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História Tudo o Que Pode Dar Errado - Imagine Kyojuro Rengoku - Capítulo 1


Escrita por: bluewitcx

Notas do Autor


não sei de onde tirei isso
tentativa de comédia guys

Capítulo 1 - Único


 Kyoujurou estava olhando tão diretamente para você que, mesmo estivessem separados por uma parede de ferro, você saberia. Ele jurava que estava sendo discreto (até subia um livro qualquer sobre a face para tentar se disfarçar), mas qualquer um que assistisse a cena de fora saberia que ele estava sendo tão discreto quanto um enorme letreiro de neon.

 Honestamente, você não sabia exatamente quando tinha virado o alvo do garoto, mas ele tinha uma data bastante específica na mente.

 No início, quando primeiramente tinha chegado na escola nova, sua relação era puramente de colegas de classe. Ele te recebeu com um sorriso caloroso, perguntou de onde você era e se pôs à disposição se precisasse de alguma coisa, mesmo que ele não fosse o representante da classe; enfim, tinha sido simpático, mas nada demais. Ele fazia isso com todos os alunos novos que chegavam.

 Mas, as coisas mudaram durante uma apresentação de trabalho, onde você tinha uma parte. Felizmente, era sobre um assunto que você adorava, então falou bem mais do que devia, e a professora até teve de te interromper. E foi aí que Kyojuro se viu encantado.

 Ele ficou completamente hipnotizado pela sua voz, seus olhos brilhantes e sorriso animado e feliz. Rengoku sentiu o coração errar umas batidas quando você passou por ele na fila das carteiras, indo em direção à sua própria mesa, depois de terminar a apresentação. Ele quase torceu o pescoço para observar você se sentar, e fungou o ar algumas vezes para poder continuar sentindo o perfume que seus cabelos deixaram.

 Quando resolveu perguntar para Mitsuri mais tarde sobre o que aquilo significava, a garota deu pulinhos de alegria e disse com a maior empolgação:

― É amor!

 O garoto nem de longe ficou tão empolgado quanto a amiga, na verdade, ele ficou completamente perdido.

― E o que eu faço agora?

― Bom, você precisa conquistá-la!

― Como?

― Bom... ― Mitsuri pousou um dedo sobre os lábios, pensando. ― Tente se aproximar dela! Saber do que ela gosta, ou talvez dar alguma ajuda para ela com alguma matéria como você fez comigo!

 Kyojuro teve um estalo na mente. Ele se sentia bastante otimista com a própria personalidade, visto que poucas pessoas desgostavam dele. Não acreditava que você poderia ser a exceção.

 Mas foi, assim que ele se aproximou. Você era uma introvertida tímida que se sentia facilmente intimidada por um comportamento extravagante, e o garoto era exatamente o oposto: um extrovertido barulhento com (até então) pouco tato para entender sua questão. E é claro que o encontro das duas personalidades foi um desastre, com Rengoku gritando seu nome nos corredores para chamar sua atenção (e ele também achava que o tom dele estava normal), jogando levemente bolinhas de papel no seu ombro, ou se infiltrando nas conversas com seus amigos.

 Ele tinha a melhor das intenções, mas nenhuma técnica ou sensibilidade. E por isso ele ficou completamente confuso quando percebeu que agora você evitava certos corredores e nunca virava na direção dele quando este tentava chamar sua atenção. Sua rodinha de conversa era facilmente desmanchada quando ele aparecia. Ele foi até sua fonte de entendimento de sentimentos – Mitsuri – perguntar o que raios ele tinha feito de errado.

 Infelizmente, Uzui também se encontrava nesse momento.

― Eu acho que você não está fazendo o suficiente! ― Ele exclamou, aparentemente orgulhoso de alguma ideia mirabolante que teve. ― Precisa saber tudo sobre ela! Depois, contrate uns cantores mexicanos e compre três mil ienes em flores, e apareça na porta da casa dela com...

 Felizmente, Misturi teve um lapso de consciência, porque se não fosse por ela, Kyojuro – que estava considerando seriamente tudo que Uzui dissera – iria piorar ainda mais a situação.

― Que ideias maravilhosas, Tengen-san! ― Ela disse, parecendo encantada com o que ele dissera. ― Mas acho que elas se encaixariam melhor num pedido de namoro. Você precisa conhecê-la melhor, Rengoku-san.

― Mas eu nem consigo falar com ela direito! E agora ela me evita a todo custo...

― Bom, sobre o que você falava quando se aproximava dela?

 O garoto ruivo forçou a mente a se lembrar. A única coisa que ele recordou foi sua cara assustada todas as vezes que ele se aproximava.

― Eh... acho que ela não me deu espaço para isso...

― Então, tente saber tudo o que puder sobre ela! Assim vai ter o que conversar.

 Os olhos do garoto cintilaram. Ele instantaneamente ficou animado. Deu um abraço esmagador na amiga e foi bolar alguma coisa para entrar na sua cabeça.

 Acontece que Kyojuro é um pouco... intenso demais. Saber tudo o que podia sobre você virou um objetivo para ele, que incansavelmente passou horas em suas poucas redes sociais se divertindo com as coisas que encontrava, e ficando ainda mais caído por você. Ele perguntou para seus amigos o máximo que podia, e começou, sem nem pensar, a segui-la. E Kyojuro, com aquele cabelo e aquele porte... bom, pelo menos ele ficava a uma distância considerável.

― Ele não para! ― Você sussurrou para uma amiga, enquanto estavam na biblioteca, estudando. ― Eu não sei o que ele pensa que está fazendo, ou quem está enganando, mas isso já está passando dos limites.

 O ruivo também estava lá e, para tentar ouvir um pouco da conversa, inclinou-se sobre uma das estantes cheias de livros. Só que ele não calculou bem o próprio peso relativo à estante, e esta desabou quando ele se apoiou nela. Você observou a bagunça de livros se alastrar pela sala, enquanto os outros alunos saltavam de suas mesas, apavorados com o barulho. A bibliotecária marchou até Kyojuro com o mais puro ódio estampado na face.

 O garoto avaliou a bagunça com um sorriso nervoso e bochechas vermelhas.

― HAHAHA, essas estantes são tão fracas! Ainda bem que ninguém se machucou.

 A bibliotecária começou a dar golpes com uma régua nas costas do garoto que se encolheu e as aceitou sem objeções. Depois, ele se inclinou aos pés da mulher em uma profunda reverência, enquanto pedia desculpas incansavelmente. Era uma cena engraçada de se ver, e você podia observar que o garoto parecia realmente arrependido, mas ainda não apagava o fato assustador de que ele há poucos instantes estava atrás de você, escondido, tentando ouvir sua conversa.

[...]

― Salve ela de um assalto! ― Tengen deu murro na mesa, com um sorriso no rosto, atraindo a atenção dos amigos. ― Garotas amam um herói.

― E com qual experiência você pode falar isso, Uzui-san? ― Shinobu sorriu, impertinente.

― Não preciso de experiência para saber do que estou falando. A palavra do homem mais bonito do Japão vale mais do que qualquer coisa.

― Certamente você é bem bonito, Tengen-san! ― Mitsuri concordou.

― O mais bonito! ― O platinado orgulhosamente proferiu. ― Não é Mitsuri? ― A garota permaneceu com um sorriso nervoso na face. ― Mitsuri?!

― Certamente você tem ideias que funcionam muito bem em um filme romântico clichê sem um pingo de realidade, Tengen! Mas agora, queremos ouvir a opinião do Tomioka-san.

 O moreno, que estava sentado em uma cadeira não muito distante, encarou o grupo tagarela por longos dois minutos. Depois, voltou sua atenção para o livro à frente de si.

― Grande contribuição, Tomioka-san! ― Shinobu sorriu novamente. 

— Por que você não diz logo o que sente por ela, porra? — Uma voz irritada surgiu por perto. Logo Sanemi jogou a mochila na mesa e sentou-se com sua costumeira expressão de desprezo. — Vocês não param de falar dessa merda, sendo que é muito simples. 

 Sanemi estivera ouvindo os colegas comentarem sobre o assunto e já estava de saco cheio de tanto drama.

— Se declarar requer muita coragem, Shinazugawa-san. — Mutsuri disse. 

— E o Rengoku é a porra de bundão? 'Tá com medo de uma garota? 

 O ruivo franziu as sobrancelhas. 

— Não é medo dela, Sanemi. É que eu não quero que ela se afaste mais. 

— Só que você tem corrido atrás dela que nem a porra de um psicopata, sem motivo nenhum. Tu não percebeu que ela 'tá com medo?

 Rengoku arregalou os olhos, completamente surpreso, como se fosse a primeira vez que ele pensasse naquela possibilidade. 

— Ela está com medo? Mas eu não assusto ninguém! Todo mundo me conhece. 

— Bom — Mitsuri disse, enrolando a ponta da trança no dedo —, ela é novata aqui, não é?

 Um cometa de percepções atingiu a cabeça de Rengoku com velocidade. De repente, tudo fazia sentido. 

― Você tem certeza?

― Puta merda, Rengoku. O amor derreteu seu cérebro? 

— É verdade que ele altera nossas percepções… — disse Kanroji, tentando fazer o amigo se sentir melhor. 

— Se é isso que vocês dizem, então acredito. Eu preciso fazer ela não ter mais medo de mim! 

— Então é melhor se declarar de uma vez. — Shinobu disse, olhando para o ruivo. — Assim pode dizer para ela que tudo o que fez até agora foi com a intenção de conhecê-la, e não de assustá-la ou persegui-la. Ela vai entender. 

 Mesmo que estivesse extremamente nervoso com a ideia, o ruivo não fraquejou. Se fosse aquilo que faria com que você perdesse o medo dele, Kyojuro faria o melhor que pudesse.

― Então é isso que irei fazer!

[...]

 Ele levou alguns dias para poder escrever algo que tanto Mitsuri e Shinobu aprovassem. Depois, começou seu exercício de dizer a si mesmo que conseguiria. Rengoku era muito confiante, mas, quando se tratava de você, principalmente após tantos erros que cometeu, a confiança dele fora terrivelmente abalada. Ele não iria desistir, claro. Mas o medo de errar novamente e fazer você ficar ainda mais distante dele o deixava apreensivo.

 No dia em que planejaram, Tengen e Sanemi se voluntariaram para ficar de olho em quaisquer coisas que dessem errado quando Kyojuro finalmente revelasse seus sentimentos (na verdade Tengen arrastara Sanemi para o meio disso). Ambos se esconderam entre alguns arbustos no pequeno jardim atrás da escola (que Kyojuro descobrira tempos atrás ser seu local favorito para ler nos intervalos) e esperaram o casal aparecer. 

 Você chegou primeiro, pôs uma toalha na grama e uma bolsa com o lanche ao lado. Sentou-se e deixou o livro que carregava debaixo dos braço em cima de suas coxas. Após alguns minutos de leitura, o ruivo apareceu. 

 Kyojuro foi discreto, e você estava entretida, então só notou a presença dele quando este parou em sua frente, fazendo sombra sobre você. 

 Levantou os olhos e levou um susto. Uma sensação ruim percorreu seus braços quando reconheceu a figura que vinha assustando você nas últimas semanas. 

— R-rengoku-san… 

— [NOME]! — Ele exclamou seu nome fervorosamente. Você deu um sorriso nervoso.

— Oi…

— [nome], eu tenho algo muito importante para te dizer! 

— Ahn… é que eu estou o-ocupada e p-preciso ir agora…— você gaguejou um pouco, enquanto tentava organizar suas coisas o mais rápido possível para sair dali. Estava sozinha com ele, e estava com um pouco de medo. 

— É rápido, eu juro! 

— M-mas eu realmente estou prestes a sair… 

 — Eu escolhi esse lugar justamente para você não ter para onde correr! 

 Tengen, que analisava a situação, sussurrou:

— Péssima escolha de palavras, Rengoku. 

 Sanemi deu tapa na própria testa. 

— Puta merda. 

 Seus olhos se encheram de lágrimas. 

— C-como assim?! O-o que você vai f-fazer comigo?

 Kyojuro entrou em pânico ao ver que suas palavras tiveram um efeito negativo em você.

— NÃO, NÃO, NÃO, éééé, quero dizer, não vou fazer nada com você! É sério! 

 Isso não foi o suficiente para fazer você parar de chorar, mas pelo menos parou de soluçar. 

— É que eu… eu… — Kyojuro respirou fundo várias vezes, tudo isso sob o seu olhar aterrorizado. — EU GOSTO DE VOCÊ!

— Mas ele não tinha que falar mais alguma coisa antes de se confessar? — Tengen sussurrou. Sanemi o ignorou. 

 Pronto, todo o discurso sobre as razões que o ruivo tinha para gostar de você foi pelo ralo. Ele tinha planejado dizer mais algumas coisas, mas a mente dele virou gelatina depois que ele percebeu que estava fazendo tudo errado de novo. 

 Você ficou estática no lugar, incapaz de processar instantemente as palavras, observando o rosto corado do rapaz.

— Você… gosta… de mim? — Repetiu, vagarosamente. Kyojuro, por outro lado, acenou freneticamente. — Ah, que coisa… é difícil de acreditar. 

— Por quê?! 

— Bom, você ficou me perseguindo por aí por um tempo, achei que quisesse fazer algo ruim comigo. — Você desviou o olhar, aos poucos diminuindo com as lágrimas, e Kyojuro tentou engolir o nó na garganta.

— Desculpe, [nome]-chan, eu sinto muito. Eu não sou bom com essas coisas de romance, então pedi ajuda. E parece que eu piorei as coisas tentando me aproximar de você. Eu me sinto muito apaixonado. Eu devia ter falado o que eu sentia de uma vez. — Ele corou mais ainda enquanto dizia, e depois, abaixou o tronco, curvando-se em desculpas. — Eu sinto muito mesmo!

— N-não precisa de tudo isso. Eu entendi. — Você falou, limpando os cantos dos olhos. — Mas eu não sinto o mesmo. 

 Kyojuro sentiu como se vocet tivesse dado um soco no estômago dele, e ficou sem falar como se alguém estivesse enforcando-o. 

 Tengen e Sanemi se encolheram na moita, como se o golpe tivesse atingido até mesmo eles.

— Nós nunca conversamos direito e eu nem sei do que você gosta. — Você tentou argumentar. — Mas podemos sair juntos um dia desses. 

— Eu vou participar de uma competição de quem come mais batata doce em menos tempo, quer ir?

 Tengen sibilou, pasmo.

— Não se convida uma garota para um negócio desses!  

 Porém, você riu. 

— Tudo bem. Eu nunca fui em uma competição de comida. 

 O sorriso dele foi grandioso, e você se sentiu estranhamente aquecida por aquele gesto.

 Tudo bem que Kyojuro quase teve um coma alimentar depois de vencer a competição (e há quem diga que ele só conseguiu pois se sentiu motivado depois de ouvir sua torcida por ele e então conseguiu por três batatas inteiras na boca). Mas ele dedicou o prêmio a você com um sorriso caloroso (e um rosto nauseante) então você não se importou de sentar ao lado dele e abanar seu rosto até que ele se recompusesse enquanto tentava distraí-lo dos instintos de vomitar tudo, até o jantar não digerido.

 Você sorriu e o parabenizou, e apesar de tudo, você se divertiu. E pensou que Kyojuro talvez fosse alguém interessante de se conhecer.

— Eu nunca aceitaria ir num encontro desses. — Disse Tengen, observando a cena catastrófica (no ponto de vista dele) que era Kyojuro tentando conter o vômito. 

 Sanemi bufou, entediado. 

— Tem doido pra tudo. 





Notas Finais


eu voltei a escrever no meu ritmo letárgico de sempre
acho que volto em outubro (mistério)
tô pensando em escrever algo com o Monoma, sugestões?

Obg por ler❤️


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