História Um amor (Luna parte 2) - Um coelho

LUNA

Estou exausta! Leigh não havia se lembrado que hoje todo o shopping entrada em oferta. As lojas ofereciam descontos de 20, 50 e até 80% na esperança de esvaziar todas as araras e prateleiras. Mas também, ele está com a cabeça cheia de problemas.

 Obviamente a loja de Leigh não estava com os preços remarcados. Porém Rosa ligou para ele, que em meio a mil desculpas disse que devíamos dar os 20% de desconto em qualquer peça que fosse paga á vista. Os clientes pareciam decepcionados, mas como já estavam lá... Compravam aproveitando o pouco desconto que conseguiram.

De todas as cenas que vi hoje, a melhor e mais absurda foi a de duas distintas senhoras, que pareciam querer resolver qual delas ia comprar um par de botas preto. Leigh foi quem os desenhou e nomeou o modelo de “Rosalya”, só existiam dois pares e um obviamente já era de Rosa, ele deu a ela de aniversário.

Leigh nunca quisera vender o outro par antes, ele apenas o deixava em exposição na vitrine, mas agora ele não pode mais se dar a esse luxo. O diferencial na disputa pelo par de botas foi que... Elas disputavam mostrando as fotos da filha, ou neta, uma para a outra no celular, como se fosse um concurso de modelos onde: a garota mais bonita vence! O pior de tudo foi que obviamente elas não conseguiam decidir sozinhas, já que cada uma achava que sua “concorrente” é que era a garota mais bonita. E quem teve que decidir foi eu. Depois de olhar as fotos, com toda a maturidade... fiz a escolha no “uni dinu te”.

Sento para almoçar com meus pais. E decido lhes dizer que pretendo visitar Lys hoje.

-Mãe, pai... hoje pretendo passar  a tarde com Lysandre.

-O rapaz que sofreu o acidente?

-Exatamente. Ele não parece se lembrar de muita coisa.Vou levar umas fotos, contar algumas histórias nossas, acho que vai ajuda-lo.

-Não gosto da ideia. Nesses momentos os pacientes precisam de pessoas mais próximas, como a família, por exemplo.

-E eu tenho o dia de folga hoje, não preciso ir para o tribunal. Pensei em passarmos o dia juntas, quem sabe fazer compras? Podemos chamar Rosa!

- Rosa nunca viria. Ela está apoiando Leigh nesse momento. Lysandre é seu irmão. E o pai deles também está doente. Leigh ainda tem que cuidar da loja. Rosa nunca o deixaria.

Minha mãe arregala os olhos.

-Meu deus, não sabia que eles eram irmãos. Pobre família, devem estar precisando muito de apoio.

-Exatamente...

Falo sentindo que posso tirar proveito disso pra conseguir ir visitar Lys.

-...por isso quero  fazer uma visita. A mãe deles tem se divido entre Lysandre e o marido, assim como Leigh, que ainda precisa cuidar da loja, sorte que ele tem Rosa para ajuda-lo nisso.

-Mas a família deve querer privacidade, deve haver primos e outros parentes que gostariam de usar o horário de visitas e eles tem mais direito do que você. Além do mais, esse rapaz não é sua responsabilidade!

O que meu pai fala me acerta em cheio... Não é minha responsabilidade? NÃO É MINHA RESPONSABILIDADE?! O que ele pensa que Lys é?! um coelho que precisa ter sua gaiola limpa?! Fervo de raiva.