1. Spirit Fanfics >
  2. Trying not to love you >
  3. All of the stars

História Trying not to love you - All of the stars


Escrita por: teamvauseman

Notas do Autor


Olá para todos!
Obrigada por todos os comentários no capítulo anterior. Vocês são os melhores leitores hahah
Esse demorou só um pouquinho, né? A viagem está quase chegando ao fim, quem vai sentir falta?
Digam-nos o que vocês acharam desse e dos outros capítulos nos comentários ou no twitter da fanfic que é @teamv4useman
Boa leitura, e até breve <3

Capítulo 21 - All of the stars


POV LAURA
    Assim que acordei, dei uma rápida olhada no relógio do celular e constatei que já se passavam das 10 da manhã. Eu e Taylor havíamos dormido mais do que o normal, a noite havia sido melhor do que era de costume.
    Olhei para o lado e pude perceber que ela já não estava mais lá, então caminhei até o meu closet para pegar um suéter. Diferente dos dias normais, o tempo estava nublado em L.A e senti por um instante, olhando aquele céu cinza, que eu estava de volta para Nova York.
    -O tempo está exatamente como você gosta. -Comentei enquanto caminhava até a cozinha. Taylor estava vestindo uma camisa minha e preparando café.
    -Sim, por um minuto me senti em nossa casa. -Ela falou de forma distraída enquanto colocava o café na bancada. -Na minha casa. -Taylor se corrigiu rapidamente enquanto balançava a cabeça um pouco parecendo confusa.
    -Está tudo bem? -Perguntei, apoiando meus braços na bancada e pegando uma xícara.
    -Sim, estou ótima. -Ela deu um sorriso e me entregou algumas torradas. -Acho que já estou me familiarizando com esse seu fogão estranho.
    -Também acho, você conseguiu até fazer torradas. -Falei ironicamente e Taylor revirou os olhos.
    -Eu posso não ser uma chef como você... -Ela disse ao caminhar até mim. -Mas eu sei me virar. -Coloquei meus braços em volta de seu pescoço e a puxei para um beijo.
    -O que você quer fazer hoje? -Perguntei enquanto colocava uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.
    -Hm, hoje eu só queria ficar deitada com você... Como fazíamos antigamente. -Ela respondeu de forma pensativa após tirar meus braços de seu pescoço e pegar uma xícara de café.
    -Tudo bem, depois podemos sair para almoçar perto da praia, o que acha? -Perguntei, observando Taylor tomar seu café da manhã. Ela apenas assentiu com a cabeça.
    Terminamos nosso café e Taylor ajudou-me com a louça. Não havia muito o que fazer dentro de casa, estava sempre tudo arrumado, então apenas nos deitamos no sofá para vermos um filme qualquer da Netflix.
    Taylor estava deitada em meu colo e minhas mãos passavam suavemente por cada fio de cabelo seu. Ela acariciava lentamente minha perna, distribuindo alguns beijos ali de vez em quando.
    Eu estava tão entretida com o filme que mal pude perceber a porta de minha casa se abrir.
    -Olá. -Jodi disse caminhando até perto do sofá e nos olhando um pouco confusa e hesitante.     
    -Ah... é. -Eu falei rapidamente enquanto me afastava de Taylor. -Olá Jodes. -Ela percebeu que Taylor usava apenas um suéter e olhou de forma estranha.    
    -O que estão vendo de interessante? -Jodi perguntou sem jeito ao sentar-se do outro lado da sala.
    Taylor pegou algumas almofadas e as colocou perto de sua perna. Eu estava totalmente desconfortável com a situação e podia sentir que Jodi estava desconfiada de Taylor desde o início, e agora tudo só iria piorar. Eu sabia que ela era minha melhor amiga, e era exatamente por isso que eu tinha certeza que ainda não estava pronta para contar tudo a ela. Nos conhecíamos a anos e Jodi sempre fazia diversos tipos de comentários intolerantes comigo, e a reação que ela teria quando descobrisse que eu, após tantos anos, estava me apaixonando por uma mulher, seria totalmente irrefreável. No mínimo, eu sabia que ela não me levaria a sério. "É só uma fase, Laura. Eu já vi você sair com tantos caras." Eu podia até ouvir a sua voz me dizendo aquelas coisas.  
    -É um filme qualquer. -Eu forcei um tom casual enquanto sentava um pouco mais perto de Jodi. -Taylor não está acostumada com o ritmo de L.A., prefere o clima tedioso de NYC. -Falei, me arrependendo logo em seguida. A cara de Taylor não era uma das melhores, e ela mal estava olhando em meus olhos.
    Ficamos mais algum tempo assistindo o filme até que Taylor levantou-se e foi até seu quarto se trocar para que pudéssemos fazer algo.
    Deixei Jodi na sala, dando uma desculpa qualquer para que eu pudesse ir atrás de Taylor. Eu sabia que ela não havia ficado nada feliz com o que havia acontecido.
    -Eu não quero mais sair pra almoçar. -Taylor disse assim que eu entrei no quarto e fechei a porta.
    -Você vai começar com isso? -Sussurrei, revirando os olhos e caminhando até Taylor.
    -Eu já tô cansada, Laura. -Ela disse tentando manter a voz baixa. -Eu estou cansada de fingir ser algo que não sou, e você também deveria estar cansada de mentir para os seus amigos.
    -Eu não estou mentindo, Taylor. -Respondi enquanto segurava um de seus braços. -Só não é tão simples para mim quanto é pra você.
    -Simples? -Ela riu com sarcasmo enquanto se afastava. -Você acha que é simples? Eu estou na sua casa e tenho que fingir que sou só sua amiga. Eu estou no quarto de hóspedes, Laura. Você sabe o quão frustrante isso é? -Ela começou a se exaltar e pude notar algumas lágrimas em seus olhos.
    -O que você quer que eu faça? -Perguntei tentando me aproximar de Taylor.
    -No momento eu só quero que você me deixe sozinha. -Afastei-me de Taylor e ela virou-se para janela.
    Minha cabeça estava confusa, eu sabia que isso iria acontecer de um jeito ou de outro... Só não queria que fosse tão cedo.

POV TAYLOR
    Laura havia saído com Jodi e eu estava deitada na cama do quarto de hóspedes. Por um minuto eu quis embarcar no primeiro avião para NYC, mas sabia que iria me arrepender logo depois.
    Peguei meu celular na cabeceira da mesa e disquei o número de Natasha algumas vezes. Era meio impossível conseguir falar com ela de primeira, mas agradeci quando finalmente ela atendeu.
    Do outro lado da linha, Natasha ouvia atentamente cada palavra que eu dizia. Ela era uma das poucas pessoas que sabiam do meu relacionamento com Laura, e eu tinha certeza de que poderia contar com ela a qualquer momento.
    -Tay, se eu fosse você daria um bom beijo nela na frente de todos esses engomadinhos idiotas dos amigos dela. -Natasha disse após um longo tempo apenas me ouvindo, e eu sorri.
    -É bom poder falar com você, Tasho. -Falei e então pude ouvir sua risada do outro lado da linha.
    Não demoramos muito no telefone, Natasha tinha uma reunião para ir e apenas decidimos trocar mensagens, já que ela estaria muito entediada tendo que ouvir pessoas falando sobre assuntos aleatórios.
    “O que você quer fazer em relação a Laura?” Natasha mandou certa hora fazendo com que eu tirasse meus olhos da televisão.
    “Eu realmente não sei, ela não está pronta para isso, talvez eu deva me afastar.” Enviei e senti minha cabeça doer na mesma hora.
    Eu sempre temi perder Laura, mas nunca imaginei que algum dia poderia passar pela minha cabeça ter que deixá-la.
    
    Laura passou a tarde inteira fora e eu não peguei o telefone para ligar pra ela. Passei a tarde trocando mensagens com Natasha e de certa forma sentia-me “mais leve” por estar desabafando. Era como se o peso que eu guardava dentro da minha cabeça simplesmente estivesse desaparecendo.
    “Quantas vezes você ainda vai ficar nessa mesma situação?” Natasha mandou certa hora fazendo com que eu refletisse sobre isso.
    Ouvi a porta da sala bater e soube no mesmo instante que Laura havia chegado.
    -Você vai continuar agindo assim? -Laura disse, poucos segundos depois de chegar, abrindo a porta do quarto fazendo com que eu desse uma pausa em meus pensamentos.
    -"Assim"? -Perguntei num tom monótono enquanto tirava meus olhos do celular.
    Laura estava parada na porta e seu cabelo estava um pouco bagunçado. Seus olhos estavam escuros, e mesmo sem chegar perto dela, pude sentir o cheiro de álcool.
    -Qual é, Taylor. -Ela reclamou, fechando a porta e caminhando até a cama. -Até quando você vai ficar dessa forma? -Peguei meu celular novamente e pude notar que Natasha havia me mandado uma mensagem.
    -Talvez quando você decidir o que quer de verdade possa exigir algo de mim. -Levantei-me e joguei o celular na cama. -Vou tomar um banho. -Caminhei até o banheiro batendo a porta atrás de mim.
    Não que eu precisasse verdadeiramente tomar um banho. Tudo estava extremamente confuso dentro de mim e o que eu precisava era ficar alguns minutos sozinha para pensar.    
    Tomei uma ducha fria rapidamente e saí do banheiro enrolada em uma toalha esperando que Laura não estivesse mais no quarto.
    -Então é isso o que você realmente sente? -Laura perguntou assim que eu cruzei a porta. Ela estava com o meu celular em uma de suas mãos, e sua expressão denunciava o que ela tinha lido.
    -De certa forma sim. -Dei de ombros enquanto caminhava até um armário. -Não temos 15 anos, Laura. Não precisamos esconder nada de ninguém.
    -Você não entende porque isso é normal para você, Taylor. É tão fácil você dizer que eu não consigo assumir quando nunca passei por uma situação dessa durante a porra da minha vida inteira.
    -Tudo tem a sua primeira vez. -Peguei algumas roupas aleatórias. -Acho que você precisa realmente ficar sozinha pra pensar nisso tudo e ver se é o que realmente quer da vida.
    -Não, Taylor. -Laura disse, segurando meus braços com suas mãos.
    -Você já tá passando dos limites, Laura. -Eu adverti, sentindo o aperto forte de suas mãos.
    -É isso o que eu quero. Você.
    Laura me empurrou violentamente na parede e alcançou minha boca com a sua. Sua língua pediu passagem e eu permiti, sentindo automaticamente ela chupar meu lábio inferior e mordê-lo. Após poucos minutos, estávamos arrancando nossas roupas enquanto me jogava em na cama e sentia Laura cair por cima de mim.
    Horas depois, nossa "pequena" briga tinha sido relevada. Eu sabia que era errado ignorar o que tinha acontecido mas eu tentava ao máximo focar no lado bom do meu relacionamento com Laura. Eu sentia que aos poucos estava "desbloqueando" uma parte do cérebro dela que aceitava a forma como ela se sentia em relação a mim, e era uma questão de tempo até tudo ser mais fácil. E pensando nisso tudo, eu sabia que estava tentando ser otimista.
    Estava deitada na cama do quarto do hóspedes com Laura ao meu lado enquanto tudo isso voava de forma caótica pela minha cabeça. Ela dormia tranquilamente e o quarto estava escuro, iluminado apenas pelas pequenas luzes externas. Eu deveria estar dormindo também, mas minha consciência não estava tão tranquila quanto a de Laura. Era inevitável pensar que só eu via que todo o nosso futuro estava nas mãos dela, e Laur não estava decidida o suficiente para saber lidar com isso.
 
    Conforme os dias se passaram, mais eu sentia como se fizesse parte dali. Daquela casa, de Los Angeles, da rotina de Laura. Aos poucos eu me adaptei com o local, com as temperaturas elevadas e eu e Laura até conseguimos nos entender melhor. Ela até me convenceu a ir à praia em um certo dia ensolarado. Laura e eu andamos no píer de Santa Monica e eu quase podia sentir como se fôssemos um casal normal... Mesmo sabendo que, no fundo, ainda estávamos bem longe disso.
    -Eu amo esse lugar. -Comentei, enquanto nos sentávamos em um banco de madeira no píer. O sol estava se pondo e o reflexo que ele produzia no mar azul era quase uma sessão de hipnose.
    -Todo mundo se apaixona por L.A quando eu apresento. -Laura falou, dando uma mordida no algodão doce que ela havia comprado minutos antes. -É fácil amar essa cidade, é só conhecer do jeito certo.
    -Acho que é verdade, antes eu só tinha vindo por trabalho. -Peguei um pouco de algodão e comi, sentindo o açúcar dissolver na minha língua. -Ei, espera aí, com quantas pessoas você já fez isso?
    Laura fingiu que estava contando mentalmente e sorriu.
    -Idiota. -Eu revirei os olhos e a empurrei com o braço.
    Já estava começando a escurecer quando decidimos andar por ali. As diversas luzes coloridas do pequeno parque de diversões no píer se acenderam e quase me cegavam. Laura me convenceu a andar na montanha russa, apesar de eu odiar aquele tipo de coisa. Quando saímos do carrinho eu podia sentir minhas pernas tremendo e nós não conseguíamos parar de rir do que tinha acabado de acontecer. Laura havia passado todo o tempo gritando enquanto eu estava de olhos fechados, rezando pra acabar logo. Um pouco mais tarde decidimos ir até o observatório de L.A, era um pouco tarde pra fazer aquilo, mas me animei tanto com a ideia que em poucos segundos já estávamos dentro do carro, a caminho de lá.
    
    Enquanto Laura comprava os tickets para entrarmos no observatório, eu não conseguia tirar meus olhos de cada movimento que seu corpo fazia. Eu estava completamente apaixonada e o fato de Laura ter me dito o mesmo há algumas noites atrás só aumentou ainda mais o que eu sentia.
    Agora era real, todas as noites em que eu passei pensando em como seria ouvir algo do tipo vindo dela, finalmente não estava apenas em minha imaginação. Aos poucos eu ia contando mais sobre o que eu desejava de fato, e como eu via meu relacionamento com Laura. Ela estava me entendendo mais do que nunca.
    Conversamos algumas vezes sobre Jodi e seus outros amigos, eu estava disposta a dar o tempo que fosse para que Laura se sentisse segura, e eu sabia que isso não iria demorar, já que ela mesmo havia me dito algumas vezes o quanto queria ser sincera em relação a seus sentimentos com quem tanto a ajudava em diversas situações de sua vida.
    Eu pensei em desistir, e Laura soube disso. Mas vir para Los Angeles fez com que eu conhecesse mais ainda Laura Prepon e todos os meus sentimentos me diziam que não havia nada no mundo que eu não pudesse fazer por ela.
    -Existem alguns corações em seus olhos, Taylor. -Laura aproximou-se lentamente e só então percebi que havia perdido tempo demais a admirando.
    -É... -Busquei palavras para que não ficasse tão na cara o quanto eu era fascinada por tudo que Laura fazia, mas era tarde demais, já havia ficado na cara o quanto eu estava pensando nela.
    -Você não sabe disfarçar, Tay. -Ela beijou meu rosto, que ainda estava razoavelmente quente devido a temperatura do ambiente exterior.
    -Vamos? -Peguei o braço de Laura e a puxei para a entrada. Laura tinha o poder de fazer com que eu ficasse corada facilmente.
    O lugar era maravilhoso por dentro, e eu nunca me imaginei estar ali, ainda mais com Laura. Não que eu não gostasse de astronomia, mas não era algo que eu conhecia de forma mais aprofundada do que o básico.
    -Certa vez eu cogitei fazer astronomia na faculdade. -Laura disse certa hora enquanto caminhávamos por entre um grande salão, cujo teto era mais alto do que o normal e constelações estampavam a decoração dando a impressão de que era uma via láctea totalmente iluminada.
    -Mesmo? -Caminhamos em direção a uma sala onde existiam projeções de corpos celestes por toda a parte.
    -Sim. -Laura olhava atentamente para cada detalhe da sala. -Mas não era algo que eu levei como prioridade. Existia um micro observatório no ensino médio, e eu passava horas lá durante a tarde tentando achar um rumo para as coisas na minha vida.
    -Eu achei que você tinha nascido com dom para teatro ou televisão. -Sentamo-nos em alguns bancos enquanto um enorme projetor passava um vídeo sobre constelações.
    -Talvez eu tenha nascido com esse dom... Mas acredito que dentro de nós cabe tanta coisa, sabe? -Os olhos de Laura estavam fixos no grande telescópio central. Normalmente haviam filas gigantescas para usá-lo, mas graças ao horário não tinha muita gente ali. -Mas é tão difícil nos encontrar, quer dizer, olha essa imensidão. -Laura apontou um de seus dedos para a imagem que o projetor formava na parede. -Somos tão pequenos em meio a isso tudo.
    -Sim, nós somos. -Segurei em uma de suas mãos levemente. -Mas sempre há algo capaz de nos unir.
    Ela aproximou seus lábios dos meus e os tocou delicadamente. Apenas nossos corpos preenchiam o enorme espaço daquela sala.
    -Eu não tive a oportunidade de te agradecer e sei que você logo irá voltar para Nova York, mas todos esses dias com você aqui comigo foram ótimos. -Laura dizia delicadamente cada palavra enquanto passava suas mãos sobre as minhas. -Digo, sinto muito por alguns momentos, e tenho certeza de que na próxima vez em que você vier me visitar, ficará em meu quarto, sem nenhum problema. -Laura sorriu enquanto olhava em meus olhos.
    -Eu cobrarei isso, Prepon. -Falei tentando disfarçar a vermelhidão que se formou em minhas bochechas após ouvir as palavras de Laura. -Você não precisa agradecer.
    Laura aproximou seu corpo do meu e deitou sua cabeça em meu ombro. Por um minuto, naquele lugar, era como se existisse apenas nós e todas as estrelas.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...