JOÃO PEDRO DESVENCILHOU-SE do beijo, limpou os lábios com as costas da mão direita, correu os olhos pelos corredores, preocupado, e fitou André, sério.
− Não devia ter feito isso. E se alguém tivesse nos visto?
− Eu estou apaixonado por você, e você também gosta de mim, não gosta? O que impede que fiquemos juntos?
− Esta instituição tem normas, e uma delas proíbe o relacionamento entre docente e discentes. Eu não posso ser demitido, tenho que cuidar do Thomaz e de uma enorme mansão. Acha que é fácil sustentar aquela casa?
− Por que não a vende? Poderia comprar uma menor e com o restante sobreviver até encontrar outro emprego.
− Aquela casa é muito importante para Thommy e eu. Você está sendo egoísta ao pedir que eu venda ela e mude de emprego. Por que você não muda de escola?
André baqueou. Era verdade, estava sendo egoísta. Aquilo não era amor, era obsessão.
− Desculpe por sugerir algo assim.
− Tudo bem.
− Será que não dá nem para namorarmos escondidos?
− Espere até o fim do ano. Já é maio.
− Sim, ainda é maio. As férias nem chegaram. O fim do ano vai demorar muito. Eu não vou aguentar!
− É claro que vai. Lembre-se que eu também vou esperar.
André cedeu:
− Namoro escondido. Ao menos pense na proposta.
*
Lindo. Era essa a palavra que definia ele. Estava embasbacado, ludibriado pela beleza de Yann. Filipe nunca vira outro garoto tão atraente quanto Yann Carlos. Ele mudara-se para aquele colégio em maio. Era um rapaz bonito, alto e magro, de ombros largos, barba espessa, olhos e cabelos castanhos.
− Oi − Filipe cumprimentou Yann com um sorriso no rosto.
− E aí, cara? Você é o aluno novo, né?
- Sim. Filipe.
- Prazer, Yann Carlos. E então, por que você mudou de colégio no meio do ano, e antes das férias?
− Aconteceram umas coisas no meu antigo colégio. Uns caras implicaram comigo e acabei ficando de saco cheio.
− Mas implicaram contigo por quê?
− Prefiro não comentar. – “Eu não vou contar para ele ainda.”
− E aí, tá a fim de sair hoje à noite?
− Está me convidando para um encontro?
− Como amigos, claro.
− E para onde vamos?
− Sei lá. Curte um cinema?
− Ué, por mim, tá ótimo.
− Então hoje a gente se encontra no Shopping Center, ok? Lá, a gente resolve o que assistir.
− Ah, pode ser. Te vejo lá às 20h00?
− Claro!
*
− Como se sente? – León perguntou.
− Estranho – respondeu Thomaz.
León resolvera fazer um jogo com seu amante. Já que era apenas fingimento, o mais velho iria se divertir um pouco. Ele amarrou Thomaz nu na cama, prendendo os braços e as pernas dele nas pernas da cama. León pusera uma coleira no pescoço de Thomaz e uma venda em seus olhos.
− Fica caladinho. Vai doer um pouco, ou muito, porque não importa o quão grande seja o que enfie sempre volta ao normal – disse com um sorriso sádico no rosto.
− O que é?
− Você não vai calar a boca, não é? Tudo bem. – León subiu na cama, os joelhos ao lado do tronco de Thomaz, e amarrou uma mordaça com uma bola de borracha na boca do menor.
Thomaz murmurou, mas León o ignorou. O mais velho ergueu um pouco as pernas do garoto e pegou um grande e grosso vibrador no criado-mudo, para em seguida penetrar Thomaz com ele, enfiando quase tudo. León tirava e colocava o brinquedo sexual na entrada de Thomaz, enquanto o dildo vibrava.
O mais velho deixou o vibrador dentro de Thomaz enquanto colocava um joelho ao lado de cada ombro dele. León desamarrou a mordaça e ordenou a ele que abrisse bem a boca.
− Mas, León, o que vai fazer?
− Vou foder sua boquinha. Abra! – gritou e deu-lhe um tapa na face esquerda.
Thomaz obedeceu, abrindo a boca. León pôs a cabeça do pênis na boca de Thomaz, empurrando lentamente até o fundo da boca, para então enfiar goela abaixo, até o mais profundo. O mais novo murmurou, mas claro que de forma ininteligível. León começou a, literalmente, foder a boca do menor, movimentando os quadris para frente e para trás. León acelerou, enfiando o membro por completo na garganta de Thomaz, mas parou antes que gozasse.
O mais velho tirou o vibrador do ânus do amante e o desamarrou, para em seguida virá-lo, deixando as costas e as nádegas de Thomaz para cima e prendendo-o novamente às pernas da cama. O ativo pegou uma chibata palmatória com rebites revestida em courvin e começou a bater em Thomaz enquanto este gritava, agora sem a mordaça. León só parou a agressão quando as duas nádegas do parceiro estavam vermelhas.
− E agora, como se sente?
− É estranho, mas estou gostando.
− Isso porque você é um putinho. Dizem que os quietos são os piores. Eu diria que são os melhores!
León se posicionou para penetrar Thomaz e, então, de uma só vez e com força, invadiu o seu passivo, ouvindo o grito de dor – e prazer – de Thommy. Ele estocava com força, urrando e fazendo Thomaz gritar, gemer e chorar. O som do corpo de León se chocando contra o seu próprio fazia Thomaz se excitar, enquanto seu membro era friccionado contra o colchão. Aquela selvageria durante o sexo deixava-o louco. “A dor é boa. Ela me excita.” Chegou, portanto, a uma conclusão: “Eu sou masoquista?!”
− Le-León... Eu não sei se aguento mais!
Ouvindo tais palavras, León passou a mão sob o corpo do menor e segurou-lhe o pênis, para que não fosse estimulado, impedindo Thomaz de gozar mais rápido.
− Por favor, León! Não me torture!
Com a outra mão, León agarrou os cabelos de Thommy, puxando-os, e aproximou-se do ouvido do amante:
− Você é meu brinquedo hoje. Faz o que eu quiser, seu puto. – Meteu com mais força, Thomaz gritou. – Agora, vou te fazer gemer como uma cadela no cio!
León acelerava o movimento de vaivém cada vez mais, estocando mais forte, enfiando seu grande membro no buraquinho de seu amante.
− Agora, Thommy, eu é que vou gozar! – León, então, se “desfez” dentro de Thomaz, preenchendo-o com seu sêmen.
Então, León saiu de dentro do passivo e o desamarrou, para em seguida virá-lo novamente, soltando-lhe o pênis.
− Agora, você pode gozar – dizendo isso, o veterano abocanhou o membro de Thomaz e o chupou, permitindo que o menor gozasse em sua boca.
León enfim se deitou ao lado de Thomaz e o menor se aconchegou em seu peito. O mais velho sentiu um estranho bem-estar, uma felicidade inexplicável, algo que ele jamais revogaria.
“Eu... estou amando?”
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.