História Uchiha Company - Os irmãos Hatake I

Kakashi tinha sido filho único por 6 anos até a mãe contar para ele que iria ganhar uma irmãzinha. Seu pai estava arrumando uma pequena mala, enquanto sua mãe vez ou outra parava sentindo dor, o fazendo questionar o que estava acontecendo.

- Vem, Kakashi! - a mãe o colocava no colo - quando a Akemi nascer, você vai ser um bom irmão mais velho, não vai? 

- É claro, mamãe! - Kakashi abraçava a barriga da mãe, que já estava enorme.

- Sabe, Kakashi… - a mãe continuava - eu e seu pai amamos muito você!

Apesar da idade, o pequeno Hatake não era bobo, eles não eram ricos e uma pessoa a mais significava gastos a mais. Até porque ele queria um cachorrinho e não podia ganhar. Mas, ainda assim seus pais se esforçavam mais do que o normal para manter a família, principalmente depois de descobrirem que teriam mais uma filha. 

- Vamos? - Sakumo falava indo em direção a esposa e ao filho.

A família Hatake se dirigiu ao hospital, e por um tempo, Kakashi e seu pai tiveram que esperar tediosos momentos até o médico dizer que já estava tudo bem. Eles foram para o quarto de hospital onde estava sua mãe que no colo tinha um pequeno pacote de lençóis. Ele permanecia olhando curioso sem entender o que tinha acontecido.

- Vem, Kakashi! - seu pai o pegava no colo e ia em direção com ele a esposa e a filha que acabara de chegar ao mundo, ele colocou Kakashi sentado ao lado da mãe para que pudesse ver melhor a irmã - essa, é a Akemi, filho.

Sakumo se sentava ao lado da esposa e fazia um leve carinho na cabeça de Kakashi que olhava encantado para aquela pequena menina no colo da mãe, ela era tão pequena.

- Olha, papai! - o mais novo falava empolgado - o cabelo dela é igual ao meu! - e sorria para os pais.

- É sim, filho… - a mãe ria da felicidade de seu mais velho, junto de seu marido.

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As coisas não eram fáceis, mas Kakashi de 14 anos e Akemi de 8 adoravam a vida que tinham, brincavam na rua, tinham amigos, todos os dias chegavam em casa e tinham uma família que os amava mais do que tudo naquele mundo. O dinheiro continuava pouco, fazia o pai estar quase o tempo todo fora trabalhando, ele era programador não recebia muito, mas ainda assim, sempre que podia ensinava o que sabia para os filhos, ensinou Kakashi a jogar futebol, ajudava Akemi com o dever de casa e uma vez por mês conseguia levar os filhos e sua esposa ao cinema.

A coisa que Akemi mais gostava em sua rotina era comer a comida da mãe dela, tinha um gosto incrivelmente bom em sua opinião. Sempre que precisavam de um dinheirinho extra, para poder pagar algo fora da rotina, como o conserto do Volkswagen Gol G3 que tinham, ou se quebrasse a máquina de lavar roupa, a matriarca da família Hatake vendia doces para fora, Akemi sempre torcia para voltar para casa o mais rápido possível, desta forma ajudaria a mãe com os doces. Quando a mais nova passou a demonstrar talento para pintura, sua mãe passou de vez a trabalhar fora, as contas só aumentavam e eles não queriam que ela parasse de desenhar ou Kakashi de jogar bola na escolinha oficial de Konoha. Sacrifícios que para os pais valiam a pena.

- Eu vou ser um grande jogador de futebol um dia! - Kakashi dizia empolgado voltando da escola com Akemi, suas mãos dadas, o mais velho fazia questão de garantir a segurança da irmã - E a mamãe e o papai nunca mais vão ter que se preocupar com dinheiro! Eu vou fazer de tudo para que eles tenham uma vida melhor! 

A mais nova apenas olhava o irmão com brilho nos olhos, enquanto eles andavam pelas ruas de Konoha.

- E você, Akemi? - ele agora olhava para a irmã - O que você vai fazer? Já decidiu?

- Ainda não… - Akemi chutava uma pedrinha da calçada olhando para baixo - Eu ainda não sei o que quero ser…

- Você pode virar uma grande artista com seus desenhos, aposto que a mamãe e o papai iam adorar! - ele sorria confiante para a mais nova que tinha as bochechas vermelhas - Sabe Akemi, a gente tem que cuidar dos nossos pais um dia, assim como eles cuidam da gente, você não acha?

- Hai! - a mais nova via o sorriso do irmão, não tinha certeza do que queria fazer, mas tinha certeza de que queria fazer algo que ajudasse em casa.

Seu irmão era muito atencioso com ela, foi Kakashi quem ensinou Akemi a jogar vôlei e ela se divertia com as amigas na rua até tarde na frente de casa. Vira e mexe, Kakashi estava com chuteiras nos pés e sem camisa, completamente suado depois de um dia de mais um jogo de futebol, ele tinha talento e os pais não eram contra ele seguir seu sonho, contanto que terminasse a escola primeiro. O mais velho tinha conseguido uma vaga no time de Konoha no sub 16, ele finalmente sentia que poderia chegar em algum lugar.

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A equipe de futebol de Konoha em que Kakashi jogava tinha disputado a final do campeonato da divisão sub 20 e ganhado, eles estavam em Quioto, mesmo com sacrifício a família pagou a passagem de Kakashi. Aquilo tinha sido a melhor sensação do mundo para o Hatake, ele nem acreditava, em uma vídeo chamada com os pais e com a irmã comemorava que finalmente estava avançando na carreira de jogador de futebol, havia sido o artilheiro da partida. Desligou o celular, tomou banho nos vestiários e já estava pensando em voltar para o hotel quando seus colegas de equipe o chamaram para sair. Ele ficou incerto, não era acostumado.

- Qual é Kakashi! - um dos garotos falava - Vamos comemorar!

- É, Hatake! O artilheiro da partida não vai? - seus colegas insistiam para que ele fosse.

O prateado não queria ser o único a ficar de fora e foi junto com os colegas, ele era um dos poucos que já tinham 18 anos, então não podiam ir a nenhum bar ou entrar em baladas, por fim foram para a casa de um dos garotos do outro time, era um apartamento relativamente grande haviam vários outros garotos de idades similares, estavam todos bebendo e se divertido. Kakashi pensou que não haveria mal naquilo, afinal se todos ali também estavam fazendo. Começou a beber saquê, no terceiro copo ele já não conseguia enxergar direito, mas a sua felicidade parecia ter triplicado.

Uma garota linda loira de olhos verdes vira e mexe estava olhando para ele, até que o chamou para dançar, eles passaram boa parte da noite assim. 

- Vem comigo… - a garota diz no ouvido do Hatake o puxando pela mão.

- Aeeee, Hatake, se deu bem! - um dos garotos diziam conforme eles se deslocavam para um dos quartos da casa.

- Manda ver, Kakashi! - seu amigo Tenzou, que estava na mesma equipe, dizia com um pouco mais de saquê na mente.

    “Manda a ver?” o prateado tentava entender o que o amigo queria dizer com aquilo. Assim que entraram no quarto, por mais que as luzes estivessem baixas, apenas os abajures acesos, o prateado viu um dos garotos do outro time que estava na cama com outra garota transando e Kakashi por um instante fez menção de sair.

- Eles não vão se importar, vem cá… - a loira fechava a porta atrás deles e realmente os dois que estavam lá, sequer se deram ao trabalho de olhar para o outro lado.

    A garota colocou Kakashi contra a parede, e aquele monte de informações era demais para Kakashi, tinha um casal na sua frente transando e o barulho que eles faziam era excitante demais. A menina agora o beijava e ele nem sabe como estava correspondendo, enquanto ela abria suas calças. O prateado havia bebido demais, tudo parecia estar acontecendo muito rápido. A garota descia beijos pelo seu pescoço, seu membro pulsava dentro da calça, o toque suave dela, era bom, com o deslizar de sua mão indo e voltando em sua rigidez.

- Ahh… - Kakashi gemeu rouco, aquilo era bom.

    Mas, a garota não pretendia parar ali, ela se ajoelhou em frente a Kakashi e o envolveu com sua boca. Aquela sensação era maravilhosa, o prateado fechou os olhos sentindo a boca da garota indo e vindo, seus dedos se enrolaram nos cabelos dela. Seu orgasmo chegou e ele a viu engolir, fazendo questão de lamber tudo ao seu olhar atento. Kakashi não se arrependia de ter ido naquela festa, na verdade ele poderia se acostumar com aquilo. 

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Akemi já tinha 12 anos, havia terminado mais um dia de aula, ela era aplicada na escola, queria ser tão decidida quanto ao que queria quanto Kakashi, que tinha certeza que seria jogador de futebol um dia. Ela esperava pacientemente seu irmão mais velho passar para lhe pegar na escola. Akemi sempre se perguntava porque tinham dias que Kakashi demorava mais do que o normal, os pais nunca haviam recebido avisos dos professores sobre detenções, então se questionava porque ele passou a demorar tanto naquele último ano.

- Akemi! - Kakashi, chegava na escola da mais nova, ele estudava apenas duas ruas acima.

- Poxa, kakashi! - a mais nova ia em direção ao irmão - Você demorou!

- Desculpa, Akemi! - ele começava a falar coçando a nuca e logo começou a andar com a irmã em direção a casa deles - Eu estava tirando algumas dúvidas com a professora.

    Era mentira, Kakashi apesar da cor de cabelo nada habitual era extremamente bonito e ser um jogador de futebol destaque de sua categoria ajudava muito com as garotas. Ele não tinha nada contra em ajudar a levar Akemi para casa, mas não ia perder as oportunidades que a vida lhe dava, a platinada podia esperar mais 20 minutos, para que ele pudesse “ficar” com algumas meninas.

    Eles iam para casa, conversando a respeito de como havia sido o dia deles, Akemi sempre contava o que aprendeu. Kakashi nunca deixou de ser muito atencioso com a mais nova, ela era uma menina doce e meiga, o prateado não queria nunca vê-la perder aquele jeito. Estavam quase chegando em casa quando viram a sua porta dois policiais esperando.

- Fica aqui, Akemi! Senhores… - Kakashi ia em direção a eles - Posso ajudar?

    Os policiais conversaram brevemente com o Hatake que engoliu seco antes de olhar para Akemi que não estava entendendo o que estava acontecendo, ele voltou em direção a mais nova.

- Akemi… - Kakashi se abaixava para ficar na altura dos olhos da irmã - A gente… - o nó na garganta dificultava um pouco a fala do prateado - Vai ter que ir com eles, ok?

    Dentro da viatura, o Hatake ficava olhando para fora, seu olhar estava perdido, imerso em pensamentos. Enquanto a mais nova não entendia o porquê estavam em um carro de polícia, ficou se perguntando se haviam feito algo errado e porque os pais deles não estavam lá. Chegaram na delegacia e Kakashi havia pedido para Akemi esperar em um dos bancos que lá haviam, ele saiu com alguns policiais para um prédio que havia ali do lado. A mais nova não estava entendendo nada. 

    Depois de intermináveis minutos, Kakashi voltava em direção a irmã. Seus olhos estavam vermelhos, parecia estar mais branco do que o normal. Ele respirava fundo, seu corpo tremia, ele via a irmã com uma expressão confusa, como ele iria falar aquilo para Akemi, como eles iriam seguir em frente? O prateado pedia para que o caminho até a mais nova se alongasse, não queria dizer que havia reconhecido o corpo dos pais no necrotério.

- Akemi… - sua voz trêmula chamava a irmã enquanto se abaixava para falar com ela - O papai e a mamãe… - o nó em sua garganta se apertava, como ele iria falar com ela.

- Onde eles estão? - a platinada parecia impaciente.

- Akemi… - Kakashi apenas abraçou a mais nova sentindo lágrimas escorrerem por seu rosto - Eles… Eles sofreram um acidente de carro voltando para casa…

- O quê? - a mais nova sentiu um arrepiou percorrer sua espinha - Mas, eles estão bem?

- Eles se foram, Akemi… - Kakashi não acreditava que estava dando aquela notícia - Eles se foram… O papai e a mamãe morreram… - a voz já quase não saia.

    “Eles… se foram?” A platinada sentiu seu corpo gelar, seu estômago estava embrulhado, uma dor parecia esmagar seu peito, feito várias agulhas sendo enfiadas todas de uma vez, se esqueceu como que se respirava.

- Não… - sua voz soava baixo, seus olhos escorriam lágrimas sem que ela mesmo percebesse, suas pequenas mãos apertavam Kakashi com força.

- Eu sinto muito, Akemi! - Kakashi soluçava e abraçava mais forte a irmã, não apenas para se confortar, mas para ter certeza de que a irmã estava ali também, para ter certeza que ele não estava sozinho.

    A cena era de partir o coração, não tinha uma pessoa dentro daquela delegacia que não sentiu lágrimas invadirem seus olhos vendo os irmãos completamente perdidos. Kakashi e Akemi haviam passado a noite chorando, a casa em que moravam estava sem cor. Os amigos e vizinhos deles até foram lá para consolá-los e ajudá-los com o que precisassem, mas nada ali aliviava aquela sensação amarga que estava presa na garganta dos Hatake. 

O enterro havia sido algo simples, Akemi não soltava o braço do mais velho, ainda não acreditava que a partir dali, estariam sozinhos. O carro em que seus pais estavam, havia dado perda total quando se envolveu em um acidente com outro carro, que havia saído do local, nunca descobriram o culpado, assim o caso foi dado como encerrado.