Haviam se passado três dias desde que Maeve chegou ao Bunker. Ela estava diferente de quando chegou, estava mais forte, mais corada, de fato algumas noites de sono realmente fizeram a diferença. Ela estava sentada à mesa, mexendo no computador, procurando alguma informação que pudesse mostrar se algo aconteceu com o Código durante seu tempo presa. Dean estava parado atrás dela olhando intrigado para o computador, com uma mão em seu quadril e na outra mão uma garrafa de cerveja, quando perguntou:
- Como pesquisar sobre um shopping vai ajudar? - Maeve revirou os olhos antes de responder:
- É onde o código está. Se não teve nada de estranho na região, então o livro deve estar a salvo.
A expressão de Dean era de mais absoluto terror.
- Então um dos livros mais perigosos do mundo está em um shopping?
- Sim, escondido na ventilação.
Dean respira profundamente antes de falar:
- Só uma pergunta: Por quê? – A incredulidade explícita em sua voz.
- Por que, o quê?
- Por que de todos os lugares possíveis, lá?
- Onde você esconderia?
- Eu não sei. Em um cemitério, em um subterrâneo, no meio de alguma floresta... Literalmente qualquer lugar menos um shopping lotado de gente.
- Exatamente. – Respondeu Maeve com ar de superioridade e um sorriso.
Dean não respondeu nada, apenas arqueou uma sobrancelha como se dissesse que aquilo “fazia sentido”, continuou bebendo sua cerveja, se sentando à mesa, ao lado de Jennifer, que ouvia música com fones de ouvido. Dean a cutucou com o braço para que ela tirasse os fones, ela entendeu e ele comentou:
- Você está péssima.
- Ei! – Jen respondeu em protesto.
- Não me leve a mal, mas faz quantos dias que você não dorme?
- Eu estou dormindo... Pouco, mas estou.
- Bem, se você me perguntar. Eu acho que você deveria tirar uma soneca. Sua mãe está aqui, está bem, você está aqui, está bem. Você deveria dormir.
- Não posso discutir essa lógica. – Jen disse se levantando e indo em direção ao seu quarto, não antes de pedir para ser acordada em poucas horas.
Jen estava deitada na cama há quase uma hora, com os olhos fechados, tentando muito dormir, mas sem conseguir. Dean estava certo, fazia dias que ela não dormia. Na verdade, desde quando sua mãe chegou, ela não conseguia dormir nem um pouco. Ela estava passando as noites em claro esperando o segundo em que o demônio Crowley iria aparecer para levá-la para o Inferno. Naquele momento ela estava pensando se sua mãe e os Winchesters permitiriam que ela fosse, ou se eles arrumariam briga e matariam o demônio. Provavelmente a segunda opção. Ela esperava que realmente a segunda opção acontecesse, pois a ideia de ir para o inferno a assustava, mas por outro lado, ela tinha ainda mais medo de que se algo acontecesse com o demônio, seu pacto seria anulado e sua mãe estaria desprotegida e de volta ao cativeiro. O barulho da batida de sua mãe na porta do quarto tirou Jen de seus pensamentos:
- Ei, estava pensando em cozinhar algo hoje para a janta, tem algo em especial que você queira? – Maeve perguntou.
- Não, obrigada. – Jen respondeu sem nem ao menos se mexer.
- Filha, por que suas coisas estão já guardadas? – Ela perguntou olhando duas bolsas grandes com roupas perfeitamente arrumadas.
- Agora que você voltou, imaginei que não ficaríamos muito tempo aqui. Só estou me preparando. – Jennifer mentiu pra sua mãe, ela não poderia dizer o verdadeiro motivo de suas malas estarem prontas.
Maeve se deitou ao lado de Jennifer e a abraçou.
- Filha, você sabe que não podemos voltar para nossa casa, não sabe?
- Eu imaginei que não voltaria mais para lá – Jennifer abraçou sua mãe de volta.
- Mas vamos embora em breve. Eu vou vender nossa casa, e podemos recomeçar em algum lugar novo, longe daqui. Eu sei que você vai ter que deixar sua faculdade e seus amigos, mas, o que você acha de um recomeço? – Maeve perguntou sorrindo.
- O que você quiser, eu concordo, mamãe.
- Jen, presta atenção no que eu vou te dizer... – Jen olhou nos olhos de sua mãe – Eu te amo, filha. Eu te amo mais do que tudo.
- Eu também te amo, mamãe. – Ela disse com os olhos marejados, abraçando sua mãe o mais forte possível.
A mãe foi a primeira a quebrar o abraço, alegando que a jovem precisava dormir e ela precisava começar a fazer o jantar. Deixando um beijo no rosto da filha, Maeve saiu do quarto e fechou a porta.
Minutos depois de ficar penando em cima dos mesmos pensamentos, Jennifer estava quase sendo vencida pelo cansaço. Seus olhos estavam cansados e sua respiração estava mais lenta que o normal. Ela finalmente estava conseguindo pegar no sono quando uma voz conhecida a assustou:
- Pronta para sua viagem só de ida, querida? – Jennifer olhou assustada. Então, enfim, sua hora tinha chego. – Eu fui muito benevolente, te dei três dias com a mamãe antes de te levar para longe.
Crowley sorriu maliciosamente para a garota que ainda não conseguia responder, ela só estava sentada na cama olhando fixamente para o demônio.
- Minha querida, eu preciso de uma resposta. Você fala com eles ou eu devo falar?
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