História Um amor proibido - Risadas e lágrimas.

- Coma... como aconteceu? - Perguntou Mali paralisada na entrada.

- Longa história - Respondeu Raissa sentada ao lado de sua mãe enquanto a olhava. - Ela é linda, não é? Devia ter visto ela antes! - Seus olhos lacrimejavam enquanto ela sorria

- Rah, fala comigo, o que houve com ela?

- Ela foi uma heroína sabia? Sustentou uma casa com duas crianças e um desgraçado por anos! Até que eu notei que tinha algo errado num ser humano tão doce ter tanta responsabilidade e ainda apanhar do marido - Ela secava as lágrimas desesperadamente enquanto elas lhe vinham sem intenção de parar - Eu liguei para polícia, por que eu liguei? Se eu não tivesse ligado ele não teria de irritado! - Ela já havia desistido de secar as lágrimas, estava com o rosto baixo, sempre mostrou-se tão forte. Agora chorava na frente de uma guria portuguesa que a abraçava sem saber o que fazer

- Você fez o certo, calma! - Mali disse tentando acalma-la, o que fez Raissa sair do abraço e se afastar.

- Como diabos acha que eu fiz o certo!? Ele tentou me matar! Disse que eu não deveria me entrometer! Disse que eu ia apanhar tanto que nunca mais iria me revelar contra ele, e que minha irmã seria a próxima para aprender desde já, minha irmã! Aquela que estava chorando no berço apertado!

- Calma Rah...

-Calma? Como eu vou ter calma se ele só não conseguiu me matar por que minha mãe interveio e quase morreu no meu lugar? Se eu fugi com a minha irmã por ter medo em vez de fazer algo! Se aquele desgraçado conseguiu fugir e tá por ai! Minhã mãe quase morreu! Ela quase morreu!

- Ela não morreu! E não foi culpa sua! Você tentou fazer o certo, e você fez o certo! Sua irmã tá bem e sua mãe logo vai ficar também!

Raissa se ajoelhou no chão chorando, Mali a abraçou novamente, sentiu que devia cuidar dela, custasse o custar, deveria cuidar daquela que cuida de todos. Quando Raissa parou de tremer Mali ajudou ela a levantar. Mali olhava o rosto molhado da garota, parte do rosto molhado. Raissa estava com cabeça baixa, e assim permanceu até no memento em que abraçou Mali num abraço forte e sem aviso. Ficaram assim por alguns segundos.

- Aquela não foi a primeira vez... da primeira vez a mamãe não tava lá, ele me bateu por beijar a bochecha de uma amiguinha da escola - Disse apertando no abraço - "aberração" ele me chamava de aberração enquanto me batia com a porcaria cinta. Por um beijo na bochecha! - Afrouxou o abraço segurando-se para não chorar.

- Seu pai era um babaca - Sussurrou após apertar o abraço. Elas começaram a rir, Rir alto não conseguindo parar nem quando a barriga começou a doer ou quando perceberam que estavam fora do abraço. Talvez fosse desrespeito rir no hospital numa sala com alguém em coma, mas elas estavam felizes, estavam juntas.

-Ele era sim - Respondeu sorrindo enquanto se olhavam.

Ficaram assim por alguns segundos até perceberem sua situação. Envergonhadas desviaram o olhar pra outro canto qualquer sem coragem de falar qualquer coisa. na sala pousou um silêncio estranho, que foi quebrado ao ouvirem a porta abrindo. 

-Sabia que estariam aqui - Luke falou, ele parecia um pouco melhor.

-O que houve? - Rai falou olhando pra ele

-O horário de visitas terminou - Daniel disse

-Ah, A minha mãe já deve ter tido alta! Melhor eu ir. Até Logo Rai, Daniel, Lucas, nos vemos. - Mali falou logo saindo da sala

- vamos? - Luke falou

- Sim... - Rai responde olhando pra mãe adormecida naquela cama de hospital

-Ela vai ficar bem - Disse Luke pousando sua mão sobre o ombro da amiga, tentando reconforta-la.

- Eu sei - Disse secando uma lágrima solitária - É que tá demorando tanto...

Raissa foi envolvida num abraço, Luke sabia que nada poderia dizer para reconforta-la, então a abraçou bem apertado. A pressão fez Raissa relaxar, logo retribuindo.

- Eu estou de vela para uma hétero? Achei o inferno gay! - Disse Daniel estragando o momento

- É sério Dani? Estávamos tendo um momento fofo! - Respondeu Raissa simulando raiva 

- Ele tá sensível com gurias héteros hoje, né mozão? - Luke respondeu abraçando de lado o namorado

- Como assim?

- Ele ficou sensível desde que a Mali me cantou.

- Jura? Que parte de Gay você não entende Dani?! - Disse Raissa explodindo em risadas.

- A mesma parte que quela guria não entende! Que hétero se veste assim? Ele tá de rosa e é quarta-feira! NAS QUARTAS NÓS USAMOS ROSA, MEU BEM! O Luke é V I A DO

- Um gay baseando-se em esteriótipos... irônico não? - Disse Raissa acalmando-se e tentando parar as risadas

- Com licença crianças, o horário de visitas acabou. Acabou já faz 5 minutos. - Disse a enfermeira entrando no sala.

Os três saíram da sala se desculpando.