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História Última Chance - A Seleção - Ataque de Pânico


Escrita por: JustSerendipity

Notas do Autor


Espero muito que gostem!!! Alguns comentários:
-Achei esta imagem no pinterest
-Estou amando os comentários!!!
-Estou pensando em colocar mais um pouco de ação, vocês querem mais ataques no Palácio?
-Eu ficarei bastante tempo sem postar 😣, desculpem! Saio de viagem hoje e não vou ter nem tempo, nem internet...
Enfim: Muito obrigada por lerem!!!

Capítulo 11 - Ataque de Pânico


Fanfic / Fanfiction Última Chance - A Seleção - Ataque de Pânico

Na manhã seguinte eu acordei me sentindo estranhamente bem. Simplesmente bem, sem nenhum motivo específico e sem nada atrapalhando. Tomei banho, colquei um vestido curto, mas que ainda cobrisse ambas as cicatrizes em minhas pernas, com uma pequena cauda atrás e June prendeu meu cabelo. Caminhei até o salão para tomar café da manhã. Calculei quantos dias faltava para o Halloween, e quanto tempo faltava para o Natal. Eu costumava gostar do Halloween quando era pequena, do Natal também, mas já fazia uns cinco anos que eu não comemorava nada.

Entrei no salão e sentei junto de minhas amigas.

Minhas amigas

Estas palavras soavam estranhas, mas eu resolvi pensar da forma mais positiva possível. Tivemos um dia completamente normal e monótono. Tivemos aulas, passamos um longo tempo no Salão das Mulheres, conversamos sobre todo o tipo de coisa. Matilda levou um milhão de revistas para lá e passamos a tarde fazendo testes e brincadeiras. Perto das três horas da tarde Anastásia pediu licença e foi embora. Ela havia passado bastante tempo olhando para o relógio e perguntando as horas.

Luana falou que ela teria um encontro com o príncipe. E, como sempre, o assunto virou Alex. Pedi licença e decidi ir até a biblioteca, estava cansada de viver a mesma coisa todos os dias, cansada de viver de vestidos e ter sempre as mesmas preocupações na cabeça.

Comecei a caminhar em direção a biblioteca, mas pensei melhor e acabei passando reto por ela. Decidi fazer algo um pouco diferente. Tirei os sapatos e caminhei até a outra extremidade do castelo. Eu nunca havia ido até lá. Subi por uma escada linda, com um corrimão ornamentado e degraus de mármore. Entrei em um corredor estranho e passei por partes das vez mais empoeiradas. Subi em uma escada em formato de caracol e acabei em uma das torres.

Olhei para baixo, o Jardim parecia um enorme desenho abstrato em todos os tons de verde. Imaginei como o castelo seria visto de cima. Havia alguém no Jardim. Eu não conseguia ver claramente, mas tive completa certeza de quem estava ali.

Alex e Anastásia caminhavam pelo Jardim de mãos dadas. Eles sentaram em um banco, Alex apoiou as costas de Anastásia, ela apoiou a cabeça em seu ombro, então, de repente, eles se beijaram. Fiquei me sentindo usada, traída. Eu não era nada do Príncipe, estava ali para poder consertar minha vida e ir embora sem que meu pai arruinasse tudo. Mas ainda assim doía, não porque eu estava com inveja ou algo assim, mas porque Alex havia me feito sentir normal e aquilo foi importante para mim. Doía saber que não havia sido importante para ele.

Caminhei até o outro lado da torre e esperei. Eu não queria sair dali, mas também não queria ficar espionando o encontro de Anastásia. Acabei virando de costas e observando o céu, ele estava cor de rosa com nuvens alaranjadas e o sol poente. Não chorei. Chorar significaria que eu realmente me importava com ele, e aquilo não era verdade, fiquei alguns minutos tentando me convencer de que aquilo era verdade.

Desci da torre e fui caminhando até meu quarto, apenas quando cheguei na porta eu percebi que havia deixado os sapatos na Torre, entrei no quarto e me atirei na cama. June, July e April perguntaram o que havia acontecido com os sapatos e se estava tudo bem comigo. Sorri e falei que estava tudo bem. Elas pareceram aliviadas.

Eu conseguia enganar todo mundo quando sorria.

Fui até o salão de jantar usando sapatos diferentes e o mesmo vestido. Sentei junto de Matilda e Luana, as outras meninas ainda não haviam chegado. Aniya, Jenna e Tiffany entraram no Salão pouco antes da família real entrar, mas Anastásia demorou bastante tempo para aparecer.

"Onde estava?" Perguntou Jenna "seu encontro com o prín...Alex era hoje, não era?".

Anastásia sorria muito, ela concordou com a cabeça.

"Como foi?" Luana perguntou.

"Ah! Foi tão romântico! Ele me ensinou a cavalgar e depois caminhamos juntos até o Jardim!" Ela narrou enquanto comia seu jantar.

"E o que mais?" Tiffany perguntou.

"Eu não quero contar..." Anastásia disse ficando um pouco vermelha, mas dando um sorriso malicioso.

"Ok! Você não precisa contar" Aniya falou "mas...vocês acham que o príncipe já beijou alguém?"

"Com certeza!" Jenna falou "ele não é nenhum desses caras certinhos..." Ela falou tomando mais um gole de suco de laranja.

"Como você sabe?" Perguntei "Vocês se beijaram?"

"Bom...sim" Jenna falou "Vocês não?"

Tomei um gole da minha sidra de maçã. Comecei a ficar com náuseas.

"Já que estamos falando disso...Eu também beijei ele" Anya falou lentamente.

"Eu também, mas só no segundo encontro" Anastásia falou.

"Bom, eu não beijei ele" Luana falou.

Tiffany parecia prestes a chorar, ela falou que também não havia beijado ele, que era algo errado beijar no primeiro encontro.

Matilda contou que também havia beijado, mas, como Anastásia, apenas no segundo encontro.

"Mas não importa isso," Jenna disse "o que importa é: você beijou ele, ou ele beijou você?".

Anastásia, Jenna, Matilda e Aniya concordaram que havia sido espontâneo, que ambos tinham se beijado "simultaneamente".

"E você?" Jenna perguntou falando comigo "Você beijou ele?"

"Eu não quero falar sobre isso" eu disse me sentindo corar.

"Vamos lá, vocês se beijaram ou não?" Ela perguntou novamente.

Neste momento Alfred apareceu.

"Boa noite a todas! Boa noite Sarah, eu tenho uma pequena entrega para você" ele falou me entregando um livro, havia uma folha de papel quase caindo de dentro dele.

"É claro que eles já se beijaram, ela é a favorita dele!" Anastásia falou.

"Obrigada, Alfred" falei e ele foi embora, quando chegou na porta ele sorriu para mim.

Levantei da mesa sem pedir licença e fui o mais rápido que consegui até a porta do jardim. Quando cheguei encontrei um guarda tão grande que parecia um armário.

"Sinto muito senhorita," ele falou com sua voz grave "Você não pode passar".

Concordei com a cabeça e dei meia-volta. Segui pelos intermináveis corredores até achar novamente o caminho para a torre. Me perdi duas vezes nas escadas, mas finalmente encontrei e subi a torre incrivelmente alta e estranhamente apertada.

Sentei em um canto que cheirava a madeira úmida. Eu era a maior idiota e todas! Se existisse um prêmio para a maior idiota da Seleção eu ganharia. Aquilo era uma competição, e todas as outras claramente sabiam disso, mas eu fui idiota! Eu realmente pensei... Eu pensei que ele talvez não estivesse me tratando como todas as outras, que talvez eu fosse importante.

Joguei o livro em um canto, eu tentei, mas não consegui atirar ele para o chão, o livro veio de um idiota, mas ainda era um livro. Peguei a folha de papel que havia voado de dentro do livro, era... um desenho. Um desenho feito de lápis, mostrava uma menina de costas. Junto do desenho estava uma foto mal iluminada que Alex havia tirado de mim naquela noite. Ele havia realmente me desenhado.

Peguei o livro, demorei um pouco para ler o que estava escrito já que a torre estava escura e já era noite fechada.

Encontrei um livro que fala da realização de nossos sonhos. É um livro de conto de fadas, eu gostava muito dele quando era pequeno, espero muito que goste também.

Alex

Olhei para a capa verde. O título do livro era Peter Pan. Então ele lembrava de meus sonhos. Isso só me fez sentir mais idiota em relação a tudo. Ele falava coisas sentimentais e eu achava que ele falava sério. Ótimo, a idiotice só aumenta. Levantei e atirei o par de sapatos que eu havia usado durante o jantar pela enorme  janela da torre. Levaram vários segundos até eu ouvir o baque deles atingindo o chão.

Calcei os sapatos que eu havia usado durante a tarde e sentei novamente, eu não queria encontrar ninguém naquele momento. O livro falava sobre uma família feliz, até que Wendy encontra um menino que pode voar. Eu não estava entendendo muito bem o que aquele livro tinha a ver com meus sonhos, até o momento em que Wendy, seus irmãos e Peter chegam na Terra do Nunca. Sequei as lágrimas que se formaram em meus olhos.

Eu realmente não queria crescer, eu não queria nem ter crescido e com certeza eu não queria me tornar adulta. Talvez Alex realmente tivesse o mesmo sonho que eu. Abracei o livro e me encostei na parede da torre, tudo o que eu queria era ter oito anos de idade novamente. Quando acordei estava coberta por um casaco azul marinho bastante grosso.

Levei alguns segundos para perceber Alex no canto oposto da pequena torre, ele estava meio encolhido, devia estar com muito frio, a torre era gelada e o dia estava frio.

"Você acordou" ele disse.

Eu tinha visto ele, mas mesmo assim me assustei bastante com sua voz, como se até aquele momento ele não fosse real.

"O que você está fazendo aqui?" Perguntei.

"Eu vi quando você saiu no meio do jantar, então fui até seu quarto, depois até a biblioteca, depois até o Jardim. Ninguém sabia onde você estava. Até que olhei para cima e quase fui atingido por um par de saltos" ele riu e levantou "mas acabei levando bastante tempo para achar a torre certa".

"Eu gostei muito do livro" falei em um fio de voz, eu estava brava com ele, mas também agradecida pelo livro, e pelo seu casaco.

Ele caminhou até o canto da torre onde eu  estava e sentou ao meu lado. Lhe entreguei o casaco e logo fiquei com frio.

"Você...viu o desenho?" Ele perguntou. Acenei que sim com a cabeça "e o que achou?"

"Ficou muito bom" falei sorrindo e colocando o cabelo atrás da orelha.

"O que houve?" Ele perguntou.

Me levantei e calcei os sapatos novamente.

"Nada, por que?"

"Você não está bem. Sério, pode me falar o que está errado, Sarah" Alex disse.

Eu sabia que ia parecer uma maníaca controladora, mas naquele momento não me importei muito com isso. Respirei fundo e apenas perguntei o que realmente queria saber.

"Você beijou todas as Selecionadas?" Perguntei.

Ele ficou vermelho como um tomate no mesmo instante. Parecia não ter a menor ideia do que fazer. Então ele fez o que eu menos esperava.

Ele me beijou.

Não foi como o beijo estranho e bom que havia acontecido em um momento estranho em que estávamos com frio e molhados de chuva. Fiquei completamente sem ar por alguns segundos. Ele colocou os braços em minha cintura e me abraçou. Foi um momento estranho para notar que ele era muito mais alto do que eu e cheirava a loção pós-barba. Eu o empurrei para longe com o máximo de força que consegui. Me encoste meio de qualquer jeito na porta da torre e tentei respirar fundo. Eu estava tendo um ataque de pânico.

"Eu...eu sinto muito... achei que você...Sarah...eu..." Alex veio correndo em minha direção enquanto eu hiperventilava. Caí e ele me segurou firme, fiquei parada enquanto ele me segurava e senti que estava desmaiando.

Alex me deitou no casaco azul, parecia não saber muito bem o que fazer. Senti lentamente minha consciência voltando e tudo ao meu redor começou a ficar mais claro.

"Você quer que eu te leve até a enfermaria?" Ele perguntou se aproximando.

Senti meu corpo tremer de frio e medo enquanto eu me arrastava até o mais longe que eu conseguia dele.

"Por favor não! Por favor!" Comecei a chorar.

A verdade é que simplesmente entrei em pânico, senti que estava tudo dando errado, mas acima de tudo senti muito medo. Sentei no chão e chorei muito. Alex colocou seu casaco em meus ombros e sentou ao me lado, ele não falou nada, apenas ficou ali comigo. Depois ele me abraçou, fiquei meio deitada, encostada nele, durante muito tempo, acho que algumas horas. Encostei a cabeça em seu peito e continuei chorando. Acho que passara-se umas três horas, mas finalmente parei de soluçar, fui me levantando aos poucos, ainda sentia muito frio e muito cansaço.

"Você ainda está com frio?" Alex perguntou ignorando todo o resto da situação, torci para ele continuar ignorando por mais um tempo.

"Um pouco" falei.

"Você pode me explicar o que aconteceu?" Ele perguntou lentamente, como se estivesse com medo que eu surtasse outra vez.

"Eu não posso..." tentei explicar de forma que deixasse o mínimo possível de dúvidas, mas não conseguia encontrar uma forma de explicar tudo aquilo.

"Sarah, você teve um ataque de pânico. Eu não posso ignorar isso" ele disse parecendo magoado "Por favor, me conta o que aconteceu".

Respirei fundo. Eu não podia contar para ele. Como alguém conta que foi estuprada várias vezes? Como eu poderia contar para ele que vi minha mãe apanhar quase todos os dias? Como contar para ele que eu teria para sempre uma cicatriz enorme do dia em que levei uma facada na perna? Eu nunca poderia contar isso a ele, eu tinha muito medo que ele nunca mais me olhasse da mesma forma. Sentei de frente para ele e comecei a falar.

"Alex, o que você acha de mim?" Perguntei. Ele parecia não saber o que dizer "Você gosta de mim?".

Então ele sorriu e concordou com a cabeça.

"É claro" ele falou simplesmente, mas me fazendo tremer.

"Então eu preciso que acredite em mim. Não...não é algo muito importante, eu só me assustei" falei. Ele não pareceu nem um pouco convencido.

"Sarah...isso..." Ele começou a falar, mas eu não o deixei terminar.

"Alex, se eu lhe contar eu não vou poder ficar aqui" falei.

"Sarah, eu nunca vou mandar você embora" Alex começou a falar.

"Alex, por favor" falei com lágrimas nos olhos.

Ele hesitou um pouco, mas acabou concordando em não comentar nada. Alex levantou e me estendeu a mão, aceitei, mas soltei minha mão da dele o mais rápido possivel.

"Mais uma coisa...por favor me deixa continuar vindo até aqui" falei "eu sei que é injusto com as outras selecionadas, mas...eu me sinto sufocada quando estou junto delas..." Ele concordou com a cabeça.

Como eu poderia odiar alguém assim? Tentei ficar com raiva novamente, mas a verdade é que eu estava apenas com medo e cansada, e Alex parecia estar se esforçando ao máximo para eu sentir menos medo e menos cansaço. Tentei pedir desculpas, mas ele apenas sorriu, ele disse que não estava bravo, apenas surpreso pois minha reação não foi exatamente a que ele esperava. Depois ele perguntou se poderia me abraçar.

Quase chorei ao ouvir esta pergunta, mas acho que meu estoque de lágrimas havia acabado. Ele me pediu para me abraçar. Aquilo era a coisa mais significativa do mundo para mim. Concordei com a cabeça e o abracei.

Senti meu mundo inteiro caber dentro daquele abraço. Me senti uma pessoa inteira, não apenas cacos. Alex era bem mais alto do que eu. Ele apoiou o queixo em minha cabeça e passou os braços por minhas costas. Me soltei um pouco até poder ver seu rosto.

"Obrigada" sussurrei me sentindo segura.

Alex segurou minha mão direita todo o caminho de volta até meu quarto. Paramos juntos na porta e percebi que não podia simplesmente mandar ele embora, não depois do que ele havia feito. Balancei a cabeça indicando a porta e ele entrou no quarto comigo. Juntos colocamos o desenho em meu quadro e o livro em minha cabeceira.

"O que eu digo quando perguntarem onde passei a noite?" Perguntei.

"Você diz que passou a noite aqui, eu posso falar com suas criadas" se Alex falasse com elas, muito provavelmente elas pensariam que havíamos passado a noite juntos, agradeci, mas falei que preferia contar a elas eu mesma.

Ele me deu um beijo na testa e foi até a porta.

"Alex. Muito obrigada" falei, ele sorriu para mim e saiu do quarto.

Levantei e tirei o desenho do quadro. Amei aquele desenho. Depois que ele saiu eu percebi que ele havia dito que nunca me mandaria embora.

Talvez ele mudasse de ideia se eu realmente contasse para ele, mas, por enquanto, era bom ter uma certeza.


Notas Finais


O que acharam???
Muito obrigada por ler! Por favor comentem o que acharam.
Outra coisa: estou pensando em fazer uma Fic de A Pequena Sereia, vcs leriam?
Obrigada!


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