1. Spirit Fanfics >
  2. Tudo pode ser >
  3. Eu quero

História Tudo pode ser - Eu quero


Escrita por: ananterra

Notas do Autor


💜

Capítulo 19 - Eu quero


BUCKY’S POV

 

Que brincadeira de mau gosto é essa que Steve está aprontando?

Fiquei completamente aturdido.

Por que ele fez isso?

Ele realmente quer me beijar? Como assim?

Notei que as suas bochechas ficaram vermelhas. 

Eu conhecia essa expressão em seu rosto. Ele estava arrependido pelo que havia acabado de falar e o pior é que ele não estava mentindo.

Os seus olhos transmitiam verdade quando ele fez a pergunta.

Para mim, era fácil identificar quando Steve mentia ou omitia, pois ele desviava o seu olhar do meu. Ele não conseguia me encarar, se não estivesse sendo totalmente sincero. Os anos se passaram, mas as suas reações continuavam as mesmas de quando nós éramos crianças.

Dessa vez, ele não desviou o olhar. Ele nem pestanejou, ou seja…

Não, não pode ser…

Encostei a minha mão na testa e depois no pescoço do meu amigo.

- Você está se sentindo bem, cara? Pelo visto não é febre, mas eu acho que você está delirando. Deve ser o cansaço e o estresse. Cuidado para não ficar na cama de um hospital como aconteceu comigo ontem, viu? Se cuida… – me fingi de desentendido e me levantei da cama. – Eu vou para o meu quarto, ok? 

Saí ligeiro e fechei a porta. 

Pela primeira vez na vida, Steve conseguiu me deixar desconcertado. Geralmente, sou eu quem o deixo assim com as minhas piadas e brincadeiras.

Entrei no quarto de hóspedes e comecei a andar de um lado para o outro, passando nervosamente as mãos pelo cabelo, enquanto tentava entender o que havia acabado de acontecer.

- Será que ele está bêbado? Será que ele usou alguma droga? Será que ele teve uma alucinação e me enxergou com o rosto de Peggy? Será que algum espírito obsessor está preso no corpo do meu amigo? Tem que haver alguma explicação para essa atitude dele… Afinal, Rogers é heterossexual e casado. Ele nunca deu indícios de que se interessava por mim… Como isso aconteceu? Ele deve estar tão carente, devido ao desaparecimento da esposa, que está surtando. É isso. Ele está ficando louco e, pelo visto, eu também. Meu Deus, como eu vou lidar com isso? Como eu vou agir naturalmente amanhã quando nós nos esbarrarmos na cozinha? Será que é melhor eu ir embora? Será que é melhor eu ir para um hotel? Calma, Barnes… Respira e conta até dez. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7…

- Bucky, eu posso entrar? – a minha contagem foi interrompida pelo pedido de Steve.

Não, não, não… O que ele veio fazer aqui na porta do meu quarto?

Será que eu consigo pular pela janela?

Ou eu posso fingir que estou dormindo, é mais seguro…

- Por favor, Bucky, me deixe entrar. Eu preciso conversar com você. É sério. É muito importante o que eu tenho para te dizer… – enquanto o meu amigo falava, eu me aproximei da porta para ouvi-lo melhor. – Me desculpe se eu te assustei, essa não era a minha intenção. Eu queria que fosse diferente, sabe? Já tinha até combinado com Nat que eu ia fazer isso amanhã… Era para eu ter esperado um pouco mais e ter te abordado de um modo diferente, mas eu não consegui me conter. Eu sou muito idiota… Eu agi impulsivamente e não consegui me controlar, porque eu estou… – o silêncio se fez presente por alguns segundos, encostei o meu ouvido na porta e escutei Steve respirar profundamente antes de continuar o seu discurso. – Por favor, Bucky, abre essa porta… Eu preciso te dizer o que eu sinto olhando em seus olhos e eu vou passar a noite inteira sentado aqui te esperando, se for necessário. Eu sei que em algum momento você vai precisar sair daí…

Ouvi o deslizar do corpo de Steve na porta e o estalar do piso de madeira quando ele se sentou no chão.

Esse homem está louco. Só pode ser.

Deitei na cama e fechei os olhos para me acalmar. O belo rosto de Steve invadiu os meus pensamentos e eu comecei a rememorar a nossa infância e a nossa adolescência no Brooklyn. Cada recordação enchia o meu coração de ternura e gratidão.

A minha relação com ele é tão sólida, que até um afastamento de nove anos não conseguiu abalar a nossa amizade. Tudo continuava tão natural como antes. Parecia que o tempo havia congelado no dia em que eu me despedi dele e fui para o exército e descongelado no dia em que nós nos reencontramos em meu consultório.

Continuávamos os mesmos amigos de sempre. A nossa parceria sempre foi infalível. Steve nunca me decepcionou. E eu tenho certeza de que não vai ser dessa vez que ele vai me desapontar…

Levantei decidido e abri a porta do quarto. Steve, que estava encostado na porta, caiu assustado sobre os meus pés.

- Bucky?

- Você é um idiota, Rogers… – disse sorrindo, olhando para o meu amigo esparramado no chão. 

Ele se levantou depressa, me olhou e disse nervoso:

- Bucky, por favor, me perdoe… Eu não queria que fosse daquele jeito, eu me precipitei…

Foi a minha vez de colocar o meu dedo indicador em seus lábios. O meu toque em sua boca tinha apenas uma intenção: fazer Steve parar de falar.

- Shhh… Eu não quero ouvir as suas explicações agora. Eu só quero que você responda a minha pergunta, ok? Se, há alguns minutos, quando você me surpreendeu com aquele pedido, eu tivesse aceitado, o que você teria feito?

A sua resposta veio imediatamente, sem rodeios. Ele não falou. Ele demonstrou.

Seus braços envolveram a minha cintura e me puxaram para aproximar os nossos corpos. As nossas respirações se misturaram e eu senti um frio na barriga.

A última cena que eu vi foi um lindo sorriso se fazer presente nos lábios de Steve antes de ele me beijar com ternura.

O beijo começou suave. Steve soube ser sereno em nosso primeiro contato. 

Apoiei as minhas mãos em seus ombros e, em seguida, em sua nuca.

Deixei que Rogers conduzisse o beijo, que foi se intensificando aos poucos. A sua língua pediu passagem, invadindo e explorando a minha boca como um astronauta recém-chegado à lua.

Como é doce beijar Steve. 

O nosso beijo se encaixava perfeitamente.

Cessamos o ósculo para recuperar o fôlego.

Depois de alguns segundos, ele voltou a sua atenção para os meus lábios e perguntou com um sorriso no rosto:

- Posso beijá-los novamente?

- Não. Primeiro, eu preciso que você me explique o que está acontecendo. – falei hesitante e confuso, me desvencilhando de seus braços. – Que porra é essa que está acontecendo, Rogers? Porque eu não estou entendendo nada, mas eu gostei de te beijar…

Steve segurou a minha mão e me guiou até a cama, onde ele se sentou, me puxou agilmente pela cintura e me colocou em seu colo.

- Era eu quem fazia isso com você quando nós éramos crianças, Rogers…

- Eu me lembro de você me acalentando em seu colo quando eu ficava assustado.

- Quem diria que agora é você quem cuida de mim…

- E é exatamente isso o que eu quero fazer durante todos os dias de nossas vidas: eu quero cuidar de você. Eu te amo, Bucky…

Senti todo o meu corpo estremecer.

O “eu te amo, Bucky” soou diferente de todos os “eu te amo, Bucky” que eu já ouvi de Steve durante todos esses anos de amizade.

- Você está querendo me dizer que está…

- Eu estou completamente apaixonado por você. Eu te amo, eu te amo, eu te amo!!! 

- Eu sei que eu sou irresistível, Rogers, mas eu nunca imaginei que você iria se apaixonar por mim um dia… Como isso aconteceu? Você tem certeza disso?

- É claro que eu tenho certeza. Eu não sei como aconteceu, mas desde o dia em que você veio morar aqui, você revirou a minha casa, a minha vida e o meu coração. Inicialmente, eu fiquei confuso, mas ontem, no hospital, quando eu me deitei ao seu lado naquela cama minúscula e te aninhei, o sentimento ficou claro para mim. A amizade se transformou em amor…

Seus olhos estavam fixos nos meus, provando a veracidade daquela declaração.

O clima estava muito bonito e muito romântico, mas eu não podia me deixar levar por esses olhos azuis transbordando amor, ternura e bondade. Precisava conter a insensatez do meu amigo. 

- E a sua esposa? Ela pode voltar algum dia, você não acha? Além disso, eu acabei de terminar o meu namoro com T’Challa. Eu não tenho mais inteligência emocional para sofrer por amor. Eu não quero me apaixonar por você e ser abandonado quando Peggy voltar. Vai doer. Peggy é a sua esposa, a mãe da sua filha e a mulher quem você ama. E eu? Eu não tenho como competir com ela. Eu sou apenas o seu melhor amigo, que está com medo de deixar esse sentimento fluir e não dar certo. Eu não quero te perder de novo, cara…

- Esse é o seu diferencial, Bucky. Você é o meu melhor amigo. Peggy nunca foi, ela nunca me conheceu tão bem quanto você me conhece… – ele respondeu de modo enfático e sincero. – E eu nunca trocaria o meu melhor amigo por ninguém. Sabe por quê? Porque, quando eu era criança, eu prometi ficar ao lado dele até o fim da linha. Por isso, eu nunca vou te desapontar.

Os meus olhos marejaram e eu me senti a pessoa mais especial do mundo.

- Você acha que vai dar certo?

- A gente vai fazer dar certo. Juntos. – ele fez uma pausa e segurou as minhas mãos. – Eu quero namorar você. Eu quero acordar e dormir ao seu lado todos os dias. Eu quero cuidar de você. Eu quero te fazer feliz, Buck. Eu quero que Lily te chame de pai…

Foi nesse momento que o meu coração bateu forte, muito forte.

Eu queria ser feliz de novo.

Os melhores momentos da minha vida foram ao lado de Steve. Ele está presente em minhas memórias mais felizes e saudosas.

Talvez não fosse um erro tentar…

- Eu ainda te vejo como um amigo, admito, mas eu sei que nós podemos construir esse amor juntos. Eu quero ser o seu namorado. Eu quero ser o pai de Lily também. Eu quero te fazer feliz.

- Você já me faz feliz, seu bobo. E eu realmente ouvi isso? – seus olhos brilharam de um modo infantil. – Você quer ser o meu namorado? 

- É claro que eu quero! Eu quero ser o seu melhor amigo e o seu melhor namorado até o fim da linha.

Ele sorriu. O sorriso mais bonito que eu já vi em toda a minha vida. E eu era o responsável por esse sorriso. 

- Agora eu posso…? – ele perguntou vagamente, apontando para os meus lábios. 

- Pode, Steve. Você pode beijá-los quantas vezes você quiser.

- Você sabe que eu consigo fazer isso a noite toda, né?

- Sei e eu não vou te impedir.

Rogers segurou a minha cintura e me deitou cuidadosamente na cama, se posicionando sobre o meu corpo, e eu circundei as minhas pernas em seu quadril.

Nós começamos a nos beijar intensamente. Os nossos lábios sedentos se movimentavam com harmonia, paradoxalmente, as nossas línguas travavam uma batalha voraz.

- Cara, por que a gente não fez isso antes? – questionei Steve quando pausamos o beijo para tentar normalizar a respiração.

- Porque você estava muito ocupado, tentando conquistar todas as patricinhas do colégio. Que desperdício de tempo…

- Não precisava jogar isso na minha cara, Rogers! A partir de agora, você não vai falar mais nada e só vai usar essa boca linda para me beijar, ok?

Steve gargalhou e fingiu que estava fechando os lábios com um zíper.

Ele mordiscou o lóbulo da minha orelha e começou a distribuir vários beijinhos em meu pescoço.

- Você é cheiroso demais, Bucky!

- Eu sei! 

- Cheiroso e convencido! 

Com a intenção de retirá-lo, Rogers puxou o meu moletom para cima, descobrindo a minha barriga. Nesse momento, eu paralisei e segurei a sua mão para impedi-lo.

- O que houve, Bucky? – ele perguntou confuso.

- Você tem certeza de que é isso mesmo o que você quer? Nós vamos dar um passo muito importante, Steve, e eu não quero que você se arrependa depois. A gente pode esperar mais um pouco, caso você ainda não se sinta confortável. Não precisa se precipitar… – ele me calou com um beijo.

- Eu te amo, Bucky Barnes! E eu quero você por inteiro…

Perdi as palavras. Perdi a razão. 

- Eu também quero você, Stevie… – confessei sereno depois de alguns segundos.

Deixei que Steve me despisse por completo. Ele observou cada parte do meu corpo com desejo, sorriu e, em seguida, beijou carinhosamente as minhas cicatrizes adquiridas na guerra.

- Você é perfeito, Buck! Você não faz ideia de como o seu corpo me atrai e o que ele provoca em mim. Eu fico desestabilizado. Completamente desorientado…

- E excitado também. – brinquei, notando o volume na calça do pijama de Steve.

Agilmente, retirei a sua camisa e inverti as nossas posições para me livrar logo da sua calça e da sua cueca.

- Caralho, Steve! Você é muito gostoso! Olha esse peitoral definido, esse abdômen sarado e essa bunda sexy!

Vi o meu namorado enrubescer com o meu elogio safado. Alisei todo o seu abdômen, me inclinei e lambi deliciosamente o local, enquanto acariciava os seus mamilos.

Meus lábios encontraram os seus novamente e trocamos beijos fervorosos. As minhas mãos passeavam em seus braços musculosos e as suas apalpavam a minha cintura e as minhas nádegas.

A fricção de nossas ereções nos arrancou gemidos lascivos e sonoros.

Me desvencilhei das suas carícias e voltei o meu olhar para a sua ereção, que me deu água na boca.

Eu não consegui me conter, abocanhei o seu pênis de uma vez só, chupando e lambendo o local para o deleite de Steve. Ele me fitava com intensidade, enquanto eu o enchia de prazer.

- Minha vez… – ele disse com uma voz sedutora e moveu o seu corpo para ficar sobre mim.

Apesar de ser a primeira vez que Steve fazia sexo oral em um homem, ele mostrou que tinha talento. Eu me contorcia de tesão.

Fechei os olhos para aflorar ainda mais as sensações que me atingiam. As minhas mãos, que antes seguravam o lençol, agora estavam no cabelo de Steve. Os meus dedos se perderam em seus fios sedosos.

Rogers interrompeu a ação de repente, pois precisou usar a sua língua para lamber e explorar a minha entrada, umedecendo-a. 

Desse jeito, ele vai me levar a loucura.

- Eu preciso de você. – implorei manhoso.

- Eu vou pegar o lubrificante em meu quarto para ser mais confortável para você. 

- Steve, agora não é o melhor momento para ser sensato e cuidadoso, ok? – disse desesperado.

- Mas eu estou com medo de te machucar. 

- Que se dane a dor, Rogers, eu quero você dentro de mim agora… – supliquei sem fôlego.

Ele me olhou com carinho e começou a me penetrar devagar.

- Me avise se doer, viu? – ele falou preocupado e eu notei que uma sensação de prazer o atingiu assim que ele se encaixou.

Acenei levemente a cabeça quando eu me senti confortável. Steve me deu um beijo apaixonado e começou a se movimentar, enquanto se apoiava com uma das mãos e me masturbava com a outra.

O atrito dos nossos corpos intensificava os estímulos e, rapidamente, os movimentos foram ficando cada vez mais acelerados.

- Eu amo você. – ouvi Rogers sussurrar em meu ouvido um pouco antes de ele ejacular dentro de mim. Segundos depois, eu atingi o orgasmo. 

Nos beijamos mais uma vez e ele se afastou extasiado. 

Estávamos completamente suados e ofegantes.

- Sou eu quem pergunto dessa vez: por que a gente não fez isso antes? – meu namorado me questionou, me fazendo rir.

- Porque somos dois idiotas.

Ele me puxou e me aconchegou em seus braços. Seus dedos acariciavam as minhas costas e, às vezes, brincavam de enrolar as pontas do meu cabelo.

Segurei a sua mão livre, entrelaçando os nossos dedos, e Steve beijou a minha testa amorosamente.

- Como eu nunca percebi que o grande amor da minha vida sempre esteve ao meu lado? Sempre, desde que eu era um garoto… – ele comentou reflexivo. – Quem diria que eu me apaixonaria por meu melhor amigo um dia…

- Pois é, parece que tudo pode ser


Notas Finais


Aeee, finalmenteee!!! Love is in the air 🥰

E aí, cês gostaram? Aqueceu o coração?
Será que tudo pode ser mesmo? Será que o Bucky vai conseguir transformar a amizade em amor também?

Juro que no próximo capítulo tem Brutasha, esse ficou grandinho aí não deu pra organizar a festinha do Sam hihi :)

Se cuidem, viu? 💜


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...