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História Turn The Clock Back - Nascido para sofrer - pt. 1


Escrita por: Freak

Notas do Autor


~dessa vez, eu estava dançando macarena no chuveiro~

Cinco favoritos! Cinco! (thank you ~ParanoidGirl and ~JuuhLetto) E quatro comentários (~hailtothesyn and ~BrubsP *---*)! 'cês não tem noção de como isso me deixa feliz, caras ;-; abraço virtual em todos vocês, porque olha <3

Como sempre, eu não sei o que dizer, porque sou uma ameba e todas as palavras que eu tinha em mente somem quando eu chego aqui ç.ç
Mas, no geral, espero que gostem do capítulo :3

Capítulo 3 - Nascido para sofrer - pt. 1


“E se eu tivesse que rastejar, você rastejaria comigo?” ( Crawl - Superchick )

A resposta é não. Eu sei que não. Ele nem ao menos consegue enxergar, ou talvez acreditar, em meus sentimentos, como poderia não só aceitá-los, mas também me ajudar?

Ainda assim, algo dentro de mim diz que há muita coisa além dessa pedra fria que é a máscara de Matthew Sanders. Foda-se se isso é a coisa mais gay que eu já disse, é a verdade. Mesmo que sejamos todos amigos, e estejamos juntos nessa há tempos... Sinto como se não o conhecesse mais.

Antes? Antes eu via a armadura. O garoto que não se importava em levar uma surra, que gostava de brigar. Não que eu tivesse medo dele, como vários outros alunos tinham. Matt era o tipo de cara cuja família me queria longe, porque, naquela época, eu também era o problema. Ele podia ser um briguento boca-suja que às vezes era expulso da sala por provocar seus colegas, mas eu era pior. Não havia um dia sequer em que não levasse advertências para casa, ou fosse colocado para fora da sala junto com ele. A diretora ameaçou me expulsar muitas vezes, mais do que posso me atrever a contar.

Atualmente, penso que talvez tenha sido isso que nos aproximou: nosso gosto pelo perigo. E, no final, Matt acabou fazendo bem para mim, tanto quanto eu fiz para ele; paramos um pouco com essa coisa de quebrar regras.

Mas não é sobre isso que eu quero falar nesse momento. O que estou dizendo é que antes eu via esse escudo que ele tem, essas barreiras que ergue para se defender. Depois que nos tornamos amigos, eu conheci o cara leal e corajoso, alguém que faria tudo pelas pessoas que ama.

Agora… Agora eu tenho a sensação de estar dando tiros no escuro. Matt não é a pessoa que costumava ser, e eu não posso mais lê-lo como fazia. Ele está irritado? Está feliz? O sorriso no rosto dele é sarcástico? Não sei mais dizer, e essa incógnita, essa grandiosa dúvida que permeia meus pensamentos, faz eu me sentir um lixo.

Isso soa tanto como uma garotinha rejeitada falando. Briana me daria um tapa se pudesse ler pensamentos. “Vira macho, cara!” ele diria. Ou, muito mais provavelmente, me daria um abraço e comemoraria o fato de eu estar partindo para “o lado rosa da força” — sem saber que eu já estou nessa de viadagem há tempos.

É. Eu definitivamente posso imaginá-lo fazendo isso.

— Por que está sorrindo como idiota, Jimbo? — é a voz de Zacky que me tira de meus pensamentos, trazendo-me de volta à realidade em um salto doloroso.

Meus amigos me encaram com curiosidade, e pela forma como parecem um tanto entediados, sei que estou há algum tempo divagando e não lhes dando a devida atenção.

— Estava lembrando de umas histórias. — digo a primeira coisa que me vem à mente, desejando não soar perdido demais no assunto; embora não faça a menor ideia do que estava em debate, não gosto de deixá-los falando sozinhos.

— Bem, enquanto a donzela arrependida pensava no passado, nós aqui falávamos de garotas.

Ah, sim. Garotas.

Como se eu tivesse qualquer tipo de interesse nelas.

— E a conclusão foi...? — ergo uma sobrancelha, tentando parecer empolgado.

Matt dá de ombros, como se desconversasse, e por um instante, posso jurar que seus olhos estão tristes. Mas é algo breve, e no momento em que a voz de Briana quebra o silêncio, ele volta a sorrir.

— Estamos na mesma de sempre, Rev. Peitos, cara! Peitos! *

Eu rio. Sei que soa idiota, e que vocês não devem estar entendendo nada. Porém, não é hora de explicar essa história cômica (que envolve uma velha senhora, meu amigo tarado, uma ex-namorada e uma loja de sutiãs que fica do outro lado da cidade).

Tento prestar mais atenção na conversa, e, deixar de lado meus pensamentos confusos. Durante algumas horas, é divertido, e eu consigo descontrair, esquecendo brevemente os problemas. Mas, como tudo que é bom dura pouco, logo já é tarde, e eu tenho que voltar para casa.

— Caras, eu realmente preciso ir agora! — reclamo, levantando-me de supetão e me espreguiçando.

Brian está bêbado demais para notar que estou saindo, e Zacky, em estado igual, o encara fixamente (deixo aqui minha leve suspeita de que eles andam se pegando…). Johnny capotou há algumas horas, e, já que mesmo eu me sinto um pouco “alto”, a única pessoa que ainda parece ter sã consciência de seus atos é Matt.

Ele sorri para mim, de um jeito que faz borboletas voarem dentro de meu estômago e minhas mãos ficarem frias.

— Eu te acompanho. Também já estou de saída.

E, oh, Deus, eu tenho que parar de ser tão gay.

xxxxx

Estamos na frente de minha casa. O caminho todo foi feito no mais desconfortável silêncio — pelo menos para mim. Matt me lançava olhares de tempos em tempos, mas nada dizia, e eu ficava quieto, tentando adivinhar no que ele estava pensando.

E, cara, eu devo ser muito idiota, não devo? Está óbvio o que ele quer. Sempre está, porque esse é o único motivo pelo qual ele me acompanharia até minha casa quando sabe que eu sei me cuidar.

Matt me encara fixamente. Eu conheço esse olhar, e quero dizer que não, quero me despedir e me afastar, mas antes que qualquer palavra seja formada por minha voz, seus lábios estão nos meus.

A pressão é violenta. Desesperada. E eu me odeio por desejá-lo, por querer beijá-lo também. Odeio-me por agora estar passando os braços ao redor de sua cintura, por prender o tecido macio de sua camiseta escura entre meus dedos.

Eu o quero. Droga. Isso é tão errado e desprezível, mas… Eu o quero.

— Matt… — o sussurro escapa quando seus lábios livram-se dos meus e escorregam por meu queixo, chegando até o pescoço.

Ele me morde. Seu toque é calor, é fogo, e eu desejo que esse momento nunca acabe — desejo que possa tê-lo perto de mim assim para sempre.

O ar me falta. Suas mãos correm por meu corpo, puxando, arranhando, marcando-me. Em questão de segundos, seus dedos encontram os botões de minha calça e começam a abri-la.

Só aí me dou conta de que ainda estamos do lado de fora da casa, e que qualquer um curioso o bastante para olhar pela janela a esse horário poderá nos ver.

“Espere.” meu corpo protesta quando tento empurrá-lo para longe. Matt é mais forte que eu. Sempre foi. Mas somente agora que pareço me dar conta disso, enquanto tento me livrar do aperto agoniante de seus braços ao redor de mim.

— Matt… — sussurro novamente, minhas mãos brigando contra as dele. E ele sequer nota que estou falando, até que minha voz suba duas oitavas. — Matt, espera!

Ele se afasta de mim como se levasse um tapa. Por um instante, seu olhar parece irritado. Acho que ele vai me bater. Mas ele não faz nada. Só me encara.

Nenhum de nós pronuncia palavra alguma por um tempo. É só isso: eu e ele nessa batalha inútil de olhares. Inútil, porque ambos sabemos quem vai vencê-la; Matt nunca entra em uma briga visando a derrota.

Baixo o rosto, e sinto o rubor tomar conta de minhas faces. Por que mesmo eu o impedi? É vergonhosa. Vergonhosa a forma como ele me deixa em pedaços: implorando por seus toques, por seus beijos, por pequenas demonstrações de afeto por um amor que sei que jamais terei.

Eu não quero me sentir dessa forma.

Por favor, alguém faça parar essa dor.

Não sei quanto tempo ficamos assim. Em algum momento, voltei-me para a porta, e ambos entramos em minha casa. Está tudo silencioso, quieto o bastante para eu ter certeza de que minha mãe foi dormir na casa do namorado — outra vez.

Tranco a porta, sentindo os olhos de Matt ainda sobre mim. Não consigo encará-lo. Mesmo quando ele passa os braços ao redor de meus ombros, e me puxa para um abraço, tudo o que consigo sentir é essa vontade patética de chorar.

Você pode ficar? Só essa noite, você promete não me deixar?

— Desculpa, Jimmy. — ele sussurra em meu ouvido, e quero lhe perguntar porquê.

Mas não posso. Essa é a regra nunca verbalizada entre nós: sem questionamentos. É só… Aceitar. Aceitar o que ele diz, o que ele faz. E, dessa forma, tudo continua como está. Nunca ficaremos juntos da forma como eu gostaria, mas também não correrei o risco de perdê-lo.

Os lábios de Matt roçam minha orelha. Suspiro, reprimo as lágrimas, e aperto as mãos dele entre as minhas. É como se fosse o sinal que ele esperava, e, com cuidado, toca meu pescoço com a boca. Acaricia minha pele com a ponta da língua, e meu corpo se arrepia em resposta. Suas mãos estão pousadas em minha cintura, seus dedos brincando suavemente com a barra de minha blusa, ameaçando puxá-la.

— Você quer ir para o quarto? — ele pergunta com o tom de voz macio, e me surpreendo.

Não me leve a mal. Só não é… Muito comum. Matt não é o tipo de cara que educadamente pergunta se pode foder você.

Balanço a cabeça, concordando, e logo em seguida, sinto suas mãos novamente nas minhas, seus dedos entrelaçando-se aos meus. Ele me puxa em direção às escadas, e, como um cão obediente, eu o sigo, encarando nossas mãos juntas com encanto.

Não que eu nunca tenha reparado nisso, mas sua pele é macia. Não como a de uma garota, afinal, Matt é um cara. Não que ele não se cuide também, mas, rapazes, sabe? Toda essa coisa de “academia”, “bagunça” e “ganhar músculos”... Acho que você consegue me entender.

E ele também nunca segurou minha mão — geralmente, nós chegamos no quarto nos esfregando como animais no cio, toda roupa abandonada pelo corredor. Nunca me lançou esses olhares carinhosos de segundos em segundos, como se a qualquer instante eu pudesse ter um ataque de pânico (o que também não é absolutamente impossível, já que estar perto dele quase sempre me faz perder um pouco o controle de minhas ações).

Perceber a forma como Matt está agindo, completamente diferente de seu normal, faz com que um medo irracional preencha meu peito.

Alguma coisa está errada.

Contrariando a regra de não fazer perguntas, as palavras escapam antes que eu tenha a chance de impedir a mim mesmo de dizê-las:

— Aconteceu alguma coisa?

Ele para. Em um instante, toda a magia acaba. Seus dedos não seguram mais os meus, e a distância entre nós é insuportável. Quando volta seus olhos para mim, tenho vontade de bater em meu próprio rosto.

Os olhos de Matt estão marejados. Afogados em dor. E ao mesmo tempo, ele parece irritado. Eu nunca o vi dessa forma.

— Não importa. — ele diz simplesmente, e seus lábios estão nos meus outra vez.

Quero me afastar, e exigir uma resposta, mas sei que ele apenas precisa que eu esteja aqui. Sem julgamentos, sem culpa, sem remorso.

E como tudo que eu faço sempre acaba se provando ser por e para Matt, dessa vez não será diferente.


Notas Finais


* Recuso-me a aceitar que não encontrei o gif que queria para deixar aqui no final sobre essa de "peitos" (alguém já viu? É um do Matt, em que ele está falando com não-lembro-quem, de repente vira e tem a legenda "oh, boobs, boobs" -qq). Me senti meio estranha colocando isso na fic, mas é uma coisa meio engraçada até, na verdade... É o que acontece quando passo tempo demais perto dos meus amigos homens; foi inevitável não pensar neles ao escrever isso </3

Enfim.
Tenho uma pergunta pra vocês: qual é o melhor horário para a postagem dos capítulos? Tipo... Cedo pra mim, durante a semana não dá, porque tenho escola (apesar de que minha sister acaba de se oferecer pra postar, so, if you want it...). Na sexta e no sábado de boa. Vocês preferem capítulos novos à tarde, tipo das 15:00 às 17:00, à noite, das 18:00 às 20:00, ou que a sister poste pra mim, lá pelas 06:00? :3


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