1. Spirit Fanfics >
  2. Um amor imprevisto: De Hogwarts para a vida >
  3. Uma nova proposta

História Um amor imprevisto: De Hogwarts para a vida - Uma nova proposta


Escrita por: BellCA90

Notas do Autor


Oi gente!!! Estamos de volta com mais um capítulo!!!

Como sempre, quero agradecer demais todos os comentários e favoritos que a história tem recebido!! Fico super feliz e motivada!!! To tentando adiantar bem a história, mas final de semana é sempre difícil de postar! Enfim, espero que curtam!!

Boa leitura!!

Capítulo 29 - Uma nova proposta


Gina e Hermione estavam em uma floricultura olhando algumas coisas para o casamento da ruiva com Harry. Como haviam marcado a data para pouco mais de um mês, estava correndo contra o tempo para conseguirem terminar de organizar tudo. Seria um casamento simples, durante o dia, apenas com as pessoas mais próximos. Isso já dava mais de 100 pessoas, visto o tamanho da família Weasley. Enquanto olhavam as flores que enfeitariam o espaço, Hermione contava para a amiga sua aventura no elevador com Malfoy, que havia acontecido há pouco mais de uma semana.

- Eu não estou acreditando nisso. Vocês quase treparam no elevador?

- Gina, olha a língua! – Hermione falou, envergonhada, olhando em volta, se certificando que ninguém havia ouvido a ruiva.

- Caramba, Hermione! Pra quem até outro dia ele parecia que não queria olhar na sua cara... – Gina falou debochada, pois já sabia que o loiro ainda sentia algo por sua amiga.

- Não é?! Eu também fiquei chocada quando ele me beijou... Mas Gina, eu queria tanto aquilo, que nem pensei. Só... me joguei pra cima dele...

- Como você conseguiu esperar esse tempo todo pra me contar?

- Foi uma loucura nessa semana no trabalho, fiz hora extra todos os dias...

- Mesmo assim, isso é uma coisa enorme!! E agora? Vocês conversaram? Vão sair?

- Não sei... Só, nos beijamos... Eu fui embora.. E não nos falamos desde então...

- Não conversaram após o beijo?

- Ahh Gina... Não teve como... Um pessoal do prédio chamou por ele... Eu ainda estava meio que em choque com tudo... E além disso... – Hermione parou de falar, fazendo uma careta.

- Além disso o que, Hermione? – Gina perguntou em um tom clássico de reprovação. Ela sabia muito bem quando amiga fazia aquela cara. Quando havia feito algo errado mas não queria assumir.

- Astoria estava ligando o tempo todo pra Draco!

- Ele atendeu?

- Não, mas o telefone não parava de tocar, e quando ele falou que era ela... Eu só... Fui embora.

- Por Deus, garota! Vocês tinham acabado de quase transar no elevador, como isso se compara a um telefonema que ele nem atendeu?

- Ah Gina!! O que você faria se fosse a Cho ligando pro Harry?

- Eu pularia no pescoço dele!

- Pois é, foi o que eu quis fazer! Pegar aquele celular, tacar na parede e mostrar pra ele quem é Hermione Granger!! Mas Gina... eu não podia fazer uma cena de ciúmes depois de tudo que falamos no elevador.

- Ok, compreendo... Não concordo... Mas Mi, você precisa descobrir se Draco está ou não com Astoria....

- Eu sei... Mas... Você acha que ele me beijaria se estivesse?

- Acho que ele pode ter algo informal com ela... Você não sabe... É sempre bom se precaver, né?

- É... eu também acho... – Hermione deu uma respirada profunda, enquanto mexia em algumas flores. – Como faço pra saber? Digo, a gente nem conversou depois daquilo... Ele nem me procurou...

- Você também não o procurou...

- Sim... Mas...

- Mas o que? Vocês estão empatados nessa... E olha, foi você quem foi embora deixando ele pra trás!

- Que inferno, Gi! Você podia ficar do meu lado pelo menos uma vez! – Hermione brincou, fazendo voz de manha. Gina riu e rebateu:

- Amigas são feitas pra isso, minha querida, esfregar a cara da best no asfalto quando necessário!

            Hermione riu do comentário da amiga e voltou a prestar a atenção nas flores. Quando já haviam escolhido todos os arranjos, o celular da castanha tocou. Ela se afastou para atender, quando voltou, Gina perguntou:

- Está tudo bem?

- Sim, era o senhor Slughorn me convidando para jantar...

- Seu antigo chefe?

- Sim!

- E você aceitou?

- Bom... Sim... Ele falou que gostaria de conversar comigo algumas coisas sobre trabalho...

- Ahn... hoje?

- Amanhã... No Le petit buffet...

- Uau... Lá é bem arrumado! Só vocês dois?

- Gina, não faça isso soar estranho! Ele é um senhorzinho de idade! E é muito bem casado!

- E se eu me lembro bem, tem um filho mais ou menos da sua idade que era bem afim de você!

- Sério, o que eu faço com você? – Hermione perguntou, franzindo o olhar para a amiga. Gina riu e brincou:

- Só estou dizendo que.. Se com Malfoy não der certo...

- Gina!!

            No dia seguinte, Hermione foi para o Le petit buffet para o jantar com seu antigo chefe. Por se tratar de um restaurante francês muito conceituado em Londres, ela estava de tirar o folego. Se vestiu com um vestido vermelho levemente decotado nos seios, justo na parte de cima e bem soltinho na parte debaixo. O comprimento do vestido acabava logo acima dos joelhos. Seus sapatos de saltos nude destacavam suas pernas. Por cima, ela estava com um sobretudo bem quentinho, para protege-la do tempo frio que se estabelecera lá fora (já era outono na Inglaterra). Quando chegou no restaurante e retirou seu casaco, se sentiu em um filme, pois chamou atenção. Seus cabelos estavam metade preso, metade solto, evidenciando a delicadeza de seu rosto. O vestido vermelho combinava com os batons de mesma cor, dando um ar sensual para a garota. Um pouco tímida, ela foi direcionada por um dos funcionários do restaurante para a mesa onde o Sr. Slughorn a esperava com seu filho, Nate.

- Senhorita Granger! – O rapaz falou, pegando em sua mão e dando um casto beijo, de forma cavalheiresca. – É um prazer revê-la. Continua tão bonita como sempre.

- O-obrigada... – A castanha falou timidamente, logo sendo abordada pelo mais velho.

- Hermione! Estou feliz que tenha aceitado nosso convite. Sente-se. - E assim Hermione fez, se sentando em uma das cadeiras da mesa redonda que ficava em um local privilegiado do restaurante. – Como andam as coisas na defensoria?

- Ah.. andam.. na mesma – Hermione detestava aquela pergunta, mas sabia que não podia descontar no mundo sua frustração com o trabalho. Nesses momentos, ela tentava apenas se genérica e fugir do assunto. – Sabe como é... Muito trabalho, pouco tempo.

            Ficaram conversando alguns minutos sobre trabalho. O sr. Slughorn contou como tem sido gerenciar o escritório após a saída da castanha. Como recebeu algumas propostas para vender o escritório nos últimos anos, o que deixou Hermione surpresa. Estava se divertido conversando com os dois, embora vez ou outra Nate fazia questão de tocar nas mãos da castanha ou fazer algum comentário perto demais, deixando-a levemente constrangida. O pai do rapaz parecia não notar, de tão absorto que estava nos assuntos sobre Direito. E foi entre conversas sobre um caso e outro, que o mais velho pegou Hermione de surpresa.

- Nós ficaríamos muito honrados se voltasse a trabalhar conosco.

- Perdão? – Hermione falou, surpresa. Não esperava por essa.

- Olha Hermione... – O mais novo falou, chegando perto da castanha, aproximando sua cadeira levemente da dela. – Nós sabemos como você leva a defensoria a sério, e como é uma ótima profissional. Sua fama é conhecida por Londres inteira! Mas nós estamos procurando algum advogado bom pra compor nosso escritório, até mesmo por que com a vinda da Black Riddle, temos perdido muitos clientes... E você é a pessoa ideal! Mesmo quando era estagiária e depois como trainee, você já era melhor que muito advogado formado e com tempo de carreira...

- Olha... Eu agradeço... – Ela começou a justificar, mas foi a vez do mais velho falar.

- Nós oferecemos um ótimo salário.. Cobriremos o que recebe na defensoria e te daremos todos os benefícios que precisar e que já recebe no seu atual trabalho.

- Sem contar que você será uma das advogadas principais do escritório. Vai responder diretamente a mim e a meu pai apenas... – Nate falou, se aproximando mais, passando o braço pelos ombros de Hermione. A garota olhou surpresa pra ele e percebeu ele descendo a mão para sua cintura. Não deu tempo de castanha reagir àquele toque nada bem-vindo de Nate, pois a atenção de todos da mesa foi chamada por um certo loiro que aparecera dando boa noite a todos.

* * *

Pov. Draco

         Era só o que me faltava! Mas que caralho! Eu estava jantando com Theo e Blás, conversando algumas coisas sobre trabalho, quando percebo ela entrar. Linda, com um vestido vermelho que a deixava incrivelmente sexy. Os cabelos presos como se ela fosse uma princesa... Não havia encontrado com ela desde nosso momento no elevador... E estava dando um tempo antes de procura-la, pois imaginei como ela deveria estar surtando com tudo. Mas o destino parecia gostar de brincar com a nossa cara. Essa era o que? A quarta vez que a gente se esbarrava desde que eu voltei? Teve o pub, a confeitaria, a boate... Sem contar os casos. Ok, estudamos na mesma escola, somos da mesma profissão, normal termos um círculo de amizades similar.. Mas céus! Isso estava parecendo piada de Merlin! Então percebi ela dando um sorriso enquanto andava em direção de alguém.... Olhei para quem estava sendo destinado a atenção dela e vi que era para o senhor Slughorn. Ficaria aliviado se apenas ele estivesse presente, mas percebi que Nate estava junto. E pior, a forma como o cara olhava para Hermione. Eu poderia reconhecer aquele olhar em qualquer lugar do mundo. Era o olhar de desejo, de um caçador quando vê sua presa. Ah... aquilo me irritou. Se ele pensa que vai conseguir colocar aquelas garrinhas em Hermione.

            A chegada da castanha foi o fim do meu jantar com meus amigos. Não conseguia prestar a atenção em mais nada além dela. Tão inocente, sem perceber que ao seu lado havia um lobo prestes a ataca-la. A cada vez que Nate falava, percebia como aproximava sua cadeira, sutilmente, pra perto dela. Tive que me controlar para não me levantar quando via o homem pegar nas mãos delicadas de Hermione para falar algo que eu não tinha ideia do que era. Merda. Do que estavam falando? Um frio percorreu meu estomago. Eles estavam juntos? Aquilo era um jantar... familiar? Mas ela não parecia tão confortável com os toques... E ela falou que não conseguiu se envolver com outros caras. Lembro exatamente dessas palavras dela, porque quando as ouvi, me senti vitorioso por dentro. Percebi ele chegando mais com a cadeira pra perto de Hermione e então, tocando em seus ombros. Me levantei de supetão. Theo e Blás me perguntaram o que eu tinha, mas ao olharem para onde meus olhos (cheios de raiva) repousavam, entenderam e não falaram mais nada comigo. Eu acho que eu me perdi de mim, porque quando vi aquele sujeito abaixar a mão do ombro em direção à cintura de Hermione, tudo ficou um branco. Quando dei por mim, já estava cumprimentando a todos daquela mesa.

- Que surpresa encontra-los aqui... – Falei, olhando de maneira nada feliz para o idiota do Nate. Percebi ele recuando com sua mãozinha boba. “Isso mesmo, babaca, tira essas mãos da minha garota!”, pensei.

- Menino Malfoy! Surpresa de fato! Está sozinho? – O sr. Slughorn me perguntou de maneira simpática. Ele era um senhor admirável.

- Sim...  Estava com um jantar de negócios marcado, mas meu cliente teve um imprevisto, acabou de desmarcar. – Menti. Precisava de uma desculpa. Evitei olhar para Hermione.

- Oh, porque não se junte a nós? – O senhor mais velho mordeu minha isca.

- Não atrapalho? – Fingi preocupação.

- De forma alguma, certo? – Senhor falou com Hermione e Nate e só então me permiti observá-la. Ela estava muito corada. Parece tão em choque como eu quando a vi entrar no restaurar. E Nate, foda-se ele. Os dois assentiram para o convite. Olhei as cadeiras disponíveis na mesa. Hermione estava sentada ao lado de Nate, que estava ao lado do pai, sobrando duas cadeiras vagas entre a garota e o senhor mais velho. Se eu me sentasse em qualquer uma delas, Nate continuaria perto de Hermione. Não havia outra alternativa.

- Hum.. Então vou aceitar o convite... Só vou... – Comecei a falar, pegando uma das cadeiras desocupadas e levando até entre Hermione e Nate. – Colocar minha cadeira aqui... Pode se afastar um pouco, Nate, por favor? Eu estou saindo de uma gripe e a corrente de ar está um pouco forte do lado de lá. – Menti descaradamente, obrigando o filho de Slughorn a abrir espaço para mim entre eu e Hermione. E honestamente, eu nem me envergonhei disso. Que ele desconfiasse, que não gostasse, eu não me importava! Só não o queria pra cima de Hermione novamente.

Quando já estava posicionado, usei minhas habilidades de comunicação para puxar um assunto qualquer na mesa. Não precisei de muito esforço, pois logo o mais velho me colocou a par do que conversavam, deixando Hermione claramente sem graça. E merda, não gostei daquilo. Ela trabalhar com aquele sujeito? Ele a vendo todos os dias... Se em um jantar de negócios já estava partindo pra cima dela... Imagina trabalhando juntos? Tive que respirar fundo. Aquilo fugia do meu controle. Era uma escolha dela... Me resignei a apenas provoca-la.

- Sabe, Sr. Slughorn, eu mesmo cheguei a propor a Senhorita Granger de trabalhar comigo.

- Oh.... É mesmo? Quando foi isso? – Despertei a atenção dos dois sujeitos.

- Malfoy! – Ela falou, finalmente, e vi pelo tom de voz dela que ela não gostou do assunto. Sorri vitorioso, olhando em seus olhos. Resolvi provoca-la mais.

- Oh sim... No último caso que fui à corte, foi com ela.. Sabe? Tivemos uma longa, extensa e.... prazerosa... conversa no elevador. – Falei, franzindo os olhos, provocando a castanha e adorei ver como suas bochechas coraram. Tive certeza que a mente dela a levou para outro momento dentro daquele elevador.

- Posso saber qual foi sua resposta, Hermione? – Nate falou, na tentativa de reaproximar de Hermione.

- Eu neguei, claro. Não sei se largar a defensoria é uma opção! – Ela falou decidida e fiquei satisfeito.

- Então está recusando nossa proposta? – O mais novo retrucou.

- Eu...

- Por favor, Hermione. Não responda agora. Pense com calma, pondere... Quando tiver uma resposta, estaremos de portas abertas. – O senhor falou de forma carinhosa.

- Bom... Eu agradeço. Tentarei não demorar... Agora... se me permitem... De onde vocês se conhecem? – Ela perguntou, indicando com o dedo que se referia a mim e aos outros dois homens da mesa.

- Oh... Esse rapaz já tentou comprar nosso escritório mais de uma vez desde que voltou para Londres! – O senhor falou, dando uma risada.

- Confesso que até eu já quis vender... – Nate falou, me pegando de surpresa, e pela reação de Granger, a ela também.

- E porque não vende? – Ela perguntou.

- Eu sou pirracento! – O velho falou de forma divertida. E realmente era. Não era atoa que seu escritório era um dos melhores de Londres, fazendo concorrência direta com a Black Riddle, levando eu e Tom, meu sócio, a propormos a compra.

- Mas esse é o seu charme, não é mesmo? – Hermione falou de forma carinhosa, e confesso, se sua fala não fosse destinada a um senhor de quase 70 anos, ficaria com ciúmes.

- Oh, se você diz que é, pequena! É!! – Todos nós rimos com aquilo.

- Mas me diz, e vocês dois, se conhecem de onde? Não lembro de meu pai comentar... – Nate nos perguntou, mas seus olhos estavam fixos em Hermione. Antes que ela pudesse responder, eu me adiantei, passando um braço pelas costas da cadeira dela. Senti ela me lançar um olhar mortal, mas ignorei.

- Da escola.. Certo, Mione? Éramos bem próximos um do outro naquela época... Entende? – Falei, franzido os olhos para o rapaz, mas com uma postura relaxada na cadeira. Ouvi Hermione raspar a garganta.  A olhei de soslaio e ela não estava mesmo muito feliz comigo. Foda-se. Depois me acertava com ela. Só precisa... deixar claro meu recado. Ela concertou sua postura na cadeira e falou:

- Éramos amigos, Nate. Fomos monitores juntos na escola, acabamos nos aproximando...

- Você nunca comentou dele comigo quando trabalhou conosco... Só daquele Potter e... Weasley? – Nate rebateu e eu entendi a dele. Aquilo me incomodou. Então Nate queria deixar claro que ela nunca havia falado de mim? Me ajeitei para responde-lo, mas Hermione foi mais rápida.

- Sim.. sim.. Harry e Rony... Não comentei por que Malfoy foi para os EUA quando formamos o ensino médio.. ai.. perdemos contato... – Ela respondeu, abaixando o olhar e dando um gole em sua água.

O restante do jantar terminou de forma tranquila. Conversamos sobre política, economia, processos, processos e mais processos. Quase que um carma dos advogados sempre acabarem falando sobre Direito. Quando Hermione se despediu, vi Nate perguntando se ela precisava de carona. Mas para minha felicidade, ela estava de carro.

- Oh, então vamos juntos para o estacionamento. Parou lá também, Malfoy? – Nate me perguntou, após falar com Hermione.

- Não, eu parei na rua... – Falei de forma ligeiramente ríspida, pois estava frustrado por não ter a chance de poder falar com Hermione a sós após esse jantar inesperado. Mas para minha surpresa, a castanha falou:

- Obrigada pela preocupação, Nate, mas eu também deixei meu carro na rua. – Ao ouvi-la, Nate se ofereceu para levar Hermione até o carro, mas fui mais rápido.

- Não se preocupe, eu faço isso. – Senti os olhos da castanha ardendo para cima de mim.

- Sr. Slughorn, muito obrigada pelo convite e pela noite. O senhor é sempre uma ótima companhia. – Ela se despediu do mais velho.

- Pensa com carinho em minha proposta.

- Vou pensar, prometo!

- Senhorita Granger. – Nate falou, voltando a pegar em Hermione. Vi ele beijando a bochecha dela de forma demorada, enquanto sua mão envolvia a cintura da castanha. Me irritei com aquilo. A segurei pelo braço e falei: então, vamos? Ela me lançou um olhar mortal, terminou de se despedir dos dois homens e se direcionou até o estacionamento da rua. Durante todo o caminho, ela não falou nenhum A.

- Então, onde está seu carro? – Perguntei, tentando quebrar o silêncio.

- Malfoy, que diabos foi aquele seu comportamento no jantar? – Ela parou e me perguntou e por sua expressão, porra, ela estava brava. Resolvi fingir de besta.

- Que comportamento?

- O de um homem que parou em 1950 e acha que tem domínio sobre a namorada! – Ela bufou, indignada. Tive que me segurar para não rir. Resolvi provoca-la um pouco mais. Confesso, era divertido vê-la irritada.

- Mas você não é minha namorada! – Respondi divertido e percebi ela ficando sem jeito e corada.

- N-não f-foi..o-o q-que eu quis... Merda, Malfoy! V-você entendeu! – Ela gaguejou para responder.

- Oh, não entendi. Você vai ter que me explicar... – Falei, me fingindo de bobo, enquanto cruzava os braços na frente de meu corpo, esperando uma explicação da castanha.

- Você, literalmente, se colocou entre eu e Nate! Respondeu quase todas as perguntas que ele direcionou a mim... Você me chamou de Mione, deixando a entender que temos uma relação que não existe! – Ela enumerava meu comportamento, mas aquela última frase me deixou irritado.

- O que você quer dizer com uma relação que não existe? – Perguntei irritado.

- Malfoy! Desde quando você me chama de Mione? – Ela respondeu sincera e tive que concordar internamente. Ok, aquilo realmente foi exagerado da minha parte.

- Não me interessa, não estava gostando do comportamento daquele cara com você.

- E desde quando você tem que gostar? A vida é minha, Nate é um amigo...

- Ele está claramente afim de você, Granger! – Bufei, talvez um pouco alto demais. Ela franziu o rosto pra mim e fez uma cara engraçada, como se tivesse descoberto um continente inteiro.

- Você está com ciúmes! – Ela constatou com uma impressão incrédula e aquilo me fez gelar. Sorri de forma sarcástica, como se fosse disfarçar meu pavor de ser descoberto.

- Deixa de ser ridícula, Granger, eu não estou com ciúmes.

- Ah não? Então porque agiu como um homem da década de 50?

- Já disse, por que Nate estava dando em cima de você!

- E isso não é ciúmes?

- C-claro que não! – Merda, minha voz saiu falha. Precisava me recompor. – É só, preocupação... Eu conheço Nate, não sei se ele é o melhor cara pra você! – Menti. Eu podia não gostar, mas Nate era um bom sujeito. Eu só não o queria perto da minha Hermione.

- Quer saber, eu agradeço a preocupação, mas eu acho que posso me virar sozinha! – Hermione falou de forma cansada e voltou a andar em direção ao seu carro. Fiquei uns segundos a olhando perplexo. Ela realmente ia encerrar aquela discussão daquele jeito? Corri atrás dela.

- Hermione, espera... – Falei, tentando alcança-la, mas ela foi mais rápida e entrou em seu carro, batendo a porta na minha cara. Bufei de raiva e bati no vidro.

- Hermione, nós não acabamos! Abre o vidro! – Falei irritado, mas ela fingiu que não me ouvia.

- Anda logo Hermione! – Falei novamente, dessa vez mais alto. Ouvi ela dar partida no carro. Mas dessa vez, o universo estava a meu favor. O carro da castanha não ligou. Dei um passo pra trás para entender o que estava acontecendo. Ouvi ela tentando uma, duas, três, quatro vezes, mas seu carro chorava, chorava e chorava, mas não ligava. Ouvi seu xingamento de dentro do carro: “merda”. Dei uma gargalhada alta. Ela abriu o vidro da janela e falou:

- Qual é a graça?

- Você não tem como fugir de mim!

- Eu vou ligar pra Harry! – Ela falou, pegando o celular e discando. Tive vontade de voar em sua mão e tomar o aparelho da pequena. Me segurei. Mas, mais uma vez, a sorte estava ao meu lado. Harry não atendeu. E nem Gina, quando ela tentou com a amiga.

- Eles devem estar juntos... – A provoquei.

- Rony! Vou tentar Rony! – Ela falou esperançosa. Mas foi demais pra mim. Tomei o celular de suas mãos, entrando parcialmente pelo vidro do carro, como se fosse um ladrão de sinal de trânsito.

- Malfoy! – Ela gritou saindo do carro. – Me devolva o celular!

- Não! Só se você aceitar que eu te deixe em casa.

- Não vou aceitar! Me devolva! – Ela falou nervosa, ficando na ponta dos pés, tentando pegar o aparelho de minha mão. Ri daquilo. Ela era tão pequena. Seu esforço em nada adiantava perto de minha altura. – Anda Malfoy!

- Não! Já disse!

- Ótimo, então que fique pra você! – Ela grunhiu e voltou pro carro, tentando dar outras partidas no carro, mas em vão. Fiquei olhando para a garota frustrada dentro do carro. Ela ficou alguns minutos em silencio, olhando para frente. Então, praguejando, ela saiu do carro, batendo a porta fortemente e passou a dar chutes na lataria de seu carro. Mais uma vez, tive que me segurar pra não rir. Estava fofa, toda arrumada, linda, chutando seu carro como se fosse ajudar em alguma coisa. Então, ela finalmente cansou, virou para mim e falou:

- Vamos, vou aceitar sua carona.

Não a provoquei mais. Apenas dei um sorriso satisfeito e a pedi pra me seguir até o carro. Ela me falou onde morava e depois ficou em absoluto silêncio. Seu apartamento era relativamente perto dali. Cerca de 20 minutos. Enquanto fazia o caminho, observava de soslaio a castanha. Ela estava com a cara amarrada, olhando a estrada. Seu celular já estava em suas mãos. Resolvi tocar no assunto da proposta de emprego. Eu sei, era arriscado, mas queria saber o quanto ela estava disposta a largar a defensoria.

- Eu não vou trabalhar pra você, Malfoy.

- Não estava me referindo a minha proposta, Granger. – Ela me olhou surpresa. – Eu perguntei sobre qualquer uma das duas propostas... Na Black Riddle ou na Slugnhorn Advogados, não importa... Quero saber o que pensa de largar a defensoria.

- Eu não sei se quero falar sobre isso...

- Tudo bem, se ainda não se sente confortável...  Mas sabe, eu só queria te dizer que eu sei como é ter um sonho e se ver diante de outra possibilidade totalmente diferente e muito tentadora. – Fui sincero e percebi que ela me olhava. Ótimo, captei sua atenção. Continuei a falar: – Eu queria muito a promotoria, Granger. Cheguei a olhar os editais na Inglaterra, mas também nos Estados Unidos, porque ainda não sabia se voltaria pra Londres, como seria meu processo de validação do diploma aqui. Mas quando eu comecei a estagiar em escritórios, eu me vi apaixonado por um outro lado do direito. E quando eu passei na Riddle... Aquilo, abriu minha mente. Lá eram tubarões contra tubarões. Você tem que ser bom, tem que ser o melhor. E eu me senti estimulado, maravilhado por aquilo. Eu passe tanto tempo fuhindo, aceitando as cosas que me eram entregues. Que ter que lutar e pensar por mim mesmo, ser... corajoso... me transformou em outro cara! Percebi que como eu não sabia que aquele tipo de emoção existia, estava tão certo da promotoria... Claro, eu passei por muitos questionamentos. Cheguei a, literalmente, emagrecer. Estava tão certo que seria funcionário público, que estudaria para concurso e que teria uma longa jornada pela frente... Mas no final, quando eu reconheci pra mim mesmo que meu sonho tinha mudado, eu senti que tinha tirado um mundo das minhas costas. Não me arrependo de nada! Sabe, Granger, eu fui o único advogado que conseguiu fazer Tom Riddle abrir um escritório em parceria.

Percebi que ela ficou pensativa, me olhando atentamente. Depois desviou o olhar para suas mãos, como se pensasse no que falar. Vi que ela sorriu de lado, de forma discreta. Meu peito esquentou com aquilo.

- Você fala com muita paixão do seu escritório. – Ela falou finalmente.

- É... acho que sim.... – Respondi, um pouco acanhado.

- Eu realmente não me sinto assim na defensoria. Isso acho que já posso aceitar isso pra mim mesma. Não é o que me completa... profissionalmente. Eu adoro, adoro os meus colegas... Mas, não é aquela coisa... Não é nada comparado ao que você parece sentir, pela forma que fala de seu trabalho... Ou como eu sei que Rony se sente na delegacia...

- E porque não considera a possibilidade de sair?

- Eu estou pensando, acredite! Mas um passo de cada, vez... Não? Primeiro é aceitar que a defensoria não é pra mim. E ai traçar um novo plano...

- Você e seus planos... – Falei, rindo comigo mesmo, mas ela não falou mais nada. Realmente, parecia muito pensativa. Quando finalmente chegamos, ela se virou para mim e agradeceu a carona. Ao ve-la saindo do carro, senti meu peito apetar. Não queria deixa-la ir. Não ainda, queria ficar mais tempo com ela. Ver seu rosto, seu sorriso ou até mesmo sua cara irritada com minhas provocações. Em mais um momento de loucura, desci do carro e caminhei em sua direção. Hermione, provavelmente ao ouvir o barulho da minha porta bater, se virou para mim sem entender o que eu estava fazendo. Mas não dei chances para que ela argumentasse ou falasse nada. Apenas a beijei, enquanto passava uma mão em sua nuca e a outra em sua cintura, puxando-a para bem perto de mim, já invadindo sua boca com minha língua.

 

Pov. Hermione

Aquelas poucas palavras de Draco sobre como ele tinha mudado de sonho me deixou pensativa. Era estranho ouvi-lo falar de sua vida na América, do período que não nos falamos. Parecia uma outra vida. E realmente era... era pra nós dois. Quando percebi, já havíamos chegado ao meu apartamento. Apenas o agradeci pela carona e sai do carro. Estava andando em direção à portaria do prédio, quando ouvi o barulho da porta do carro abrindo e fechando bruscamente. Me virei sem entender e vi Draco caminhando em minha direção. Antes que eu pudesse perguntar se havia esquecido algo, ele me puxou para seus braços, já invadindo minha boca com sua língua. Céus, aquilo deveria ser proibido! A forma como ele beijava, como sua língua invadia minha boca, como se movimentava na minha. Seus lábios certeiros, seu gosto. Aquilo era demais pra mim. Pra minha sanidade. Sentir o cheiro de Draco, sua mão puxando os cabelos de minha nuca, enquanto a outra apertava deliciosamente minha cintura, fazia mais pernas bambearem. Eu não podia fazer outra coisa se não corresponder na mesma intensidade.

Passei minhas mãos pelos braços de Draco, hora subindo e puxando seus cabelos, hora passeando por suas costas. Ficava na pontas dos pés, mesmo de salto, pressionando meu corpo no dele. E o beijava calorosamente. Sentia aquela língua gostosa massagear a minha, em um beijo quente, arrebatador, alucinante. Senti minha intimidade pulsar. Com toda certeza eu já estava melando. Dava pra sentir, tamanho era minha excitação apenas com o beijo de Malfoy. Senti uma das mãos dele descerem até a lateral de meu quadril, me apertando, enquanto me puxava ainda pra mais perto dele, me fazendo roçar em sua intimidade. Aquilo era tortura. Ele estava uma rocha. Arfei, quebrando o beijo! Precisava de ar, precisava expelir o prazer que estava preso em minha garganta. Mas ele não me deu trégua, pois logo atacava meu pescoço com beijos e chupões. Gemi palavras inaudíveis. Eu já não estava pensando. Senti ele voltar com os beijos pelo meu pescoço, subindo para minha boca novamente, me atacando com ainda mais volúpia. Mais uma vez senti que ia explodir. Não interrompi. Apenas o beijei de volta da mesma forma. Dessa vez, nós dois paramos o beijo aos poucos, entre selinhos demorados e mordidas tentadoras nos lábios um do outro. Estava quente. Pelo menos, eu sentia meu corpo quente. Não queria abrir os olhos e encerrar aquele momento. O medo do que ele faria, diria ou como agiria passou em meus ossos. Mas fui corajosa, me obrigando a quebrar aquele transe. Vi que ele também ainda estava absorto pelo momento. Sorri levemente com aquilo. Nossos olhos se cruzaram e pararam um no outro. E então eu vi aquela imensidão cinza me encarando. Corei, tive certeza que sim! Não tinha como não corar com Draco Malfoy me olhando daquele jeito.

Ainda estávamos abraçados. Fui me afastando levemente, me ajeitando na medida do possível. Vi que ele estava fazendo o mesmo. Mas nós dois estavam muito amassados, vermelhos e ofegantes para conseguir algum sucesso. Não soube o quiser. O que eu poderia falar? Não queria estragar aquele momento. Então, apenas sorri pra ele, da forma que meu coração queria sorrir e falei:

- Eu tenho que subir, já está um pouco tarde...

 - Sim, claro. Amanhã é cedo para nós dois. – Ele concordou, quase que de imediato. Mas percebi que ele também estava sem jeito.

- Sim... Bem cedo. – Concordei e continuamos a nos olhar, em silêncio. – Bom, eu.. vou... subindo.. então.. – Voltei a dizer, pausadamente, gesticulando com a mão, indicando a entrada do meu prédio.

- Ok... Eu... vou.. esperar... você subir... – Ele respondeu, da mesma forma que eu.

- Ok... Boa noite. – Falei ainda sem graça e dei um beijo em sua bochecha. Ele apenas ficou lá, me olhando, enquanto eu me virava e entrava pro meu apartamento. Eu tentei parecer o mais calma possível, mas minha cabeça estava a mil. “Porra, nos beijamos de novo! Nos beijamos de novo! E agora, como vai ser?”, era o que eu não parava de pensar.


Notas Finais


Mais um beijo desse casal!!! E finalmente eles se separaram sem briga, né?!?! Mione tem muito o que pensar! Não acham? O que pensam pra ela??
E Draco com ciumes, minha gente? Mas não da o braço a torcer...

Fiquem a vontade para comentarem, opinarem e darem sugestões!!

Muito obrigada pelos comentários!!
Um abraços pra todos!!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...