Fez-se alguns segundos de silêncio com ela deitada no colo de Sesshoumaru, observando as estrelas.
- Estou totalmente encantado por você. -Ele disse num sussurro, mas podia-se ouvir muito bem.
Os olhos dela estavam vidrados nos dele e antes que os delicados lábios pudessem pronunciar qualquer coisa ele rapidamente trouxe-a para perto, aconchegando-a entre seus baços e tocou-os, o que a fez fechar os olhos, entrelaçando-se num longo e apaixonado beijo. Sesshoumaru mal podia acreditar no que estava vivendo depois de tantos anos de espera.
- Graças a tudo o que é mais sagrado... - ele disse ao ouvido dela - eu a tenho em meus braços novamente...
- Sesshy, eu não sou a sua espo...
Um novo beijo mais profundo fez com que ela não terminasse a frase. Não precisava ser a mesma Rin, bastava ser apenas Rin. Mesmo diferente e com uma nova personalidade, mais moderna, mais astuta e rebelde, isso não importava, no fundo, ela era a sua Rin. E ele estava achando esta conquista algo delicioso. Queria conhece-la, saber o que ela havia passado, saber as novas experiências de vida, tudo nela o interessava. Não tinha pressa, afinal já tinha esperado tanto tempo, tantos séculos que alguns poucos meses ou até mesmo anos a mais para reconquista-la não seria penoso, muito pelo contrário, seria adorável.
Lenta e delicadamente terminaram o beijo, e antes que ela pudesse dizer qualquer coisa foi ele quem se pronunciou:
- Não se preocupe, só sinta e viva os momentos que a vida te proporciona porque depois eles não voltam mais. Por isso se chama assim, presente, então viva cada instante. Eu já quis reviver minha falecida esposa, mas obviamente, isso é impossível. Então, tranqüilize-se eu não a estou projetando em você. Eu quero descobrir 'você', e não quero que seja como ela.
Obvio, ele sabia, a Rin de séculos atrás jamais voltaria, mesmo sendo a mesma pessoa, ela cresceu, teve experiências diferentes, certamente, havia mudado e essa mudança era uma nova descoberta para ele.
Por um instante Rin teve um relance muito estranho. Viu em algum lugar, projetado em sua cabeça, uma cena parecida com aquela: ela deitada no colo dele a noite, no entanto, os cabelos prateados eram enormes e usava um quimono branco.
- Que estranho! – piscou ela milhões de vezes, visivelmente perturbada.
- O que? – perguntou ele preocupado.
- Não sei! Eu te vi com um quimono e os cabelos enormes! Olha... – ela disse sentando-se para olha-lo melhor - Não entendo o que se passa comigo, não sei o que você pode pensar de mim, não costumo ter visões estranhas.
- Não se preocupe com isso! Eu não vou achar que você é maluca se é o que te incomoda. Acho que isso é normal.
- Normal?.. Como assim?!? Eu ter visões agora?.. O que se passa comigo, pelos deuses?!..
- Eu já tive os cabelos compridos assim. – disse tranquilamente tentando acalma-la, procurando convence-la de que aquilo era normal e assim mudar o foco dela.
- Como?
- Sim, já tive os cabelos compridos abaixo da cintura.
- Sério? Nossa, devia ser lindo. – ela disse com um sorriso. – mas porque cortou?
- Cansei, queria mudar.
- Ah, eu percebo. Às vezes faz bem, uma transformação.
- Sem falar que chamava muita atenção. - ele continuou
- Imagino! 'Você chama' muita atenção. - ela disse enfatizando muito as palavras.
- Venha, deite-se outra vez e relaxe.
Ela obedeceu sem pestanejar ou titubear.
- O céu está lindo! É realmente tão difícil ver as estrelas nos dias de hoje!
- Hai, além das luzes da cidade que ofuscam a visão e há a poluição, e ainda por cima as pessoas raramente têm tempo para olhar para cima, para respirar. Para pensar!
- Sim! Eu mesma passo a vida a trabalhar feito uma escrava.
- Eu, sinceramente, precisava fazer isso, para não perder o estímulo pela vida.
- É mesmo? Porque?
- Bem, eu estava a mercê da minha própria procura, digamos assim, e conscientemente transformei o trabalho numa válvula de escape para meus problemas. E agora sei que me re-encontrei. Não preciso mais fazer isso comigo mesmo.
Ela não disse nada, tentando traduzir o que ele havia dito. Fez-se silencio... Ouvia-se só o som da natureza que cantava ao redor do casal.
- Sabe... Durante toda a minha infância e adolescência, vivia tão sozinha. – disse recordando o passado. - Às vezes, olhava para o céu e rezava pedindo que alguém me ajudasse a curar-me daquele sofrimento. Eu era tão isolada das pessoas. Sentia-me tão diferente do restante, e as pessoas não me entendiam. Então eu me isolei mais ainda, criei um mundo só meu: 'o mundo paralelo de Rin'. Eu sabia que precisava encontrar uma pessoa, e que eu sabia que já o conhecia. Que essa tal pessoa seria especial pra mim. Eu não sei de onde tirei essa idéia, mas eu sabia que quando o encontrasse o iria reconhecer. Eu fico perdida quanto a isso tudo. Nunca contei pra ninguém o que está ouvindo agora. – fechou os olhos.
Quando ouviu isso, ficou gelado. Nunca, durante toda a sua busca , imaginava algo assim. Ela continuou.
- Eu realmente nunca falei isto para ninguém, ninguém, ninguém mesmo. É a primeira vez que pronuncio essas palavras. Eu sempre julguei que não iriam me compreender e iriam me criticar, que iriam tentar tirar essa idéia da minha cabeça... Eu sei que é algo além de qualquer coisa que seja compreensível. Eu mesma nunca entendi. Nem pra minha irmã mais velha, que me criou, alias, principalmente ela. Sabe, não nos falamos mais. – disse triste.
- Porque? O que houve? – ele perguntou sentindo a dor e a mágoa ecoarem dentre de si.
- Ah! É uma longa história, eu vou te contar com calma.
- Esteja à vontade, meu tesouro mais do que precioso. Eu estou aqui, bem ao seu lado, para o que você precisar.
- Ela sempre foi uma irmã super protetora, foi a mãe que eu nunca tive. Eu era uma criança que vivia no meu mundo e minha irmã era excessivamente cautelosa, ela me sufocava. Quando fiz vinte anos saí de casa, larguei a profissão que ela escolheu para mim e comecei outra, a de jornalista, que eu mesma escolhi. Vim morar em Tóquio e recomecei a vida, à minha maneira. Assim consegui liberar um monte de bloqueios que sempre tive. Eu sempre gostei de escrever. Comecei a escrever um livro aos nove anos e terminei aos doze. Nunca ninguém leu aquela história. Quando era muito, muito nova gostava de brincar de jornalista. Fingia que estava no jornal. - Ela riu. - Isso é engraçado, não?
- Mas... qual profissão sua irmã escolheu pra você?
- Musicista. No fundo ela me influenciou. Como eu me escondia atrás daquele piano para fugir das pessoas, então, ela me influenciou para estudar música para ser concertista e como todos diziam que eu era um prodígio, que tinha tudo pra ser uma concertista famosa, ela me fez a cabeça. Eu cheguei a terminar a universidade.
- Então, tem duas faculdades?
- Sim, sou formada em duas. Música e Jornalismo.
- Imagino então, que tenha começado essa faculdade de música muito cedo.
- Aos quinze anos. Como eu disse, eu era um prodígio. Resultado, depois de um concerto na Inglaterra, eu nunca mais quis tocar piano em público, toco por hobby agora, mas só quando me dá na idéia.
- Hum... Pressuponho que algo a tenha traumatizado muito.
- Na realidade todos os concertos que eu fiz foram ótimos, tenho gravação de todos eles. Eu entro em meu mundo e esqueço todo o resto. Simplesmente caí em mim e percebi que não queria aquilo pra minha vida, que eu estava apenas fugindo do meu objetivo, que estava fugindo das pessoas por medo delas, e que, no fundo, o que eu gostava mesmo era de estar com os outros. Estudar aquele instrumento horas, horas e mais horas me isolava mais do que eu já era isolada, e não era disso que eu precisava. Eu precisava ser feliz, abrir-me para a vida e não fechar-me para ela. E toda aquela neurose não me trazia felicidade alguma.
Ela fez uma pausa, suspirou fundo.
- Depois de um período de depressão eu percebi que era de escrever que eu gostava. Bem, ao menos meu chefe diz que eu sou talentosa.
- E sua irmã?
- Ela parou de falar comigo assim que eu disse que não queria ser concertista, que só precisava tocar para mim mesma e para quem eu gostava.
- Meu pai me ajudou um pouco, mas faleceu logo em seguida.
- Hum! Eu entendo...
Fez-se outra longa pausa!
- Depois eu me virei sozinha, com meus próprios esforços. Arrumei dinheiro pra viver e estudar o que eu queria. Ah, mas depois continuamos esse assunto, não quero me lembrar disso, fico triste. - disse abrindo um sorriso para tentar esconder a mágoa.
- Está bem! Mudando o assunto totalmente... Quero trazer-te aqui durante o dia, para banhar-se no córrego, é muito agradável. Claro, já te aviso que eu estou fazendo isso com segundas intenções.
- Como assim? - ela perguntou fingindo-se de inocente.
- Eu quero mesmo é apreciar seu lindo corpo em traje de banho. – disse com um sorriso altamente malicioso.
Ela riu-se muito da brincadeira:
- Como dizem que você não tem senso de humor? - continuava a rir e ele totalmente envolvido por aquela pequena menina, puxou-a trazendo-a para entre seus braços como se fosse uma criança que precisa de cuidados.
- Assim, quem fica encantada sou eu. Aliás, eu digo, você me enfeitiçou com esses olhos dourados e esse sorrisinho malicioso de derreter qualquer garota.
- Hummm! Sorte a minha, azar dos outros... – seguiu-se um leve beijo.
Ela sorriu. – Assim é tão gostoso, você é tão... quentinho...
Outro beijo, no começo singelo, depois mais profundo. Desta vez, ela perdeu a timidez virou-se de frente e sentou-se no colo com as pernas o enlaçando. Isso provocou uma 'reação' no homem, que não esperava por essa, se contorcendo para não avançar o sinal antes de acender o verde. Ele levou um susto, não estava acostumado a uma Rin tão sensual e provocante, mas estava adorando. O cheiro dela o enlouquecia ainda mais, pois era o aroma do desejo, prova de que ela estava excitada.
- Se você não sair de cima de mim agora mesmo eu não vou conseguir me controlar mais nem um segundo e não me responsabilizo pelos meus atos porque eu estou por um triz de perder totalmente a cabeça - ele disse, ao pé do ouvido num sussurro rouco e com a respiração pra lá de ofegante, o que a fez tremer dos pés a cabeça.
- Já percebeu que é bem isso que eu 'to querendo? – disse com os lábios a um milímetro de distância dos dele.
- Menina, levada! - entre os dentes grunhiu, com a voz que mais parecia um rosnado e não conseguiu se segurar mais.
Beijou-lhe loucamente quase a devorando com os lábios numa dança belíssima, misto de sedução e amor. Acariciou as pernas e foi deixando que seu instinto o guiasse levantando o vestido e sentindo o ventre quente entre suas mãos... A insanidade que o aroma de excitação proporcionava o estava deixando descontrolado. Seus olhos estavam rubros tamanho poder daquele reencontro.
Precisou acalmar-se, ou ela poderia se assustar com seus olhos vermelho-sangue.
Lambeu seu pescoço o que fez com que ela arqueasse as costas, entregando-se a ele. Sentada em seu colo ela, sentiu a ereção tocando seu centro feminino. Com um sorriso malicioso e matreiro ela rebola, provocando-o ainda mais.
- Você definitivamente quer me enlouquecer... - ele arrancou-lhe o vestido com certa dificuldade em soltar o fecho. Quase o rasgou com as mãos trêmulas. Foram séculos de fome... precisava se acalmar, no entanto, aquilo era alucinante. Enfim... conseguiu despi-la...
Viu o sutien de renda e sem se aguentar, puxou seus seios para fora lambendo aquele local, desenfreadamente. Sesshoumaru sentia-se sedento... Precisava estar dentro dela... ser acolhido por ela...
Rin ajudou-o a tirar a blusa. A visão que veio a seguir foi a mais estonteante possível: um homem magnífico, lindo. Ficou um tempo, quase infinito, devorando-o com os olhos... aquele peitoral bem delineado e os braços super, hiper malhados. O abdômen era formado por 'gominhos' muito definidos.
Sentia-'O' pulsar embaixo dela... estava cada vez mais teso entre suas pernas e então, ela, ajuda-o a libertar seu membro. Olha-o com um sorriso surpreso.
- Hm... - Você é filhote maligno de algum deus? É muito bem dotado! Que delicioso. - disse lambendo os lábios. Atacou-'O' com volúpia e paixão.
Aproxima-se e saboreia a ponta daquele belo monumento erguido somente para ela como se fosse um sorvete de baunilha. Com a delicada mão ajuda a acaricia-'LO', estimulando-'O'.
- Hmm, Rin... Que boca deliciosa! Assim não me aguento...
Rin estava excitadíssima... sentia um rio escorrer entre suas pernas. Tomou a iniciativa e montou naquela escultura maravilhosa e rosada implorando para ser possuído.
De uma vez só, enterrou-se 'Nele' e Sesshoumaru urrou de prazer. Fechou os olhos... certamente estavam rubros... era impossível se controlar. As listas ferrugem apareciam e desapareciam de seu corpo, tamanha excitação.
Deixou que ela o dominasse... Deixou que ela o cavalgasse... Deixou que ela se aproveitasse dele como bem o desejasse... Deixou que ela o possuísse... completamente.
Caricias, sedução e mais carícias... Ele, sentado, ajudava-a, no delicioso exercício de subir e descer. O prazeroso roçar de suas intimidades era divino, beirava a algo de outro mundo. A química entre eles era de enlouquecer. Suas peles era feitas uma para a outra.
- Sesshou... maru – murmurou seu nome baixinho. Ela arqueou as costas possibilitando a ele chupasse de leve seus seios... depois, mordiscou... ela gemeu sensualmente fazendo com que ele quase explodisse. Tesão...
“Meu Kami... tenho que admitir, estou apaixonada por Sesshoumaru” pensou... enquanto saciava-se em seu membro grosso.
Mais rápido...
Quase selvagem...
Ele mordendo a ponta do lóbulo de sua orelha, com a voz sexy e rouca, balbuciou: - Minha... hime! - Eu... te adoro!
Corpos colados... suados... ali mesmo naquele banco próximo ao córrego à luz do luar... Chegaram ao clímax!
Ficaram em silêncio abraçados por muito tempo. Ele já não conseguia nem mesmo concatenar com os próprios pensamentos, muitas coisas passava-lhe na cabeça, sentia-se nas nuvens. Ela aproveitava para manter-se ali colada ao corpo dele. Sentindo o peito nu, a pele molhada, os músculos a mostra, nunca havia feito amor com alguém assim, nunca se sentiu tão inteira, completa. Não era só o ato do fazer amor, era algo além, ele a completava de uma tal forma que nunca ninguém a completou antes. Só conseguia sentir aquele momento, decidiu não ficar tentando entender a situação com seu lado racional, resolveu ouvir a “voz do coração”. E fazendo isso, os pensamentos de dúvidas pararam, e ela conseguia sentir tudo completamente. Estava disposta, enfim, a entregar-se a um amor.
- Rin... – a voz melodiosa dele cortou o silêncio
- Hum...
- Você não está com fome? Eu não sinto fome, mas imagino que deva estar faminta.
Ela não havia se apercebido de como realmente estava com fome. Afinal, saíram para jantar.
- Sim, tem razão, esta tão gostoso que eu nem percebi que estou realmente faminta. Como sabia?
- Eu imaginei, só isso.
Ela afastou um pouco para olhar o brilho dos olhos dourados. Estavam calmos e profundos. Entrelaçaram um longo olhar. Minutos... só olhar... Sem nem ao menos um piscar de olhos... Ou respirar... Concentrados neste olhar...
- Assim, você vai se perder aí dentro. - disse ele, com as mãos em sua cintura.
- Talvez seja isso que eu queira. – ela continuava a olhar, tinha finalmente um olhar apaixonado! - Vamos, então? Minha barriga vai revirar. – sorriu apertando os olhos.
Ela levantou-se do colo dele, o que a fez ficar afastada um pouco, num ângulo de visão magnífico. A silhueta feminina era observada pelo homem, que estático e imóvel, a vislumbrava como se fosse uma estátua de Vênus. Era um bálsamo aos seus olhos.
- Linda... perfeita!
- Bem... – Quando ainda saía de cima do colo de Sesshoumaru, Rin parou em cima de uma perna deixando o quadril pender para um lado, levantou as sobrancelhas e olhou-o de cima a baixo, disse num leve sorriso matreiro - Se me permite a ousadia: E você é um pedaço de mau caminho... aliás o mau caminho inteiro! -riram.
Mais uma vez, ela o surpreendia. Resignou-se a calar. Não a queria bloquear. O que ele queria era que ela se revelasse para ele.
Colocaram as roupas que estavam espalhadas pela relva. Entraram no carro. Sesshoumaru não cabia em si, tamanha a felicidade. Ligou o carro, dirigia com uma mão e com a outra acariciava uma das pernas dela, que estava a mostra, afinal essa era a sua vontade desde a hora em que ela entrou no carro.
- Bem, agora, nem vai ser preciso me ver de biquíni, você já me viu nua! Está até acariciando minha perna!
- Você queria o quê, com esse vestido, hum? - franziu a testa e concluiu - Mas não foi o suficiente. Quero te ver banhar-se no córrego. É tentador! - sorriu com um canto do lábio.
'Ai, toda vez que ele faz isso eu morro!' Pensou, mas por fim disse:
- Olha que você não fica me atiçando... Não me conhece, nem eu sei do que sou capaz, heim? Fica fazendo isso que eu vou te torturar.
Ele olhou-a visivelmente espantado! 'Realmente, tenho que a re-descobrir. Mas estou adorando este jogo!'
- Hum... Se nem você sabe do que é capaz acho que posso te ajudar a descobrir. Só saber como te atiçar a sério. - E o que seria me torturar? - ele perguntou realmente interessado.
- Ah! Sei lá, ainda vou ter que inventar... Mas fica me provocando pra você ver só o que vai ganhar.
- Hum! Isto parece ser muito bom. - disse com um sorriso total e visivelmente malicioso.
- Êpa! - disse tapando a boca - pra que fui te dar idéias? - Ele riu.
- Agora vai ter que me agüentar. Mas ainda vou ter que descobrir o que te atiça!
- Ah, isso você sabe fazer bem.
- Hummmmm? Fale-me mais sobre o que te atiça!
- Aí você já esta querendo saber demais e eu tenho o direito de não responder, também. - disse dando uma gargalhada marota tentando imita-lo.
- Rin, você é deliciosa.
- Assim, me deixa sem graça. – estava levemente corada.
Ele acariciou a pele de seu rosto ficando ambos em silencio, só sentindo o clima romântico.
- Bem, chegamos em casa. – ele disse estacionando o carro num espaço entre as árvores. - O restante do caminho é andando.
- Ok! – essa foi a resposta dela. - Confesso que você está me deixando intrigada. Que homem misterioso!
Saíram do carro. Ele segurou-lhe a mão esquerda entrelaçando os dedos. Não queria um segundo longe. Depois de tanto tempo, não queria mais saber de nada. Ela não pôde deixar de notar, ele era sensível a determinadas coisas.
- Adoro que me segure a mão assim, com firmeza.
- É pra ter certeza de que não vai me escapulir. – disse como brincadeira, no entanto, com um fundo de verdade.
Atravessaram o córrego por uma ponte de madeira encurvada que se via ser antiga. Estava muito bem conservada, mas era muito antiga. Subiram por um caminho coberto por pequeninas pedras que ao andar ouvia-se o barulho do sapato em contato com elas. Como só cabia um por vez no caminho, ele ia à frente guiando-a pela mão com ternura. Todo o caminho era iluminado por lamparinas a óleo.
- Que incrível esse lugar! – ela exclamou, com a outra mão sobre o coração. – Estou amando isso tudo. Aliás... – ela o parou e o puxou para sí, fazendo com que seus olhares se cruzassem novamente. – Eu estou realmente enfeitiçada por você. – disse sem acreditar que estava se declarando assim, num primeiro encontro, tão rápido. Aquele homem era tudo que ela sempre imaginou em toda a sua vida. Ele era a materialização dos seus sonhos. Era algo inacreditável!
Desta vez ele teve um impulso que o levou até o delicado pescoço, explorando-o com a boca ávida.
- Ah! – ela gemeu – Você sabe me provocar...
Ouvindo isso, num susto, a segurou no colo com um só braço deixando o outro livre para acariciar-lhe o rosto. Ela entrelaçou as pernas ao redor do corpo dele.
- Acho que quem sabe me provocar é você. – ele disse prosseguindo o caminho com ela nos braços.
- Você é forte! - ele respondeu ao elogio com aquele sorriso de um canto de lábio e apertando a ponta do nariz arrebitado dela.
- Você ainda me mata com esse seu sorriso especial.
Devorou-o num beijo. Ele desequilibrou-se e por pouco ambos não caíram no chão.
- Assim, eu vou te possuir outra vez aqui mesmo, continue a brincar comigo para ver do que eu sou capaz! – a avisou.
Foram poucos passos até chegarem a um local inacreditável. Uma casa, na realidade um pequeno castelo medieval japonês, no meio de um lago. Um recanto de cair o queixo. Digno de um imperador.
- Agora quem quer vir aqui de dia sou eu. Isso deve ser magnífico a luz do sol. – ela disse ainda entre os braços de seu homem.
- E a senhorita acha mesmo que vai conseguir sair daqui antes de amanha de manhã? – Sesshoumaru perguntou com as duas sobrancelhas levantadas, dando-lhe, em seguida, uma mordiscada no braço. – amanha verá como é lindo este lugar.
Ele a colocou no chão. Entraram. Ela observava cada milímetro daquele castelo com muita curiosidade. Tudo estava preparado, tudo organizado. Haviam algumas pessoas dentro da propriedade, pessoas estas que trabalhavam lá e a olhavam de maneira engraçada. Tudo a levava a crer que, ter uma estranha ali era algo que estava acontecendo pela primeira vez.
- Venha! Não seja tímida. - ele disse notando que ela estava desconcertada com a reação dos criados. - eles não estão acostumados com visitas.
- É o que parece.
- Você, além do Inuyasha e Kagome é claro, são as únicas pessoas que visitaram este local.
- Bem, acho que eu realmente sou uma garota sortuda.
Sentaram-se a uma mesa pequena, rodeados por velas aromáticas. Uma senhora trazia alguma comida, muito cuidadosamente preparada e os servia.
Rin estava com muita fome depois de ter gasto tanta energia. Mas esperou o dono da casa para poder comer.
- Hum... Que delícia! - ela disse
- Ah! Que bom que gostou, mandei fazer especialmente para você. - ele disse já conhecendo os gostos dela.
- Como adivinhou que eu gostava disso?
- Foi só um palpite. - disse passando a mão por entre os cabelos.
'Uau! Que homem é esse, pelos deuses! Que charme... SOCORRO, que ninguém nunca me salve daqui!' pensava olhando-o fixamente.
Numa outra sala duas moças conversavam escrevendo num caderno, já que não podiam falar alto pois sabiam que o senhor da casa certamente as ouviria.
- Pelos Deuses! O patrão trouxe mesmo uma garota pra cá... Como isto é possível?
- Nem acredito também! - a outra escreveu na outra linha - Será que ele arrumou uma namorada?
- Sei lá. Mas reparou como ele a olha? Nunca o vi dessa maneira com ninguém.
- Eu nem acredito que ele sabe conversar e que está fazendo a garota rir.
- Pra você ver, minha filha! Só espero que ela não dê o fora nele, se não, quem vai sofrer depois somos nós, com aquele mau feitio.
- Bem! Vou ficar rezando pra ela o tratar sempre muito bem e para fazer o sangue dele esquentar, afinal, o homem tem sentimentos...
A outra riu-se mas não fez nenhum ruído. Ambas sabiam o que era ter o patrão irritado ou de mau humor. Na realidade, elas nunca o viram de bom humor, isto era algo totalmente novo. Os recados escritos continuavam.
- Bem que eu achei estranho quando ele pediu com um sorrisinho que eu nunca vi na cara dele pra prepararmos um banquete e que era pra aprontarmos a ceia para dois.
- Pois, ele não come... Juro que já passei horas a fio meditando pra saber como esse homem consegue estar vivo sem comer, muito raramente ele nos pede pra fazer alguma comida. E o pior, o danado é bonito de cair o queixo.
- Confesso que já fui apaixonada por ele.
- Ah, querida! Acho que é difícil não se apaixonar por ele, mas logo se desencanta com a primeira esquisitice... Tipo, ele tem ouvidos nas paredes, nem cochichar pode, porque ele sempre ouve, sente cheiro a não sei quantos metros de distância. E vê fantasmas!
- O que? Essa de ver fantasmas eu não sabia! Como você sabe isso tudo?
- Ah... O irmão dele, que é muito mais simpático, estava conversando com a esposa outro dia e eu ouvi: "Kagome, descobri que o meu “irmãozinho” vê fantasmas. Tipo assim, gente que já morreu, e coisas do gênero."
- Sério? E o que a senhora Kagome disse?
- Imagino que deve ter feito essa cara aí, que você está fazendo. E perguntou como ele sabia disso.
- E o que ele respondeu?
- Sei lá? Eles perceberam que eu estava ouvindo atrás da porta e pararam de falar.
A outra estava quase a morrer pra não rir. Resolveram parar de escrever. Afinal, se ele entrasse ali e pegasse as duas no 'ti-ti-ti' seria um desespero, na certa!
No outro cômodo, o casal estava super envolvido um com o outro e o clima já estava pra lá de romântico.
- Agora estou bem! Estava com uma fome daquelas... Delicioso, obrigada!
- Vem! Quero te levar a um lugar.
- Onde?
- É uma surpresa.
- O homem misterioso volta a ação! - disse rindo.
Ele, suavemente ajudou-a a se levantar. Andaram pela casa até uma porta diferente daquela em que entraram, abrindo-a. Ambos em silêncio, sendo que ela estava sempre atenta a cada detalhe. Nunca havia estado num lugar como aquele, parecia que havia sido extraído de um filme ou dos seus sonhos mais profundos. Havia do lado de fora da casa, com acesso pela outra porta, um jardim paradisíaco e uma pequena queda d'água.
Rin abriu a boca estupefata com a imagem que a luz do luar refletia, como um toque quase místico. Era lindo!
Havia uma pedra bem grande ao lado da queda d'água. Ele sentou-se e a puxou para seu colo. Abraçou-a quase por completo, aconchegando-a entre os braços. Nem precisavam falar nada, bastava sentir... Era magnífico! Nada atrapalhava seus pensamentos, só havia ali os dois, um colado ao outro. O mundo parecia estar parado observando aquela cena que tocava na alma, para qualquer espectador. Já não tinham mais noção de tempo, hora, nada... Tudo se resumia a ela e ele, abraçados, sentados na pedra a beira da queda d'água, ouvindo aquele som que acalmava e relaxava.
Permaneceram assim por horas, ela acabou por cair no sono entre os braços do homem. Ele fechou os olhos sentindo o doce hálito dela. Resolveu que estava na hora de entrar e dormir.
Levantou-se com ela no colo, e levou-a de volta para dentro da casa, diretamente para dentro do seu quarto. Acomodou-a em seu futon e abraçou-a deitando ao seu lado. Ele quase cobria-a por inteira de tão grande que era.
- Durma bem, minha doce Rin! - disse carinhosamente sussurrando.
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