesa para pegar seu pedido.
    Era intrigante a forma como Laura me intimidava. Ela era alta e seus olhos eram intensos, ela tinha força nos braços e sua voz era extremamente penetrante. Laura fazia com que eu perdesse as estruturas a cada conversa, mesmo que a última coisa que eu pudesse fazer no mundo era perder a concentração e voar nos seus braços.
    -O amor deixa a gente meio pensativa mesmo, né? -Natasha provocou enquanto passava por mim, parando apenas para dar uma piscada. Apenas revirei os olhos e caminhei até a mesa para pegar o meu pedido também.
    Almoçamos todas juntas, inclusive com Jenji. Era incrível a maneira como nos dávamos tão bem, independente da situação. Eu já estava totalmente acostumada com a presença das meninas, hora ou outra quando não estávamos no set, nos falávamos por mensagens como se tivesse anos que não conversávamos.
    Marquei com Laura de irmos até um shopping que ficava um pouco distante do centro de West Village, demorava um pouco para chegar, mas eu buscava fugir do caos que era o centro e das possíveis pessoas que poderiam nos reconhecer lá. Não que eu fosse o tipo de atriz que ignorava os fãs, mas eu queria ter um momento com Laura.
    Passavam das 2pm quando me encontrei com Laura no estacionamento do set.
    -Você tinha que vir com sua moto justo hoje? -Perguntei enquanto encostava-me em meu carro e cruzava meus braços.
    -Não seja por isso, você me busca. -Laura disse enquanto colocava seu capacete. Deus, ela ficava extremamente sexy naquela calça de couro apertada, e ainda mais quando colocava seu capacete.
    -Pode ter certeza que sim. -Dei um sorriso para Laura, e logo após ela subiu em sua moto deixando o estacionamento do set.
    Eu fiquei um bom tempo a observando se afastar, tentando pensar em como agir com ela. Laura parecia não saber o que queria, sempre que eu a "obrigava" a pensar no nosso relacionamento quando tínhamos alguma conversa desse tipo, era como se ela travasse e acabasse se afastando de mim, como na noite em que ela me beijou. Por outro lado, Laura era extremamente confortável e espontânea comigo quando as coisas simplesmente aconteciam, então era exatamente isso que eu decidi fazer. Eu travava diariamente uma luta contra meus sentimentos verdadeiros sobre Laura, o que fazia eu me questionar se já não era a hora de dizer tudo que eu realmente sentia sobre ela. Algo dentro de mim me dizia que eu estava prestes a descobrir.
 


Notas Finais


a hora tá chegando...


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