História Tudo certo - Capítulo Único

Acordo com uma respiração tranquila batendo no meu pescoço.

- Levi - o chamo de leve tentando não me movimentar muito.

- Cale a boca alfa, antes que eu te de um soco - disse ensonado e logo enterrou o rosto no meu pescoço.

Dei uma risada anasalada.

- Você precisa comer amor, já está há muito tempo sem comer. Precisamos de um banho também, não era você que era obsecado por higiene? - falo fazendo um carinho em suas costas nuas.

Em resposta, a única coisa que ganho é um Levi enfiando mais ainda o rosto na dobra do meu pescoço, me apertando com um dos braços.

- Vou te carregar então, pode ser? - sem resposta.

Me tiro de dentro de Levi, meu nó já afrouxado, e me levanto com ele ainda no meu colo.

- Se você me deixar cair, você é uma pessoa morta - ameaça tentando soar sério, mas sem êxito.

- Sim senhor - respondo divertido.

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- Levi, se você não descer, não vamos ter como nos banhar direito - tento o convencer.

Era sempre assim, logo depois de um cio ele fica todo manhoso por alguns dias antes de voltar ao normal. E agora aqui estou eu tendo dificuldade de o convencer a tomar um banho sem estar no meu colo.

A gente é um casal obviamente, e estamos juntos já tem uns bons anos. Já até temos a marca um do outro. Moramos juntos em um pequeno apartamento com dois quartos, uma sala, uma cozinha, banheiro e uma sacada.

- Vamos fazer assim, a gente toma um banho direito e depois eu faço o que você quiser - o olho e logo em seguida ele levanta um pouco a cabeça me olhando.

- Sério? - Levanta uma das sobrancelhas.

- Uhun - balanço cabeça em afirmação.

Levi é um ômega um pouco diferente dos outros. Ele é ranzinza, sério, mal humorado e é do tipo que não leva desaforo para casa. A primeira vez que eu me encontrei com ele, eu tive que salvar um amigo meu, Jean, pois ele estava apanhando do Levi por cantar ele. Ele ficou no hospital por umas duas semanas, desde então ele morre de medo dele.

- Se você estiver mentindo, tu vai se arrepender - me lança aquele olhar das trevas e depois desce e entra no box com um pouco de dificuldade.

- Está doendo muito? - entro atrás dele.

- Tirando que quase não consigo andar, não - liga o chuveiro.

- Desculpe, não queria fazer isso contigo - coço minha nuca sem graça.

- Você nunca quer - me olha julgador.

Dou de ombros.

- Vou te ajudar, assim você faz menos movimentos - chego perto dele pegando o Shampoo.

E é aí que sabemos o quanto ele é diferente depois do cio. Normalmente quando tento fazer isso, eu levo um tapa junto com um: "Tch, eu tenho mãos, não sou um alejado, sei muito bem me lavar sozinho" , e agora ele só deu de ombros e deitou a cabeça no meu peito, me deixando lavar o cabelo dele.

- O Armin estava querendo vir aqui, ele precisa me mostrar umas coisas do trabalho. Tudo bem por você? - assim que eu acabo de falar, sinto seus feromônios mudarem.

- Você está de férias, pra que isso? - se afasta de mim.

- Bom, eu não sei ao certo, ele só me disse isso e eu falei que ia ver com você - responde meio incerto.

Levi não admite, mas ele tem um ciúmes quando o Armin está por perto.

O Armin é um ômega, e eu o conheço desde quando éramos pequenos, ou seja, a gente tem uma intimidade bem grande. E um dia, Levi pegou a gente dormindo juntos no sofá de quando eu ainda morava com a minha mãe, abraçados, totalmente colado um ao outro, e isso já faz um tempo, desde então ele tem esse ciúmes.

- Não, se ele quiser fala pelo celular mesmo, não tem motivo para ele vir aqui - negou e foi enxaguar o cabelo.

- Certo - concordei.

Afinal, normalmente depois do cio, ele fica bem territorial. Não falo nada, afinal isso é normal, sem contar que eu também fico assim depois do meu, então não posso reclamar.

- Então vamos acabar o banho e tomar café da manhã - o puxo para mim dando um beijo em sua testa.

Ele concorda e me deixa acabar de dar um banho na gente.
 
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- O que você quer comer? - pergunto vendo ele acabar de se vestir, no que consiste em uma cueca box e uma blusa minha.

Eu estou sem blusa, só com uma calça moletom da estampa do exército mesmo.

- Comida - se joga na cama.

- Ah jura? Nem sabia - reviro os olhos e me levanto da cama.

- Onde você vai? - pergunta me olhando.

- Fazer algo para você comer, se eu deixar, tu fica dias sem comer - aponto para ele com os olhos cerrados.

Ele dá de ombros e vira o rosto para o outro lado.

Vou na cozinha e preparo umas torrados, suco para mim, e café para ele, algumas uvas e maçã. Coloco tudo em uma bandeja e volto para o quarto.

Deixo a bandeja no criado mudo e me sento na cama.

- Levanta para a gente comer - o cutuco e ele se levanta.

Pego a bandeja e coloco na cama em frente a gente. Depois de um tempo, acabamos de comer, eu levo as coisas para a cozinha e deixo lá.

- Quer fazer o que agora? - pergunto me deitando ao seu lado.

- Nada - se arrasta e deita em cima de mim.

Isso é mais como uma mania. Sempre quando a gente deita assim, ou vai dormir, ele deita em cima de mim.

- Você já tomou as pílulas? - ele olha para mim.

- Sim - responde, mas ainda continua me olhando.

- O que foi? - pego meu celular, enquanto vejo ele se aconchegar mais no meu corpo.

- Eu te amo - ele fala e eu sorrio.

Largo o celular e o abraço rodeando seu corpo.

- Eu também te amo - deixo um beijo em sua bochecha fazendo ele sorrir - Você deveria sorrir mais, seu sorriso é uma das coisas mais lindas que eu já vi.

- Tch - vira o rosto para o outro lado, mas foi tempo suficiente para eu ver uma coloração avermelhada no seu rosto.

- Se estiver com sono pode dormir, não vou sair do teu lado - começo a fazer um cafuné em seus cabelos macios.

- Certo - vira o rosto novamente, e como sempre, enterra o rosto na dobra do meu pescoço.

Não demora muito tempo e ele adormece.

Pego meu celular e começo a ver as minhas redes sociais enquanto sinto seu cheiro invadir minhas narinas.

Whatsapp on:

Armin- E aí? Eu vou poder ir?

Eu: Eu falei com ele hoje,
E ele falou que não.

Armin:Haha, eu já imaginava. Mas então vou precisar que você resolva isso pelo computador, já que você é o que cuida disso. 

Eu: Cuidarei, mas não vai poder ser agora.

Armin: Mas tá tudo bem aí? Porque aqui em casa tá péssimo. 

Eu: Jean com ciúmes de novo?

Armin: Sim, eu e o Marco já estamos pensando em fazer greve para ver se ele para com isso. Tinha nem motivo. Um amigo nosso somente tinha abraçado a gente. 

Eu: Fazem isso, quem sabe ele aprende.

Armin: Pois é.... Mas mudando de assunto, você viu que a Sasha e o Connie estão pensando em se casar? Estão falando no grupo, também tem a Ymir e a Crista que finalmente assumiram o namoro.

Eu: Sério? Caralho.... bom, já estava na hora, esses dois estão juntos a tanto tempo. Sobre a Ymir e a Crista, isso já estava na cara, não sei nem porque tentar mentir.

Armin: Pois é. Opa, Jean e Marco chegaram, vou ter que sair agora. Bay bay ^^

Eu: Tchau! ^ _^

Saio do contato do Armin e vou no de Hanji.

Hanji: E aí moreno delícia, meu Levizinho está bem?

Eu: Hahaha, sim Hanji, ele está bem. Ocorreu tudo bem, daqui a alguns dias e ele volta.

Hanji: E tu Erenzinho, quando voltas ao trabalho? 

Eu: Provavelmente depois de alguns dias que o Levi voltar ao dele. Não sei ainda, pode haver mudanças e talves eu tenha que voltar um pouco mais cedo.

Hanji: Sim sim, vou deixar tu então. Mande bjs pro meu baixinho. 

Eu: Pode deixar...

Vejo algumas mensagens de grupo, respondo a minha mãe e minha sogra.

Whatsapp off

Respirei fundo observando o teto enquanto abraçava mais ainda Levi. O corpo pequeno dele é perfeito para abraçar, sem contar esse feromônios com cheiro de quando um café acaba de ser feito, são uma delícia.

Encosto meu nariz na sua glândula de cheiro, fechando os olhos e inspirando forte, fazendo com que eu ficasse meio desorientado. Fiz um carinho em seu pescoço com o nariz, enquanto o apertava ainda mais em meus braços, deixei pequenos beijos soltando feromônios de satisfação. Mas acabou que eu o apertei demais e ele acordou.

- Tsc, será que dá pra parar de me apertar, eu preciso respirar - reclamou, mas ainda sem sair da posição inicial.

- Desculpe - dei um sorrisinho sem graça afrouxando os braços.

Assim que fiz isso, Ele subiu um pouco mais para cima, com seu rosto ficando na mesma altura do meu.

Ele deixou um beijo em minha bochecha e encostou seu nariz no meu cabelo.

- Seu cheiro fica cada vez melhor - ele praticamente ronronou enquanto tinha os olhos fechados.

Virei de lado ainda o abraçando, seu corpo ficando colado ao meu, me deixando apreciar o seu rosto ensonado.

- Hanji te mandou um beijo - informo.

- E eu mandei um belíssimo dedo do meio pra ela - revira os olhos.

- Você é muito mal humorado sabia disso? - Rio baixo.

- Sou mesmo, se tá achando ruim pode ir embora - tenta se soltar de mim, mas eu o puxo de volta.

- Calma meu amor, estou só brincando. Credo, ainda é sem senso de humor - alfineto mais um pouco e sinto um beliscão em aviso claro para parar - Certo, parei.

- Cadê meu celular? - olha em volta no quarto.

- Aqui - pego o celular do criado mudo e o entrego.

- Só fiquei alguns dias fora e esse povo já fica desesperado - fala se referindo as mil mensagens que ele recebeu.

A gente ficou mais um tempo abraçados com ele vendo o celular.

- Coloca um música aí - faço um biquinho de leve.

- Qual? - entra no Youtube.

- Hum.... Dance Monkey - deito a cabeça em seu ombro.

- Credo pirralho, essa música é ruim - faz uma careta.

- Ah, qual então? Mozart? - ironizo.

- Hum.... pode até ser - faz uma feição pensativa.

- Você está brincando certo? - o olho com espanto - Música clássica, mesmo Levi?

- Sim, qual o problema? - da de ombros.

- Eu tenho que te ensinar a ter bons gostos - nego com a cabeça.

- Falou o que escuta Rock - levanta as sobrancelhas.

- Só para você saber, Rock é muito melhor que essas suas musiquinhas - cerro os olhos.

- Ah claro, gritaria é muito bom - ironiza.

Belisco sua cintura em desagrado, fazendo o olhar para mim com os olhos cerrados.

- Então sem música - desliga o celular enquanto me olha em desafio.

Eu simplesmente, como uma boa pessoa adulta, cruzo os braços e viro para o outro lado, ignorando o baixinho.

- Sério que vai ficar com raiva por causa disso? Puta que pariu, quando eu acho que você amadurece, você me prova o contrário - me abraça pela cintura - É sério que vai ficar assim? Depois de todos esses dias que passamos juntos? - sussurra em meu ouvido.

Se eu vacilei na hora? Vacilei.

Não aguentei, me virei para ele e o abracei. Sua cabeça como sempre ficando na dobra do meu pescoço.

- Uai, não estava com raiva? - provoca.

- Calado - murmuro e o aperto mais em meu abraço.

Sabe aquela hora que você para e vê que tudo está certo? Eu estou nesse momento.

Seu corpo colado no meu, seu rosto se escondendo em meu pescoço, meus braços o rodeando.... acho isso tudo certo. Certo o quanto seu corpo se encaixa ao meu. O quão certo é estarmos juntos.

- Eu te amo - sussurro em sua orelha.

Ele chega mais perto de mim, colando mais os nossos corpos.

- Eu também te amo - sussurra de volta.

Depois disso adormecemos, já que esses dias foram cansativos. Prazerosos. Mas cansativos.