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História Trying not to love you - Words as weapons


Escrita por: teamvauseman

Notas do Autor


boa noite! hoje é dia de um capítulo um pouco mais calmo, mas talvez seja para preparar pro que vem a seguir...
queremos agradecer pelos comentário e é sempre bom saber o que vocês estão achando da história, seja positivo ou negativo. nunca deixem de dizer o que pensam!
qualquer coisa, @teamv4useman
boa leitura e até breve 😘

Capítulo 39 - Words as weapons


"-Taylor? -Como sempre, meu coração disparou ao vê-la ali. Ela estava encostada na porta do seu carro, de braços cruzados, e observava nós duas nos aproximar. Taylor estava com o cabelo úmido, talvez tivesse pegado chuva enquanto esperava por nós."


    Ajudei minha mãe com as sacolas enquanto ela pagava o táxi, e saí rapidamente do carro.
    -Ei, pelo visto compraram a cidade inteira. -Ela disse com um sorriso no rosto e caminhando até minha mãe.
    -Você está aqui! -Marjorie disse de forma animada ao abraçar Taylor. Elas falaram algo que eu não entendi muito bem e algum tempo depois se soltaram.
    -Achei que poderia vir tomar café com vocês, mas não imaginei que poderiam estar na rua. -Taylor disse de forma distraída e caminhou até mim. -Ei. -Ela sorriu de forma tímida, em seus olhos tinha um conforto como se ela compreendesse a minha confusão por vê-la ali.
    -Ei. -Respondi de forma não muito calorosa, e provavelmente isso não foi o que ela esperava.
    Marjorie convidou Taylor para entrar, ela aceitou. Entramos em meu apartamento e eu deixei as duas na sala enquanto caminhei até meu quarto para guardar as sacolas e tomar um banho.
    Eu havia pensado durante todo o dia em Taylor e no quanto eu precisava esquecer certos pensamentos. O quão irônico poderia ser ela estar na porta de meu apartamento no fim da tarde?
    Tomei um banho demorado, e assim que terminei, voltei para sala devidamente vestida. Eu estava confusa, não sabia exatamente por que Taylor havia ido até ali, por minha mãe, talvez? Tinha certeza que eu não era o motivo da visita.
    Assim que apareci na sala, ambas estavam em uma conversa animada sobre qualquer coisa que eu não consegui captar. Ia preparar algo na cozinha quando minha mãe se levantou, pegando sua bolsa.
     -Eu vou até aquele café novamente comprar algo para nós três.
    -Mãe, não precisa. Eu ia fazer...    
    -Shh, Laura, não queremos te dar trabalho.
    -Quer que eu vá com você? -Me ofereci, sentindo uma pontada de desespero ao pensar na remota ideia de ficar sozinha com Taylor.
    -Tudo bem, fique aqui com ela. -Marjorie sorriu como quem estivesse sugerindo algo, e então eu apenas suspirei profundamente.
    Assim que ela saiu, um silêncio constrangedor se instalou entre nós.
    Caminhei até a outra ponta do sofá e me sentei. Longos minutos se passaram e eles pareceram uma eternidade, o silêncio entre nós parecia gritar nos meus ouvidos.
    -Pode dizer, Laur. -Taylor falou de repente enquanto mexia em seu celular. -Eu te conheço o suficiente pra saber que você quer falar algo.
    -Como assim? -Fingi que não entendi do que se tratava. -Eu não tenho o que dizer. -Eu estava passando os canais da televisão em busca de algo aleatório que prendesse minha atenção, mas a verdade é que eu estava nervosa e não havia nada ali que pudesse me deixar mais apreensiva do que a pessoa sentada a alguns palmos de distância de mim.
    -Diz logo, Laura. Achei que já tínhamos passado dessa fase. -Ela encostou-se no sofá e deixou o celular de lado, finalmente olhando para mim.
    -Mas pelo visto certas fases voltam, não é mesmo? Algumas pessoas gostam disso. -Dei de ombros, como se não estivesse falando sobre nada em específico. Pela expressão de Taylor, a princípio ela estava confusa e logo após soube exatamente do que aquilo se tratava.
    -O que você quer insinuar? -Agora ela estava cautelosa.
    -Que você...
    Felizmente ou não, minha frase foi interrompida pela minha mãe abrindo a porta com cafés e algumas sacolas de papel na mão. Eu respirei fundo, sabendo que aquela seria uma longa tarde.
    
POV TAYLOR
    Era difícil pra mim ter que lidar com Laura brava pelo que eu havia feito, mas eu tinha que encarar as consequências dos meus atos. Depois que estive com Alycia, algo em mim gritava para que eu fosse ver Laura e Marjorie. Eu não sabia exatamente por que estava fazendo aquilo, mas simplesmente peguei as chaves do meu carro e saí. Eu sabia que se pensasse demais, acabaria desistindo e me arrependeria depois.
    O olhar de surpresa de Laura ao me ver foi impagável, eu sabia que ela sentia a minha falta... Mas talvez não o bastante.
    Quando eu e Marjorie ficamos sozinhas na sala de Laura, ela me bombardeou de perguntas sobre a minha vida. Nada muito pessoal, ela estava genuinamente curiosa e interessada pelo que eu havia feito naqueles últimos meses. Ela era bem esperta, então eu soube de cara que ela tinha consciência da minha distância de Laura quando me perguntou o que houve entre nós para estarmos afastadas daquela forma.
    -Nossos horários não batem mais. -Foi a resposta mais idiota que eu consegui pensar, mas sabia que se hesitasse demais ela ia ficar ainda mais desconfiada. Afinal, o que eu havia dito não era totalmente uma mentira.
    -É uma pena. Nesses dois dias, Laura esteve muito distante.
    Eu suspirei, sentindo-me triste por tudo aquilo. Eu não tinha mais raiva de Laura, era apenas tristeza.
    Quando Laura finalmente me confrontou, eu soube que era isso o que seus olhos estavam segurando desde que nos vimos pela primeira vez naquela tarde, quando ela desceu do táxi. Ela sabia, e eu quis gritar com Alycia por ter aquela obsessão por redes sociais e compartilhar todos os detalhes da sua vida pessoal lá.
    Mas eu sabia que não era culpa de Alycia. Algum dia, Laura acabaria sabendo que nós já tínhamos ultrapassado alguns "limites". Então, o quanto mais cedo melhor.
    O que ela esperava que eu dissesse? "Sinto muito"?
    Laura estava prestes a me responder quando Marjorie chegou. Nós comemos na mesa da sala em um silêncio estranho, e ela pareceu notar a súbita mudança de atmosfera na mesma hora.
    Eu e ela começamos a conversar enquanto Laura continuou calada. De repente, eu já não estava com a mínima fome.
    Comi o máximo que consegui dos bolinhos que Marjorie havia comprado e me levantei da mesa.
    -Eu já estou indo. -Eu sabia quando não era bem vinda, e por mais que Marjorie quisesse minha companhia, o olhar de Laura dizia tudo.
    -Já? -Ela parecia chateada. -Não me diga que vocês brigaram enquanto eu estive fora.
    -Mãe, não. -Laura respondeu, séria.
    -Não brigamos, só acho que eu e Laura não vamos conseguir ficar no mesmo cômodo sem que ela faça questão de fazer eu me sentir mal por um bom tempo. -Peguei minha bolsa e coloquei no ombro, me despedindo de Marjorie rapidamente. -Obrigada pelo café, foi bom te rever. Com licença.
    Saí dali e o silêncio pareceu reinar dentro da casa durante todo o caminho até o elevador. Estava prestes a pegar as escadas porque ele estava demorando para chegar e tudo o que eu queria era ir pra bem longe dali, quando a porta se abriu e Laura caminhou na minha direção. Ela vestia uma camisa preta e seu cabelo solto fazia um contraste em sua pele que foi impossível não reparar.
    -Olha, Laura...
    -Não, escuta. -Ela parou na minha frente e falou baixo, como se não quisesse que sua mãe escutasse. -Marjorie gosta de você. Então você não tem o direito de vir até aqui só pra fazer uma cena dessas pra mim e tentar me magoar, entendeu? Porque você pode fazer isso quantas vezes quiser comigo, mas deixa ela de fora disso.
    -Eu não vim aqui fazer merda de "cena" nenhuma, Laura. Eu não tenho culpa se você não sabe agir normalmente comigo sem tentar fazer eu me sentir um lixo por estar seguindo em frente sem você. -Eu falei as palavras assim que elas surgiram na minha mente, sem hesitar.
    -Taylor, você não entendeu ainda. Eu não me importo, ok? Eu não me importo com o que você faz, só fica de fora da minha vida. -Afiado como uma faca, aquilo me atingiu em cheio.
    -Você é uma péssima mentirosa. -Eu ri de forma irônica. -Se você não se importasse, não ia continuar procurando o que Alycia posta ou não.     
    O elevador finalmente chegou, e algumas pessoas que desceram dele nos olharam como se não estivessem entendendo aquela cena.
    Assim que passaram por nós, eu me perguntei se devia ir embora ou não. Provavelmente, era isso o que eu deveria ter feito.
    -Eu não procuro, Taylor. Não é da minha conta o que você faz. Simplesmente apareceu.
    Respirei fundo, me perguntando como fomos parar ali. Novamente, tristeza era tudo o que eu sentia em relação ao "nós" que já não existia mais.
    -Você realmente quer que eu fique de fora da sua vida, então? Quer que eu atue com você como se nada nunca tivesse acontecido? Quer que eu pose naquelas fotos com você como se fôssemos apenas duas pessoas que trabalham juntas?
    Laura demorou para me responder. Ela parecia cansada.
    -Eu queria, mas não acho que isso seja possível.
    -Não é possível por que você ainda me ama? -Eu perguntei, e na mesma hora ela pareceu se afetar pelo que eu havia dito.
    -Você não tem mais o direito de perguntar isso. -Laura estava prestes a dar as costas quando eu segurei o seu braço. -Não, Taylor. -Ela se soltou. -Você está com outra pessoa, não é? Então, vá em frente, e eu espero que seja feliz. Espero que ela dê o que você tanto procurou em mim e não conseguiu achar.
    Apesar da acidez da sua voz, eu consegui identificar sinceridade no seu tom. Ela realmente queria que eu fosse feliz, mesmo que fosse com outra pessoa.                         
     Mesmo que eu soubesse que isso nunca ia acontecer sem ela.
     Deixei Laura ir. Ela entrou em casa e fechou a porta, trancando-a logo em seguida. Dei as costas e fui até o elevador que permanecia aberto. Foi uma longa viagem até o térreo, pelo menos dentro da minha mente.
    Quando saí do prédio, já era noite. Eu não queria ir para casa, então decidi dirigir até a entrada da Brooklyn Bridge, eu amava estar ali a noite graças a solidão e o silêncio que me permitiam pensar.
     Desci e caminhei até um pequeno parque que havia ali, me sentando em um banco de madeira de frente para o rio e as diversas luzes do outro lado da cidade. O vento estava frio, mas a temperatura era agradável. Os carros faziam seu caminho pela ponte de forma  silenciosa, as luzes dos faróis se misturando como se estivessem aproveitando o ambiente tanto quanto eu.
    No meu celular, algumas mensagens de Alycia. Minha mente estava confusa, e tudo o que eu conseguia pensar era se estava realmente fazendo a coisa certa ou não. Minha única certeza era que eu iria tentar.
    Cheguei a minha casa longas horas depois. Subi as escadas enquanto repassava mentalmente tudo que havia acontecido comigo e Laura naquela tarde. Eu não tinha intenção de causar alguma discórdia, ainda mais na frente de Marjorie. Na verdade, tudo o que me restava era arrependimento por ter aparecido lá daquela forma, eu deveria saber que não iria acabar bem.
    -Aly? -Meus pensamentos foram interrompidos quando vi seu rosto familiar no meu corredor; Alycia estava andando de um lado para o outro em frente ao meu apartamento e só então percebi que eu havia esquecido de responder suas mensagens.
    -Tay, finalmente. -Ela falou com um sorriso no rosto, provavelmente tentando esconder o nervosismo.
    Abri a porta de meu apartamento sem falar qualquer outra coisa e dei espaço para que ela entrasse. Eu não esperava recebê-la aquela noite, na verdade pretendia apenas pensar sobre todas as coisas que estavam acontecendo em minha vida enquanto assistia algo inútil na televisão e comia algumas barras de chocolate.
    -Onde esteve? -Eu sabia que ela queria perguntar aquilo desde quando me viu entrando naquele corredor.
    Pela manhã, quando Alycia acordou, eu já estava na mesa comendo algumas frutas. Eu não estava arrependida pelo o que havia acabado de acontecer, mas sentia como se algumas coisas estivessem fora do lugar. Por todos aqueles meses eu fiquei apenas com Laura, então não foi uma surpresa me pegar pensando nas diferenças entre as duas.
    Eu havia decidido ir até a casa de Laura pouco tempo depois de Alycia acordar. Impulsivamente, tudo que eu consegui dizer para ela foi “nos falamos mais tarde?”, e só então percebi que eu havia praticamente a expulsado de minha casa.
    -Taylor? -Alycia chamou fazendo com que eu despertasse de meus pensamentos. Eu havia entrado em transe enquanto meu dia se passava em frente aos meus olhos.
    -Eu fui até o apartamento de Laura, sua mãe estava lá e pediu para me ver. Ela me convidou para jantar ontem, mas eu disse que já tinha planos. -Respirei fundo e resolvi falar a verdade enquanto colocava minhas coisas no sofá e caminhava até a cozinha. Não olhei para trás, sabia que Alycia estaria decepcionada com a minha resposta.
    -Você não parece muito bem com isso. -Ela observou após algum tempo, fazendo o mesmo percurso que eu até chegar na cozinha.
    -Está tudo bem. -Forcei um sorriso e tomei um gole da água que eu havia colocado em meu copo.
    -Se você quiser eu posso voltar depois. -Por um lado não era justo fazer isso com Alycia. Não era culpa dela nada do que estava acontecendo, tudo que ela vinha tentando fazer todos os dias era mostrar o quanto se importava comigo. -Eu sei que você ainda está confusa, talvez tenha acontecido rápido demais. -Aproximei-me de Aly e coloquei minhas mãos em sua cintura. Como uma resposta para as suas dúvidas, beijei-a delicadamente, e foi inevitável não sorrir ao sentir as borboletas no meu estômago.

    No tempo que Alycia ficou em minha casa, assistimos a um filme de comédia e pedimos uma pizza. Enquanto fazíamos piada da história e devorávamos algumas fatias, percebi que o clima entre nós acabou ficando mais ameno após eu ter deixado bem claro pra ela que não tinha reatado com Laura e nem pretendia.
    Quando finalmente deitei em minha cama, Alycia já não estava mais em minha casa.
    Novamente, Laura me transmitia a mesma sensação que eu senti no começo, um ano atrás. Algo inalcançável.
    Eu sabia que Laura não estava pronta pra tentar nada, muito menos demonstrar que sentia minha falta também. Mesmo que isso estivesse a correndo por dentro, ela seria incapaz de dizer qualquer palavra. Eu sabia muito bem do seu orgulho.
    Eu sabia também que precisava de uma vez por todas esquecer o que havia acontecido entre eu e ela. Focar em nossas personagens era o melhor a se fazer naquele momento.
    Peguei o celular que estava no criado mudo ao lado da cama e disquei o número de Tasho.
    -Alô? -A voz rouca soou do outro lado da linha após tocar algumas vezes.
    -Ei, te acordei? -Perguntei ao me deitar confortavelmente.
    -Não, eu estava assistindo um filme. O que houve? Você está bem?
    Contei tudo que havia acontecido para Natasha, desde o momento em que eu dormi com Alycia até o constrangedor momento em que tivemos na cozinha assim que cheguei em casa.
    -Então Laura estava com ciúme? -Ela falou assim que eu terminei de contar toda história. -Bem, claro que ela tentou ser durona com essa história de “não me importo com o que você faz”. Aliás, o que havia na foto?
    -Basicamente eram nossos pés, os meus e os de Aly. Mas ao fundo nossas roupas estavam emboladas no chão. -Pude ouvir a risada de Natasha do outro lado da linha.
    -Você precisa segurar sua garota, Taylor. De um lado temos a que não demonstra nada, e do outro temos a que mostra roupas emboladas pós sexo nas redes sociais. -Sua risada era ainda mais intensa dessa vez, e eu acabei rindo também daquela ironia toda.
    -Eu quis explodir o celular de Alycia, e acho que é isso que me deixa confusa. Eu ainda sinto que devo a Laura, como se algo ainda me prendesse a ela.
    -Tayloface, algumas semanas não podem fazer com que meses desapareçam. Vocês viveram praticamente como um casal, sempre víamos vocês juntas, em cafés, bares, lojas. -Ela deu uma pausa enquanto parecia diminuir o volume da TV. -Você simplesmente não consegue esquecer isso apenas dormindo com Alycia. Sei que vocês estão tentando há alguns dias, mas não é assim.
    Eu gostava do jeito de pensar de Natasha. Ela normalmente não se importava com pessoas que não considerava e sempre parecia bêbada, ou fazendo piada de uma situação, mas não houve um momento sequer em que ela não me ajudou com um assunto importante.
    -Eu sei, Tasho. Mas Laura disse tantas coisas hoje. Eu não vou mentir, algo dentro de mim ainda a quer, mas ficou provado que não pode acontecer. Alycia esteve todos os dias aqui por mim, e eu gosto dela, acho que mereço dar uma segunda chance...
    -Tudo bem, Taylor. Só não se esqueça que não é justo com você, nem com Alycia estar com ela enquanto pensa em outra pessoa.
    Essas foram as últimas palavras ditas por Natasha antes de nos despedirmos, e ficaram em minha cabeça durante toda a noite.
    Eu sabia o quanto ela estava certa, mas ainda sim precisava arriscar. Eu estava decidida a esquecer Laura Prepon de uma vez por todas, mesmo que isso significasse viver com um pedaço de mim faltando.
    



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