História Ultimate Youtubers - Saindo e voltando a entrar no armário

Annabeth

- Meus deuses! – Annabeth nem queria acreditar no que estava vendo. – Rachel? O que aconteceu com você?!

A ruiva não parecia nada bem. Tinha um olho negro e vários hematomas no rosto e nos braços. Talvez tivesse também em outras partes do corpo mas a garota não conseguia ver. Seus olhos estivam inchados, como se tivesse estado chorando.

- Me desculpe invadir assim sua casa mas eu não sabia onde mais ir – Rachel limpou uma lágrima que teimou em cair.

- Não, tudo bem – A garota se aproximou da ruiva. – O que aconteceu? Já ligou para a polícia? Seus pais sabem onde—

- NÃO – Ela respirou fundo. – Por favor não conta para ninguém que eu estou aqui.

- Espere, como você entrou aqui?

Rachel penteou uma madeixa de cabelo para trás da orelha. – Sua chave de reserva estava escondida debaixo do tapete, não foi nada difícil entrar. Devia pensar em esconder ela melhor. E se fosse um assassino psicótico e não eu a entrar?

Annabeth ignorou o comentário e analisou a garota. Não sabia muita coisa sobre ela. Sabia que seus pais eram ricos. Sabia que ela era lésbica. E mais nada.

Espera, ela não tinha dito que…?

- Seu pai descobriu que você é homossexual. – Ela afirmou calmamente. – Ele é homofóbico e bateu em você.

A face de Rachel ficou quase tão vermelha como o cabelo. – Percy tinha razão quando disse que você era inteligente. – Soltou o ar que nem sabia que estava prendendo. – Faz cinco dias que ele descobriu. Não estava mais aguentando… Eu…

Você fugiu, Annabeth completou mentalmente.

- Vem, me deixe limpar seus machucados.

*** 

- Então basicamente ninguém pode saber que você está aqui? Nem Percy?

- Deuses, nem pense em contar para o Percy – Rachel se ajeitou melhor na cama da loira. – Ele só iria piorar as coisas. Quase aposto que ele ia tentar bater em meu pai.

Annabeth não podia argumentar. Era verdade que Percy era impulsivo, especialmente quando se tratava de pessoas de quem ele gosta.

Nota mental: contar para o Percy o que aconteceu com Piper.

- Annie – Rachel disse. – Tem alguém vindo.

- Depressa, se esconda no armário.

- Está falando sério? Ainda agora saí do armário e já está me mandando de volta para lá?

Ah, a ironia da vida. Vamos, se concentra Annabeth.

Quase não deu tempo para Rachel se esconder antes de Percy entrar em seu quarto. Não devia ter dito para ele onde está a chave de reserva.

O garoto saltou para a cama da namorada e suspirou.

Folgado, ela repreendeu mentalmente. – Tudo bem com você?

Percy se virou e a encarou. – Não consegui encontrar Rachel. Annie, não consigo parar de pensar que Gabe pode ter feito mal a ela. - Annabeth conseguia ver a preocupação estampada na expressão do garoto. – Já procurei por todo o lado. E se ela… - Percy engoliu em seco. – E se ela tiver morrido?

Muito bem, Annabeth, hora de rever o que você sabe. 1 – Gabe está sendo vigiado 24 horas pela polícia;

2 – Rachel não está morta;

3 – Ela está dentro do meu armário provavelmente julgando minha roupa;

4 – Estou fugindo do tópico;

5 – Estou demorando tanto tempo para responder que Percy está achando que adormeci com os olhos abertos.

- Não acho que Gabe tenha feito alguma coisa. – Decidiu responder. – Ele está sendo vigiado.

- Mas então o que aconteceu com a minha ruivinha?

- Eu não sei. – Essa frase (para além de ser mentira) era uma coisa que ela nunca na vida sonhou dizer. Mas Rachel estava certa, Percy só iria piorar as coisas. O Sr. Dare era demasiado poderoso para poder ser acusado de violência e Percy batendo nele só ia fazer com que o moreno fosse parar na prisão. Era melhor assim.

***

Leo

Nico e Will tinham ficado vigiando Piper para que Leo pudesse descansar um pouco. O garoto tinha ido para casa e estava passando no corredor, em direção a seu quarto.

Se sentia mais aliviado por saber que o cara que fizera mal a Piper tinha sido desmascarado e que, apesar de não ter sido preso, não voltaria tão cedo.

Relaxou um pouco e permitiu seus pensamentos viajarem para memórias mais felizes. Pensou em Calipso e sorriu. Ela sempre o conseguia fazer sorrir (mesmo quando gritava com ele e dizia que não precisava de sua pena – que foi o que ela fez quando descobriu que o garoto a escolhera em vez de seus amigos), mas Leo não se importava. Ainda não tinha conseguido convencer ela a voltar a fazer tratamento mas tinha quase a certeza que ia conseguir. Porque se não conseguisse… Abanou a cabeça. Não ia pensar nisso agora.

- Não acredito que eles caíram nessa – Leo ouviu Drew falar quando passou pela porta entreaberta do quarto da garota.

- São mesmo trouxas – alguém respondeu do outro lado. O garoto espreitou para dentro do quarto. Drew estava falando com o namorado, o Máscara.

Revirou os olhos e continuou andando até seu quarto. Ei, espere aí! Eles não tinham acabado?

A curiosidade foi mais forte que o respeito pela privacidade. O garoto deu meia volta e voltou a ouvir a conversa.

- Me dê isso – Drew tirou qualquer coisa da mão do Máscara. Parecia ser um cartão de memória e um cartão SIM. – Vou fazer o que você pediu. Mas porque não faz isso você mesmo? Tem mais jeito do que eu.

- Não posso arriscar. – A voz abafada do Máscara estava arrepiando Leo – Mais um passo em falso e é o fim.

- Não se preocupe. – Drew tocou no braço do garoto. – A gente dá um jeito nisso. Se concentre apenas em não dar muito nas vistas que eu cuido do resto.

O garoto assentiu com a cabeça. – Bem, eu tenho que ir. Desliga as câmaras para mim?

Leo saiu de lá antes que eles pudessem reparar nele. Tinha algo de muito errado nessa conversa. E ele iria descobrir o quê.

Mas primeiro ia dormir porque não dá jeito nenhum desvendar conspirações quando se está quase a cair de sono.