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História Última Chance - A Seleção - Hotel


Escrita por: JustSerendipity

Notas do Autor


Muito obrigada por todos os comentários maravilhosos e favoritos! Espero muito que gostem deste capítulo...
Aproveitem! ❤

Capítulo 21 - Hotel


Fanfic / Fanfiction Última Chance - A Seleção - Hotel

Sarah POV

Depois de comermos as panquecas fomos juntos para o sofá. Alex estava muito cansado da viagem, então preparei uma cama no sofá para ele. Alex me agradeceu, mas se recusou a ir dormir enquanto eu não fosse dormir também.

Sentamos no sofá, por cima das cobertas, e liguei a televisão. Estava passando um filme qualquer, não prestei muita atenção na história. Fiquei apenas revivendo o dia em minha cabeça. Era completamente inacreditável pensar que ele havia feito aquilo por mim, que ele havia viajado para um lugar completamente diferente, sem suas obrigações, sem pensar em seus pais... pensando apenas em mim.

Finalmente o sono começou a me vencer. Alex havia adormecido meio-sentado-meio-deitado no sofá. Me levantei em silêncio e fui até meu quarto. Me atirei na cama pronta para dormir por mil anos.

Ao invés disso, passei a noite acordada.

Levantei cinco e meia da manhã. Estava cansada de tentar dormir. Abri a porta do quarto e encontrei Alex dormindo no sofá, parecendo bastante confortável e não dando nenhum sinal de que acordaria em breve.

Fui até a cozinha e preparei café. Bastante café, eu não havia dormido nada e agora estava irritada e muito cansada. Sentei a mesa da cozinha e apoiei a cabeça nos braços. Larguei a xícara de café, não demorou quase nada para eu cair no sono. Acordei alguns minutos depois, com o barulho que Alex fez ao levantar do sofá e caminhar até a sala.

"Bom dia" ele falou entrando na cozinha e indo até a cafeteira "não sabia que você gostava de café".

"Amm... eu não gosto muito, mas não dormi muito bem noite passada" falei.

Alex pegou uma xícara no armário e se serviu de café.

"E o que vamos fazer hoje?" Ele perguntou sentando na minha frente.

"Não sei, o que você quer fazer?" Perguntei.

"Tudo" Alex respondeu sorrindo "vamos a praia?" Ele perguntou.

Eu ainda não sabia o que responder para ele. Eu estava tão cansada que parecia impossível fazer algo além de me atirar no sofá.

"Claro. Ir a praia parece ótimo" falei sinceramente.

Começamos a arrumar as coisas. Alex separou vários pacotinhos de biscoitos industrializados e algumas frutas. Peguei uma mala e coloquei algumas roupas e dois cobertores. Fiquei estranhamente animada com a ideia, e quando comecei a arrumar as coisas meu cansaço pareceu ir embora. Quando peguei um livro para colocar na mala, Alex me entregou um outro livro.

"Eu achei... lá, no castelo. Pensei que você poderia gostar" ele disse parecendo um pouco envergonhado.

"Obrigada... de verdade" falei sorrindo.

Colocamos tudo no carro. Eu nunca havia ido a praia, e parecia perfeito ir a uma praia agora. Agora que eu estava quase completamente livre.

Alex se ofereceu para dirigir. Concordei imediatamente, estava cansada e aérea demais para fazer algo. Entramos no carro, Alex ligou o rádio. Ficamos em silêncio, apenas ouvindo a música estranha que tocava no rádio.

"Posso perguntar algo estranho?" Alex perguntou.

"Acho que pode..." falei ficando nervosa subitamente.

"Como você prefere ser chamada? Seu nome... eu estava pensando... Sabe..." ele ficou levemente corado enquanto falava isso.

"Você lembra quando eu lhe perguntei a mesma coisa?" Perguntei olhando para Alex.

Ele virou para olhar para mim, mas logo voltou sua atenção para a estrada.

"É claro que eu lembro" ele disse.

"Sarah. Eu gosto mais de Sarah" falei.

"Ok... obrigado" ele disse sorrindo para si mesmo.

"Alex... você tem alguma ideia de pra onde estamos indo?" Perguntei.

Alex abriu um grande sorriso.

"Na verdade não. Você tem um mapa?" Ele perguntou me olhando.

Eu ri. Não tinha um mapa. Falei isso para ele e Alex sorriu também. Alex me disse para pegar o mapa que ele havia comprado, provavelmente estava em um dos bolsos da mala. Quando alcancei o mapa nós já estávamos completamente perdidos. Mas eu não me importei por estar perdida. Pela primeira vez eu me sentia encontrada.

Alex POV

O carro de Sarah tinha cheiro de perfume. Tinha o cheiro dela. Comecei a dirigir. Estava tudo parecendo perfeito para mim. Sara... Samantha parecia estar feliz, mas muito cansada. Ela estava com olheiras profundas e havia tomado três xícaras de café antes de sairmos de casa, e agora estava quase dormindo com a cabeça apoiada nas mãos.

Respirei fundo e perguntei algo que me incomodava a muito tempo. Sarah, ela respondeu. Ela prefere que a chamem de Sarah. Isso me fez sorrir, não sei bem por quê, mas isso me deixou muito feliz.

Paramos o carro, eu estava perdido. Na verdade eu já estava perdido fazia um tempinho, mas eu não queria estragar o momento. Sarah não parecia estar se importando em parar o carro até nos reencontrarmos. Ela pegou o mapa e começou a traçar linhas com o dedo indicador, depois de um tempo ela parecia saber onde estava.

Liguei o carro e baixei o volume do rádio, Sarah ia me guiando, dizendo onde deveríamos virar, quantos quilômetros faltavam e quanto tempo demoraria. A verdade é que demoraria muito tempo.

Dirigimos o dia inteiro, fazendo várias pausas e comendo biscoitos industrializados. Depois de dirigir por algumas horas troquei de lugar com Sarah, que dirigia surpreendentemente bem. Depois eu voltava pra direção.

Quando nós paramos em um pequeno restaurante a beira da estrada já estava escuro. O lugar parecia saído de um filme mal feito. As mesas eram apertadas, cercadas por bancos vermelhos grandes com estofamento escapando por rasgos antigos. O corredor era estreito e o lugar cheirava a fritura, mas haviam vários clientes, então a comida provavelmente era boa.

Sarah sentou-se e pediu um milk-shake, eu fui até o banheiro. Quando voltei a encontrei adormecida, com a cabeça caída sobre os braços, o cabelo mal preso em um coque lhe caindo no rosto. Sentei em sua frente e ela acordou em um pulo, esfregou os olhos e bocejou.

"Você está bem?" Perguntei.

"Estou ótima" ela disse.

"Você sabe que não mente tão bem quanto pensa? Está bem mesmo?" Perguntei.

Sarah suspirou profundamente antes de responder.

"Estou bem. Só meio cansada" ela falou.

"Há quanto tempo você não dorme?" Perguntei bem na hora que um garçom chegava com dois sanduíches e uma porção grande de batata fritas.

"Faz algum tempo" Sarah falou e começou a comer. Ela não comeu quase nada.

Desisti de tentar conversar com Sarah daquela forma, eu a conhecia bem o suficiente para saber que não iria falar mais nada.

Conversamos sobre pra onde estávamos indo, sobre o que faríamos quando chegássemos na praia. Sarah claramente se animava com a ideia de chegar a praia e conhecer o mar. Sarah foi até o carro emquanto eu pagava a conta, a mulher do caixa me entregou algumas balinhas e agradeceu, quando cheguei no carro encontrei Sarah dormindo no banco de trás. Ela havia deitado e usado meu casaco antigo como travesseiro.

Sentei no banco de motorista sem sabem muito bem o que fazer, eu não podia dirigir enquanto ela estava deitada, mas já era noite fechada agora, e o melhor que a gente podia fazer era arranjar um hotel qualquer.

Era meio preocupante que Sarah não houvesse acordado quando eu entrei no carro, ela nem mesmo se moveu. Olhei bem para ela. Sarah havia coberto o rosto com o braço direito, como se estivesse se protegendo de uma luz muito forte.

Então vi ela acordar. Sarah acordou em um pulo, sua perna bateu forte na porta do carro e ela parecia tremer um pouco. Ficou parada, sentada olhando para baixo, não conseguia ver seu rosto no escuro.

"Você está bem? Sarah... aconteceu alguma coisa?" Perguntei me virando no banco para poder enxerga-la.

Sarah continuava com a cabeça abaixada, ela parecia se sentir completamente sozinha.

Saí do carro e entrei novamente pela porta traseira, abracei Sarah, mas ela me empurrou com força.

"Vamos embora" ela disse simplesmente. Eu queria ficar ali com ela, perguntar o que havia acontecido, saber se ela estava bem. Sarah se virou e sentou no banco, depois colocou o cinto de segurança, pronta para ir embora dali.

Voltei ao banco da frente e comecei a dirigir até um hotelzinho, quando olhei para o banco de trás no espelho vi que ela estava chorando.

O hotel era minúsculo. O saguão era apenas uma sala com um tapete horrível e una máquina de gelo, mas eles tinham quartos vagos e naquele momento eu não planejava ser muito exigente. Falei com um homem, perguntei a ele se havia algum quarto livre. Ele disse que sim e perguntou quantas pessoas quando Sarah entrou no saguão. Ela estava com o cabelo solto e havia tirado o casaco vermelho, estava com ele amarrado na cintura.

Ela ficou parada perto da porta, parecia bastante cansada. O homem imediatamente mudou de postura, ele parecia pronto para me ignorar e atender Sarah em meu lugar.

"E para você, linda?" Ele perguntou algo o suficiente para que Sarah ouvisse mesmo estando longe.

"Ela está comigo" falei pegando a chave rapidamente.

"Porra, você tem sorte. Quanto foi?" Ele perguntou olhando para ela.

"Quanto foi?" Perguntei.

"Ela parece bem nova, foi muito caro? A noite?" Ele perguntou se aproximando um pouco e falando mais baixo.

Sarah se aproximou e parou ao meu lado, acho que ela queria saber o que estava acontecendo.

"Então linda. Quando acabar com ele não quer visitar meu quarto também? Eu pago bastante" ele falou olhando para ela maliciosamente.

Sarah se aproximou bastante dele, se debruçando sobre o balcão, o homem parecia meio hipnotizado, levantou e segurou o braço esquerdo dela, mas Sarah sorria, sem parecer estar assustada ou se importar ser tocada por aquela cara. O cara sorria também, um sorriso assustador, fiquei paralisado, sem saber o que eu deveria fazer.

"Sarah..." Falei.

"Cala a boca, Alex" ela disse e voltou sua atenção para o homem "Quanto?" Ela perguntou.

"Quanto você quiser, linda" ele disse se aproximando do rosto dela como se fosse beija-la.

Eu estava respirando estranhamente, querendo fazer alguma coisa, qualquer coisa. Então Sarah deu um soco nele. Não foi como o soco que ela havia me dado. Foi muito forte, o suficiente para fazer o nariz do cara sangrar.

"Puta!" O cara gritou, mas Sarah já estava caminhando pra longe, ela se virou e saiu do saguão rapidamente, olhando para trás apenas uma vez. Fiquei parado, rindo sem entender o que havia acontecido, então a segui.

Haviam vários homens na rua. Sarah agora não parecia mais aquela menina estranha como no saguão, mas também não parecia muito com ela mesma, Sarah parecia muito assustada, ela estava morrendo de medo daqueles homens que estavam entre nós e nosso quarto. Sarah andava rapidamente, mas o quarto era no outro prédio, do outro lado de um estacionamento. Um dos homens assobiou, Sarah parecia não conseguir respirar direito.

Me aproximei dela cuidadosamente, não queria deixa-la mais assustada.

"Me abrace" ela falou sem olhar para mim.

"O que?" Perguntei sem entender. Antes ela havia me empurrado e agora, no pior momento possível ela queria um abraço?

"Coloca o braço na minha cintura" ela falou segurando meu braço e já começando a atravessar o estacionamento.

Obedeci. Passei o braço esquerdo por sua cintura, e senti seus braços passando pelas minhas costas, senti seu perfume e me esforcei pra acompanhar seus passos apressados.

Foi um pouco difícil carregar a mala abraçando Sarah, mas ela pareceu ficar muito agradecida. Passamos pelos homens, que a olhavam demais, mas não fizeram nada. Quando entramos no quarto, Sarah desabou. Ela sentou na cama e abraçou os próprios ombros. Sentei ao seu lado, mas deixando um espaço entre nós dois.

"Foi um belo soco" eu falei, quebrando o estranho silêncio.

"Obrigada por me abraçar" ela falou. "Eu realmente não sei o que eles fariam se você não estivesse ali comigo" Sarah falou me olhando.

"Mas eu não fiz nada. Sarah, eu... eu deveria ter defendido você deles. Eu... Eu demorei para entender o que aquele cara estava falando e não fiz nada" eu disse me sentindo culpado.

"Está tudo bem. Não aconteceu nada" ela disse, então sorriu antes de continuar "é sério que você não tinha entendido o que aquele cara estava dizendo?" Ela perguntou.

"É, é sério. A última coisa que me passaria pela cabeça é que ele queria saber quanto havia sido a noite" falei.

"Você tem sorte de parecer mais velho, ele não acreditaria que você havia me contratado se aparentasse a idade que tem" ela falou. "E tem ainda mais sorte por não ter sido reconhecido".

Ficamos em silêncio por alguns momentos, ela estava certa. Se eu tivesse sido reconhecido eu teria que voltar antes que algo acontecesse.

"É sempre assim?" Perguntei para Sarah.

"O que quer dizer?" Ela me olhava sem parecer compreender.

"Sempre agem assim?" perguntei.

Sarah ficou em silêncio, evitando me olhar.

"Sarah... é sempre assim?" Perguntei seriamente.

"Não exatamente... essa é a primeira vez que acham que eu sou uma prostituta... mas sim. Não foi a primeira vez que me chamaram de puta. É... é sempre assim." Ela falou olhando para baixo.

Levantei da cama e me ajoelhei na sua frente, levantei seu rosto.

"Eu sinto muito" falei olhando bem para ela.

"Está tudo bem, você fez muito, Alex. De verdade" ela me disse, mas eu continuava me sentindo péssimo.

Segurei sua mão, passei lentamente os dedos pelos machucados causados pelo soco. Sarah parecia outra pessoa.

Ela realmente não era a mesma garota que havia me beijado depois de um piquenique, nem aquela garota que havia tropeçado por causa de sapatos altos e rido ao cair. Ela era aquela garota que havia me batido, aquela que permanecera firme quando foi levada por rebeldes, aquela garota que manteve a calma e nos guiou por uma passagem secreta durante um ataque.

"Tenta dormir" falei, ela suspirou "por favor" eu disse e percebi que ela tentaria.

Eu estava muito cansado, mas nem de longe tão cansado quando Sarah. Sentei em uma poltrona dura que ficava no canto do quarto e esperei Sarah usar o banheiro. Quando ela saiu do banheiro e foi até a cama ela parecia muito mais velha. Seus cabelos caíam em seu rosto e ela parecia ter desistido de tudo. Continuei sentado na poltrona, a luz do quarto estava desligada, mas a do banheiro estava acesa, permitindo que um pouco de luz amarelada clareasse tudo.

"Você não precisa dormir na poltrona" ela falou. Estava pronto para argumentar, mas então ela disse que eu precisava dormir bem se iria dirigir no dia seguinte.

Fui até a cama, Sarah estava encolhida no canto da cama, ainda usando uma camiseta folgada e calças jeans. Deitei certo de que não conseguiria dormir, fiquei parado até ouvir a respiração de Sarah ficar mais profunda e regular. Então adormeci.

Acordei perto das três da manhã, Sarah não estava em nenhum lugar. Levantei da cama e fui até o banheiro, que também estava vazio. Abri a porta do quarto ficando preocupado e encontrei Sarah sentada no parapeito da janela. Sentei ao seu lado em silêncio.

"Você não vai dormir?" Ela perguntou.

"Vou. Só queria saber como você está. Não conseguiu dormir?" Perguntei.

"Tive um pesadelo" ela falou. Bocejei alto e me aproximei um pouco mais dela "Você deveria voltar a dormir" ela disse.

"Não vou te deixar sozinha aqui fora. Ainda mais depois do que aquele cara falou" eu disse.

Sarah levantou sem dizer nada e voltou para o quarto comigo, deitou novamente, quase caindo da cama de tão na beirada que ela estava. Tentei ficar acordado com ela, mas logo caí no sono novamente.

Acordei uma hora depois, Sarah estava na poltrona lendo um livro. Ela parecia estar bem, então voltei a dormir. Quando acordei novamente ela estava deitando na cama, era quase seis horas da manhã e eu conseguia ver a claridade do dia pela janela. Não me movi, queria que Sarah dormisse ao menos um pouco. Ela parecia mais tranquila agora que estava claro.

Sentei na cama e esperei ela adormecer,  agora eu estava completamente desperto. Sarah parecia sofrer enquanto dormia, ela se movia bastante e falava algo baixinho, como se estivesse presa em um pesadelo. Me doía ver ela sofrendo daquela forma, e doía não compreender o que estava acontecendo e não saber como ajuda-la.

Sua respiração, antes profunda e regular agora estava rápida e entrecortada. Coloquei a mão sobre seu ombro, ela acordou assustada, tirou minha mão de seu ombro e levantou sem me olhar.

Duas horas depois nós saímos. Sarah evitava ao máximo falar comigo. Ela estava irritada e, honestamente, ela me assistava um pouco quando estava assim. Tentei faze-la falar comigo, mas só recebia respostas monossilábicas.

"Você não dormiu muito, não é?" Perguntei.

"Não." Ela disse olhando pela janela.

"Quer parar para comer alguma coisa?" Eu disse.

"Não" ela falou e continuou olhando pela janela.

"Está tudo bem?" Tentei novamente.

"Tá" ela falou isso como se colocasse um ponto final em nosso diálogo.

"Acha que falta muito para chegarmos?" Perguntei, insistindo ao máximo.

Ela grunhiu em resposta.

"Quer ouvir alguma coisa no rádio?" Eu tentei.

"Não" ela disse.

Parei o carro. Ela olhou para mim, seus olhos estavam levemente apagados.

"Você pode me responder direito?!" Perguntei quase gritando "Sarah, é sério! Estou preocupado com você" falei. Ela olhava para mim como se não me enxergasse.

"Há quanto tempo você não dorme?" Perguntei, ela abriu a boca para responder, mas eu a interrompi antes que ela falasse algo "uma resposta direta! Algum tempo não é uma resposta boa o suficiente" falei sério.

"Alex..." Ela falou baixinho, como se falar doesse "Posso tomar uma xícara de café?" Ela perguntou parecendo envergonhada.

"... É claro" falei me sentindo mal.

Paramos em uma lanchonete, comprei três copos de café e voltei para o carro. Encontrei Sarah sentada encarando o nada quando voltei. Entreguei um dos copos para ela, comecei a tomar o outro copo e coloquei o último no porta-copos do carro.

Ela terminou o primeiro copo em poucos minutos, mostrei o segundo copo para ela, que pareceu se animar um pouco. Depois de dois copos de café Sarah parecia muito melhor. Ela até começou a me responder normalmente.

"Então? Quanto tempo?" Perguntei. Nós haviamos voltado para a estrada, Sarah estava com os braços apoiados na janela, mas ela se virou para me olhar.

"Só alguns dias" ela disse, então olhou bem para meus olhos e foi honesta "Não sei bem... talvez umas duas semanas, talvez três" ela falou.

"Você não dorme há três semanas?!" Gritei. Ela se encolheu rapidamente e virou o rosto, sua respiração em um segundo mudou "desculpe... Eu não quis gritar" falei.

Sarah continuou quieta por um tempo, mas logo se tranquilizou.

Dirigimos a tarde inteira, almoçando biscoitos industriais e parando apenas para reabastecer o carro e ir ao banheiro. Pelo meio da tarde Sarah já estava parecendo mais feliz.

"Eu não acredito nisso! Você realmente nunca havia beijado ninguém antes da seleção?" Ela perguntou rindo. Havia colocados as pernas sobre o painel do carro e ria de nossa conversa.

"Pode acreditar. Sua vez, me conta um segredo" eu disse.

"Ahm... não sei... acho que já lhe contei quase tudo" ela falou.

"Me conta algo! Eu já lhe falei sobre meus sonhos, meu primeiro beijo, e quase tudo sobre minha infância! Você não tem nenhum segredo?!" Perguntei.

"Acho que não..." Ela falou.

"Como a garota que mentiu sobre o nome pode não ter segredos?" Perguntei. Sarah ficou em silêncio. Soube imediatamente que havia dito algo muito errado "eu sinto muito... não deveria ter falado sobre isso..." Tentei me desculpar.

Sarah me olhou profundamente, parecendo analisar minha alma. Seus olhos castanhos carregavam mais escuridão do que qualquer outra coisa no mundo, mas agora mostravam apenas decepção.

Segurei sua mão, senti que ela se afastava de mim, ela poderia estar na Lua e ainda estaria mais perto do que naquele momento. Segurei firme sua mão, não a deixei soltar sua mão da minha.

"Meu nome não é exatamente Samantha" ela disse finalmente soltando sua mão.

"O nome falso era falso?" Perguntei.

"Eu sou chamada de Samantha, mas eu não existo de verdade, por isso menti sobre meu nome" ela falou e virou o rosto para a janela. Fiquei em silêncio por um longo tempo, acho que uma hora inteira, e quando fui falar algo percebi que ela havia adormecido.

Duas horas depois eu acordei Sarah, nós havíamos chegado na praia.


Notas Finais


E então? O que acharam?? Um capitulozinho narrado pelo Alex para mudar as coisas um pouco...
Nos próximos vai ter muito sobre o passado da Sarah, espero que vocês tenham gostado!
Por favor comentem o que acharam e, muito obrigada por lerem!
❤❤❤


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