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História TWILIGHT (bellice) - Hotel (crepúsculo)


Escrita por: trwstan

Notas do Autor


A seguir, trata-se de um remake da história de crepúsculo no ponto de vista de Bella, mulher lésbica, e seu emblema será a presença de Alice.
Se você curtir, deixa um favorito e um comentário para ajudar no engajamento da história, para que outras pessoas também possam ler.

Fanfic CHOIR, uma versão Bellice entre o triângulo amoroso entre Edward e Jacob: http://fics.me/21635092

Capítulo 12 - Hotel (crepúsculo)


Quando eu acordei eu estava confusa. Meus pensamentos estavam confusos, ainda perturbado com sonhos e pesadelos,  mas felizmente a realidade que me esperava estava mais calma que no dia anterior.

Esse quarto era insípido demais pra pertencer a outro lugar que não um hotel. Os abajures de cabeceira, aparafusados as mesas, eram uma pista muito clara, assim como as longas cortinas que combinavam com os forros de cama, e as paredes cobertas com uma tinta genérica aguada.

Cai em um sono exausto no caminho da noite passada, a ansiedade acalmou por alguns instantes e meu corpo logo alertou sinais de cansaço. Edward estava sentado a meu lado no banco de couro preto, e, de alguma forma, ao longo da noite minha cabeça acabou descansando no seu pescoço de granito, caindo no sono levemente. Minha aproximação não pareceu incomodá-lo nem um pouco, e a sua pele fria, dura, era estranhamente reconfortante para mim. A frente da sua leve camisa de algodão estava fria, encharcada com as lágrimas que jorravam dos meus olhos, até que eles, vermelhos e doloridos, ficaram secos.

Eu olhei para o relógio digital na cabeceira da cama. Os números vermelhos diziam que eram três horas, mas eles não indicavam se era de noite ou de dia. Nem um pouco de luz escapava pela cortina fina, mas o quarto estava claro por causa da luz do abajur.

Eu me levantei rigidamente e me arrastei até a janela, puxando as cortinas. Estava escuro lá fora. Três da manhã então, meu quarto ficava de frente para um lado deserto da estrada e para o novo estacionamento do aeroporto. Era levemente confortante poder distinguir tempo e espaço.

Eu olhei para mim mesma. Eu ainda estava usando as roupas de Esme, e elas não me caiam nem um pouco bem. Eu olhei ao redor para o quarto, feliz por encontrar a minha bolsa de viagem numa penteadeira baixa. Eu estava indo pegar as minhas roupas quando uma batidinha de leve na porta me fez pular.

-Posso entrar? – Edward perguntou.

Eu respirei fundo.

-Claro.

Ele entrou e olhou pra mim cuidadosamente.

-Parece que você poderia dormir um pouco mais. – Ele disse, de forma preocupada.

Eu só balancei a cabeça.

Ele se moveu até as cortinas e fechou elas seguramente antes de se virar pra mim.

-Vamos precisar ficar aqui dentro. – Ele disse pra mim.

-Tudo bem. – Falei, dando um sorriso fraco.

-Sede? – Ele perguntou.

Eu levantei os ombros.

-Eu estou bem. E você? – Perguntei, tentando dar um clima mais agradável.

Ele sorriu

-Nada que não possa ser arranjado. Eu pedi comida pra você, está na sala da frente. Alice me lembrou de que você tem que comer mais frequentemente que nós.

Eu fiquei mais alerta instantaneamente.

-Ela ligou?

-Não. – Ele falou, e observou meu rosto cair. – Isso foi antes de irmos embora.

Ele pegou minha mão cuidadosamente e me levou até a sala de estar da suíte do hotel. Edward era um cavalheiro, mesmo vestindo-se casualmente com suas camisetas pretas de sempre, meus costumes e valores se mostravam em cada palavra.

Eu podia ouvir leves ruídos de vozes vindos da televisão. Jasper estava sentado no canto da mesa, seus olhos assistiam as notícias sem nenhuma ponta de interesse.

Eu sentei no chão perto da mesa de café, onde a badeja de comida estava esperando, e comecei a pegar as coisas sem me dar conta do que estava comendo.

Edward se sentou no braço do sofá e começou a olhar para a TV de um jeito vazio que nem Jasper.

Eu comi devagar, olhando pra a TV, me virando de vez em quando pra olhar rapidamente pra Jasper. Eu comecei a perceber que eles estavam rígidos demais. Eles nunca tiravam os olhos da tela, apesar de os comerciais já terem começado agora. Eu empurrei a bandeja para o lado, meu estômago estava abruptamente inquieto. Edward olhou pra mim.

-Qual é problema, Edward? – Perguntei.

-Não há nada errado. – Seus olhos eram grandes e honestos... e eu não acreditava neles. – Podemos fazer algo de interessante, se você quiser, mas eu e Jasper somos meio chatos mesmo. – Os dois riram, e por um momento também dei uma risada.

-O que nós fazemos agora?

-Nós esperamos Carlisle ligar.

-E ele já devia ter ligado? – Eu podia ver que estava chegando perto. Seus olhos flutuaram para o telefone em cima da sua bolsa preta de couro e de volta pra mim. -O que isso significa? – Minha voz termia e eu lutei para controlá-la. – Que ele não ligou ainda?

 

-Isso só significa que eles ainda não têm nada para nos dizer.

Mas a voz dele estava uniforme demais, e o ar ficou mais difícil de respirar.

Jasper estava de repente ao lado de Edward, mais perto de mim do que o normal.

-Bella. – Ele disse numa voz suspeitosamente confortante. – Você não tem nada com o que se preocupar. Você está completamente segura aqui.

-Eu sei disso.

-Então porque você está assustada? – Ele perguntou confuso. Ele deve ter sentido a tenacidade das minhas emoções, mas ele não conseguia ler as razões por trás delas.

-Você ouviu o que Laurent disse. – Minha voz era só um sussurro, mas eu tinha certeza de que eles conseguia me ouvir. – Ele disse que James era letal. E se alguma coisa der errado, e eles se separarem? E se alguma coisa acontecer com algum deles, Carlisle, Alice.... – Eu engoli seco. – E se a fêmea machucar Esme... Como eu poderia viver comigo mesma sabendo que é minha culpa? Nenhum de vocês devia estar se arriscando por mim...

-Bella, Bella, pare. – Jasper me interrompeu. –Você está se preocupando com as coisas erradas, Bella. Confie em mim, nenhum de nós corre risco. Você já tem coisas de mais com as quais se estressar, não adicione isso tudo a preocupações desnecessárias. Me ouça: nossa família é forte. Nosso único medo é perder você.

-Mas porque vocês deveriam...

Dessa vez foi Edward que interrompeu, tocando minha bochecha com seus dedos frios.

-Já faz um século que Alice está sozinha. Agora ela encontrou você. Você não consegue ver as diferenças que nós vemos, nós que temos estado com ela há tanto tempo. Você acha que algum de nós vai querer olhar nos olhos dela pelos próximos cem anos se ela perder você? A vida de Alice já foi dura até agora, vamos tentar melhorar isso tudo, sim? – Edward falou, seus dedos frios ainda tocando meu rosto.

Minha sensação de culpa foi diminuindo enquanto eu olhava para os seus olhos escuros. Mas mesmo com a calma se espalhando pelo meu corpo, eu não conseguia confiar nos meus sentimentos com Jasper lá, ele poderia estar manipulando tudo, mas por hora, isso era bom.

Foi um dia muito longo.

Nós ficamos no quarto. Edward ligou para a recepção e pediu que cancelassem o nosso serviço de camareiras por enquanto. As janelas continuaram fechadas e a TV ligada, apesar de ninguém estar assistindo. O telefone prateado em cima da bolsa de Edward parecia ficar maior enquanto as horas passavam.

Minhas babás conseguiam aguentar o suspense melhor que eu. Enquanto eu me preocupava e andava pra lá e pra cá, eles só ficavam cada vez mais imóveis, aquelas duas estátuas cujos olhos me seguiam imperceptivelmente enquanto eu me movia.

Enquanto a tarde passava, eu voltei para a cama, simplesmente pra ter algo pra fazer. Eu esperava que estando sozinha no quarto, eu poderia me entregar aos terríveis medos que pairavam na minha consciência, impossibilitados de se libertarem por causa da supervisão cuidadosa de Jasper.

Mas Edward me seguiu casualmente, como se por coincidência ela tivesse se cansado da sala ao mesmo tempo que eu. Eu estava começando a imaginar exatamente que tipo de instruções Alice havia dado a ele. Eu me estirei na cama, e ele deitou ao meu lado, com as pernas estiradas e os braços cruzados, perto de mim. No início eu ignorei ele, repentinamente cansada o suficiente para dormir. Mas depois de alguns minutos, o pânico que estava se escondendo na presença de Jasper começou a aparecer. Nessa hora eu desisti da ideia de dormir rapidamente, me curvando numa pequena bola, abraçando minhas pernas com os braços.

-Edward? – Perguntei.

-Sim?

-O que você acha que eles estão fazendo?

-Carlisle pretendia levar o perseguidor tão longe para o Norte quanto fosse possível, esperar que ele se aproximasse, e então encurralar ele. Esme e Rosalie deviam ir para o oeste enquanto a fêmea ainda estivesse atrás delas. Se ela fosse embora, elas deveriam voltar pra Forks pra tomar conta do seu pai. Então eu imagino que se eles não pode ligar, eles estão indo bem. Significa que o perseguidor está muito perto e eles não querem que ele os ouça.

-E Esme?

-Eu acho que ela já deve ter voltado pra Forks. Ela não vai ligar se houver alguma chance de que a fêmea ouça. Eu espero que eles todos estejam apenas sendo cuidadosos.

-Você acha que eles estão a salvo, mesmo?

Edward riu, baixando olhar.

-Alice com certeza te contou, mas evitamos ao máximo assassinatos, procuramos sempre sangue fresco de animais, obviamente havendo suas exceções. – Ele encarou o teto, nostálgico. – Mas mesmo assim sabemos nos proteger, somos quase como animais. Então não haveria a possibilidade de perigo para nós.

-Você me contaria a verdade?

-Sim. Eu sempre vou te contar a verdade. – A voz dele era intensa.

Eu pensei por um momento, e decidi que ele estava sendo sincera.

-Então me diga... como é que você se tornou um vampiro?

Minha pergunta pegou ele fora de guarda. Ele ficou quieto. Eu me virei pra olhar pra ele, e a expressão dele parecia ambivalente.

-Minha família já tinha morrido quase toda durante a gripe espanhola, e eu era o único vivo... Carlisle me encontrou na beira da morte em uma maca de hospital, então ele me transformou. Foi bem sofrido, na realidade, não só a dor do vírus entrando no meu corpo, mas também a dor de eu estar sozinho no mundo, mesmo tendo Carlisle, a minha vida estava vazia.  Levam alguns dias para a transformação estar completa, dependendo de quanto veneno há na corrente sanguínea, de quão devagar o veneno entra no coração. O veneno se espalha cada vez mais, curando, mudando o corpo enquanto passa por ele. Eventualmente ele se espalha por completo. Mas durante todo o tempo, durante cada minuto, a vítima estará desejando estar morta.

Eu tremi.

-Não é muito prazeroso, você vê. – Sua voz estava severa.

Nós ficamos em silêncio, cada um envolvido em seus próprios pensamentos.

Os segundos se passaram, e eu quase esqueci da presença dela, de tão envolvida que estava nos meus pensamentos.

Então, sem aviso, o celular no bolso de Edward começou a tocar, e com um piscar de olhos, ele já estava em pé.

-Só um instante! – Ele falou, dando tempo para que Jasper pudesse se aproximar. – Ela vê um quarto. – Puta merda, “ela vê”, era Alice. – É longo, e tem espelhos me todo lugar. O chão é de madeira. Ele está nesse quarto, e ele está esperando. Há dourado... uma faixa dourada por entre os espelhos.

-Onde é o quarto? – Jasper perguntou para Alice no telefone.

– Está faltando alguma coisa, outra decisão que ainda não foi tomada.

-Quanto tempo? – Jasper perguntou, atônito.

-Em breve. Ele estará na sala dos espelhos hoje, ou talvez amanhã. Isso depende. Ele está esperando por alguma coisa. E ele está no escuro agora.

-O que ele está fazendo? – Jasper perguntou novamente para Alice.

– Ele está assistindo Tv... não, ele está passando uma fita de vídeo, no escuro, em outro lugar. – Edward narrou sua fala.

-Alice, você consegue ver onde é? – Jasper perguntou, alto demais para que Alice ouvisse.

-Não, é escuro demais. Só os espelhos, e o dourado. É uma faixa, ao redor da sala. E há uma mesa preta com um grande som e uma TV. Ele está tocando um videocassete lá, mas ele não está assistindo como faz na sala escura. Nessa sala ele só espera – Os olhos de Edward vaguearam, e então se focaram no rosto de Jasper.

-Não há mais nada?

Ele balançou a cabeça. Eles olharam um para o outro, imóveis.

-O que isso significa? – Eu perguntei.

Nenhum deles respondeu por um momento, e então Jasper olhou pra mim.

-Significa que os planos do perseguidor mudaram. Ele tomou uma decisão que vaio guiá-lo ao quarto dos espelhos, e ao quarto escuro.

-Mas nós não sabemos onde esses quartos são?

-Não.

-Mas nós sabemos que ele não estará nas montanhas a Norte de Washington, sendo caçado. Ele vai enganá-los. – A voz de Edward estava vazio.

Agora o telefone de Jasper tocou, e rapidamente ele foi atender.

-Carlisle. – Ele respirou. Ele não pareceu surpreso ou aliviado, como eu estava. - Sim, Alice já nos avisou... O que quer que tenha colocado ele naquele avião... está levando ele para aquelas salas...

Jasper continuou ao telefone e Edward me chamou para onde ele estava. Ele segurou o telefone na minha direção. Eu corri pra ele.

-Alô? – Eu respirei.

-Bella. – Alice disse.

-Oh, Alice! Eu estava tão preocupada.

-Bella. – Ela suspirou, triste. – Eu te disse pra não se preocupar com nada a não ser você mesma.

Era tão incrivelmente bom poder ouvir a voz dela. Eu senti a nuvem de desespero enfraquecer e ir embora enquanto ela falava.

-Onde vocês estão?

-Nós estamos em Vancouver. Bella, me desculpe, nós o perdemos. Ele parece estar suspeitando de nós, ele está sendo cuidadoso o suficiente pra não ficar a uma distância que seria possível farejá-lo. Mas agora ele foi embora, parece que ele entrou num avião. Nós achamos que ele voltou pra Forks pra recomeçar tudo – Eu podia ouvir Edward conversando com Jasper atrás de mim, as palavras rápidas dele saíam acompanhadas de um zumbido. – Contudo, você não precisa se preocupar. Ele não encontrará nada que o leve a você. Você só tem que esperar aí até que nós o encontremos de novo.

-Eu vou ficar bem. Esme está com Charlie?

-Sim, a fêmea esteve na cidade. Ela esteve na casa, mas só enquanto Charlie estava no trabalho. Ela não se aproximou dele, então não tenha medo. Ele está a salvo com Esme e Rosalie tomando conta.

-O que ela está fazendo?

-Possivelmente tentando encontrar uma pista. Ela vasculhou a cidade inteira durante a noite. Rosalie encontrou ela no aeroporto, em todas as estradas ao redor, na escola... ela está vasculhando, Bella, mas não há nada para encontrar.

-E você tem certeza que Charlie está a salvo?

-Sim, Esme não vai perder ele de vista. E nós estaremos lá em breve. Se o perseguidor chegar perto de Forks, nós pegamos ele.

-Eu sinto sua falta. – Eu sussurrei.

-Eu sei, Bella. Acredite em mim, eu sei. É como se você tivesse levado metade de mim com você.

-Então, venha pegá-la. – Eu desafiei, desejando que ela pudesse aparecer com um teletransporte ao meu lado.

-Breve, assim que eu puder. Mas eu vou te deixar a salvo primeiro. – A voz dela estava aveludada.

-Eu te amo. – Eu lembrei ela.

-Será que você poderia acreditar que, a despeito de tudo em que eu te envolvi, eu te amo também?

Sim, na verdade, eu posso.

-Eu vou te buscar logo.

-Eu estarei esperando.

Me virei pra entregar o celular pra Edward, e logo depois Jasper inclinou-se sobre a mesa, onde Edward estava fazendo desenhos num papel com o emblema do hotel, seguindo as características que Alice passava no telefone. Eu me inclinei no sofá, olhando por cima dos ombros dele.

Ele desenhou uma sala: longa, retangular, com uma sessão quadrada, mais fina lá no final.

As placas de madeira estavam expostas na longitudinal em todo o chão da sala. Nas paredes, as linhas denotavam o espaço de um espelho para o outro. E então, atravessando os espelhos, acima da altura cintura, uma longa faixa. A faixa que Alice dizia ser dourada.

-É um estúdio de Balé. – Eu disse, repentinamente reconhecendo as formas familiares.

Eles olharam pra mim, surpresos.

-Você conhece essa sala? – A voz de Jasper parecia calma, mas havia algo por baixo dela que eu não podia identificar. Edward abaixou a cabeça para o seu trabalho, agora sua mão voava sobre o papel, o formato da saída de emergência no fundo da sala, o som e a TV numa mesa baixa que ficava no canto da frente da sala.

-Parece com um lugar que eu costumava frequentar para ter aulas de dança , quando eu tinha oito ou nove anos. O formato é o mesmo. – Eu toquei o papel no local onde a parte quadrada aparecia, estreitando a parte de trás da sala. – É aqui que eram os banheiros, as portas passavam pela outra sala de dança. Mas o som ficava aqui. – Eu apontei o canto esquerdo. – Era mais velho e não havia uma TV. Havia uma janela na sala de espera, você podia ver a sala nessa posição se você olhasse por ela.

Edward e Jasper estavam olhando pra mim.

-Você tem certeza de que é a mesma sala? – Jasper perguntou, ainda calmo.

-Não, nem um pouco, eu creio que todos os estúdios de dança sejam parecidos, os espelhos, as barras. É só que o formato me pareceu familiar.

-Você teria algum motivo pra ir lá agora? – Edward perguntou, me tirando do devaneio.

-Não, fazem quase dez anos que eu não vou lá. Eu era uma dançarina horrível, eles sempre me colocavam no fundo dos recitais. – Eu admiti.

-Então não tem jeito disso estar ligado a você? – Edward perguntou atentamente.

-Não, eu nem acho que o dono seja o mesmo. Eu estou certa de que é algum outro estúdio de dança, em outro lugar.

-Onde era o estúdio que você frequentava? – Jasper perguntou.

-Era na esquina da casa da minha mãe. Eu costumava ir andando pra lá depois da escola... – Eu disse, minha voz fugindo. Eu não perdi o olhar que eles trocaram.

-Aqui em Phoenix, então? – A voz dele ainda estava casual.

-Sim. – Eu sussurrei. 

Nós todos sentamos em silêncio, olhando para o desenho.

-Alice, o telefone é seguro? – Edward perguntou do outro lado e pela expressão a resposta era positiva.

-Então eu posso usá-lo para ligar para a sua mãe. – Jasper disse, já sabendo de tudo, que ela viria para cá. Alice deve ter dito ontem.

-Eu pensei que ela estivesse na Flórida... – Edward disse.

-Ela está, mas ela vai voltar pra casa em breve, e ela não pode voltar pra casa enquanto... – Minha voz tremeu. Eu estava pensando no que Alice havia dito, sobre a fêmea ter estado na casa de Charlie, na escola, onde meus documentos estariam.

-Eu acho que não pode fazer mal nenhum, mas tome o cuidado de não dizer onde está, é claro.

Eu peguei o telefone ansiosamente e disquei o número familiar. Ele tocou quatro vezes, e então eu ouvi a voz a voz suave da minha mãe me dizendo pra deixar uma mensagem.

-Mãe. – Eu falei depois do bipe. – Sou eu. Escute, eu preciso que você faça uma coisa. É importante. Assim que você escutar essa mensagem, me ligue neste número. – Edward já estava a meu lado, escrevendo o número pra mim em cima do desenho dele. Eu o li cuidadosamente, duas vezes. – Por favor, não vá a lugar nenhum antes que eu tenha falado com você. Não se preocupe, eu estou bem, mas eu preciso falar com você imediatamente, não importa a hora que você receber esta ligação, está bem? Eu te amo, mãe, tchau. – Eu fechei meus olhos e rezei com todas as minhas forças pra que ela recebesse a mensagem antes de ir pra casa.

Eu sentei no sofá, batucando no prato que continha as frutas, antecipando a longa noite.

Eu pensei em ligar pra Charlie, mas eu não sabia se ele estaria em casa agora ou não. Eu me concentrei no jornal, assistindo histórias sobre a Flórida ou sobre o treinamento de Primavera, greves, ou furacões ou algum ataque terrorista, qualquer coisa que pudesse fazer eles voltarem mais cedo pra casa.

Imortalidade deve garantir paciência infinita. Nem Jasper nem Edward pareciam sentir a necessidade de alguma coisa pra fazer. Por algum tempo, Edward desenhou os traços da sala escura que Alice havia descrito, tudo o que ele podia ver pela leve luz da TV. Mas quando ele terminou, ele simplesmente ficou olhando para o vazio das paredes, com seus olhos eternos. Jasper, também, parecia não ter nenhuma necessidade de se mover, ou de dar uma olhadinha pelas cortinas, eu sair correndo pela porta, como eu queria.

Eu devo ter pego no sono no sofá, esperando o telefone tocar de novo. O toque frio de Edward me acordou brevemente enquanto ele me carregava para a cama, mas eu já estava inconsciente antes de encostar no travesseiro.


Notas Finais


O que estão achando?
Logo estamos chegando no período da Lua Nova, e queria muito saber o que vcs querem para essa parte da história.
Os comentários estão abertos p/ sugestões.
Se puderem, deixem algum comentário, podendo ser crítica, sugestão... realmente iriam me estimular mais saber que vcs estão acompanhando e comentando.
Até a próxima xx


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