Maven Calore
Meu pai me mandou para aquele fort idiota. Nunca quis isso, não nasci para a batalha. Era apenas uma guerra idiota com aqueles vermelhos.
Tudo o que queriam é igualdade, mas isso é ridículo. Vermelhos não nasceram para o poder.
Cheguei lá e conversei com o comandante. Ele me passou os planos da guerra e o que fariam e, é claro, o que eu achava sobre isso.
Concordei com tudo que ele disse. Era um bom plano para derrotar todos. Distraí-los com um ataque e invadir suas bases. Era perfeito.
Teria de ficar ali até a o fim da guerra. Então teria de arrumar algo para fazer. Entrei em uma construção que seria onde eu dormiria e comecei a arrumar minhas coisas.
No dia seguinte, decidi observar as linhas inimigas, saber o que me esperava. Então vi um cara se aproximando. Pensei em chamar os guardas, mas vi que era um de nossos soldados vermelhos.
Ele se aproximou e, sorrindo, disse:
-Alteza! Prazer, sou Thomas.
-Bem, Thomas, acho que sabe quem sou.
-É claro.
Ok. Acho que consegui companhia. Pelo menos um amigo. Era gentil e não me tratava apenas como o "príncipe mais novo". Alguém que me tratava como qualquer outro.
Conversamos durante muito tempo.
-Thomas, que tal irmos tomar um whisky e continuarmos a conversa?
-Claro, alteza.
-Acho que já podemos deixar as formalidades de lado. Me chame apenas de Maven.
-Ok, Maven- ele sorriu.
Levei-o até meu dormitório e tomamos algumas doses de whisky. Nunca havia me sentido tão bem em conversar com alguém. Não ria daquela forma há anos. Ele me deixava bem.
-Como é ser príncipe?-perguntou Thomas.
-É bom. O poder, tudo o que pode fazer, mas a parte ruim é não poder escolher com quem vai passar o resto da vida, que meu pai vai decidir.
-Você não pode mudar isso?
-Não, apenas se meu pai aprovasse.
-Já tem pretendente?
-Ainda não.
-Então não há nada de errado nisso.
Ele se aproximou e me beijou. Foi o melhor beijo da minha vida. Senti que nada mais importava, apenas que eu e ele estivéssemos juntos e que aquilo não acabasse. E aquele beijo durou muito mais.
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Dois dias se passaram e eu e Thomas ainda nos encontravamos escondidos. Nunca pensei que diria isso, mas não queria que aquela guerra acabasse.
Acordei com alguém chamando por mim. Quando levantei e cheguei na porta, era Thomas e o comandante.
-Alteza, estamos com relatórios novos sobre a guerra, preciso que os leia urgentemente. O soldado irá acompanhá-lo.
Thomas sorriu. Fomos até o quartel-general. Coversamos enquanto lia os relatórios. Mas algo atrapalhou. Uma explosão fez com que o quartel comessace a pegar fogo. Não consegui me controlar e as chamas aumentaram.
Thomas gritava, o fogo consumindo todo seu corpo. Mas não podia fazer nada, não conseguia. E vi ele morrer sem poder nada fazer.
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-Finalmente você voltou!-disse mamãe.
-Venceram?
-Sim, pai, mas muitos morreram.
-Então, vá descansar.
-Mãe, pode vir comigo?
-Claro.
Quando chegamos no quarto, contei tudo a ela, ela era a única que tiraria Thomas de minha mente. Ela tentou várias vezes, mas todas foram em vão, a dor só piorava.
-Maven, é melhor ter o coração partido. A dor deixa você mais forte. O amor enfraquece.
-Claro.
Ela saiu. Chorei por um tempo, mas parei. Ela estava certa. Deveria conviver com a dor. O amor irá me enfraquecer.
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