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História Trying not to love you - Love will set you free


Escrita por: teamvauseman

Notas do Autor


capítulo adiantado e longo, pra compensar pelo anterior curto. boa leitura :* <3 @teamv4useman

ps: desde já peço desculpas pelos erros na edição do capítulo, editar o texto pelo social spirit é meio impossível. hahah

Capítulo 16 - Love will set you free


POV TAYLOR
 
    Eu estava deitada no sofá do meu camarim pensando na noite anterior que eu tive com Laura. Estar novamente daquela forma com ela foi maravilhoso. Lembrou-me das noites onde ficávamos horas vendo filmes, e a maior parte do tempo falando sobre coisas aleatórias fazendo com que perdêssemos totalmente a concentração no que passava na tela.
    Era bom sentir aquela Laura de novo, sem preocupações e paranóias sobre o que iriam pensar caso nos vissem daquela forma. Aquele era o jeito que eu gostaria que ela agisse sempre.
    Ela havia ido embora bem tarde, eu insisti para que ela ficasse, mas Laur precisou ir. De certa forma eu entendi, eu literalmente estava fazendo uma “greve”, mas era por uma boa razão. Eu precisava sentir que Laura não iria se arrepender quando acontecesse novamente, e essa era a única condição.
    -Tay? -Laura disse enquanto empurrava a porta lentamente. Sorri ao ver ela entrando com um pequeno pacote nas mãos.
    -Ei, chegou tarde hoje.                                                                                                                                                                                                            -Sim. -Ela bufou. -E como sempre Jenji ficou enchendo o saco.
    -O que você tem nas mãos? -Perguntei enquanto sentava-me no sofá.
    -Donuts. -Laura sorriu ao me entregar o pacote. -Quem sabe isso te encoraje a beijar o Jason na cena de hoje. -Laura revirou os olhos. -Sério, Jenji deveria introduzir na série uma parte em que ele se explode pra longe do planeta.
    -Prepon, tá com ciúme de mim? -Laura aparentou irritação antes mesmo de eu terminar a frase.
    -Acho que as coisas mudam. -Ela disse rindo e se aproximou um pouco de mim. -Mas mudando de assunto...
    -Hmm? -Disse colocando minhas mãos ao redor do pescoço de Laura.
    -Quando você vai parar com essa besteira de greve?  -Ela encostou seus lábios nos meus, fazendo com que minha língua tremesse ao entrar em contato com a sua. Aos poucos o beijo lento foi se tornando algo mais rápido, como se estivéssemos com pressa uma da outra. Laura levou suas mãos até minhas costas e fincou suas unhas por baixo da minha blusa. Senti minha pele queimar, Laura havia arranhado uma longa parte fazendo com que meu corpo se arrepiasse por inteiro.
    -Quando você merecer... -Respondi e então Laura apertou mais meu corpo contra o seu.
    -Eu estou sendo boazinha, você não vai querer que eu seja má. -Ela respondeu enquanto passava a ponta dos dedos por algumas partes da minha coxa.
    Ouvimos algum barulho no corredor e acabamos nos separando rapidamente, Laura ainda mais rápido do que eu. Talvez aquela fosse a resposta que eu precisava para saber se ela realmente estava preparada para dar continuidade ao que começamos dias antes.
    -Vamos? -Perguntei levantando do sofá e pegando meu script na mesinha ao lado do sofá.
    -Já? -Ela perguntou parecendo um pouco frustrada. -Eu preciso de você, Taylor. -Seus olhos estavam doces, então eu desviei o meu olhar para que pudesse manter minha mente sã.
    -Eu estou aqui, Laura. -Suspirei de forma lenta, como se precisasse tirar um peso das minhas costas. -Eu acho que você precisa pensar mais sobre isso... Sabe? Por favor, só pensa. -Laura assentiu com a cabeça e então saímos juntas do camarim.
    A cena com Jason se passou de forma rápida. Laura estava num canto da sala ao lado de Natasha prestando atenção em cada detalhe. Sua expressão era séria, e ela ousava dar alguns sorrisos, mas eu sabia que era estranho para ela ver os lábios dele nos meus.
    -Deus, eu acho que não pegamos um bom ângulo. -Jenji disse enquanto terminávamos a cena. Ela assistia no pequeno visor da câmera o que tínhamos acabado de gravar.
    Pude ver Laura bufar e revirar os olhos, e ao mesmo tempo Natasha cochichava algo em seu ouvido.
    Eu sabia que Laura não estava com ciúme de Biggs. Ele era casado, e amava sua família. Porém por outro lado eu imaginava que era difícil ver outra pessoa me tocando da forma que ela queria poder fazer.
    -Desculpe, erro meu. -Jenji se corrigiu enquanto caminhava até nós. -Nossa outra câmera pegou um ótimo ângulo.
    Agradeci mentalmente por não precisar fazer aquela cena novamente. Sai do cenário e caminhei em direção a Laura e Natasha num canto da sala.
    -Vocês realmente não sabem disfarçar quando estão falando de alguém. -Disse dando um leve soco no ombro de Natasha.
    -O que? Nós? Falando? -Natasha disse enquanto revirava os olhos e balançava os ombros. -Não faço ideia do que você está falando. -Laura apenas sorria do jeito como Natasha falava.
    -Estou com ela. -Laura falou abraçando Natasha pelos ombros.
    -Pelo visto estou sozinha nessa então? -Perguntei enquanto sentia alguém aproximando-se por trás.
    -O que eu perdi? -Yael perguntou ao parar do nosso lado.
    -Taylor acha que estávamos fofocando enquanto ela atuava com Biggs. -Natasha disse enquanto arrumava seu cabelo. Era difícil pra ela conter o penteado de Nicky.
    -Hm, então acho que estou do lado de Taylor, pois vocês fazem sempre isso. -Yael riu e eu a acompanhei.
    -Isso é uma guerra então? -Laura perguntou arqueando uma de suas sobrancelhas.
    -Parece que sim. -Yael disse num tom irônico.
    Ficamos mais algum tempo conversando até que Laura foi gravar com Natasha e eu com Yael.
    A manhã passou agradável assim como a tarde, e logo todos já estavam dispensados das gravações. Algumas meninas estavam no estacionamento quando eu sai do set, provavelmente estavam me esperando.
    -Tudo isso pra mim? -Perguntei observando todas em um círculo no meio do estacionamento.
    -Finalmente. -Samira disse enquanto eu me aproximava. -Achávamos que você tinha morrido dentro do camarim.
    -Uma situação meio estranha já que Laura está aqui. -Uzo rebateu ironicamente fazendo com que um sorriso se formasse no rosto de cada uma. Laura estava corada, e rindo o mais sem graça possível.
    -Acho que já está na hora de irmos, né? -Ela disse enquanto subia em sua moto.
    -E pra onde vamos? -Perguntei um pouco confusa.
    -Beber, muito. -Natasha falou ao caminhar até o seu carro.
    Apenas assenti com a cabeça e caminhei até meu carro juntamente com Samira, Yael e Danielle.
    -Você acha que Laura fica brava quando brincamos dessa maneira com ela, Tay? -Danielle perguntou após entrarmos no carro.
    -Eu não sei, acho que ela só fica sem jeito. -Respondi, dando a partida no carro.                                                                                                           -Agora quem está ficando sem graça é a Tay. -Samira disse e então todas nós sorrimos.
    Era bom estar ali com elas. Todas se entendiam de sua própria maneira. Uma parte de mim estava triste por estarmos chegando na reta final das gravações, não nos veríamos mais todos os dias e nem teria aquela expectativa sobre como atuaríamos umas com as outras. Porém outra parte de mim estava completamente feliz por estar concluindo um ótimo trabalho.
    Dirigi por cerca de 30 minutos quando finalmente chegamos ao local. A noite já estava começando a cair e as luzes ao redor do bar já haviam se acendido.
    Saímos do carro e logo estávamos todas na entrada.
    -Você pode por favor correr um pouco mais devagar? -Disse brava quase num tom de sussurro ao chegar perto de Laura.
    -Qual a graça em fazer isso? -Ela perguntou com um sorriso no rosto e eu desejei beijá-la naquele instante. -Eu sei o que esses seus olhos significam, mas ainda não. -Laura abriu a porta do local com as duas mãos e instantaneamente um sino tocou avisando que haviam chegado novos clientes.
    -Eu realmente amo esse jeito de anunciar a chegada das pessoas. -Danielle disse enquanto entrava e caminhava até uma mesa ao lado do bar.
    Laura estava sentada ao meu lado, como era de costume. Natasha sentou-se exatamente em nossa frente, como se não quisesse perder nenhum detalhe de nossas interações.
    -Eu acho que de alguma forma bem esquisita Natasha é fascinada por mim e Taylor. -Laura falou certa hora enquanto pegava alguns drinks da bandeja que estava nas mãos do garçom ao seu lado.
    -É a minha maneira de diversão. -Natasha deu de ombros e rapidamente virou o líquido de um dos copos em sua garganta.
    Eu sabia que aquela noite, como em todas as outras, iria acabar de uma forma boa. Diferente de antes, eu já não estava mais com plena certeza de que iria conseguir negar a Laura o que meu corpo mais desejava no momento.
    
    Conforme as horas se passavam, mais copos tomávamos e a consciência ia se esvaindo aos poucos. Eu tinha auto controle, óbvio, principalmente quando estava cercada de pessoas ao redor e Laura ao meu lado, mas era difícil parar enquanto eu sentia que o álcool tornava tudo mais divertido e Laura um pouco menos paranoica que o normal.
    Àquela altura, já conversávamos aos gritos e as risadas eram mais altas ainda. Provavelmente já teríamos sido expulsas do bar se não estivessem faturando tanto a nossa custa.
    Certa altura da noite, Laura colocou a mão na minha perna. Subitamente eu olhei para ela, sem entender.
    -Quer se divertir no banheiro? -Ela sussurrou com um tom malicioso e um sorriso sugestivo nos lábios. Eu podia perceber que era difícil para Laura manter seus olhos abertos e uma postura normal. Era extremamente sexy vê-la naquele estado e sentir que eu estava no controle. Laura Prepon estava praticamente implorando para transar comigo. Quando eu poderia pensar que isso se tornaria real?
    -Você não tá merecendo, já disse... -Eu falei e Laura subiu sua mão um pouco, ainda próxima a mim.
    Eu dei uma rápida olhada em volta. Eu e Laura estávamos no canto, então era meio impossível que alguém pudesse ver o que ela estava fazendo. A mesa era redonda e alta, tampava boa parte da cintura para baixo.
    -Isso é um não? -Ela perguntou, apoiando seu rosto na sua mão esquerda enquanto ela se debruçava na minha direção.
    Se todos ali não estivessem extremamente bêbados...
    -Laura... -Eu comecei e ri, pensando em como ela ia se arrepender disso sóbria.
    Sua mão subiu mais ainda, levantando o meu vestido levemente. Eu mordi o meu lábio quando senti sua mão ali, no meio de um bar lotado.
    -Eu sei que você quer, Taylor. Não precisa mais fingir. -Ela sussurrou, ainda na mesma posição, me olhando intensamente. Era como se estivéssemos isoladas do resto das pessoas na mesa, todos mantinham uma conversa entre si e eu agradeci por isso. Eu não estava bêbada o suficiente para perder totalmente o senso, diferentemente de Laura.
     Laura tocou minha calcinha com a ponta dos dedos e eu mordi mais o lábio, apoiando os braços na mesa para tentar minimizar minha expressão. Eu me virei para Laura, qualquer um que nos olhasse acharia que estávamos conversando.
    Ela sorriu e eu assenti brevemente. Laur fez o caminho com os dedos e começou a me acariciar de forma leve. Seus movimentos eram quase imperceptíveis mas abruptamente causaram ondas de calor em mim, e de repente eu queria muito mais.
    -Yo, Taylor. -Danielle falou, e Laura rapidamente tirou sua mão de mim. -Fuck, Marry, Kill: Alex, Nicky, Morello.
    -Tão óbvio. -Tasho falou com uma cara de convencida, prestando atenção no que Danielle tinha acabado de dizer.
     -Hmm... -Eu falei, pensando. Era meio difícil me concentrar em algo com o que tinha acabado de acontecer. Eu nem ousava olhar para Laura. -Kill, Morello. Foi mal, Yael, mas ela é meio obsessiva.
    -Tudo bem, até eu tenho medo dela as vezes. -Yael respondeu e eu sorri.
    -Fuck, Alex. Marry, Nicky.
    -Sério? -Laura perguntou, com as sobrancelhas erguidas.
    Todas ali na mesa riram e eu consegui obter a reação desejada de Laura e Natasha.
    -Todas me querem, Prepon. -Natasha cruzou os braços, no seu próprio momento de realização pessoal.
    -Foi mal. -Eu falei, me virando para Laura enquanto todas voltaram pras suas próprias conversas. Eu sorri porque era incrivelmente fofo o jeito que Laura reagiu diante das minhas escolhas. -Mas seria o melhor sexo de todos.
    Laura riu, tomando alguns copos que tinham ali na mesa.
    -Pode se tornar real. -Ela sussurrou, se encostando na parede e focando o olhar nos meus lábios.
    Eu suspirei, o mesmo calor de antes voltando a tona. Novamente ela fez o seu caminho até minhas pernas, só que dessa vez ela se manteve ali, acariciando levemente.
    Eu precisava beijá-la. Eu percebi isso quando percebi o quão úmidos seus lábios estavam.
    Eu me levantei da mesa, dando uma rápida olhada pro banheiro. Caminhei até ele e constatei como estava tonta, tive que me segurar algumas vezes nas mesas que tinham no caminho para não causar uma cena.
    Abri a porta, agradecendo por estar vazio. Haviam algumas cabines e um grande bancada de mármore, onde estavam as pias. Caminhei até o espelho e me dei uma rápida olhada, minha visão estava turva mas eu conseguia ver o meu cabelo levemente bagunçado.
    Suspirei de impaciência e ia pegar meu celular na bolsa quando Laura entrou pela porta. Assim que eu a vi trancá-la, puxei seus braços na minha direção. Seu corpo se chocou contra o meu e suas mãos me seguraram fortemente pela cintura.
    Coloquei minha mão na nuca de Laura e a puxei na minha direção, beijando-a violentamente. Era delicioso sentir aquilo novamente, seus lábios nos meus e sua língua em sintonia com a minha. Eu sentia falta do seu gosto, da sua respiração pesada na minha pele, das suas mãos me segurando forte e principalmente da sensação de ter o seu corpo tão próximo do meu.
    Laura beijou meu pescoço enquanto ela me colocava sentada na bancada, de frente pra ela. Mais uma vez ela subiu o meu vestido e eu senti a ponta dos seus dois dedos estimulando o meu clitóris, eu passei a língua no seu lábio inferior e o mordi quando senti o seu toque.
    Com a sua mão esquerda ela tocava os meus seios por cima do vestido, eu comecei a gemer baixo enquanto todas aquelas sensações se misturavam com a minha vontade de tê-la.
    Laura sabia o que eu queria e que não estávamos em posição para demorar ali. Ela penetrou dois dedos em mim e começou a movimentá-los rapidamente, eu me encostei na parede e segurei na borda da bancada enquanto gemia mais alto. Durante todo o tempo eu mantive meu olhos grudados nos de Laura, seus lábios estavam roxos devido as minhas mordidas inferiores, mas isso não parecia incomodá-la.
    -Shhh. -Ela cobriu minha boca com a mão quando eu estava prestes a gritar. Ela balançou a cabeça negativamente e eu simplesmente mordi o lábio, tentando me controlar.
    Mas isso estava se tornando uma tarefa cada vez mais difícil. Eu me senti completamente molhada enquanto Laura acrescentou mais um dedo, aumentando seus movimentos dentro de mim. Minhas pernas e braços tremiam e eu sentia que estava a cada segundo mais complicado de me manter ali, sem desabar.
    Laura se aproximou de mim, voltando a me beijar. Com a sua mão livre ela voltou a estimular meu clitóris, enquanto seus dedos incansáveis impulsionavam as familiares ondas de calor dentro de mim, que faziam todo o caminho do meu corpo.
    Ela colou os seus lábios nos meus enquanto eu gozei. Eu sabia que ela queria que fôssemos silenciosas, apesar de que eu sabia o quão pouco discreta eu estava sendo. Minhas pernas tremiam tanto que eu parecia estar convulcionando, enquanto alguns espasmos leves ainda faziam eu perder o controle do meu corpo.
    Laura tirou os dedos de mim, me beijando novamente, só de que uma forma mais delicada dessa vez.
    -Só um segundo. -Eu pedi sem ar enquanto ela me segurava.
    -Desculpa? -Laura respondeu e eu ri fraco. -É melhor voltarmos antes que...
    -Se você pensa que vai sair daqui impune... -Eu a interrompi, descendo da bancada, ainda fraca. Ajeitei o meu vestido e me encostei nela. -Você tá muito enganada, Prepon.
    Ela sorriu e mordeu os lábios. Voltamos a nos beijar, mais uma vez eu senti o gosto do álcool na sua língua e isso me causava arrepios. Eu sentia que poderíamos ficar horas daquele jeito e eu nunca me cansaria.
    Fiz Laura sentar na bancada e abaixei a sua calça, sem quebrar o beijo. Eu sentia o seu corpo em chamas e me perguntei como consegui ficar tanto tempo sem tocá-la.
    Levantei sua camisa e acariciei os seus seios entre os meus dedos, chupando-os logo em seguida. Deixei marcas leves neles enquanto alternava minha língua e meus dentes nos seus mamilos, e Laura soltava longos suspiros no meu ouvido. Por alguns segundos apreciei o seu corpo inteiramente pálido e definido, era incrível como ela era tão bonita e naquele momento eu soube que nunca me cansaria de admirá-la.
    Fiquei de joelhos na sua frente, sem desconectar os meus olhos dos seus. Ela me olhava com tanto desejo que aquilo era quase tão intenso como o sexo em si.
    Me aproximei dela, segurando nas suas coxas. Desci a sua calcinha e comecei a distribuir beijos por ali, enquanto abria suas pernas devagar. Laura manteve suas mãos no meu cabelo e eu gemi quando passei a ponta da língua na sua abertura. Pude sentir Laura fraquejar e eu sorri com aquilo.
    Antes que eu pudesse continuar, o último som que eu queria ouvir naquele momento soou: batidas na porta.
    Eu me levantei rapidamente enquanto Laura abotoava sua calça.
    -O que a gente faz? -Laura perguntou e eu caminhei até a porta, abrindo-a em seguida. Aquela era a única coisa a se fazer, afinal.
    Era Natasha. Com a cara mais maliciosa e satisfeita possível, apoiada no batente da porta. Eu nunca tinha visto ela tão feliz como naquele momento.
    -Antes que vocês me xinguem, eu fiz um favor, ok? As garotas tavam querendo vir porquê já estavam achando que vocês tinham caído, desmaiado, morrido, se afogado no próprio vômito ou sei lá. -Natasha fez uma pausa dramática. -E eu disse: "pode deixar, eu vou lá ver como elas estão, se estiverem vivas." E salvei vocês do maior constrangimento do ano. De nada.
    -Se você acha que isso não foi constrangedor, tá muito enganada. -Foi o que eu falei, após alguns segundos de silêncio. Eu sabia que Natasha realmente tinha feito um favor e não ligava muito, mas o semblante de Laura era extremamente sério.
    -Prepon, relaxa. O segredo de vocês tá salvo comigo. Vamos voltar agora antes que achem que estamos fazendo um trio.
    -Idiota. -Laura respondeu, saindo do banheiro.
    Eu ri e tive que me conter quando percebi que ela estava revirando os olhos. Caminhamos para a mesa, minhas pernas ainda tremiam mas eu já estava bem mais controlada do que antes. O que me consolava era pensar que quando fosse para casa ia conseguir finalizar o que Laura e eu não terminamos.
    -O que aconteceu com vocês? -Yael perguntou enquanto nos sentamos.
    -Só precisávamos de mais drinks. -Laura disse com dois copos nas mãos.
    -Quando é que você pegou isso? -Perguntei rindo enquanto tentava sentar-me confortavelmente na cadeira após ter tido aquele momento com Laura no banheiro.
    -Eu sou bem rápida. -Ela disse e logo piscou em seguida. -Provavelmente eu vou fazer você sentir coisas sem que você perceba o que eu realmente fiz. -Laura entornou o líquido de um dos copos rapidamente em sua garganta. Sua expressão denunciava o quão ardente aquilo desceu.
    -Talvez você esteja se garantindo demais, Prepon. -Disse enquanto pegava um copo que estava no centro da mesa. -Vamos ver do que você é capaz. -Pisquei e então Laura deu um sorriso malicioso.                                                                                                                                     Paramos de beber por volta das 2 da manhã, era isso ou não chegaríamos vivas em casa. Eu já estava acostumada a dirigir assim, mesmo sabendo que era um dos maiores erros que eu costumava cometer.     
    -Eu estou realmente acabada. -Danielle disse enquanto levantava-se. -Por favor Taylor, não nos mate com o seu maldito carro. -Ela completou soltando uma longa risada no final.
    Saímos do bar deixando uma boa bagunça na mesa, mas em troca resultamos numa bela gorjeta para dois ou três garçons que estavam nos servindo naquela noite.
    -Você realmente consegue ir nessa moto? -Perguntei enquanto saía ao lado de Laura do bar.
    -Sim. -Ela se limitou a dizer. -Estarei te esperando em casa. -O tom de voz de Laura era baixo neste momento, mas o desejo fez com que soasse como um grito em minha cabeça. Eu estava completamente louca para ter Laura novamente sem me preocupar com pessoas ao redor.
    Eu daria novamente carona, mas dessa vez apenas para Danielle e Samira, pois elas moravam próximas a minha casa.
    Entramos no carro e eu suspirei algumas vezes antes de dar a partida.     
    -O segredo é ir devagar. -Disse enquanto olhava a pista pelo retrovisor.
    Dirigi dentro do limite por todo o caminho. Laura havia feito um caminho diferente, e dessa forma chegaria mais rápido em casa. Combinamos que ela me mandaria uma mensagem assim que chegasse, então eu seguiria para sua casa após deixar Danielle e Samira em seus respectivos endereços.
    As ruas da cidade estavam bem iluminadas, e o ar frio insistia em entrar pelas brechas da janela. Agradeci mentalmente por todo o interior do meu corpo estar aquecido, era como se o frio não pudesse contra mim. Após deixar as duas em casa, quase que instantaneamente Laura enviou uma mensagem dizendo que já tinha chegado e era um alívio enorme saber que ela não estava mais nas ruas de NYC com a sua consciência um pouco afetada.
    Dirigi em direção a casa de Laura rapidamente. Eu já havia desistido de pensar se realmente era o certo a se fazer. Eu apenas queria ter Laura inteiramente para mim. Estacionei o carro em sua garagem e pude notar que apenas a luz secundária da sala de Laura estava acesa. Ela sabia o quanto eu amava aquela luz fraca iluminando todo o espaço e o contraste que dava no assoalho do chão.
    Subi rapidamente e caminhei em direção a sua porta, entrando sem bater.
    -Laura? -Perguntei enquanto entrava lentamente. Coloquei minhas chaves e minha bolsa em uma pequena mesa que ficava ao lado da porta.
    -Finalmente. -A voz de Laura soou um pouco longe e antes que eu pudesse caminhar até seu encontro, ela apareceu na sala. -Demorou. -Ela disse encostando num canto da parede.
    Laura estava com uma taça de vinho em uma de suas mãos. Ela vestia um roupão branco e ele estava com um nó fraco em sua cintura.
    -O que você estava fazendo? -Perguntei enquanto aproximava-me de Laura.
    -O que você acha? -Ela segurou  em uma de minhas mãos e puxou-me na sua direção. -Eu quero me aproveitar de você até que minhas forças se esgotem. -Ela entornou todo o líquido vermelho cor de sangue em sua garganta fazendo com que restassem alguns vestígios em sua boca. Aproximei meus lábios dos seus e os chupei lentamente, sentindo o gosto do vinho tomar conta da minha boca.
  
    Eu e Laura tivemos uma longa noite e acabamos adormecendo no sofá, ainda um pouco bêbadas. Quando abri os olhos na manhã seguinte, alguns raios de sol iluminavam a sala. Fiquei surpresa de olhar pela janela e percebi que o céu estava azul e sem nenhuma nuvem no céu. Apesar de eu amar o frio, era bom ver o céu limpo algumas vezes.
    Por sorte, só tínhamos que gravar na parte da tarde. Minha cabeça doía como o inferno, mas eu não me importava. A noite anterior ainda estava totalmente viva na minha memória, e era como se tudo que eu quisesse estivesse se realizando. Olhei para o lado e Laura ainda estava ali, com a sua pele pálida reluzindo no sol. Seu cabelo estava bagunçado e seu semblante era tranquilo, ela parecia estar dormindo de forma totalmente profunda.
    Eu me levantei, indo até o banheiro e tomando um banho morno. Vesti algumas roupas de Laura quando saí, eu sabia que ela não iria se importar. Quando voltei para a sala ela já estava acordada, mexendo no celular.
    -Bom dia. -Eu falei, me sentando ao seu lado. -O que você vai querer comer?
    -Nada. -Ela resmungou, deitando a cabeça no encosto do sofá. -Acho que tô com a pior ressaca da minha vida.
    Eu fui até a cozinha e peguei alguns analgésicos, para Laura e para mim. Assim que ela tomou resolveu ir tomar um banho e eu fiquei no sofá. Peguei o celular de Laura e olhei as notificações, tinham várias mensagens de Jodi. Eu revirei os olhos com aquilo.
    Me deitei e peguei o meu próprio celular, trocando algumas mensagens com Natasha. Ela tinha ficado eufórica com a sua pequena "descoberta", mas por algum motivo eu confiava nela e sabia que não iria espalhar para ninguém. Não que eu me importasse ou que as pessoas já não desconfiassem, mas Laura não pensava da mesma forma que eu e tudo o que eu queria era fazê-la ficar confortável.
    -O que acha de pedirmos comida japonesa? Acho que é a única coisa que o meu estômago vai aceitar hoje. -Laura falou, voltando para a sala enquanto secava o seu cabelo com a toalha.
    Eu assenti e fiz o pedido pelo telefone. Laura se deitou ao meu lado e eu a abracei pela cintura, acariciando seu cabelo devagar. Ela fechou os olhos e ficamos longos minutos daquele jeito.
    A sensação do sol queimando nossa pele era agradável, porque não chegava a fazer calor. Eu quis ficar daquele jeito o dia todo, mesmo sabendo que Laura estava mais pensativa do que o normal. Ela sempre ficava quieta depois que dormíamos juntas, por motivos que eu provavelmente já imaginava. Após algum tempo conhecendo o jeito dela de agir, eu acabei desistindo de tentar fazê-la dizer algo ou explicar o motivo da sua "tristeza".
    -No que tá pensando? -Ela perguntou.
    -Eu estava pensando no que você deve estar pensando. -Eu me enrolei com as palavras e ela riu.
    -Provavelmente você não vai querer saber. -Laura falou séria.
    -Eu imagino que não. -Respondi apenas, encarando o teto da sala. -Eu estava pensando que...
    -O que? -Laura indagou, assim que percebeu a minha demora para terminar a frase.
    -Deixa pra lá. -Eu falei, fazendo menção de me levantar do sofá, mas Laura me manteve deitada. Senti meu coração acelerar.
    -Fala, Taylor.
    -Laura, acredite... É melhor deixar pra lá.
    Laura ficou pensativa por alguns segundos.
    -Eu quero saber. -Ela levantou a cabeça para me olhar melhor.
    Eu fiquei em silêncio durante algum tempo, respirando fundo e engolindo a seco.
    -Eu acho que tô apaixonada por você. -Falei após longos segundos a frase que ecoava na minha cabeça a dias. Eu tinha certeza daquilo, mas não queria assustá-la.
    -Taylor... -Laura disse se afastando um pouco.
    -Não precisa dizer nada. -Suspirei de forma pesada, algo em mim ainda esperava que ela correspondesse. -Por mais que eu esperasse que algo em você mudasse, eu meio que imaginava que essa seria sua reação.
    -Não é assim Taylor, eu só não consigo. -Ela respondeu de forma nervosa enquanto passava as mãos pelo seu cabelo.
    -Não consegue dizer que está apaixonada ou você não está? -Perguntei, encarando Laura. Seus olhos estavam sem rumo e ela apenas suspirava rápido várias vezes.
    Ouvimos a campainha tocar e provavelmente era a comida que havia acabado de chegar. Não poderia ser um pior momento para isso acontecer, eu conhecia Laura muito bem para saber que ela não voltaria a falar nesse assunto pro resto da semana.
    Laura deu um pulo do sofá e caminhou rapidamente até a porta, pude ver quando ela pagou a comida e fechou a porta logo em seguida. Ela estava quieta, e eu me perguntava se havia feito certo em ter falado daquela forma. Eu nunca havia sido o tipo de pessoa que vivia em cima do muro. Quando queria, queria, e acabou. Era difícil esconder o que eu realmente pensava ou desejava.
    -Não vai comer? -Laura perguntou sem olhar nos meus olhos. Ela estava sentada em seu tapete felpudo e a comida estava na mesinha de centro da sala.
    Sentei-me ao lado dela e fiquei em silêncio enquanto ela tirava a comida das embalagens e nos servia.
    -Olha, Tay... -Ela começou e eu sabia exatamente o que ela iria dizer.
    -"Eu amo sua amizade."-Disse interrompendo-a, completando como se estivesse adivinhando o que ela iria dizer.
    -Não seja irônica, isso não é mentira. -Ela respondeu enquanto levava um sashimi até sua boca.
    -Eu sei, Laura. -Fiz uma pausa. -Mas você nunca tem certeza de absolutamente nada, parece que nossa conversa outro dia não adiantou muito. -Peguei uma garrafa de suco e virei boa parte do líquido dentro de minha boca.
    -Eu não quero entrar nesse assunto. -Ela revirou os olhos e continuou comendo.
    -Ótimo. -Bufei enquanto começava a comer. -Não espere um bom humor vindo de mim, então.
    O quão cansativo tudo parecia estar em poucos dias? Eu não estava pedindo para que Laura me assumisse para o mundo, nem nada do tipo. Ela não conseguia assumir para si mesma o que realmente queria, e isso era a coisa que mais me preocupava no momento.
    Comi rapidamente, apenas para não ter que ir ao set de estômago completamente vazio. Eu estava sem fome e sem vontade de gravar também, o que tornava tudo ainda mais difícil. Terminamos de comer e eu ajudei Laura a se livrar de todo o lixo. Ela estava deitada no sofá quando eu apareci na sala vestindo as roupas da noite anterior.
    -Onde você vai assim? -Ela perguntou sem entender. Eu estava pegando minhas coisas que haviam ficado espalhadas pela casa.
    -Preciso passar em casa antes de ir para o set. -Limitei-me a dizer enquanto colocava meu sapato.
    -Eu posso ir com você se quiser. -Laura disse enquanto deixava seu celular de lado.
    -Não precisa. -Caminhei até a porta sem que desse tempo para Laura vir atrás de mim.
    -Tay? -Ela perguntou um pouco confusa. -Me desculpa, eu só não consigo. Eu não sou assim. -Abri a porta e a bati atrás de mim assim que eu passei por ela. Eu só queria estar em minha casa, sem que houvesse alguma desavença com Laura.
    Caminhei até a garagem e o sol estava em contato com a minha pele, provocando a mesma sensação de conforto. Senti falta das minhas viagens e a paz que eu sentia ao estar em um lugar isolada do mundo. Eu costumava deitar em cadeiras à luz do sol, fazendo com que meu corpo ficasse altamente relaxado. Talvez eu estivesse mesmo precisando de férias. Férias dali, dos meus sentimentos e de mim mesma.
        
POV LAURA
    Fiquei um bom tempo no sofá aquela manhã, pensando em  tudo o que tinha acontecido. Eu não tinha certeza até que ponto poderia me envolver com Taylor. Fisicamente era tudo mais fácil, simples, instintivo. Nós simplesmente fazíamos o que dava vontade, e o resultado disso eram todas aquelas diversas explosões de desejo e satisfação ao mesmo tempo. Me envolver emocionalmente com ela era outra história... Com certeza nos iria trazer problemas. No trabalho, na mídia, em qualquer lugar.
    Porém uma parte de mim se preocupava com Taylor. Eu sabia que ela ficava extremamente desapontada comigo quando eu agia daquela forma, como se não gostasse dela. E não tinha nada no mundo que eu odiasse mais do que vê-la decepcionada comigo... Acho que todas aquelas semanas antes de tudo isso acontecer me aproximaram dela mais do que qualquer outra pessoa no mundo. Eu queria ter ela por perto sempre e queria mantê-la feliz. O que de fato isso me dizia?
    Respirei fundo, sentindo minha cabeça latejar num ritmo compassado. Em poucos minutos, eu já sentia falta dela ali.
    Me levantei do sofá e minha visão escureceu, então novamente me deitei. Tudo ao me redor girava e parecia que minha cabeça estava prestes a explodir.
    -É isso que acontece quando eu penso demais. -Falei, suspirando e fechando os olhos.
    Acordei com o meu celular tocando. Felizmente eu havia programado um alarme na noite anterior, prevendo o meu futuro estado de ressaca. Tomei um banho rápido e me troquei, caminhando até a garagem. O meu ânimo estava próximo de 0 eu prometi a mim mesma nunca mais sair para beber no meio da semana.
    Cheguei no set 10 minutos adiantada, e assim que entrei fui para o meu camarim fazer a transformação. Nos dias comuns eu não me incomodava, na verdade gostava de me ver com todas aquelas tatuagens, mas naquele dia pareciam que as maquiadoras estavam demorando mais do que o normal.
    Assim que elas terminaram e eu já estava pronta, saí do meu camarim.
    -Hey. -Taylor me cumprimentou. Ela estava encostada na parede, de frente pra minha porta.
    -Olá, "Piper". -Eu respondi, dando uma rápida olhada na sua roupa de presidiária. Caminhamos até o set, nós teríamos uma cena juntas.
    -Desculpa pela forma que eu fui embora. Eu me irritei.
    -Eu percebi. -Eu respondi, sorrindo, sem olhá-la. -Olha, amanhã é a luta. Se você tiver desistido ir, me avisa com antecedência pra eu dar o seu convite pra alguém.
    -Já quer me substituir? -Ela respondeu em um tom de brincadeira. -Eu vou, Laura.
    -Fico feliz. -Eu falei, então paramos de andar. Estávamos a espera de uma cena ser finalizada. Eu já me sentia mais leve por saber que não estávamos "brigadas", percebi que Taylor não conseguia ficar brava comigo durante muito tempo. -Vamos no seu carro, né?
    Taylor assentiu.
    -Te busco às 21h.
    Ela beijou minha bochecha rapidamente assim que terminou a frase e eu senti o meu rosto queimar no mesmo momento. Olhei em volta, e quando estava prestes a me virar de volta para Taylor, ela já estava longe. Pude perceber que ela estava rindo, então foi meio inevitável que eu não sorrisse também. Ela sabia que o seu sorriso era a minha coisa preferida nela.



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