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História Um amor imprevisto: De Hogwarts para a vida - Os sentimentos de Draco


Escrita por: BellCA90

Notas do Autor


Gente!! Deu pano pra manga aquele final, né??? Adorei ler as reações de vocês!! Eu fico emocionada, puta e ansiosa que nem vocês! Ai é super legal ler os comentários! Muito obrigada!!!

Bom, nesse capítulo, coloquei o tão esperado ponto de vista do Draco. Espero que vocês curtam!!

Uma observação: eu fiz uma capa original para história. Antes era uma imagem do Google, mas achei mais legal fazer uma do zero. Espero que tenho gostado. Mudei também a sinopse. Não estranhem!!

Bom, no mais, é isso! Boa leitura!!

Capítulo 24 - Os sentimentos de Draco


Pov. Draco

Eu queria que aquela dor acabasse. Queria arrancar meu coração do peito para ver se aquele sufocamento melhorava. Parecia que o ar que entrava em meus peitos era pouco, me forçando a respirar com mais intensidade. Mas ao mesmo tempo, esse mesmo ar entrava em meus pulmões como facas afiadas. Doía, doída de forma que eu não sabia explicar. Sentir o cheiro dela, seu gosto, seus toques. Sua língua na minha, seu cheiro em meu corpo, seu calor... Tê-la para mim. Só pra mim... Saber que eu fui o primeiro, que ela confiou e se entregou para mim. Aquilo me enlouquecia. Eu ficava excitado só de lembrar da sensação ao possui-la. Mas sentia um pânico ao pensar que mesmo depois disso tudo, ela não me quis. Era como uma equação que não apresentava o resultado correto. Porque ela havia se entregado daquela forma, mas não quis lutar por nós? Porque aceitar ser minha, mas não terminar com aquele sujeito? Assim como saber que não a teria mais em meus braços, doía saber que ela estaria nos braços de outro.

Eu saí daquela sala segurando minhas emoções. Queria chorar, gritar, socar uma parede. Queria voltar, falar para Hermione que ela estava errada, que deveria ficar comigo. Pegá-la em meus braços e fazê-la minha novamente, só para ouvir seus gemidos, ouvir meu nome em sua boca, sentir sua intimidade quente, me recebendo. Queria leva-la comigo e nunca a deixar. Demorei tanto tempo para finalmente entender o que eu sentia e assumir para mim mesmo, e quando eu finalmente o fiz, fui sortudo o suficiente para receber dela aqueles sorrisos, aquele carinho, a insistência para ser minha amiga. Eu estava disposto a aceitar apenas sua amizade, mas não aguentei... A forma que ela corava quando ficava tímida, suas reações tempestuosas quando era contrariada, sua delicadeza, sua escuta, seus consolos, seu carinho. Aquilo foi um incentivo para querer mais. E perceber que ela também estava mexida, que ela também era afetada por mim. Droga, aquilo me enfeitiçou. Eu não poderia querer outra mulher.

Me lembro de quando éramos crianças e logo entramos na escola. Ela era diferente de todas as garotas. Aquele cabelo que mais parecia uma juba combinava perfeitamente com a casa para qual foi designada. Era perfeito. Aqueles cachos, aquela cor... Como o cabelo emoldurava aquele rosto delicado. Eu lembro de logo querer saber mais sobre ela. Hermione Granger. Não reconheci o sobrenome. Meus pais falavam de muitas famílias. Cresci sabendo quem era quem, mas Granger nunca foi um sobrenome que eu me lembro de ter sido mencionado. Na época, não dei muita importância para isso. Logo me aproximei dela. Como era inteligente! Era esperta, corajosa, não aceitava desaforos. Me lembro de ficar caidinho por ela. Até o dia que meu pai fez um evento na mansão e eu comentei sobre ela perto dos amigos do meu pai. Foi um dos momentos que eu aprendi na prática as diferenças entre nossos mundos. Aprendi que “pessoas como eu”, não deveriam conviver com “pessoas como ela”. E então passei a ignorá-la. Não foi o suficiente para que ela entendesse que não poderíamos ser amigos. Então, segui o que meu pai ensinava e exigia de mim: a distratava. A ela, ao Weasley, e quando podia, até mesmo Potter. Quer dizer, principalmente Potter. Eles viviam juntos. Eu tinha certeza que eles se gostavam... Então, ficava com ainda mais raiva dele.

Com os anos aquela quedinha que eu sentia por ela, ficou adormecida. A falta de contato ajudou a não estimular o afeto. Até o último ano em Hogwarts. Com todos os problemas da minha casa, o inferno que o casamento dos meus pais se transformara, o respeito e o medo que eu tinha pelo meu pai foi se quebrando. E com isso eu fui, pela primeira vez, me libertando de algumas amarras. Estava cansado de ser o Malfoy de Lucius. O bom garoto. O filho exemplo. O prodígio. Eu queria pensar por mim, fazer o Curso que eu amava, não o que meu pai queria. Sonhava em conversar com quem eu bem entendesse. Gostar de quem eu queria gostar. E eu me lembro do exato momento em que aqueles sentimentos adormecidos voltaram a aparecer.

 

Era o começo do ano. Eu e os meninos tivemos a ideia de bater um pouco de bola nos quintais de Hogwarts antes da aula. Quando chegamos no espaço, observei que Hermione estava nos jardins com Harry e Ronald. Senti aquela raiva costumeira quando eu os via juntos. Ela estava com os olhos fechados, aproveitando um pouco do sol e percebi como havia ficado bonita. Seus dentes que antes eram protuberantes, foram consertados, dando uma nova harmonia ao seu rosto. Como eu nunca tinha reparado nisso? Me forcei a prestar a atenção no jogo. Mas o assunto que o trio de ouro conversava chegava aos meus ouvidos. Falavam algo sobre a vida pós escola. Algo sobre não serem mais um trio, mas um quarteto, por causa da irmã do Weasley. “Ah, aquela garota estava namorando Harry”, me lembrei. E senti um alívio no mesmo momento. Porque pensar em Hermione com Harry ainda me irritava? Eles não tinham nada, claramente.

Estava com a atenção dividida entre a conversa que eles teciam e o jogo com meus amigos. Então, ouvi algo que me fez perder toda a concentração no jogo. Gina chegou e gritou com seus amigos: “ou então vocês viram um casal também e podemos fazer encontro de casais”. Mas que porra! Hermione e Ronald?! Um casal?! De onde aquela idiota estava tirando aquele absurdo?! No mesmo instante, Blás me tocou a bola com uma força considerável, no reflexo, tentei dominar com os pés, mas tudo o que eu consegui foi isolar a bola. Isolar na direção do trio de ouro. E para meu asar, a bola acertou em cheio a cabeça de Hermione, a fazendo tombar para o lado.

- MIONE – Ouvi os três exclamarem, enquanto a garota estava caída no chão. Sai correndo em sua direção, na tentativa de ajuda-la.  Ela estava claramente tonta com a bolada. Aquele Weasley estava como um urubu em cima dela. Suas mãos emolduram o rosto dela e aquilo não me agradou. “Porque eu me importava com isso”. Na verdade, aquilo serviu de estímulo para que eu me aproximasse dela.

- Granger! Você está bem, se machucou? – Perguntei, me posicionando do lado oposto que Ron ocupava. Em um ato de coragem, peguei em sua mão com uma de minhas mãos, e com a outra, fiz um carinho em sua cabeça. Seus cabelos eram tão macios. - Foi uma bela de uma bolada! Não queria te acertar, apenas me distrai... – Falei, e a observei de perto, como nunca antes tivera oportunidade. Ela era linda. Ela era perfeita. Ainda mais perfeita do que era quando criança. Seus olhos, seu nariz, seus lábios.... Suas sardinhas... Senti um aperto em meu peito, um revirar em meu estômago. “Merda, o que era isso?”

Mas no mesmo momento, Ron, tomou as mãos da castanha de mim e a colocou em seu colo, deixando-a meio sentada e meio deitada. Ele estava marcando o território, tive certeza. Então já tinham algo. Possível que sim. Eu jamais imaginaria. Fiquei tantos anos detestando Harry, e era Rony quem estava ganhando o coração de Hermione. Me senti um tolo. “Pera, mas porque me sentiria um tolo?”. Vendo o movimento de Ron, me afastei, pedindo desculpas e saindo do meu campo de visão daquelas pessoas. Precisa pensar. Aquilo não podia estar acontecendo. Aquele sentimento de novo, aquela atração. Era uma coisa de crianças, porque agora estava voltando? Porque estava mais forte? Mais intenso? Mais sufocante?

Os dias que se passaram não ajudaram. Eu fechava os olhos e via o rosto de Hermione. Os almoços viraram tortura, vendo a garota todos os dias sentada ao lado de Rony. Rindo para ele, encostando nele. Aquilo não era normal. Eu não era de me importar com essas coisas. Não era de sentir ciúmes. Até aquele maldito dia da educação física. O dia em que Granger apareceu com um uniforme que claramente não era dela. Ela sempre era discreta, usava conjuntos mais largos, menos... reveladores. Mas aquele dia... Caralho, ela estava com um short justo, revelando um par de pernas de babar. Grossas na medida certa, bem torneadas e lisinhas. Sua bunda! Como eu nunca havia reparado? Era empinadinha e apresentava um volume maravilhoso. Sua cintura era tão fina... E seus seios delicados, nem muito pequenos, mas também não era grandes. Tive a certeza que caberiam nas minhas mãos perfeitamente. O que eu estava pensando? Desde quando eu tinha aquele tipo de pensando sobre Hermione Granger?!

- Se olhar mais, vai babar! – Blás falou, me tirando do transe que eu me encontrava. - O que é? – Perguntei, me recuperando.

- Você, ta comendo a Granger com os olhos. Não sabia que era afim dela. É uma mudança e tanta... Do ódio ao amor... – Garoto falou tirando sarro de mim.

- Não tem nada de amor... Só fiquei... impressionado com... Você sabe, ela nunca usou roupas assim...

- É verdade, ela é gostosa pra caramba! – Meu amigo falou e senti meu sangue ferver.

- Da pra calar a boca? – Bufei.

- O que? Não é verdade? – Ele me perguntou de volta.

- Ela não é pro seu bico. – Ela não seria pro bico de ninguém daquela escola, se dependesse de mim, pensei.

- Bom, não é o que os outros alunos pensam...

- O que quer dizer com isso? - Perguntei.

- Olha em volta, Draco. Praticamente todos os meninos estão babando nela. – E então observei ao meu redor. Ela estava chamando a atenção, mesmo parada, mesmo sem ser sua intensão. Fiquei ainda mais nervoso. Quis mandar todos aqueles garotos a merda. Ela não era uma peça de museu para ficar sendo observada.

- Que inferno!! – Bufei, rouco, enquanto ainda encarava a garota.

- Meu amigo, você está ferrado! – Blás voltou a falar, mas eu não desviava os olhos de Hermione.

- Porque diz isso?

- Porque você foi fisgado, meu caro amigo! – Ele falou e foi andando em direção de Hermione.

- Onde você vai? – perguntei, estranhando a movimentação de Blás.

- Sondar a princesa pro meu amigo príncipe fudido!

            Merda! Tentei impedir, mas não consegui, então apenas os observei. Por sorte, Blásio estava apenas fazendo hora com a minha cara. Não falou nada demais para Hermione. Mas falou para mim. E suas palavras surtiram efeito, pois comecei a aceitar que talvez, eu realmente estivesse voltando a me interessar por Hermione. Não sabia o nível daquele sentimento, mas sabia que queria vê-la com mais frequência. Queria admirar seu rosto. Me peguei até mesmo querendo conversar com ela. Naquele mesmo dia, a noite, vi que ela estava indo para a biblioteca e a segui. Fiquei entre as prateleiras, fingindo que estava procurando algum livro, enquanto criava coragem para me aproximar dela. O que eu poderia dizer? “Oi, Granger. Depois desse tempo todo, resolvi conversar com você. Posso me sentar?”. Inferno! Aquilo era mais difícil do que aceitar que talvez estivesse tendo sentimentos por ela. Resolvi improvisar, deixar para pensar algo com a ajuda da adrenalina, mas no momento que eu ia me revelar, o cabeça de cenoura apareceu.

            Eles conversavam sobre um livro, Orgulho e Preconceito. É a autora favorita da minha mãe, me lembrei. Me surpreendi ao ver que o Weasley havia lido. Eu não perderia para ele, também leria, se isso fosse me ajudar a conversar com a Granger. Percebi os dois se levantando e direcionando para as prateleiras do setor ao lado que eu estava. Me escondi e observei os dois. E vi o que eu não queria ter visto. Rony se aproximando dela, e ela... gostando. Porra! Ela realmente estava afim daquele cara? Me senti possesso. Aquilo não podia ser verdade. Logo Ronald? Ele era um ogro! Era inteligente, confesso, já havia provado isso pra toda escola... Mas... o que mais ele tinha? Vi que eles iam se beijar. Eu não queria ver aquilo. Não queria presenciar aquele momento. Então, agi como uma criança, da forma mais imatura possível. Empurrei os livros da prateleira para trás, forçando-os a cair no chão, fazendo um grande barulho e sumi de lá. Tinha certeza que aquilo os impediria de ficarem juntos naquele momento. Naquele momento... Mas e o resto do dia? Das semanas?

            Eu estava desarmado. Não tinha como eu impedi-la de ter um relacionamento com Ronald ou com qualquer outro cara. Ela era livre, era linda. Claro que eventualmente esse dia chegaria. Me lembro de quando ela dançou com Krum no baile de inverno, eu não havia ficado tão abalado como agora. Acho que é porque agora estou me permitindo sentir. Já havia aceitado que não teríamos nenhum tipo de relação. Provavelmente ela me odiava, por todo o histórico, e me aproximar parecia ser algo impossível. Parecia... Até que o dia em que o professor Snape passou um trabalho para fazermos em duplas. E para minha sorte, eu fui designado para trabalhar justamente com a Granger. Sai da sala tentando parecer neutro, mas por dentro, estava explodindo de ansiedade. Aquela era uma boa oportunidade. Provavelmente teríamos que nos ver durante todo o semestre. Era uma boa chance para me aproximar, conhece-la melhor.

            Eu estava com um ótimo humor. Fui até mesmo almoçar mais cedo. Mas como se zombassem de mim, os Deuses me fizeram presenciar uma cena nada prazerosa. Rony dando um selinho em Hermione na frente de todos, no salão principal. Congelei no mesmo lugar. Então estavam namorando. Era concreto. Que maldita sorte a que tenho. Pera ai, eu estava me amaldiçoando mesmo por causa de Hermione? Isso era mais do que uma quedinha. Porra, eu estava gostando dela. Eu estava gostando de Hermione. A gente nunca trocou uma frase como duas pessoas civilizadas desde o primeiro ano e eu estava apaixonado novamente. Mas que caralho, pensei.

            Ficar ao lado dela se tornou uma tortura. Tanto para minha mente, que tentava me convencer de que aquilo não teria futuro. Já que ela possivelmente me odiava e estava com outro. E também para meu corpo. Eu a queria tanto. Eu saía com um número considerável de mulheres. Há séculos já havia perdido a virgindade. Mas parecia que nada supria minha necessidade. Era como se eu precisasse de Hermione para voltar a me sentir saciado. Na tentativa de me forçar a não me perder em sua beleza, acabei sendo grosso com ela durante uma das aulas de Snape. E sua reação quase partiu meu coração. “Desde quando você tem tanto interesse na vida de uma sangue ruim como eu”?. Foi o que ela falou. Eu estava certo, ela realmente me odiava.

A partir daquele dia jurei para mim mesmo que faria isso mudar. Que mesmo que não a tivesse para mim, a pediria perdão e mudaria nossa relação. Mas jamais imaginava que chegaria até onde estava agora. Completamente apaixonado e com o coração estraçalhado. Tentei esconder de minha mãe ao máximo como eu estava machucado, mas não consegui. Aquela mulher me conhecia mais do que tudo.

- Filho, não adianta tentar esconder. Eu o conheço como ninguém. – Ela falou, buscando minha atenção. Estávamos no voo, já a caminho dos EUA.

- Eu não quero aborrecê-la, mãe. Já tem muita coisa tirando seu sossego. – Falei, baixinho.

- Meu amor, nada jamais vai ser mais importante do que um filho. Me diz, o que houve? É por causa da mudança?

- Em partes sim... – Falei e suspirei, voltando a sentir aquele aperto no peito.

- É por causa de Hermione? – Ela perguntou e eu fiquei surpreso. – Uma mãe sabe, filho. – Ela falou, antes mesmo que eu a perguntasse qualquer coisa.

- Eu sei que ela gosta de mim mãe, eu sei que ela corresponde... Mas ela, só, não quis lutar por mim. – Falei, sentindo as lágrimas rolarem, finalmente, sem conseguir ter controle das minhas emoções.

- Draco, meu amor. O que ela falou?

- Na verdade, ela não me deu uma justificava concreta... Falou que era o melhor pra gente ir para os EUA, para a senhora... Que não poderíamos arcar um relacionamento a distância... Mas sei lá... Acho que no fundo ela só, não queria terminar com o Weasley.

- E você acha que poderiam bancar um relacionamento a distância?

- Claro que sim!

- Draco?

- Bom, acho que poderíamos tentar. Nos encontraríamos nas férias... Não sei, daríamos um jeito.

- Meu amor, me parece que essa garota é mais madura do que você consegue perceber.

- O que quer dizer?

- Filho... Draco, eu sei que você está apaixonado. Mas vocês dois estão começando uma das etapas mais importantes da vida de vocês. Toda dedicação será necessária. Vocês vão estudar até ficarem exaustos, vão trabalhar muito, até conseguirem o respeito dentro do mundo do direito. Vão ver o mundo de ponta cabeça e com mil diferentes pontos de vista. Vão se sentir eufóricos com os novos conhecimentos, mas exaustos com tanto estudo. Nos feriados, finais de semana, férias, eu tenho certeza que vão querer apenas dormir. Isso se não tivesse muito trabalho para fazer. Um relacionamento iniciado no meio desse caos, já difícil. Mas a distância, a distância, é um relacionamento privado da melhor parte. Do contato, dos abraços, das reconciliações pós brigas.... Sabe, eu sei que em partes estamos mudando por minha culpa...

- Mãe, não fala assim.. A culpa é do meu pai...

- Não, a grosso modo, é dele mesmo. Mas também é minha. Eu não estou conseguindo viver naquele ambiente. Preciso me afastar. E pra você também vai ser bom. Fazer seu currículo sem ser julgado, sem ninguém apontar seu sobrenome como um obstáculo. Mas meu amor, pensa, Londres ainda é nosso lar. Eu não quero ficar nos EUA pra sempre. Nós vamos voltar um dia...

- Mas pode ser tarde demais...

- Pode ser... Como não pode... Meu amor, você tem apenas 18 anos. Muitas coisas ainda vão acontecer em sua vida. Se for para você ficar com aquela menina, vai acontecer. O que você tem que fazer até lá, é ser sua melhor versão de você mesmo. Estude, trabalhe, batalhe. Conquiste as coisas que você sonhou e sonha. Tenho certeza que ela vai fazer o mesmo. Viva! E deixe pro tempo, o que cabe apenas ao tempo resolver.

            Minha mãe estava certa. Eu precisava enxergar as coisas com mais clareza. A gente tinha muito ainda o que viver. Não sei quais são os planos de Hermione daqui pra frente. Não sei se ela e Rony vão se casar e ter os benditos filhos ruivos. Eu não tenho controle sobre isso. Mas eu sei o que eu quero. Eu quero ser um puta de um advogado. Quero ser um caralho de um promotor de fazer qualquer um tremer. E quando foi o momento de estarmos um de frente pro outro, eu tenho certeza que serie a melhor versão de Draco Black Malfoy para Hermione Granger. Seja pra ela voltar pra mim, seja pra ela se arrepender de não ter me dado uma chance.

* * *

Pov Narrador

Hermione estava se sentindo péssima. Havia partido o coração de Draco, sabia disso. Mas não podia fazer diferente. Muita coisa estava envolvida. Não teve forças para fazer mais nada. Apenas foi pro seu quarto e deitou, com a roupa do corpo. Gina, ao entrar no quarto, percebeu como a amiga estava abalada. Era pra Hermione terminar de arrumar suas coisas, pois naquela mesma semana deixaria Hogwarts, mas ao contrário, estava debaixo das cobertas.

- Mi, o que houve? – Gina perguntou, puxando as cobertas do rosto de Hermione. Percebeu como a amiga estava vermelha de tanto chorar. – Hermione! O que aconteceu??

- Gina, eu... eu... – Hermione tentava falar, mas mais lágrimas desciam por seu rosto.

- Oh, Mi... calma... calma... shiiii.... vem ca, deita aqui comigo. – A ruiva se deitou ao lado da amiga, abraçando de forma maternal. Hermione sentiu o calor da amizade da ruiva. Aquela amizade que ela tanto prezava. E chorou. Chorou as dores que estavam em seu peito. Chorou as memórias daqueles momentos na sala de monitoria com Draco. Chorou os beijos que não seriam dados, as promessas que não seriam feitas. Chorou, até sentir que não tinha como cair mais lágrimas. Quando Gina percebeu que a amiga estava mais calma, voltou a dizer: - Então, pronta pra contar o que houve?

            E Hermione contou. Tudo, cada detalhe. Como ficou sabendo da mudança. Da breve conversa com Draco. Dos beijos trocados. Da declaração silenciosa feita pela entrega dela a ele. Gina ouvia tudo com toda atenção. Quando ouviu a parte em que Hermione perdera a virgindade, quase deu um grito de choque! Brigou com a amiga por ter se entregado daquela forma. Mas foi convencida por Hermione de que fora a melhor forma possível, pois era o que o seu coração pedia. Depois que Hermione contou tudo, Gina fez uma cara de confusão e perguntou:

- Mi... porque você não contou que terminou com Rony?

- E em que ajudaria? Era capaz de Draco desistir da viagem!

- Ele não poderia, você sabe que não...

- Mas não desistiria de mim... Gina, saber que eles estão sofrendo preconceito por causa do nome Malfoy quase me matou por dentro. O escândalo Malfoy teve repercussão em toda Inglaterra. Em todos os jornais. O rosto e nome de Draco estava estampado em todos os jornais! Impressos, digitais ou na TV. Já imaginou o inferno que seria a vida dele aqui? Estudar direito, tentar ser advogado, com as pessoas lembrando o seu passado toda hora? Quem ia oferecer estágio a ele? Quem iria contratá-lo? Quem iria contratar o filho de Lucius Malfoy?

- Vocês podiam tentar a distância...

- Não daria certo. Ginny, eu sei que estou sendo egoísta, mas tenho certeza que Draco pensa como eu. Estudar direito, é tudo o que eu sempre sonhei. Se na escola eu me dedicava inteiramente, agora na universidade, eu pretendo respirar livros. Eu quero aproveitar cada tempo, cada ânimo, cada força e disposição para me tornar a melhor advogada da minha geração. E Draco vai fazer o mesmo, tenho certeza. Se quando eu namorava Rony eu já me preocupava em como seria nosso relacionamento... Imagina um a distância? Imagina saber que ele está longe, vivendo as experiências dele e eu não poder compartilhar isso com ele? E nem eu as minhas com ele? Imagina passar dias e dias enfrentando o início de um relacionamento, cada um em um continente diferente?!  Não é um ano, Gina. São no mínimo 5.

- Você pensou isso tudo naquele pequeno espaço de tempo?

- Gina, eu tive a cerimonia da colação inteira pra pensar sobre isso. Eu, Draco, você, Harry, Rony... Nós somos muito novos. Temos a vida inteira pela frente... E agora é a hora da gente construir nosso futuro. Colocar os tijolinhos da nossa vida profissional no lugar.

- Mas a vida amorosa faz parte....

- Sim, e é tão importante quanto. Mas eu tenho tempo pra isso. Agora, o melhor que eu faço é ficar sozinha, sem ninguém. Acho que é o melhor pra mim, pro meu futuro.

- Você parece decida... – Gina falou, derrotada, e Hermione riu, mas um riso cansado e com uma certa mágoa.

- Draco disse a mesma coisa. E estou... Dói, muito. Ainda to sem forças pra entender que acabou, sem antes mesmo de começar. Mas estou segura que fiz a coisa certa.

- Tudo bem, se sente que está certa... Se é o melhor... Sabe que pode contar comigo pra tudo.

- Claro! Sempre! Você é minha irmã ruiva! E Gina.. por favor, não conte isso pra ninguém... Principalmente a parte do... bom.. de eu.. ter... perdido a virgindade.

- Oh, Hermione! É claro! Nem mesmo a Harry!

            Gina prometeu e assim aquele segredo ficou guardado em Hermione. A dor que Hermione sentia, com os dias, foi ficando mais suportável. A falta de Draco, com os meses, foi suprimida pelos livros. Eles não mantiveram nenhum contato. Era o melhor a ser feito. Os meses, viraram anos, e quando Hermione assustou, já estava entrando em seu último ano da faculdade. Harry e Rony dividam um quarto da universidade desde o primeiro período. Harry já havia formado em Administração, então agora era cursar o último ano de Direto, junto de Rony e Hermione. Ele dividiu o trabalho na ong, na empresa dos pais, os dois cursos e o namoro com Gina. Mas também, era puro estresse. Esteve à beira de terminar com Gina diversas vezes. Na verdade, a ruiva chegou a terminar com ele pelo menos três vezes nesses últimos quatro anos. E todas as vezes, ela lembrava Hermione de que a castanha havia feito a coisa certa ao não namorar a distância.  Mas em nenhuma das vezes completaram mais do que 6 meses separados. Se amavam demais. Os estágios foram substituídos pelos trabalhos na ong e na Pomo de Ouro. O que Harry agradeceu aos deuses por a universidade aceitar esses trabalhos como estágio.

Já Rony, ele era o mais tranquilo. Estudava, tirava notas boas, mas também não morria de dedicação. Como o trio de ouro fazia a maior parte das aulas juntos, no princípio, foi difícil para ele conviver com Hermione, mas com o passar do tempo, ele foi superando e conseguindo agir normalmente perto da garota. Pelo menos, era o que aparentava. Mas Gina sempre dizia que ele ainda gostava de Hermione. A ruiva tinha certeza que se a heroína estalasse os dedos, ele voltaria pra ela. Porém, a castanha já não o via daquela forma. O ruivo fazia estágio em um bom escritório e estava feliz. Depois de tanto tempo, parecia que eram aqueles três amigos de anos atrás, de quando se conheceram em Hogwarts.

Gina entrou na universidade um ano depois do trio de ouro. Mas trancou a matricula por um ano para fazer intercambio. Foi um dos momentos que ela e Harry terminaram e que Hermione se sentiu com razão, mais uma vez, por ter terminado com Draco. Ela entrou na mesma Universidade que o trio, então, logo fez de tudo para dividir quarto com Hermione. E conseguiu, para a alegria da castanha, que não gostava da sua colega de quarto. Por causa do intercambio, a formatura de Gina se atrasou em um ano. Ela estava cursando jornalismo e fazia estágio no Profeta Diário. Sonhava em ser contratada após a formatura. E Hermione? Bom, ela fez exatamente o que falou que ia fazer. Comeu os livros, se tornou destaque acadêmico em todos os semestres. Era a queridinha de todos os professores. Se destacava dentro da academia, publicando diferentes artigos científicos em revistas prestigiosíssimas e se destacava como estagiária em um dos maiores escritórios de advocacia de Londres. Estava feliz. As vezes pensava em Draco, mas se surpreendia ao perceber que não doía mais e nem sentia aquela coisa que sentia como quando era adolescente. Estava com 24 anos agora. Talvez aquilo tudo fora mesmo uma paixão adolescente.

            A chegada do último ano do curso trazia muitas expectativas ao trio de ouro, principalmente a Hermione. Logo entrariam no mercado de trabalho. Sabia que teria que continuar sua jornada estudando para ser promotora. Estava conseguindo planejar sua vida novamente, quando recebeu uma notícia que lhe tirou o chão. Era como se a vida brincasse com ela, dizendo: não faz planos, tudo pode acontecer. Ela estava saindo de uma aula cansativa de Direito penal, quando seu telefone tocou e sua mãe falava com a voz trêmula do outro lado. Primeiro, achou que algo tinha acontecido com seu pai. Sua mãe a tranquilizou quanto isso. Sentiu um alívio por breves segundos, mas o pânico a dominou novamente. Era com sua mãe então.

- Mãe, o que aconteceu? É algo com a senhora, não, é? O que houve? – Hermione perguntou, tentando ficar calma, mas sentia todo seu corpo tremer. Ouviu sua mãe concordar. – O que houve, mãe? Fala logo!

- Eu acabei de voltar do médico, Hermione. Eu.. eu estou com câncer.. Câncer nos seios. 


Notas Finais


Gente, e ai?? O que acharam??

Eu queria ter o poder de entrar nas histórias e falar pro Draco que vai ficar tudo bem!! E essa noticia da mãe da Mi, hein??

Fiquem a vontade para comentar. Eu adoro ler cada comentário, opinião, sugestão!!

Um abraço


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