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História Tweet Me - O Estigma de um Rumor


Escrita por: JustBeNanda

Notas do Autor


OOOI, GENTE! Eu tô cheia de coisa para fazer hoje então nem tive tempo de revisar o capítulo. Prometo que faço isso depois! (por favor, desconsiderem qualquer errinho)

Como não posso demorar muito aqui, vamos logo ao ponto.

Tenham uma boa leitura ♥

Capítulo 15 - O Estigma de um Rumor


Fanfic / Fanfiction Tweet Me - O Estigma de um Rumor

 

 

 

 

 

Preciso lembrar a mim mesma de honrar minha palavra quando Hwa Young desvia estrategicamente da pergunta. Eu não usarei violência, apesar de querer e muito explodir com a descarada. Tenho que confessar que suas táticas no discurso são impressionantes, porque eu nem perceberia a tentativa de fuga caso ela não esfregasse as mãos o tempo todo em sinal óbvio de nervosismo.

— Nós... Eu só quero... consertar as coisas. Admito que, depois do ocorrido, você tem vários motivos para não confiar em mim. Mas eu fiquei preocupada. Você sabe.

Todo o sangue do meu corpo parece subir para a cabeça. De repente, sinto bastante calor, e não é por causa do aquecedor ligado.

— Não, eu não sei — Taehyung diz, seco. No entanto, parece que a intenção não era ser grosso, porque ele se ajeita na cadeira e passa a língua entre os lábios, se corrigindo: — Quer dizer... Desculpe, mas isso não faz sentido. Você não deveria estar preocupada comigo se o dano foi propositalmente causado por você. Não me parece válido se preocupar depois de ter quase destruído a minha carreira com um boato.

— Ok, você está certo. Eu não posso contestar nada disso. — Ela solta o ar com força. — Mas, por favor. Você precisa me ouvir. Vocês dois precisam.

A súplica imensurável que encontro em seus olhos despista meu olhar crítico sobre a conversa por meio segundo. O grande impasse é que, de alguma forma, eu consigo sentir a descomunal inquietação de Hwa Young. Ela não parece mais com uma víbora prestes a inocular veneno, e sim com uma presa assustada. Como se Taehyung fosse a verdadeira ameaça.

— É para isso que viemos aqui — diz Tae, evitando contato visual. Acho que, diferente de mim, meu irmão conhece o perigo de ver a garota fragilizada. Ela sabe desarmar as pessoas como ninguém.

— Seria bom se você começasse a falar. Sabe, não temos o dia inteiro.

— Você tem razão, eu preciso ser mais direta — Ela molha os lábios; a mesma mania que meu irmão tem quando precisa dizer algo importante. —Taehyung, a intenção nunca foi te machucar.

— Não foi? — Eu levanto uma sobrancelha, incrédula. — Como você explica o jogo sujo que está fazendo, então? Embora o caso não seja mais comentado, ainda não conseguimos apagar os estigmas da sua mentira.

— Eu sei. Peço perdão por minha inconsequência.

— É tudo o que tem a dizer? Pedir perdão não vai consertar nada.

— Obviamente, não é tudo o que eu tenho a dizer, Julie. — Sua expressão se fecha. — Eu tenho um tanto de coisas para esclarecer hoje, mas não vou conseguir se você continuar me pressionando assim.

— A pressão é sufocante, não é? — Sorrio, sarcástica. — Agora, imagine só, uma multidão fazendo pressão para que você responda por algo que não fez. Deve ter sido bem sufocante para o Taehyung, você não acha?

No instante seguinte, eu quase consigo ver a paciência se esvaindo de seu corpo a olho nu.

— Francamente, Julie, eu pensei que você tivesse vindo para dar apoio moral ao seu irmão, e não para impedir que nós nos resolvêssemos.

— Eu não estou impedindo, você está. Estamos aqui há pelo menos meia hora e tudo o que você fez foi enredar.

Young apoia as duas mãos na mesa como se tomasse impulso para se levantar, mas continua parada no lugar. Sua postura é agressiva, mas eu não recuo. Pelo contrário: inclino meu corpo para frente, apoiando o peso nos cotovelos sobre a mesa.

— E o que você pensou? Que eu seria tão insensível a ponto de dizer tudo ser hesitar, como se fosse um robô? Acha que não é difícil jogar o meu orgulho na lama?

— Sim! Foi exatamente o que eu pensei! “Insensível” é a única definição que pude dar com exatidão a seu respeito nas primeiras três semanas após o seu tweet estúpido.

— Você. Não. Me deixa. Explicar. — Young sobe o tom, grunhindo. — Sabe por que não avançamos nessa conversa ainda? Você não sabe ficar quieta!

— Eu não acredito que você vai colocar a culp...

— Julie, chega — Taehyung interrompe, ríspido. Ele me segura pelo braço e lança-me um olhar irritado. — Você já falou demais hoje.

A vontade de dar uma surra na primeira pessoa que vir pela frente é tão grande que cerro os punhos, com força. Trinco o maxilar e olho para o lado oposto. Ah, era só o que me faltava.

Mantenho-me quieta apenas pela vontade avassaladora de ir embora. Quanto mais rápido terminarmos isso, mais rápido eu me livro da Peste.

— Como eu estava tentando dizer... Eu sei que não te dou motivos para que acredite em qualquer coisa que eu diga, mas pelo menos me escute.

Taehyung assente, abaixando a cabeça.

— Bem, como você já deve saber, houve muitos boatos na época em que namoramos — Young encara meu irmão diretamente. Em contrapartida, Tae cerra os punhos em cima da mesa.

— Eu sempre te disse para não dar ouvidos aos boatos.

— Como eu poderia? Estava por toda parte. As pessoas diziam que era incomum que um k-idol namorasse porque existiam dois extremos: ou o relacionamento alavancava as vendas do grupo, ou acabava com sua reputação. Como o Bangtan era bem menor na época em que anunciamos o namoro e vocês supostamente não tinham nada a perder... — Ela pausa, olhando vagamente para a área dos expositores cheios de doces. — Espalharam por aqui que eu era uma estratégia de marketing.

— Como é? — Taehyung franze as sobrancelhas.

— Pois é. Eu já sabia que diriam coisas maldosas sobre nós a algum ponto, mas aquilo... Fiquei surpresa com a criatividade que algumas pessoas têm.

— Você poderia ter me contado. Tudo teria sido bem mais fácil.

— Não seria mais fácil. Eu fui ridicularizada, Taehyung. As pessoas riam de mim. Disseram que o nosso namoro não passava de uma armação, e eu não suportei isso, porque... eu me sentia péssima. E eu juro que tentei não dar atenção aos boatos, mas...

— Isso é tão errado. Nós poderíamos ter passado por isso juntos, como das outras vezes. — Tae lança um olhar magoado na direção de Young. — Estar comigo não era suficiente para você?

— Não, não é isso. Você era um bom namorado, mas parecia ter tanta coisa para se preocupar, e eu... não quis encher a sua cabeça com mais problemas.

— Young, não. Nós tínhamos um combinado. Nunca esconder nada um do outro, por pior que pudesse ser. O que você pretendia fazer? Fugir dos problemas para sempre?

— Sim, era o que eu pretendia fazer. Eu consegui me convencer de que eram só boatos porque, afinal, nós estávamos juntos. Eles não sabiam nada sobre nós, não é? — Hwa Young abre um sorriso triste. — Acontece que... nós terminamos. Você terminou comigo, e eu fiquei sozinha. Eu bem que mereci, depois do lance com o Yoongi e... — Ela se interrompe, abaixando a cabeça. — Enfim.

A garota precisa de um longo minuto para se recuperar. Ela respira fundo algumas vezes e continua:

— O fim do nosso relacionamento era a prova que faltava para que todos pudessem afirmar que tudo havia sido só um jogo. Eu fiquei com tanta raiva de mim, tanta raiva daquelas pessoas, e, principalmente, tanta raiva de você, que... — Ela ergue a cabeça, com olhos determinados. Agora sim, aí está a víbora. — Eu pensei que a melhor forma de sair por cima daquela situação fosse revelar algo sobre o nosso relacionamento que deixasse claro que tudo havia sido real. Meu objetivo era convencer as pessoas de que eu não era uma peça de uma jogada de marketing, então eu...

— Você pensou que seria conveniente acusar meu irmão de agressão? — pergunto, sarcástica.

— Foi exatamente isso. — Ela abre um sorriso lentamente. O brilho que toma conta de seus olhos é mais assustador para mim do que qualquer personagem dos filmes de terror. — Quer dizer, a empresa do grupo não iria tão longe caso fosse publicidade. Isso recuperaria a minha honra, então eu fiz.

Tenho a impressão de passar alguns minutos encarando seu sorriso maníaco antes de procurar pela reação de meu irmão. Ele pisca algumas vezes, ainda encarando a mesa. Tae finalmente decide encará-la, e seu olhar é tão firme e intenso que me sinto intimidada no lugar de Hwa Young. Ele inclina o corpo para frente, aproximando o rosto do dela. A seriedade é evidente em suas expressões.

— Parabéns. Eu pensei que soubesse com que tipo de pessoa estava lidando, mas parece que não. Você realmente me surpreendeu.

O olhar confiante de Young vacila. Seus ombros se encolhem um pouco e ela encosta na cadeira, tentando se afastar.

— Foi para isso que me chamou aqui? Para mostrar quão enganado eu estive por todos esses meses ao pensar que você tinha uma boa justificativa? — As mãos de meu irmão são posicionadas na mesa com certa brutalidade. — Realmente, foi bom termos rompido. Nada daria certo entre nós, de qualquer forma.

— Taehyung, eu... — Ela hesita, antes de posicionar sua mão por cima da mão de Tae. Descarada. O mais velho recolhe os braços, sem se afastar.

— Já chega. Sua única missão depois do término era não arranjar confusão, e você falhou. Só lhe resta entender que não existe mais nada entre nós, e eu não quero que exista. Você se mostrou bem mais imatura do que eu imaginava que era.

Taehyung empurra a cadeira para trás e se levanta. No mesmo momento, a garçonete aparece com nossas bebidas. Ele posiciona o dinheiro na mesa, contrariado, e olha mais uma vez para Hwa Young.

— Se era só isso que você tinha a dizer, com licença, mas eu vou me retirar.

Young abre e fecha a boca umas três vezes antes que meu irmão siga até a saída da Paris Baguette, pisando duro. Não demora muito para que eu saia do meu estado de choque, lance um olhar afiado na direção da Peste e corra atrás de Taehyung, sem dizer nada.

 

 

[...]

 

 

— Tae... Onde estamos?

— Não reconhece esse lugar, Julie? Sério? — Ele respira fundo, encarando a casa antiga à nossa frente. — Faça um pouco mais de esforço.

Divido o olhar entre meu irmão e a casa. Ele parece um pouco mais calmo agora, após a viagem de táxi de quarenta minutos.

— Casa da vovó? — tento.

— Casa da vovó. — Ele sorri um pouquinho e sobe as escadas no meio do jardim. O sigo segundos depois, meio atordoada.

— Que história foi aquela de aulas de saxofone, Taehyung? — Tento me concentrar em não cair enquanto demonstro minha incredulidade. — Acampar com o papai? Qual é! Por que não me contou sobre isso? A Young não pode saber mais sobre você do que eu.

— Ela não sabe, Julie. Esses foram só... interesses momentâneos. Passaram tão rápido que eu nem tive tempo de te contar. — Tae tira uma chave de dentro da carteira. Observo-o enquanto abre o portão lateral da casa com a chave. — Pretende ficar parada aí com cara de boba?

— O quê? Por que você tem a chave?

Decido entrar, porque meu irmão parece realmente determinado a fechar o portão e me deixar para fora. Mesmo assim, eu ainda não estou entendendo nada.

— Eu te contei da vez que quase quebrei o braço pulando esse portão? — pergunta.

— Não.

— Ah, então. Assim que a vovó se casou de novo depois da morte do vovô, ela foi morar com o marido e a casa ficou vazia. Papai e mamãe não quiseram vender o imóvel porque pensaram que poderia ser útil algum dia.

— Essa casa velha seria útil para alguma coisa? Conta outra.

— Exatamente. Na verdade, eu acho que eles sabiam que não seria útil de verdade, mas a casa não vale quase nada, contando que está velha e fica longe do centro. Não valeria à pena vender. Além de toda essa coisa de valor emocional...

Ele sorri. Eu quase deixo escapar um suspiro de alívio por saber que meu irmão já não está tão furioso quanto estava ao sair da Paris Baguette. Kim Taehyung com raiva consegue ser mais assustador que o sorriso de maníaca da Young.

Continuamos percorrendo a lateral da casa até o quintal.

— E então? Você se jogou da janela do segundo andar em protesto para que vendessem essa espelunca?

— Não. — Consigo fazê-lo rir. — É aí que a parte do valor emocional entra. Eu me sinto bem quando venho para cá. É como se voltasse a ser criança, na época em que morávamos todos juntos no Brasil e os problemas não existiam. Lembra quando eu completei dezoito anos e não pude sair para comemorar com os garotos porque nós tínhamos ensaios de dança o dia inteiro?

— Lembro. Você me ligou furioso naquele dia.

— É. Eu fugi da empresa.

— Você o quê? — Eu paro de andar. — Que rebelde! A mamãe sabe disso?

— Não, e nem ouse contar. — Ele me puxa pela mão até o fim do corredor. Damos de cara com o gramado relativamente grande do quintal da vovó. A diferença é que, agora, o gramado parece uma selva. — Eu fugi dos ensaios e vim para cá, mas o portão estava fechado, então eu... tentei pular.

— Não deu certo — deduzo.

— Não deu. E essa é a história de como eu quase quebrei o braço.

— E os staffs? Descobriram do seu sumiço?

— Obviamente. Eu passei uma semana inteira ouvindo sermão, e olha que isso porque nada aconteceu com o meu braço além de uns arranhões. Imagina se tivesse fraturado?

— Eles mesmos quebrariam o seu braço para ensinar que é feio fugir dos ensaios de dança, por piores que eles possam parecer.

Taehyung ri, me empurrando de leve.

— Um tempo depois do que aconteceu, eu decidi contar à vovó que tinha tentado invadir a antiga casa dela e deixei escapar sem querer que quase quebrei meus ossos tentando pular o portão. Ela apareceu na semana seguinte com uma cópia da chave para mim.

Meu irmão se aproxima do que antes era um gramado e começa a pisar no meio do matagal.

— Ora, ora, o que temos aqui? Kim Taehyung em seu habitat natural, a selva.

— Sua pirralha! — Tae ri. — E, sim, eu sou o rei da selva.

— É claro, Leãozinho. — Cruzo os braços. — O que você pensa que está fazendo?

— Eu vou pra lá. — Ele aponta para a árvore alta no fundo do quintal. A mesma árvore na qual costumávamos subir quando visitávamos a casa de vovó para os almoços de família. — Você não vem?

— Nem pensar. Deve haver milhões de formigueiros no meio desse matagal. Pise em um deles e vai se arrepender pelo resto da vida.

— Ok... Fique aí, então.

— Vou ficar — respondo, superior. No segundo seguinte, meu irmão segura meu braço e me puxa para dentro do mato. Vejo-me sendo arrastada para dentro da floresta, em direção à Grande Árvore mágica da Tinker Bell (ou era como eu via, no auge dos meus seis anos).

A minha sorte é estar de tênis e calça comprida, porque o mato alto pinica. Além disso, embora não veja os formigueiros, eu os sinto aqui. Lotados de formigas que aguardam a deixa para me comer viva ou coisa do tipo.

— Ai, Taehyung! Me larga!

— Não posso. Não vai ser tão legal se eu subir sem você.

— Deveria ter pensado nisso antes de deixar que o quintal da nossa avó virasse uma floresta.

— Desculpa. Eu não tive tempo de contratar um jardineiro. — Seu sorriso quadrado esquenta meu coração. — E, de qualquer forma, a vovó nem mora mais aqui.

A verdadeira aventura, no entanto, começa quando chegamos ao pé da Grande Árvore. Descobrimos que as escadas pelas quais costumávamos subir já estão debilitadas pelo tempo, tornando o percurso bem mais perigoso que o normal. Encaro o tronco da planta sem saber como proceder.

— Vai, sobe. Eu te dou pezinho — diz Taehyung. Suas mãos unidas e o tronco encurvado dão o sinal claro da loucura que ele quer que eu faça.

— Não. Eu não quero morrer. E, além disso, nem era a minha prioridade ser a Tinker Bell hoje.

— Ah, é? Vamos! Pelos velhos tempos!

Me considero definitivamente insana quando solto o ar com força e aceito a ajuda de Taehyung. Após quase ter me espatifado no chão de terra três vezes, cá estou eu, em cima da plataforma de madeira posicionada entre os galhos centrais da Grande Árvore. Me sinto uma idiota quando meu irmão sobe logo em seguida, com bastante facilidade, e isso porque ele não teve ajuda de ninguém.

— Deveria eu mudar seu codinome para Macaco?

— Mas aí quem vai ser o rei da selva?

— Eu, a Leoazinha. Obviamente.

— Ah não. Eu quero ser o Leãozinho. — Ele tem um bico infantil nos lábios. Ao contrário da reação da maioria das pessoas, eu tenho vontade de bater nele por conta do aegyo.

— Pare de subir em árvores tão bem e aí eu volto a te chamar de Leãozinho. Até lá, você vai ser o Macaco, enquanto eu sou a rainha.

— Macacos não quebrariam o próprio corpo tentando escalar o portão lateral.

— Minha decisão não é negociável, Kim.

A plataforma na qual estamos consiste em tábuas de madeira pregadas umas às outras, que, por sua vez, estão pregadas a vários pontos estratégicos dos galhos. Pode parecer perigoso falando assim, mas não é. Eu confio nas habilidades de marceneiro do meu falecido avô.

Tae se arrasta até a borda da plataforma, colocando as pernas para fora. Fico um pouco atrás dele e cruzo as pernas. Eu conheço meu irmão; a forma com que ele encara o gramado lá embaixo indica o estado pensativo em que se encontra.

— Não era exatamente uma casa da árvore como pedimos ao vovô, mas nós ficamos felizes em poder subir aqui, não é? — Ele se vira um pouco, a fim de fazer contato visual. — Nos sentíamos maiores que todos os outros daqui de cima.

Sorrio, a nostalgia me atingindo com tanta força quanto uma pancada.

— Eu me sentia feliz porque o papai e a mamãe não conseguiam subir aquela escada minúscula, também. Fazia a pseudo-casa na árvore parecer mais especial — comento.

Ficamos em silêncio. Apesar de estar quase no horário do pôr do sol, o céu está nublado, encoberto de nuvens cinza escuro. É uma pena. Seria realmente incrível assistir o sol se por daqui de cima.

— Julie — chama o mais velho.

— Sim?

— Você sabe por que estamos aqui?

— Para ser sincera, não. Mas eu não quis perguntar porque você deve saber o que está fazendo.

— Eu não tenho certeza se sei o que estou fazendo. Foi puro instinto. Esse foi o primeiro lugar que passou pela minha cabeça quando saí do Café porque eu costumo vir quando preciso pensar. — Ele abaixa a cabeça. — Não quero ter que enfrentar o turbilhão de perguntas que vão me fazer quando chegar em casa.

— Sobre a Hwa Young?

— É. — A aura tristonha que Tae carrega aperta meu coração como se fosse uma bolinha de borracha. Me aproximo e apoio a mão nas suas costas carinhosamente.

— Como você se sente?

— Sei lá. Eu não estou bem, mas também não me parece grande coisa. O sentimento de ter resolvido tudo é gratificante, mas eu me pergunto se esse sentimento valeu à pena.

— Okay. Todos nós sabemos que a sua ex-namorada é uma idiota. Você também não deve estar tão surpreso quanto disse que estava.

Ele não diz uma palavra, e isso já me serve de resposta.

— É sério? — pergunto.

— Pior que sim. Mas a culpa é minha. Eu é que tenho esse hábito feio de sempre esperar o melhor das pessoas...

— Não é um hábito feio. Só mostra que seu coração é tão puro quanto o de uma criança.

— A diferença é que as crianças não se machucam tanto por isso.

Eu suspiro alto, encostando a cabeça em seu ombro.

— Eu sinto muito. Sabe, não é algo de que nós possamos nos defender... Pessoas ruins existem desde sempre e vão existir para sempre. Acho que o ponto principal é como você lida com elas.

Tae baixa os olhos brilhantes para mim.

— Você amadureceu muito, Ju. Eu tenho o direito de me sentir orgulhoso?

— Sem dúvidas. Você é o meu irmãozinho insuportável, Taehyung, e grande parte do que sei eu aprendi com você.

— Não diga esse tipo de coisa apenas para me fazer feliz.

— Qual é, até parece que você não me conhece. Eu diria algo só para te tirar do fundo do poço?

— Diria.

Fico sem resposta por um momento.

— É, eu diria. — Acabo rindo. — Mas dessa vez não é nada disso, eu juro. Veja, você me ensinou a lidar com garotos apaixonados por mim...

— Você aprendeu sozinha.

— ... E você também me ensinou que não se deve fugir de ensaios de dança, a não ser que queira terminar o dia com o braço quebrado!

— Aprendi por experiência própria, o que meio que me faz um idiota?

— Ah, Tae. Você é difícil, hein? Eu desisto.

Empurro seu tronco para longe de mim – não com muita força; eu não quero que meu irmão caia de cima da Grande Árvore e frature os ossos de verdade. A Tinker Bell verdadeira deve saber curar pessoas, mas eu não sei.

— E o que você pretende fazer agora que sabe a verdade completa sobre a história com a Young? — murmuro, um pouco acanhada por tocar no assunto.

— Eu não sei. Acho que, por enquanto, prefiro me contentar por ter acabado. O vínculo invisível que me unia à Young se rompeu, e os boatos não existem mais. A pior parte já passou e isso é suficiente, por agora.

— Tudo bem. Não vou te julgar.

Apesar de não concordar com a ideia. A reunião com a Hwa Young apenas serviu para confirmar o quão maluca ela é. Não me surpreenderia se, uns meses para a frente, ela ressurgisse com mais uma surpresa desagradável. A alternativa mais sensata parece ser denunciá-la, mas, ao mesmo tempo...

Bem, a decisão não é minha. Se meu irmão quer deixar por isso, eu não posso fazer nada. Já me intrometi demais no que não deveria.

Um trovão retumba tão alto que eu dou um pulo. Taehyung precisa me segurar para que eu não perca o equilíbrio e caia lá embaixo, no chão duro de terra.

— Acho que vai chover. — Ele suspira, apertando os lábios.

— Nós deveríamos descer da árvore antes que... — E parece que o universo está brincando comigo, porque, nesse exato momento, um pingo cai com força no topo da minha cabeça. E, um segundo depois, outro. E mais outro. — Merda. Taehyung, nós precisamos sair daqui rápido.

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Agora eu já posso correr para estudar com a consciência limpa kkkkk

Muito obrigada por ler, viu? Deixe um comentário aqui embaixo se tiver gostado do capítulo, nem que seja um pequenininho. Isso me motiva muito a escrever ♥

Nos vemos na segunda que veeem! ♥


→ Trailer de Tweet Me: https://www.youtube.com/watch?v=8_diYmR1JAs&t=2s

→ Outras fanfics escritas por mim:
Blooming Destiny (Oneshot Jimin) → https://www.spiritfanfiction.com/historia/blooming-destiny-oneshot-jimin-11853064
Friday Talk (Oneshot Taehyung) → https://www.spiritfanfiction.com/historia/friday-talk-oneshot-taehyung-12204862


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