História Um amor incondicional "Sublime" - Anjo caído

Lúcifer estava no jardim bastante peculiar que existia naquele reino, apesar da luz do sol não chegar ali as plantas eram lindas e vibrantes como uma pintura, ele pensava como tudo era perfeito, tudo em seu lugar cada criatura desempenhando um papel no universo, tudo criado por seu Pai. Então porque ele tinha que ser a criatura vil que traiu o plano divino, ele não queria isso, mas seu Pai achou por bem manda-lo para guardar o lugar mais desprezível que existia, um lugar repudiado por todos, um lugar de dor e sofrimento. Ele não entendia porque sendo o mais belo e inteligente dos anjos criados, de repente teve suas asas arrancadas por Miguel e foi lançado dos céus como se não fosse nada, tudo isso para satisfazer a vontade do Pai em justificar o ser humano, em desculpar a criação mais imperfeita que o Todo Poderoso já fez. Ele não poderia aceitar isso, então se rebelou, ele amava tanto o Pai que tudo que aconteceu naquele dia ainda era tão latente em sua memória que doía. A dor o tornou o que ele é hoje, o Pai queria um guardião para os perdidos? Ele seria o pior pesadelo daqueles que escolhem o caminho mais fácil, o caminho da vantagem acima de tudo, o caminho da luxúria e do prazer a qualquer custo.

Izzy olhava de longe a introspectividade de Lúcifer naquele momento, ela tinha visto tudo que acontecera durante o feitiço para encontrar o pergaminho, já tinha um tempo que ela queria conversar com o demônio mas sempre acontecia alguma coisa e ela acabava adiando o encontro, mas hoje tinha aparecido esta oportunidade, o jardim ficava próximo a ala das celas onde Rafael estava preso, ela estava voltando de uma visita ao vampiro quando viu o demônio ali parado olhando tudo como se fosse a coisa mais linda do mundo, ela se aproxima tirando o demônio de seus pensamentos.

__Olá, vejo que já se recuperou. Izzy observa o demônio se virar para ela com uma frieza assustadora.

__É já estou melhor.

__Eu queria falar com você a algum tempo mas nunca tive a oportunidade, até agora.

__E o que você quer comigo?

__Bom é só uma dúvida que já vem martelando na minha cabeça, eu só queria perguntar uma coisa... uma coisa que você falou sobre o Rafael que me deixou um pouco apreensiva.

__Sabe...de todas as imperfeições que o ser humano apresenta, a mania de enrolar e não ser direto é uma das que mais me incomodam, fala logo o que você quer saber, não tenho muito tempo.

__Ei o que aconteceu com o Lúcifer gentil e galanteador?

__Vamos dizer que ele se cansou e resolveu voltar para sua vida.

__O que você quer dizer, você está indo embora?

__Isso mesmo para mim chega de bancar o demônio bonzinho, então o que você quer saber?

__Bom eu só queria saber que segredo é esse que você sabe do Rafael?

Lúcifer dá uma gargalhada alta e com uma cara de deboche se vira para Izzy e responde.

__É um segredo minha cara, então não posso contar, se ele não quis te contar talvez ele não te ame tanto assim.

__E o que você um demônio guardião do inferno sabe sobre amor? Você só conhece a dor e o sofrimento.

__Cala boca sua humana, você não sabe de nada... acha que amor é isso, uma boa trepada no sofá, algumas palavras bonitas e aí é amor, pois deixa eu te contar uma coisa, amor é muito mais que isso, amor é se dar sem querer nada em troca, é amar aquele que te despreza e quer seu mal, é perdoar aquele que te ofende e te machuca, que te julga a mais vil das criaturas, amor é tentar de todas as formas odiar mas no fundo faria tudo, seria tudo por aquela pessoa. Vocês seres humanos não sabem o que é amor, vocês são egoístas e mesquinhos, nunca satisfeitos com nada sempre querendo mais, gananciosos, presunçosos acham mais de si mesmos do que lhes convêm, mas mesmo assim Ele ama vocês e os chama de filhos, e vocês o que fizeram, o mataram o pregaram em uma cruz e ainda sim Ele ama vocês mais do que qualquer outra criação dEle, o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, isso é amor.

Izzy olhava Lúcifer com tristeza, o demônio falava com tanta raiva, como se sentisse ciúmes dos humanos.

__Eu sinto muito se seu relacionamento com seu Pai é ruim mas isso não te dá o direito de nos julgar, sei que somos tudo isso que você falou, mas também somos solidários, e nós aprendemos com nossos erros, nos arrependemos e esse amor que você citou é diferente, olha o que Alec e Magnus são capazes de fazer por Avy, e ela nem é filha biológica deles.

__Amor é amor minha querida, vocês humanos que separam tudo, e o que te faz pensar que eu estava falando de mim e de meu pai?

__Pode acreditar eu sei o que é um relacionamento ruim com seus pais.

__Certo mais isso não me interessa, o segredo não é meu então se quiser saber vai ter que perguntar a ele, agora me se me dá licença tenho que fazer as malas.
Alec estava na enfermaria, Magnus tinha piorado bastante depois de todo esforço para recuperar as lembranças de Avelline, ele olhava o feiticeiro dormindo, dá um beijo em sua testa e vai a procura de Avelline, a encontra sozinha no quarto de Izzy.

__Oi meu docinho, você está sozinha? Onde está sua tia?

A menina olha para o pai com os olhos vermelhos de tanto chorar, ele se aproxima a abraça e ela se aconchega no colo do pai.

__A tia Izzy foi ver o Rafael, ela disse que não demoraria.

__E você como se sente querida?

__Pai, será que a Maya está muito brava comigo?

__Não querida, a tia Maya não está brava ela entende, mas depois que tudo isso acabar vamos ver alguma forma de você conseguir controlar esses poderes.

__É, papai Magnus disse que me ajudaria, como ele está? Eu já sei onde está o pergaminho, temos que ir buscá-lo.

__Sim minha querida, mas vamos fazer tudo com calma, temos que ter cuidado.

__Eu sei pai, aquela bruxa da rainha não vai ficar impune dos crimes que ela cometeu.

__Avelline afinal o que sua avó fez de tão grave?

__Ela levantou barreiras na minha cabeça para eu não lembrar pai.

__Lembrar de que minha querida?
Os olhos de menina se enchem de lágrimas e com uma tristeza profunda ela responde.__Ela matou minha mãe.
Alec fica chocado com a revelação de Avelline.__Como assim meu amor, está dizendo que sua avó matou sua mãe? Como e porque?

__O porque eu não sei pai, mas ela matou minha mãe no dia que eu nasci, eu não entendo como ela pôde fazer isso, minha mãe era tão doce, eu lembro da voz dela conversando comigo enquanto estava dentro de sua barriga, ela cantava para mim, e dizia que ia ser linda, ela me amava mesmo antes de eu nascer.__As lágrimas agora rolavam pelo rostinho rosado de Avelline, ela era tão nova e já tinha passado por tanta coisa, Alec só queria proteger Avelline e dar a ela um lar feliz.

__Não chora querida nós vamos ficar bem, vamos encontrar o pergaminho salvar seu pai fazer a rainha pagar e aí vamos embora deste lugar.
Avelline se agarrava ao pai, ela estava com medo e se sentia perdida, toda as vezes que se irritava ou algo não saía como ela queria, ela perdia o controle isso a estava assustando, ela não queria machucar ninguém.

__Meu amorzinho se importa de ficar aqui sozinha até sua tia Izzy voltar?

__Não pai, eu estou bem mas quando vamos pegar o pergaminho?

__Talvez ainda hoje meu bem, mas primeiro tenho que falar com o comandante Berforam.__Alec vai ao centro de comando, queria conversar Berforam o mais rápido possível, quando chega ao centro de comando é informado que o comandante estava em uma reunião do conselho, Alec sai em direção a sala dos conselhos.

__Mas o que é isso comandante, está dizendo que a Rinha Ayva foi responsável por perdermos a guerra da Aliança Negra?

__Sim conselheiro, de acordo com esses documentos a rainha Ayva fez um acordo com nossos inimigos, ela nos traiu, ela queria governar todos os povos Elfos, mas quando percebeu que seu plano não daria certo, porque a propia deusa veio ao nosso socorro, ela se juntou aos nossos inimigos fazendo com eles um acordo, eles venceriam a guerra mas os Elfos Negros seriam governados por ela.

__Mas isso é alta traição.
Alec tinha chegado a algum tempo e tinha ouvido parte da reunião, quando o conselheiro se manifestou sobre a traição da rainha Alec resolver falar.

__Senhores eu sei que esta reunião é privada mas tenho que falar com o comandante Berforam agora.

Os conselheiros se olham e concedem a Alec alguns minutos com o comandante .

__O que foi nefelim o que você quer?

__Comandante conseguimos recuperar as lembranças de Avelline e descobrimos que alem da traição e do assassinato do elfo a rainha também matou a propia filha.

__Pelos deuses, essa mulher não tem limites, ela tem que pagar pelo que fez.

__É por isso que estou aqui, preciso de sua ajuda.

Avelline ainda estava sozinha no quarto quando é tomada uma tristeza profunda, ela sente uma vontade irresistível de ir a biblioteca, quando entra a sensação de dor e solidão fica ainda mais forte, ela não sabia porque estava ali, então se depara com Lúcifer, ele estava indo embora e dessa vez ela não poderia impedir.

__Você vai embora não é?

__Eu não posso mais ficar, sinto muito.

__Porque você não volta, e faz o que Ele quer, tudo ficaria menos doloroso.
Lúcifer dá uma risada tristonha e pergunta.__Do que você está falando coisinha?

__Eu sei eu vi...

__Então você sabe... eu não posso voltar, e essa conversa está adulta demais para uma menininha.

__Ele não queria tirá-las de você.

__Avy, vamos parar com essa conversa...isso não é da sua conta.

__Ele ainda ama você, é só voltar e fazer o que Ele quer.

Lúcifer perde a paciência se vira para Avelline e fala com ela de uma forma que a menina nunca imaginou que ele falaria.

__ELE AS TIROU DE MIM... Ele me expulsou, me mandou para o inferno como guardião daquele lugar e virou as costas para mim, e por que? Por causa deste humanos malditos, Ele os escolheu à mim, então não venha me dizer que Ele me ama, porque eu não acredito.

Avelline olhava com muita tristeza.__Eu sinto muito espero que um dia você encontre redenção.

__Isso não é possível minha querida não existe redenção para mim.

Lúcifer sai deixando Avelline com lagrimas nos olhos e uma profunda dor no coração.