História Twins (Imagine Jung Hoseok) - Eu infelizmente também te amo.

Assim que parei de tocar o piano, ouvi o toque do meu celular, então corri até o mesmo na esperança de ser alguma nova notícia.

– Tae? – atendi rapidamente ao ver seu nome na tela.

– Oi ____, eu tive que sair do quarto do Hoseok, ele não queria que te mandasse notícias – respirei fundo.

– E como ele está?

– Não foi nada tão grave, está com a mão enfaixada, deu um soco no espelho e os cacos acabaram fincando. Deram alguns pontos mas daqui a pouco vou levá-lo daqui, vamos lá pra casa pra poder conversar.

– Meu Deus, que loucura, podia ter sido bem pior.

– Sorte que a dona Luiza chegou antes que ele decidisse pegar os remédios de novo.

– Não acredito que eu fiz ele pensar em fazer isso de novo.

– Não se culpe, Hoseok é meio fraco com esse tipo de assunto.

– Ele estava melhorando, acabei com todo o progresso.

– Ele vai voltar ao normal, agora tenho que desligar, tá me chamando de novo.

– Ok, dê muito carinho à ele por mim.

– Pode deixar – então ele desligou, me deixando com a consciência pesada mas feliz ao mesmo tempo.

Hoseok estava no hospital por minha causa, mas já estava bem.

Deixei o celular ali mesmo e fui pro banheiro, talvez um banho me fizesse bem, precisava me desligar dele por alguns minutos senão acabaria ficando louca.

Entrei na banheira e sentei na mesma, fechando os olhos por alguns instantes quando ele começou a vir na minha mente novamente.

Seus olhos, seu sorriso que se transformava na expressão de nojo que ficou naquele momento. Cara, eu só queria ser capaz de esquecer seu rosto naquele exato segundo.

Milhares de agulhas me furando doeriam menos do que saber o quanto estava me odiando por um erro.

Tomei meu banho e vesti um roupão, deitando assim mesmo na cama segundos depois.

– Eu não sei o que fazer, oppa – falei enquanto girava o anel prateado em meu dedo, tentando de alguma forma me conectar à Yoongi, me sentia segura quando me imaginava ao seu lado – Ele me odeia tanto, eu fui uma estúpida.

Eu me odeio por ter feito isso com ele, oppa.

[...]

Acordei no dia seguinte com uma tremenda dor de cabeça por ter ido dormir chorando.

Levantei rapidamente, coloquei um vestido preto, sapatilhas também pretas e amarrei em meus cabelos a bandana da sorte do Yoongi.

Peguei minha bolsa juntamente com a pasta de composições dele, e logo fui pro ponto de ônibus mais próximo.

Depois de quase quinze minutos esperando o ônibus e vinte minutos dentro do mesmo, finalmente cheguei na casa dos Jung.

Toquei o interfone e logo ouvi a voz de Luiza.

– Luiza, sou eu, _____ – falei rapidamente.

– Poderia ter entrado direto, querida – ela disse alguns segundos depois quando foi me receber no portão.

– Não tenho mais esse direito.

– Venha, vamos conversar lá no meu escritório.

A acompanhei até sua sala, ela trancou a porta e então nos sentamos ao redor da mesa.

– Hope me disse que queria pedir demissão, imagino o motivo, você e Hoseok realmente terminaram?

– Sim, e acho que seria melhor pra ele se me afastasse.

– Ele está na casa do Taehyung, disse que sabia que viria aqui e não está pronto pra te ver outra vez.

– É, eu imaginava – abaixei a cabeça.

– Sei que voltará tudo ao normal, foi um terrível mal acontecido.

– Não sei, ele é bem extremo em relação ao ódio.

– Eu também achava isso, assim como achava que Hoseok nunca amaria alguém novamente e bom, estava errada.

– Obrigada pelo apoio – sorri fraco.

– Se precisar de qualquer coisa pode contar comigo.

– Não precisa Luiza, nossa relação profissional está terminada, não precisa se preocupar comigo.

– Eu te vejo como uma filha, querida. Isso está bem além do profissional.

– A senhora também foi como uma mãe pra mim.

– Me dê um abraço, meu amor – ela levantou e eu fui em sua direção, chorando como uma criança abraçada com ela – Vocês se amam e se for pra dar certo, vai dar.

– Assim espero.

Nos afastamos e enxuguei minhas lágrimas, respirando fundo.

– Tenho que ir – falei assim que me recompus.

– Tudo bem, me ligue e venha me visitar quando quiser.

– Eu virei – sorri e saí da sala, vendo de relance Hope sentado no sofá.

Em silêncio fui até a porta dos fundos, não estava com coragem o suficiente para o encarar ainda.

Saí e voltei novamente pro ponto de ônibus.

[...]

Depois de descer e subir dezenas de vezes nos ônibus, finalmente parei na frente da casa dos Jeon.

Joguei uma pedra na janela da Sun que me encarou com a sua pior expressão e mostrou o dedo do meio, me fazendo rir baixo.

– Que delicada – falei assim que ela abriu a porta.

– Você joga uma pedra na minha janela, quase quebra a vidraça e acerta a minha testa e quer que eu seja delicada?

– Menos, muito menos.

– Anda, o Jungkook estava te esperando pra almoçar.

Fui até a cozinha onde pude o ver com um sorriso doce como de costume.

– Eu que fiz a comida toda, noona – sorriu.

– Talvez esteja possuído por algum espírito maligno mas é verdade, ele fez tudo sozinho – Sun completou, sentando ao lado do irmão.

Sentei do outro lado da mesa e logo comecei a comer.

– Muito bom – falei olhando pro mais novo que sorriu animado.

– Obrigado, noona.

– Verdade, a gororoba ficou boa.

– Que amável, Sun – falei a encarando.

Ficamos comendo por mais algum tempo e depois junto com Jungkook fui lavar a louça. Sun dizia que as unhas dela eram preciosas demais pra serem corroídas pelo detergente.

Ela é meio louca às vezes.

Quando terminamos de lavar tudo, falei que ia buscar um doce pra nós na cafeteria que tinha ali perto.

Eles concordaram e eu logo saí, queria aproveitar essa tarde com eles e me entupir de doce pra ver se isso me deixa feliz mesmo que eu saiba que a probabilidade disso acontecer é mínima.

Comecei a andar lentamente pela calçada, observando as pessoas na rua.

É incrível como mesmo quando não quero lembrar da pessoa, eu acabo lembrando.

O perfume acaba surgindo no ar.

Vejo casais se beijando e desejo que fosse a gente de novo.

Olho pessoas que por algum motivo me lembram daquele rosto.

Até as crianças brincando no balanço me fazem lembrar daquele dia em que conversamos como amigos pela primeira vez.

Desde o cheiro de café, até o som de um violino acabam me lembrando dele.

E foi quando parei na frente da cafeteria que vi Hoseok e Taehyung sentados conversando, tentei virar as costas mas queria ao mesmo tempo me aproximar para vê-lo novamente. Ver como estava sua mão e se ele estava com uma aparência saudável.

Então encostei na parede ao lado contrário da parte da cafeteria na qual estavam e fiquei ali.

O admirando mais uma vez.

Hoseok P.O.V

Depois de muita insistência do Taehyung, fomos pra cafeteria, eu nem ao menos queria comer mas ele fazia questão que comesse pelo menos um pouco.

Chegando lá, sentamos em uma mesa qualquer e ficamos conversando.

Olhei pela janela e jurei ter visto o vulto da _____ passando por ali, mas só podia estar ficando louco.

Dormir foi um pesadelo e tanto ontem. Quando eu começava a relaxar seu olhar triste tomava conta dos meus pensamentos.

Talvez eu devesse ter ouvido o que ela tinha a dizer.

Mas não, ela fez o que eu mais temia e não posso agir como se tivesse sido algo normal.

– Quem é Hoseok? – a garçonete se aproximou de nós, e a encaramos no mesmo instante.

– Sou eu – falei e ela logo me entregou um pedaço de papel.

– Uma moça pediu pra te entregar – disse e se afastou.

Foi quando abri que meus olhos encheram de água instantaneamente.

‘’Precisava te ver, espero que não me ache estranha por ter te mandado esse bilhete como uma louca perseguidora.

Estava indo comprar um doce e acabei te vendo aqui, meu coração quase parou.

Não consigo parar de pensar em você um segundo sequer.

Me perdoe se as lágrimas molharam o papel.

É que eu só precisava dizer que te amo’’

Então olhei pela janela e a vi atravessando a mão, enxugando seu rosto tão vermelho, carregava em sua mão apenas uma caneta e eu abaixei a cabeça deixando as lágrimas pingarem em meu colo.

Eu infelizmente também te amo.