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História Um amor de outono - 01


Escrita por: pandazin11

Notas do Autor


Boa leitura

Capítulo 1 - 01


 Anotei atentamente cada palavra escrita no quadro, minha bolsa de estudo dependia disso. Bom, não exatamente à anotação, e sim o conteúdo dela. Estava por um fio em francês, dois trabalhos zerados.

Passei a pensar que era totalmente pessoal comigo, que o complicado professor Jones não gostava de mim, mas estava errado. Francês definitivamente não era minha praia. Fiz e refiz diversos testes online, até mesmo cursos gratuitos tentei. Mas nada me fazia compreender francês. Maldita escolha minha. Poderia ter optado por espanhol, mas não.

Voltei-me a atenção para o quadro - agora apagado -, arregalei os olhos ao notar minha folha quase em branco. Novamente eu havia perdido matéria.

Suspirei cansado, a faculdade estava tentando me matar, e estava conseguindo.

Quando decidi cursar letras não imaginei que seria tão ruim, em minha cabeça tudo seria um mar de rosas. A realidade pode ser tão dura as vezes. Organizei rapidamente o material sobre minha mesa.

O cansaço estava me dominando, o dia não havia sido fácil, eu só desejava um banho quente e minha cama.

Uma das partes mais difíceis para mim estava sendo trabalhar durante o dia inteiro e estudar a noite, estava ciente que não era o único com esse problema, mas não havia o que reclamar. Estava cursando o que desejava, e o trabalho não era tão ruim, ao menos pagava as contas de casa e os livros caro da faculdade.

Caminhei tranquilamente para casa, geralmente gastava quinze minutos para fazer aquele percurso todo, porém a noite estava bonita demais para não ser apreciada.

Concluí o trajeto em trinta minutos, ciente que no dia seguinte estaria morto de cansaço.

- Chegou tarde hoje.

Olhei a mulher encostada no batente da porta de seu quarto, seu rosto amaçado e a camisola revelava que eu havia a acordado.

- Como foi o dia hoje?

- Foi bom. O movimento hoje foi fraco, consegui até mesmo estudar no trabalho.

Minha mãe sorriu. Deixei a bolsa sobre o sofá, organizando rapidamente o que precisaria para o dia seguinte.

- E como foi o seu dia?

- Cansativo. – Suspirou. – Jennifer pediu para que eu ajudasse-a hoje, estou morta agora.

- Mãe, já conversamos sobre isso.

Olhei-a com súplica no olhar. Desejava vê-la em casa e descansando, sua saúde já não era das melhores, e as faxinas que fazia estava além da sua capacidade atual. O difícil era colocar isso na cabeça de Elin Harding, sua teimosia não lhe permita aceitar tal fato.

- Sim, e já lhe disse que não irei parar de trabalhar.

- Não estou pedindo que pare, apenas quero que diminua o ritmo, mãe.

A mais velha bufou. Odiava discutir com ela, principalmente pelo mesmo assunto, mas era sua saúde e eu me preocupava. Desde meus cinco anos éramos apenas nos dois, Elin fugiu da nossa antiga casa após ser agredida por meu pai, partimos no meio da madrugada e nunca mais voltamos. Ela era a única família que eu tinha.

- Não é sua responsabilidade tomar conta da casa sozinho, filho.

- Mãe...

- Não. Está fora de questão que eu diminua meu ritmo.

- É para seu próprio bem, deixe de ser teimosa.

- Eu estou bem John. Certo, não sou mais uma jovem de vinte e cinco anos, não tenho o mesmo pique que antes, mas ainda estou apta para trabalhar.

- Nunca disse que não está.

Elin sorriu, aproximando-se de mim. Suas mãos pararam em minha bochecha, seu olhar materno aquecia meu coração.

- Apenas foque em seu futuro, eu estou bem, não precisa se preocupar.

Assenti, mas nos dois sabíamos que eu não deixaria de me preocupar. Aquele assunto não se acabaria ali, teríamos aquela conversa novamente e sabíamos disso.

- Irei voltar a dormir, boa noite querido.

- Boa noite mãe.

Depositei um beijo em sua testa, a diferença de altura entre nós era algo perspectivo. Observei-a entrar em seu pequeno quarto.

Vivíamos em uma casa pequena, mas que podíamos chamar de nossa. Era o orgulho de minha mãe, a primeira coisa que havia conseguido comprar após anos batalhando para isso. Amávamos aquele lugar, mesmo ele sendo pequeno e nada sofisticado.

Segui pelo curto corredor até chegar em meu quarto. Uma cama de casal ficava encostada na parede, um guarda-roupa infantil próximo a porta e uma mesa de plástico que eu nomeei como minha escrivaninha.

Retirei minhas roupas, dobrando as mesmas e deixando sobre a mesa. Desejei meu banho quente e relaxante, mas ficaria para a manhã seguinte, a água provavelmente já estaria fria, e a última coisa que eu desejava era água fria.

Deitei-me na cama com o celular em mãos, me orgulhava em ter aquele simples objeto. Havia comprando o mesmo com meu primeiro salário, lembro-me até hoje a felicidade que fiquei ao conseguir.

 Abri um dos aplicativos gratuitos que havia baixado, começando a estudar francês. Necessitava de uma boa nota na prova, ou então poderia dizer adeus para a faculdade.



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