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História TWILIGHT (bellice) - Os Denalli (amanhecer)


Escrita por: trwstan

Notas do Autor


A seguir, trata-se de um remake da história de crepúsculo no ponto de vista de Bella, mulher lésbica, e seu emblema será a presença de Alice.
Se você curtir, deixa um favorito e um comentário para ajudar no engajamento da história, para que outras pessoas também possam ler.

Ainda tem alguém aí acompanhando?

NOVA FANFIC THE VAMPIRE DIARES E CREPÚSCULO: http://fics.me/22086166

Música do capítulo: Aloha, The Saxophones.

Capítulo 62 - Os Denalli (amanhecer)


Havia muito no que se pensar. Como eu ia ter tempo para ficar sozinha e procurar por J. Jenks, e por que Edward queria que eu soubesse sobre ele?

Se a ideia de Edward não tivesse nada a ver com Renesmee, o que eu faria pra salvar a minha filha?

Como Alice e eu iríamos explicar as coisas para família de Tanya de manhã? E se eles reagissem como Irina? E se eles quisessem brigar? Eu não sabia lutar. Como eu ia aprender em apenas um mês? Havia alguma chance de eu ser ensinada rápido o suficiente de modo que eu pudesse ser perigosa para algum membro dos Volturi? Ou eu seria totalmente inútil? Apenas mais uma descartável recém-nascida?

Tantas respostas que eu precisava, mas eu não teria sequer chance de fazer minhas perguntas.

Querendo alguma normalidade para Renesmee, eu insisti em levá-la pra nossa casa de campo na hora de dormir. Jacob estava mais confortável em sua forma de lobo agora, era mais fácil lidar com o stress se ele estivesse pronto para lutar. Eu queria pode sentir o mesmo, pode me sentir pronta. Ele correu pelas árvores, em guarda de novo.

Quando ela dormia profundamente, eu pus Renesmee em sua cama e fui pra sala da frente para fazer à Alice as minhas perguntas. As únicas que eu era capaz de fazer, pelo menos, uma das coisas mais difíceis era a ideia de tentar esconder qualquer coisa dela.

Ela correu e estava do outro lado no que não pareceu levar tempo algum, nem mesmo a menor parte de um segundo. Eu tive tempo de registrar a expressão feroz em seu rosto antes que seus lábios estivessem se chocando aos meus e seus braços estivessem em volta de mim como vigas metálicas.

Eu não pensei nas minhas perguntas de novo pelo resto daquela noite. Não demorou muito para que eu percebesse a razão de seu humor, e menos tempo ainda para me sentir do mesmo jeito.

Eu tinha planejado precisar de anos apenas para organizar a paixão esmagadora que sentia por ela fisicamente. E então, séculos para aproveitar isso. Se nós tivéssemos apenas mais um mês juntas... Bem, eu não via como ficar esperando isso acabar. No momento eu não podia evitar, exceto ser egoísta. Tudo o que eu queria era amá-la o máximo que eu pudesse no tempo que nos foi dado.

Foi difícil me separar dela quando o sol nasceu, mas nós tínhamos trabalho pra fazer, um trabalho que poderia ser mais difícil que a busca feitas pela nossa família. Assim que eu consegui pensar no que estava vindo, eu estava toda tensa, era como se meus nervos estivessem sendo esticados em tortura, cada vez mais.

-Eu queria que tivesse um jeito de achar as informações que precisamos de Eleazar antes de falar com eles sobre Nessie. – Alice disse enquanto nos vestíamos apressadamente no enorme closet. – Só para garantir.

Era preocupante Alice ter duvidas, ela normalmente parecia estar segura sobre tudo, por sempre conseguir estar no controle.

-Você acha que eles vão nos deixar explicar?

Ela olhou de forma opaca para o nada, com uma expressão triste.

-Eu não sei.

Eu tirei Renesmee, ainda dormindo, de sua cama e a abracei forte, de modo que seus cachos ficaram pressionados no meu rosto, seu doce cheiro, tão perto, mais poderoso que qualquer outro.

Eu não podia desperdiçar nenhum segundo hoje. Havia muitas respostas que eu precisava, eu não estava certa de quanto tempo Alice e eu teríamos a sós hoje. Se corresse tudo bem com a família de Tanya, então teríamos companhia por mais tempo.

-Alice, você vai me ensinar a lutar? – Eu perguntei a ela, tensa esperando sua reação enquanto ela segurava a porta pra mim.

Era o que eu esperava. Ela congelou e então seus olhos olharam para mim com um significado profundo, como se estivesse olhando para mim pela primeira vez. Os olhos dela deslizaram para nossa filha, dormindo em meus braços.

Ela engoliu seco compulsivamente, tremeu, dobradiças protestando, suas mãos apertadas. E então ela concordou.

Eu me perguntei o que eu poderia fazer para que houvesse a esperança de alguma diferença. Eu era um pouquinho especial, do meu jeito, se ter um esqueleto sobrenatural pudesse ser considerado especial. Havia alguma utilidade que eu pudesse usar?

-Qual você diria que é a maior vantagem deles? Eles têm alguma fraqueza?

Alice não precisava perguntar para saber que eu estava falando dos Volturi.

-Alex e Jane são os melhores ataques deles. – Ela disse, sem emoção, como se nós estivéssemos falando de um jogo de baseball. – O soldados de defesa raramente são vistos em ação.

-Você já lutou com eles?

Ela acenou levemente.

-Há muitos anos, logo quando Edward se transformou.

Nós ficamos em silêncio, possivelmente sua cabeça estava lotada de memórias, enquanto a minha tentava desvendar o que aconteceu nessa época.

-Porque Jane pode te queimar onde você estiver, mentalmente, pelo menos. O que Alec faz? Você não disse que ele é ainda mais perigoso que Jane?

-Sim. De um jeito, ele é o antídoto para Jane. Ela pode te fazer sentir a pior dor imaginável. Alec, por sua vez, faz você não sentir nada. Absolutamente nada. Algumas vezes, quando os Volturi estão se sentindo bonzinhos, eles pedem Alec para anestesiar a alguém que vai ser executado. Se você tiver se rendido a eles ou agradado a eles de outra forma.

-Anestésico? Mas por que ele é mais perigoso que Jane?

-Porque ele corta todos os seus sentidos. Sem dor, mas também sem visão, sem audição ou olfato. Privação total de sentidos. Você fica completamente sozinha na escuridão. Você não sentiria mesmo se eles te queimassem.

Eu me arrepiei. Essa era o melhor que eu podia esperar? Não ver ou sentir a morte chegar?

-Isso faria dele tão perigoso quanto Jane. – Alice continuou na mesma voz destacada. – De modo que se ambos podem te incapacitar, fazendo de você um alvo fácil. Jane pode machucar apenas a pessoa em que está focada, e Alec pode incapacitar todos nós ao mesmo tempo... Se ele usa seu dom contra nós, ficaremos todos cegos e surdos até que eles nos matem, talvez eles apenas nos queimem sem se importar em nos despedaçar antes. Oh, nós podemos tentar lutar, mas nós provavelmente machucaríamos mais uns aos outros do que a um deles.

Nós andamos em silêncio por alguns segundos.

Uma ideia estava surgindo na minha cabeça. Não muito promissora, mas melhor que nada.

-Você acha que Alec é um bom lutador? – Eu perguntei. – Apesar do que ele pode fazer, quero dizer. Se ele tivesse que lutar sem o seu dom. Eu me pergunto se alguma vez ele já tentou...

Ela deu uma risada quando entendeu minha pergunta, e naquele momento senti meu peito esquentar com a mesma sensação de dois anos atrás, nós duas em um contexto saudável.

-Na realidade, ele é terrível. – Ela contou, ainda sorrindo. – Se você aprender a lutar, ele vira um ratinho na sua frente.

A ponta de esperança também me fez sorrir.

-Eu vou tentar te ensinar o que eu puder, mas por favor, não me faça pensar no seu sacrifício como uma diversão. – Ela ficou chocada de repente e não terminou.

-Você viu algo? – Eu perguntei, observando sua expressão vazia.

Ela piscou.

-Eu consegui ver Edward brevemente... – Ela contou, absorta, como se estivesse se concentrando para ver mais. – Apenas uma floresta verde, muito verde, e muito úmida.

Eu não queria que ela descobrisse nada sobre Edward. Seria perigoso demais.

-Primeiro Alec, e se eu milagrosamente fosse sortuda o bastante pra vencer, Jane. Se eu pudesse ao menos tirar... remover a vantagem ofensiva dos Volturi. Talvez então houvesse uma chance... E se eu fosse capaz de distraí-los ou menos abatê-los? Honestamente, por que Alec ou Jane teriam que aprender golpes de luta? Eu não podia imaginar a pequena Jane rendendo-se, mesmo pra aprender. Eu tenho que aprender tudo. O quanto você puder enfiar na minha cabeça pelo próximo mês.

Ela acenou.

Quem seria o próximo então? Eu também poderia ter meus planos em ordem, de modo que, se eu sobrevivesse ao ataque de Alec, não haveria hesitação no meu golpe. Eu tentei pensar em outra situação onde meu esqueleto forte me daria vantagem. Obviamente, lutadores como Alec estavam acima de mim. Eu poderia apenas dar a Emmett uma luta justa. Eu não sabia muito da guarda dos Volturi, exceto Demetri.

Meu rosto estava completamente tranquilo quando eu pensei sobre Demetri. Sem dúvidas, ele seria um lutador. Não haveria outro jeito dele ter sobrevivido por tanto tempo, sempre na frente de a cada ataque. E ele sempre guiava, porque ele era o perseguidor deles. O melhor perseguidor do mundo, sem duvida. Se houvesse outro melhor, os Volturi já teriam trocado. Aro não manteria ao lado dele o segundo melhor.

Se Demetri não existisse, então poderíamos correr. Quem quer que tenha sobrado de nós, em todo o caso. Minha filha, quente nos meus braços... Alguém poderia correr com ela. Jacob ou Rosalie, seja quem for que sobrasse.

E se Demetri não existisse, então Edward e Jasper podem estar seguros para sempre. É isto o que Alice tinha visto? Aquela parte da nossa família pode continuar? Dois deles, no mínimo. Eu poderia deixar de invejá-los?

-Demetri... – Eu disse.

-O Demetri é meu. – Disse Alice em uma voz dura, apertada. Olhei o rapidamente e vi que a sua expressão tinha ficado violenta.

-Por que? – Sussurrei.

Ela não respondeu no início. Estávamos no rio quando ela finalmente murmurou:

-Para Edward. Esse é o único agradecimento que posso lhe dar agora pelos oitenta anos passados.

Portanto os seus pensamentos estiveram de acordo com o meu.

Ouvi pesadas patas de Jacob que baterem contra a terra congelada. Em segundos, ele estava andando junto de mim, os seus olhos escuros concentraram-se em Renesmee.

Acenei-lhe com cabeça uma vez, e depois retornei às minhas perguntas. Havia tão pouco tempo.

-Por que você acha que Edward nos disse para perguntar a Eleazar sobre os Volturi? Ele esteve na Itália recentemente ou algo assim? O que ele pode saber?

-Eu odeio não saber nada que Edward pensa. – Ela grunhiu, quase em uma birra, mas logo respondeu. – Eleazar sabe tudo quando se trata do Volturi. Esqueci-me que não sabia. Ele costumava ser um deles..

Assobiei involuntariamente. Jacob rosnou junto de mim.

-O que? – Exigi, na retratando o belo homem de cabelo escuro em nosso casamento envolto em uma longa manta cinza.

A cara de Alice era mais suave agora, ela sorriu um pouco.

-Eleazar é uma pessoa muito gentil. Ele não estava totalmente satisfeito com os Volturi, mas ele respeitou a lei e sua necessidade de ser acolhido. Ele sentiu que ele estava trabalhando em direção ao bem maior. Ele não lamenta o seu tempo com eles. Mas quando ele encontrou Carmen, ele encontrou seu lugar neste mundo. Eles são pessoas muito semelhantes, ambos muito compassivos para vampiros... Eles se reuniram com Tanya e suas irmãs, e ele nunca olhou para trás. Eles estão bem adaptados a este estilo de vida. Se eles não tivessem encontrados Tanya, eu imagino que eles poderiam ter, eventualmente, descoberto uma maneira de viver sem sangue humano por suas próprias maneiras.

As imagens em minha cabeça eram incompatíveis. Eu não podia compreende-las. Um soldado Volturi compassivo?

-Ele não era um dos seus guerreiros, por assim dizer. Ele tinha um dom que acharam conveniente... Ele tem uma instintiva para sentir os dons, as capacidades extra que alguns vampiros têm. – Alice continuou. – Ele podia dar a Aro uma ideia geral de que qualquer vampiro era capaz apenas estando próximo a ele ou ela. Isto foi útil quando os Volturi entraram na batalha. Ele pode avisá-los se alguém no grupo oposto de clãs tinha uma habilidade que poderia dar-lhes um pouco de preocupação. Isso era raro, precisa ter bastante habilidade para gerar transtorno aos Volturi durante um momento. Outras vezes, a advertência daria a Aro chance de salvar alguém que pode ser útil para ele. O dom de Eleazar funciona, até com seres humanos, a uma extensão. Entretanto, ele realmente tem de se concentrar com seres humanos, porque a capacidade latente é tão nebulosa. Aro fazia com que ele testasse as pessoas que queriam se juntar, para ver se eles tiveram algum potencial. O Aro sentiu de vê-lo partir.

-Eles o deixam ir?

O seu sorriso era mais escuro agora, um pouco torcido.

-Os Volturi não são os vilões, que possam parecer a você. Eles são a fundação da nossa paz e civilização. Cada membro do guarda decide servir a eles. É bastante de prestígio, todos estão orgulhoso estar lá, não estão obrigados.

Fiz carranca para o chão.

-Eles são apenas para os seres abomináveis e pelos criminosos, Bella.

-Não somos criminosos.

Jacob bufou em acordo.

-Eles não sabem isto.

-Você realmente acha que podemos fazê-los parar e escutar?

-Se encontramos bastantes amigos para estar junto de nós. Talvez.

Se. Eu senti a urgência de repente do que tínhamos diante de nós hoje. Alice e eu começamos a nos mover mais rápido, começando a correr. Jacob rapidamente nos acompanhou.

-Tanya não deve estar muito longe. – Disse Alice. – Temos de estar prontas.

Como estar pronta, de qualquer forma? Estamos dispostos e reorganizados, pensamento e reconsideramos. Renesmee a vista? Ou ocultada no início?

Jacob na sala? Ou fora? Ela tinha dito para ficar perto mas invisível. O que ele deve fazer mesmo?

No fim, Renesmee, Jacob, em sua forma humana novamente, e eu passamos pela porta da frente da sala de jantar, e me sentei na grande mesa polida. Jacob me deixou segurar Renesmee, ele queria espaço em caso de que ele precisasse executar a fase seguinte rapidamente.

Embora eu estivesse contente de tê-la nos meus braços, isso me fez sentir inútil. Isso me lembrou de que em uma luta de vampiros maduros, eu não seria mais que um alvo fácil, não precisei das minhas mãos livres.

Tentei me lembrar de Tanya, Kate, Carmen e Eleazar do casamento. Seus rostos eram escuros em minhas memórias huamanas. Eu só sabia que eles eram lindos, duas loiras e duas morenas. Não conseguia me lembrar se havia bondade em seus olhos.

Alice se inclinou imovelmente contra a parede da janela traseira, olhando em direção a porta da frente. Ela não parecia que olhava a sala em sua frente.

O Renesmee aninhou-se no meu pescoço, a sua mão no meu rosto, mas nenhuma imagem na minha cabeça. Ela não tinha imagens das suas sensações agora.

-E se eles não gostarem de mim? – Ela sussurrou, e todos os nossos olhos foram para seu rosto.

-Naturalmente eles vão... – Jacob começou a dizer, mas o silenciei com um olhar.

-Eles não entendem você, Renesmee, porque eles nunca encontraram ninguém como você. – Lhe contei, não querendo lhe dar promessas que poderiam não se realizar.

-Fazer eles entenderem é o problema.

Ela suspirou, e na minha cabeça apareceu imagens de todos nós em uma rápida explosão. Vampiro, ser humano, lobisomem. Ela não se ajusta em nenhum lugar.

-Você é especial, isto não é uma coisa má.

Ela sacudiu a sua cabeça em discordância. Ela pensou na tensão em nossos rostos e disse:

-Isto é culpa minha.

-Não. – Jacob, Alice, e eu todo dissemos exatamente o mesmo tempo, mas antes de que possamos discutir além disso, ouvimos o som pelo que tínhamos estado esperando: um carro se aproximando.

Alice se lançou para esperar na porta. O Renesmee se ocultou no meu cabelo. Jacob e eu fitamos um a outro através da mesa, havia desespero nos nossos rostos.

O carro se movia rapidamente pelas madeiras, mais rápido do que Charlie ou Sue dirigiam. Ouvimo-lo puxar o freio e parar em frente ao alpendre. Quatro portas se abriram e se fecharam. Eles não falaram entre si enquanto se aproximavam da porta. Alice a abriu antes que eles possam bater.

-Alice! – Uma voz feminina se entusiasmou.

-Olá, Tanya, Kate, Eleazar, Carmen.

Os três disseram oi.

-Carlisle disse que precisa conversar conosco urgentemente. – A primeira voz disse, Tanya. Eu podia ouvir que todos eles continuavam lá fora. Eu imaginei Alice no caminho da porta, bloqueando a entrada deles. – Qual o problema? Confusão com os lobisomens?

Jacob rolou os olhos.

-Não. – Alice disse. – Nosso trato com os lobisomens está mais forte que nunca.

A mulher riu.

-Você não vai nos convidar a entrar? – Tanya perguntou. Então ela continuou sem esperar por uma resposta. – Onde está Carlisle?

-Carlisle teve que sair.

Houve um curto silêncio.

-O que está acontecendo, Alice?

-Eu tenho uma coisa difícil para explicar, e eu vou precisar de suas mentes abertas até vocês entenderem.

-Carlisle está bem? – Uma voz masculina perguntou ansiosamente. Eleazar.

-Nenhum de nós está bem, Eleazar. – Alice disse, e colocou a mão em alguma coisa, talvez os ombros de Eleazar. – Mas fisicamente, Carlisle está bem.

-Fisicamente? – Tanya perguntou rapidamente. – O que você quer dizer?

-Quero dizer que toda a minha família está correndo perigo. Antes de explicar, eu quero que vocês prometam. Ouçam tudo o que eu tenho dizer antes de reagir. Eu imploro para que vocês me ouçam.

Um longo silêncio pelo seu pedido. Embora estressados, Jacob e eu nos olhamos sem palavras. Seus lábios estavam brancos.

-Estamos ouvindo. – Tanya disse, finalmente. – Nós vamos ouvir antes de julgar.

-Alice, envolve a quebra da sua dieta? – Carmen perguntou. – Seus olhos... Estão âmbar.

Alice respirou fundo.

-Não, não envolve isso.

Alguém fungou.

-Eu sei que há lobisomens envolvidos. – Tanya murmurou.

-Sim, eles estão do nosso lado. De novo.

O lembrete calou Tanya.

-Cadê a sua Bella? – Uma das vozes femininas perguntou. – Como ela está?

-Ela vai se juntar a nós em breve. Ela está bem, obrigada. Ela está levando a imortalidade com espantosa elegância.

-Conte-nos sobre o perigo, Alice. – Tanya disse calmamente. – Nós vamos ouvir e vamos ficar ao seu lado, onde nós pertencemos.

Alice respirou fundo.

-Nós vamos precisar do testemunho de vocês, primeiramente. Escutem - no outro cômodo. – O que vocês ouvem?

Estava quieto, e então houve um movimento.

-Um lobisomem, eu suponho. Eu posso ouvir seu coração. – Tanya disse.

-O que mais? – Alice perguntou.

Houve uma pausa.

-O que é essa vibração? – Kate ou Carmen perguntaram. – Seria... alguma espécie de pássaro?

-Não, mas se lembre do que você está ouvindo. Agora, qual o cheiro? Além do lobisomem?

-Tem um humano ali?

-Não... – Tanya discordou. – Não é humano... mas... mais próximo do humano do que os outros cheios por aqui. O que é isso, Alice? Eu acho que nunca senti esse cheiro antes.

-Você certamente não sentiu, Tanya. Por favor, por favor, se lembrem que isso é algo completamente novo pra vocês. Descartem suas noções pré-concebidas.

-Eu prometi que iria escutar, Alice.

-Tudo bem, então. Bella, traga Renesmee, por favor.

Minhas pernas se pareciam dormentes, mas eu sabia que era coisa da minha cabeça. Eu me forcei a não voltar atrás, não me mover lentamente, enquanto ficava de pé e andava alguns passos para o canto. O coração de Jacob acelerou atrás de mim, enquanto ele me seguia.

Eu dei um passo para grande sala e então congelei, incapaz de me forçar a ir além. Renesmee respirou fundo e então deu uma bisbilhota para fora do meu cabelo, seus pequenos ombro retraídos, esperando pela rejeição.

Eu pensei que estivesse preparada para reação deles. Para acusações, xingamentos, pra todo o estresse.

Tanya deslizou-se quatro passos para trás, seus cachos cor de morango tremendo, como uma humana defrontando uma cobra venenosa. Kate pulou para trás por todo caminho até a porta e se colocou contra a parede, um assobio de medo saiu de seus dentes. Eleazar colocou-se à frente de Carmen, em uma posição de proteção.

-Oh, por favor. – Eu ouvi Jacob reclamar sob sua respiração.

Edward colocou seu braço sobre Renesmee e eu.

-Vocês prometeram escutar. – Alice os lembrou.

-Algumas coisas não podem ser escutadas! – Tanya exclamou. – Como você pôde, Alice? Você sabe o que isso significa?"

-Temos que sair daqui. – Kate disse ansiosamente, sua mão na maçaneta.

-Esperem! – Alice disse, sua voz mais dura agora. – Vocês se lembram do que ouviram, do cheiro. Renesmee não é o que vocês estão pensando que ela é.

-Não há exceções para essa regra.

-Você pode ouvir o coração dela bater! Pare e pense o que isso significa.

-O batimento do coração? – Carmen sussurrou, olhando pelo ombro de Eleazar.

-Ela não é completamente vampira. – Alice respondeu, voltando sua atenção pra expressão menos hostil de Carmen. – Ela é meio humana... Renesmee é única, eu e Bella achamos ela em uma... missão em Seattle. Seu pai era um vampiro, mas sua mãe era humana.

-Alice, você não pode... – Eleazar começou.

-Me dê outra explicação, Eleazar. Você pode sentir o calor do corpo dela no ar. Corre sangue nas veias dela, Eleazar. Você pode sentir o cheiro.

-Como? – Kate respirou.

-Você sabe o que aconteceu comigo nos anos 60, não sabe?

-Sim, Solanas. – Tanya concordou, como se fosse óbvio.

Aquele seria o momento que Jacob iria descobrir a verdade, e eu esperava que ele não tornasse isso uma grande questão.

-Quando Bella se transformou, nós fomos a Seattle... E após tudo que aconteceu, esse bebê estava lá. Edward e Jasper conseguiram achar a casa da mãe biológica, o corpo havia sumido, mas havia sinais claros de sangue.

Senti Jacob tremer ao meu lado, mas ele ficou em silêncio.

-Como vocês sabem que o pai era um vampiro?

- Ele começou a contar essa história, mas nós obviamente não acreditamos... Quando fui ver, era tarde demais.

-Eu nunca ouvi tal coisa. – Eleazar disse. Seus ombros estava tensos, sua expressão congelada.

-Relações físicas entre humanos e vampiros não são comuns. – Alice respondeu, um pouco de humor negro em seu tom.

Foi Carmen quem respondeu a Alice. Ela saiu de trás de Eleazar, ignorando a posição de alarme dele, e caminhando cuidadosamente para ficar de frente para mim. Ela encostou de leve, olhando cuidadosamente para o rosto de Renesmee.E então, como se não pudesse evitar, ela sorriu.

O sorriso de Renesmee, em resposta, era deslumbrante. Ela tocou o meu rosto sem tirar os olhos de Carmen. Ela se imaginou tocando o rosto de Carmen, se perguntando se estava tudo bem.

-Você se importa se Renesmee te falar sobre ela? – Eu perguntei a Carmen. Eu ainda estava muito estressada para falar além de um sussurro. – Ela tem um dom para explicar as coisas.

Carmen ainda sorria pra Renesmee.

-Você fala, pequenina?

-Sim. – Renesmee respondeu em sua vozinha de soprano. Toda família de Tanya se estremeceu ao som de sua voz. – Mas eu posso te mostrar mais do que falar.

Ela colocou sua mãozinha no rosto de Carmen.

Carmen se contraiu como num choque elétrico tivesse passado por ela. Eleazar estava ao seu lado num instante, sua mão nos seus ombros, como que pra tirá-la de lá.

-Espere. – Carmen disse, sem fôlego, seus olhos, sem piscar, olhando pra Renesmee.

Renesmee mostrou a Carmen sua explicação por um longo tempo. Jacob deslocou seu peso impacientemente atrás de mim, e eu sabia que ele queria ela longe dos vampiros.

-O que Nessie está mostrando a ela? – Ele resmungou sob sua respiração.

-Tudo. – Alice murmurou.

Outro minuto se passou, e Renesmee tirou sua mão do rosto de Carmen. Ela sorriu vitoriosa para chocada vampira.

-Ela é realmente sua filha, não é? – Carmen respirou, movendo seus olhos para Alice. – Que dom mais vivo! Ele só poderia ter vindo de uma mãe com dom também.

-Você acredita no que ela te mostrou? – Alice perguntou, sua expressão intensa.

-Sem dúvida. – Carmen disse, simplesmente.

O rosto de Eleazar estava rígido.

-Carmen!

Carmen segurou suas mãos e as sacudiu.

-Parece impossível, mas Edward te disse a verdade. Deixa a criança te mostrar.

Carmen levou Eleazar pra perto de mim e falou com Renesmee.

-Mostre a ele, minha querida.

Renesmee sorriu, claramente feliz com a aceitação de Carmen, e tocou o rosto de Eleazar suavemente na testa, mas ele gritou, e saiu de perto dela.

-O que ela fez com você? – Tanya perguntou, se aproximando cautelosamente.

Kate se aproximou também.

-Ela está apenas tentando te mostrar o lado dela da história. – Carmen disse ele numa voz tranquilizadora.

Renesmee fez uma careta impaciente.

-Assista, por favor. – Ela disse pra Eleazar. Ela esticou sua mão para ele e deixou apenas alguns centímetros entre sua mão e o rosto dele, esperamos.

Eleazar olhou suspeito e então olhou pra Carmen, procurando ajuda. Ela balançou a cabeça, encorajando-o. Eleazar respirou fundo e se moveu para mais perto até que sua testa tocasse a mão dela de novo. Ele se estremeceu quando começou mas ficou parado dessa vez, olhos fechados em concentração.

Ele suspirou quando seus olhos reabriram alguns minutos depois.

Renesmee sorriu pra ele. Ele hesitou e então sorriu um sorriso leve em resposta.

-Eleazar? – Tanya perguntou.

-É tudo verdade, Tanya. Não é uma criança imortal. Ela é meio humana. Veja você mesma.

Em silêncio, Tanya caminhou cautelosamente até a mim, e então Kate, ambas mostrando-se chocadas que as pegou quando Renesmee as tocou. Mas então, assim como Carmen e Eleazar, elas pareciam completamente vencidas assim que acabou.

Eu lancei um olhar para o sereno rosto de Alice, me perguntando se seria realmente tão fácil. Seus olhos dourados estavam claros, sem sombras. Não havia decepção neles.

-Obrigada por ouvir. – Ela disse, quase saltitante.

-Mas há um grande perigo para o qual você nos alertou. – Tanya disse. – Não diretamente dessa criança, eu vejo, mas certamente vindos dos Volturi, então. Como eles ficaram sabendo sobre ela? Quando eles estão vindo?

Eu não estava surpresa que ela entendesse tão rapidamente. Depois de tudo, o que poderia ser mais forte que os laços da minha família? Só os Volturi.

-Quando Bella viu Irina nas montanhas, ela viu Renesmee com ela.

Kate assobiou, seus olhos viraram apenas uma linha.

-Irina fez isso? Contra você? Contra Carlisle? Irina?

-Eu vi ela indo até eles.

-Como ela pôde fazer isso? – Eleazar refletiu.

-Eu imagino que se vocês tivessem visto Renesmee à distância. Se vocês não tivessem esperado a nossa explicação.

Os olhos de Tanya se apertaram.

-Não importa o que ela pensou... Você é da nossa família.

-Não há nada que possamos fazer quanto a decisão de Irina agora. É tarde demais. Eles estão todos vindo. Isso deve requerer alguma preparação.

Eleazar ofegou.

-A guarda inteira?

-Não apenas a guarda. – Alice disse, sua mandíbula trancada. – Aro, Caius, Marcus, Condessa. Até as esposas.

O choque percorreu o olho de todos eles.

-Impossível. – Eleazar disse, sem expressão. – A Condessa só participa quando é absurdo demais...

-Eu diria o mesmo há dois dias atrás. – Alice disse.

Eleazar fez uma careta, e quando ele falou, foi quase um rosnado.

-Mas isso não faz o menos sentido. Por que eles se colocariam e as esposas em risco?

-Não faz o menor sentido desse ângulo. Há mais que apenas punição pelo que nós fizemos. Pensei que você pudesse nos ajudar.

-Mais que punição? Mas o que mais há?! – Eleazar começou a caminhar, em direção à porta e depois deu a volta, como se ele estivesse sozinho ali, suas sobrancelhas levantadas enquanto ele olhava o chão.

-Onde estão os outros, Alice? Carlisle, Edward e o restante? – Tanya perguntou.

A hesitação de Alice era quase imperceptível. Ele respondeu apenas parte da pergunta.

-Procurando por amigos que podem nos ajudar.

Tanya se dirigiu a ela, apertando as mãos em frente a ela.

-Alice, não importa quantos amigos vocês consigam, isso não vai ajudar a vencer. Nós podemos apenas morrer com você. Você deve saber disso. Claro, talvez nós quatro mereçamos isso depois do que Irina fez, depois que nós te deixamos na mão, para o próprio bem dela, naquele tempo também.

Alice balançou a cabeça calmamente.

-Nós não vamos pedir que vocês lutem e morram conosco, Tanya. Você sabe que Carlisle jamais pediria isso.

-Então o que, Alice?

-Nós estamos apenas procurando por testemunhos. Se nós pudermos fazê-los parar, apenas por um momento. Se eles nos deixarem explicar... – Ela tocou a bochecha de Renesmee; ela acariciou sua mão e a manteve pressionada contra sua pele. – É difícil duvidar da história quando você a vê você mesmo.

Tanya concordou devagar.

-Você acha que o passado dela vai importar muito para eles?

-Apenas como presságios para seu futuro. O objetivo da restrição é nos proteger da exposição, do excesso de crianças que não podem ser contidas.

-Eu não sou perigosa. – Renesmee interveio. Eu escutei sua voz alta e clara com outra percepção, imaginando como ela pareceria paras outras pessoas. – Eu nunca machuquei o vovô ou Sue ou Billy. Eu amo os humanos. E os lobos, como o meu melhor amigo Jacob.

Jacob sorriu, batendo sua palma levemente com a dela.

Tanya e Kate trocaram um rápido olhar.

-Se Irina não tivesse vindo tão cedo... – Alice meditou. – Nós poderíamos ter evitado isso. Renesmee cresce numa taxa sem precedentes. Com o passar do mês, ela terá ganhado mais meio ano de desenvolvimento.

-Bem, isso é algo que nós certamente poderemos testemunhar. – Carmen disse num tom decidido. – Nós seremos capazes de jurar que a vimos crescer nós mesmo. Como os Volturi ignorariam tal evidência?

-Sim, nós podemos testemunhar por você. – Tanya disse. – Certamente que sim. Nós vamos ver o que mais podemos fazer. Mas se os Volturi não pararem para escutar nossos testemunhos, nós não podemos esperar... Claro, eu só posso falar por mim mesma.

Kate bufou.

-Você realmente duvida de mim, irmã?

Tanya sorriu selvagem para ela.

-É uma missão suicida, no fim das contas.

Kate olhou para trás e então disse, indiferente.

-Eu estou dentro.

 

-Eu também vou fazer o que eu puder pra proteger a menina. – Carmen concordou. Então, como se ela não pudesse resistir, ela esticou seus braços para Renesmee. – Posso te segurar, bebê linda?

Renesmee se esticou em direção à Carmen, encantada com sua nova amiga. Carmen a abraçou, murmurando para ela em espanhol.

Era como se tivesse sido com Charlie e antes com os Cullen. Renesmee era irresistível. Como era isso dela fazer as pessoas se encantarem como ela, a ponto de fazê-las arriscarem a própria vida em defesa dela?

Por um momento, eu pensei que o que queríamos fosse possível. Talvez Renesmee pudesse fazer o impossível e vencer nossos inimigos assim como fez com nossos amigos.

E ai, eu lembrei que Edward tinha nos deixado, e minha esperança se dissipou tão rapidamente quanto apareceu.

 

[...]

 

-Qual é a parte dos lobisomens nisso? – Tanya perguntou a eles, observando Jacob.

-Se os Volturi não pararem para ouvir sobre Nessie, digo, Renesmee. – Jacob se corrigiu, lembrando que Tanya não entenderia seu estúpido apelido. – Nós vamos pará-los.

-Muito corajoso, criança, mas isso seria impossível até para lutadores mais experientes que vocês.

-Você não sabe do que somos capazes.

Tanya deu de ombros.

-É sua própria vida, certamente, para passar da maneira que você escolheu.

Os olhos de Jacob se desviaram para Renesmee, ainda nos braços de Carmen com Kate as pairando, e era fácil de ler o desejo delas.

-Ela é especial, esta pequenininha Tanya meditou. – Difícil resistir.

-Uma família muito talentosa... – Eleazar murmurou enquanto andava. Seu ritmo aumentando, ele disparava da porta até Carmen e voltava a cada segundo. – Uma vidente para uma mãe, uma defensora para a... outra mãe, e então não importa a mágica extraordinária com a qual esta criança tenha nos enfeitiçado. Pergunto-me se existe um nome para o que ela faz, ou se isso é a normal para um vampiro mestiço. Isso se essa coisa puder ser considerada normal! Um vampiro mestiço, de fato!

-Do que você acabou de chamar Bella? – Alice perguntou, confusa.

Eleazar olhou para Alice curiosamente, seu passo maníaco foi esquecido naquele momento.

-Uma defensora, eu acho. Ela está me bloqueando agora, então não posso ter certeza.

Eu encarei Eleazar, minha testa se enrugou em confusão. Defensora? O que ele quis dizer sobre meu bloqueio a ele? Eu estava parada bem aqui ao seu lado, não estava defensiva de nenhuma forma.

-Uma defensora? – Alice repetiu, desnorteada.

-Ora, Alice! Se eu não consigo ler a mente dela, duvido que Edward possa também. Ele já conseguiu ouvir seus pensamentos? – Eleazar me perguntou.

-Quando eu me concentro muito, às vezes. É quase como eu tivesse que permitir. – Expliquei, lembrando quando fomos até Phoenix, fugindo de James.

-Interessante. Isso indicaria um latente e poderoso talento, se era manifestado tão claramente até antes da transformação. Eu não sinto muito de sua defesa para pegar alguma sensação.  E aparentemente completamente inconsciente do que você está fazendo. Totalmente inconsciente. Irônico. Aro me mandou por todo o mundo a procura de anomalias, e você simplesmente topa com uma por acidente e nem mesmo percebe o que tem.

Eu franzi as sobrancelhas.

-Do que você está falando? Como eu posso ser uma defensora? O que isso significa?

Eleazar inclinou sua cabeça para um lado enquanto me examinava.

-Suponho que nós éramos formais demais sobre isso na atenção. Na verdade, categorizar talentos é um negócio subjetivo, e casual; todo talento é único, nunca exatamente igual. Mas você, Bella, é fácil de classificar. Talentos que são puramente defensivos, que protegem algum aspecto do portador, são sempre chamados de defensores. Você alguma vez já testou suas habilidades? Bloqueou alguém além de mim e seu colega?

Me levou alguns segundos, apesar do quão rápido meu novo cérebro trabalhava, para organizar minha resposta.

-Só funciona com certas coisas. – Eu disse a ele. – Minha cabeça meio que é... privada. Mas isso não para Jasper de ser capaz de bagunçar com meu humor ou Alice de ver meu futuro.

-Uma defesa puramente mental. – Eleazar balançou a cabeça para si mesmo.

-Aro não podia ouvi-la. – Alice contou. – Apesar de que ela ainda era humana quando eles se encontraram.

Os olhos de Eleazar se arregalaram.

-Jane tentou me machucar, mas ela não pode. – Eu disse. – Alice acha que Demetri não pode me encontrar, e que Alec não pode me incomodar também. Isso é bom?=

Eleazar concordou, ainda boquiaberto.

-Uma defensora! – Alice disse, profunda satisfação saturando em seu tom. Ela olhou para mim, e em um lapso de segundos, ela estava beijando meu rosto.

-Eu nunca pensei nisso desta forma. A única que eu já encontrei antes foi Renata, e o que ela fazia era muito diferente.

Eleazar tinha se recuperado um pouco.

-Sim, nenhum talento se manifesta precisamente da mesma maneira, porque ninguém pensa exatamente da mesma forma.

-Quem é Renata? O que ela faz? – Perguntei. Renesmee estava interessada também, se inclinando para longe de Carmen para que pudesse ver ao redor de Kate.

-Renata é a guarda-costas pessoal de Aro. – Eleazar disse. – Um tipo muito prático e forte de defensor.

Me lembrei vagamente de uma pequena plateia de vampiros pairando próximos à Aro em sua torre macabra, alguns homens, algumas mulheres. Não conseguia me lembrar dos rostos das mulheres em uma inconfortável, aterrorizante memória. Uma devia ser Renata.

-Renata é uma defensora poderosa contra um ataque físico. Se alguém se aproximar dela, ou de Aro, já que ela está sempre ao lado dele em uma situação hostil, eles se encontram... desviados. Existe uma força ao redor dela que repele, apesar de ser quase não notável. Você simplesmente se encontra indo a uma direção diferente da que planejou, com uma memória confusa enquanto se pergunta se queria ir para aquela direção no começo. Ela pode projetar sua defesa há muitos metros de onde está. Ela também protege Caius e Marcus, quando eles precisam, mas Aro é a prioridade... O que ela faz não é físico, contudo. Como se a vasta maioria de nossos dons tomassem lugar dentro da mente dela. Se ela tentar te parar, eu me pergunto, quem ganharia? Nunca ouvi dos dons de Aro ou Jane serem frustrados.

-Mamãe, você é especial. – Renesmee me disse sem nenhuma surpresa, como se ela estivesse comentando da cor das minhas roupas.

Me senti desorientada. Não estava pronta para o meu dom? Eu tinha meu super autcontrole que tinha me permitido pular o ano horripilante dos recém-nascidos. Vampiros tinham somente uma habilidade extra em sua maioria, certo?

-Você pode projetar? – Kate perguntou instantaneamente.

-Projetar? – Perguntei.

-Expelir isso de si mesma. – Kate explicou. – Defender alguém além de si mesma.

-Eu não sei. Eu nunca tentei. Não sei se deveria fazer isso.

-Oh, você talvez não seja capaz de fazer. – Kate disse rapidamente. – Os céus sabem que eu venho trabalhando nisso por séculos e o melhor que posso fazer é passar uma corrente sobre minha pele.

Eu a encarei, mistificada.

As palavras de Kate estavam entrando em minha mente, começando a fazer conexões. Defender alguém além de si mesma, ela disse. Como se existisse alguma maneira para mim de incluir outra pessoa em minha estranha e maluca cabeça.

Me lembrei de Alice se contraindo com os anciãos de pedra na torre do castelo dos Volturi. Apesar de ser uma memória humana, era aguda, mais dolorosa do que a maioria das outras, como se tivesse marcado o tecido do meu cérebro.

E se eu pudesse parar o acontecimento para sempre? E se eu pudesse protegê-la? Proteger Renesmee? E se tivesse até mesmo o mais fraco reflexo da possibilidade de que eu pudesse defendê-las também?

-Você tem que me ensinar o que fazer! – Eu insisti, agarrando com força o braço de Kate. – Você tem que me mostrar como!

Kate recuou.

-Talvez se você parar de tentar esmagar meus ossos.

-Oops! Desculpe!

-Você está defendendo. – Kate disse. – Esse movimento deveria ter chocado seus braços para fora. Você não sentiu nada agora?

-Não, não senti nada. Você estava fazendo sua corrente elétrica?

-Estava. Hmm, eu nunca encontrei ninguém que não a sentisse, imortal ou não.

-Você disse que projeta ela? Na sua pele?

Kate consentiu.

-Costuma ficar na palma das minhas mãos. Meio que como Aro. Mas depois de muita prática, eu consigo radiar a corrente por todo meu corpo. É uma boa defesa. Qualquer um que tenta me tocar cai como um humano que foi eletrocutado. Só o deixa caído por um segundo, mas é tempo suficiente.

Eu estava apenas ouvindo metade do que Kate dizia, meus pensamentos correndo por volta da ideia de que eu poderia ser capaz de proteger minha pequena família se pudesse aprender rápido o bastante. Desejei fervorosamente que eu pudesse ser boa com essa coisa de projeção também, como se eu de alguma forma misteriosamente boa em relação aos outros aspectos de ser um vampiro. Minha vida humana não tinha me preparado para coisas que viessem naturalmente, e eu não podia me fazer confiar que esta aptidão iria durar.

Era como se nunca tivesse querido qualquer coisa antes tanto quanto isso: ser capaz de proteger o que eu amo. Porque eu estava tão preocupada, que não notei o silêncio que havia entre Alice e Eleazar até que se iniciou uma conversa.

-Me pergunto o motivo dos dos Volturi viriam punir vocês. – Eleazar disse. – Não é a maneira com que eles fazem as coisas. Certamente, nós somos a maior convenção madura com que eles já lidaram, mas no passado, outras convenções se juntaram para proteger a eles mesmos, e eles nunca apresentaram um desafio, apesar de seus números. Nós somos aproximadamente mais garantidos, e este é um motivo, mas não um grande motivo. Estava lembrando dos outros tempos em que as convenções haviam sido punidas, por uma coisa ou outra, e um padrão passou por minha cabeça. Era um padrão que o resto da guarda nunca teria notado, desde que eu fosse o passageiro de pertinente inteligência particular para Aro. Um padrão que seria repetido somente a cada outro século mais ou menos.

-Qual era esse padrão? – Carmen perguntou.

-Aro não se preocupa pessoalmente com uma expedição de punição frequentemente. Mas no passado, quando Aro queria alguma coisa em particular, nunca aparecia alguma evidência para provar que esta ou aquela convenção tinha cometido algum crime imperdoável. Os antigos decidiriam continuar observando a guarda da justiça administrativa. E então, uma vez que a convenção fosse tudo, menos destruída, Aro concedia um perdão para um membro cujos pensamentos ele alegaria, se fossem particularmente arrependidos. Sempre se concentrava no vampiro que tivesse o dom que Aro admirasse. Sempre, esta pessoa tinha um lugar cedido na guarda. O vampiro agraciado era persuadido rapidamente, sempre muito agradecido por aquela honra. Não havia exceções.

-Deve ser uma coisa emocionante ser escolhido. – Kate sugeriu.

-Há! – Eleazar resmungou, ainda em movimento.

-Tinha uma no meio da guarda. – Alice disse, explicando a reação irritada de Eleazar. – Seu nome era Chelsea. Ela tinha influência sob as ligações emocionais entre as pessoas. Ela podia se livrar ou segurar estas ligações. Ela podia fazer alguém se sentir unido aos Volturi, querer pertencer a eles, querer satisfazê-los...

Eleazar deu uma parada abrupta.

-Todos nós entendemos porque Chelsea era importante. Em uma luta, se nós podíamos separar lealdade entre convenções aliadas, nós podíamos derrotá-los muito mais facilmente. Se nós podíamos nos distanciar os membros inocentes de uma convenção emocionalmente da culpa, a justiça poderia ser feita sem brutalidade desnecessária, a culpa podia ser punição sem interferência, e o inocente poderia ser poupado. Por outro lado, era impossível manter a convenção longe da luta, de modo geral. Então Chelsea quebraria as ligações daqueles laços que os mantinham juntos. Parecia uma ótima bondade para mim, a piedade evidente de Aro. Eu suspeitei que Chelsea manteve nosso próprio laço mais conectado, mas isso também era uma coisa boa. Isso nos fez mais efetivos. Isso nos ajudou a coexistir mais facilmente.

Isso esclareceu as antigas memórias para mim. Não fazia sentido antes o quanto a guarda obedecia aos seus mestres tão alegremente, com quase devoção de amante.

-Quão forte é o dom dela? – Tanya perguntou com uma voz cortante. Sua observação rapidamente tocou cada membro da família dela.

Eleazar deu de ombros.

-Eu estava disposto a partir com Carmen. Mas qualquer coisa mais fraca que a ligação entre parceiros está em perigo. Em uma convenção normal, ao menos. Aqueles são laços mais fracos do que os de nossa família, apesar disso. Abstinência de sangue humano nos faz mais civilizados, nos deixa formar verdadeiros laços de amor. Eu duvido que ela possa nos transformar em aliados, Tanya.

Tanya acenou com a cabeça, parecendo mais calma, enquanto Eleazar continuou com suas análises.

-Eu poderia pensar somente que a reação de Aro de ter decidido vir por si mesmo, trazer muitos com ele, é porque seu objetivo não é punição, mas aquisição. Ele precisa estar lá para controlar a situação. Mas ele precisa da guarda inteira para proteção de uma larga, agraciada convenção. Por outro lado, isso deixa os outros antigos desprotegidos em Volterra. Arriscado demais, alguém poderia tentar tomar vantagem. Então eles todos vieram juntos. De que outra forma ele podia ter certeza de preservar os dons que quer? Ele deve querê-los muitos... –  Eleazar meditou.

A voz de Alice estava baixa como sua respiração.

-Pelo que Edward viu em seus pensamentos na primavera passada, Aro nunca quis nada mais do que... eu.

Senti que minha boca se abriu, me lembrando das imagens apavorante que tinha imaginado há muito tempo atrás: Edward e Alice em capas pretas com olhos avermelhados, seus rostos frios e distantes enquanto eles paravam próximos na escuridão, as mãos de Aro em seus... Alice tinha visto mais isso recentemente? Ela tinha visto Chelsea tentando tirar seu amor por nós, liga-la a Aro e Caius e Marcus? Edward leu essa decisão na sua mente?

-É por isso que ele partiu? – Perguntei, minha voz se quebrando ao dizer seu nome. – Ele leu seus pensamentos, Alice?

Ela pôs as mãos em minha bochecha.

-Tudo vai ficar bem.

Alice encolheu os ombros, seu rosto repentinamente um pouco controlado demais.

-Ele me conhece, e ele sabe o quanto isso é improvável. – Alice ergueu uma sobrancelha cinicamente.

Eleazar franziu a sobrancelha ao descuido de Alice.

-Ele também sabe sua fraqueza. – Eleazar lembrou, e então olhou para mim.

-Nada que precisamos discutir agora. – Alice disse rapidamente, claramente irritada.

Eleazar ignorou seu conselho e continuou.

-Ele provavelmente quer Bella também. Deve ter sido intrigado por um talento que podia ir contra ele em sua encarnação humana.

Alice não estava confortável com este assunto. Eu não gostei também. Se Aro me quisesse para alguma coisa, qualquer coisa, tudo o que ele tinha que fazer era ameaçar Alice, e eu obedeceria. E vice-versa.

A morte era a menor preocupação? Era realmente a captura que deveríamos temer?

Alice mudou o assunto.

-Eu acho que os Volturi estavam esperando por isso, por algum pretexto. Eles não podiam saber qual seria sua desculpa, mas o plano já estava pronto para quando conseguissem uma. É por isso que vi sua decisão antes de Irina pôr em prática. A decisão já estava tomada, apenas esperando por uma justificativa.

-Se os Volturi estão abusando da confiança que todos os imortais têm dado a eles... – Carmen murmurou.

-Isso importa? – Eleazar perguntou. – Quem acreditaria nisso? E mesmo se os outros pudessem ser convencidos de que os Volturi estão explorando seus poderes, de que forma isso faria diferença? Ninguém pode ir contra eles.

-A não ser que alguns de nós sejamos aparentemente insanos o suficiente para tentar. – Kate resmungou.

Alice balançou a cabeça.

-Você é a única testemunha aqui, Kate. Não importa o objetivo de Aro, eu não acho que ele esteja preparado para manchar a reputação dos Volturi por isso. Se nós pudermos levar seu argumento contra nós, ele será forçado a nos deixar em paz.

-Claro. – Tanya sussurrou.

Ninguém parecia convencido. Por alguns longos minutos ninguém disse nada.

Então eu ouvi o som de pneus virando o a estrada principal para a trilha até os Cullens.

-Oh merda, Charlie. – Eu resmunguei.

-Não é seu pai. – Alice disse. – Jasper mandou Peter e Charlotte, depois de tudo. Hora de se preparar para a próxima rodada.

 


Notas Finais


oi :((( falem comigo, sdd da interação de vcs

nova fanfic TVD x Crepúsculo: http://fics.me/22086166


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