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História Um amor silencioso (Gaara) - Sem nome, passado ou futuro.


Escrita por: UchihaGabby

Notas do Autor


Certo pessoal... Depois do capítulo anterior (por final, que capítulo quente e fofo) as coisas vão começar a ficar mais quentes entre os dois. Então esteja aqui por sua conta e risco, sabendo que pode haver um mini hot ou insinuações de sexo explícitas no meio dos capítulos.

Capítulo 56 - Sem nome, passado ou futuro.


— Milena. — ouvi uma voz me chamar, eu não a reconhecia, mas ela pertencia a uma mulher.— Milena. — e continuava a chamar pelo meu nome.

— Quem é que está aí? — perguntei olhando em volta, mas eu não conseguia enxergar nada, eu estava em um lugar tão claro que me via forçada a fechar os olhos para que eles não ardessem.

— Milena. — a voz continuou a me chamar e pude sentir meu corpo se arrepiar quando um vento gelado passou pelas minhas costas.

Sangue de Jesus tem poder! Eu estava me sentindo em um filme de terror.

— Quem é você? — insisti em perguntar. Sabe por quê? Por que eu sou uma burra! Em filme de terror a pessoa que faz essa pergunta estúpida sempre acaba mal e morre. 

— Venha até mim, Milena. — disse a voz em forma de sussurro, ela soava de maneira robótica. — Me forcei a abrir os outros olhos mesmo com a ardência da claridade.

Forçando um pouco minha visão, pude perceber uma silhueta de uma mulher inteiramente vestida de branco. Até mesmo seus cabelos eram platinados, mas eu não conseguia ver seu rosto com clareza.

— Pusia? — o nome me veio à cabeça, a figura da mulher assentiu em concordância. — Você é real? — ela não me respondeu, apenas virou a cabeça para o lado e apontou para a esquerda acabei virando meu rosto para acompanhar o seu gesto.

Eu vi uma montanha imensa com uma enorme quantidade de neve sobre ela.

— Venha até mim. — repetiu mas dessa vez com uma voz mais humanizada. — Estarei esperando por você.

— Esperando? Na montanha? — ela afirmou. — Você está viva? — perguntei surpresa mas no entretanto, ela negou. Certo, agora eu fiquei com medo.

— Você precisa vir antes do dia chegar. — decretou ela começando a desaparecer.

— Dia? Que dia?

— Seu décimo oitavo aniversário. Precisa vir antes disso. — embora eu não pudesse ver seu rosto, pude ver que as suas bochechas aumentarão de tamanho formando-se um sorriso. — Estarei esperando por você.

Abri os olhos com a respiração alterada e coloquei a mão sobre o peito.

Foi apenas um sonho. Soltei um suspiro pesado, o que acabou de acontecer?

Me virei para o lado e pude sorrir, voltando a me tranquilizar tendo uma das mais belas visões do mundo: Gaara deitado de bruço, despido de roupas e com um sono tranquilo. Mesmo que esteja adormecido, há um pequeno sorriso formado em seus lábios. 

As lembranças da noite anterior invadem minha mente e me vi incapaz de conter o sorriso, lembrando de cada um dos seus toques e das maravilhosas sensações que me causaram. 

Eu havia feito amor com Gaara. Aquele terno nunca havia feito tanto sentido para mim quanto agora. 

Estiquei minha mão para tocar seu rosto. Sua pele era bem macia e limpa, sem qualquer marquinha além da cicatriz em sua testa, que havia se tornado uma tatuagem maravilhosa. 

"Amor". Sorri ao ler sua testa, acho que ele havia me chamado assim ontem em um louco momento de tesão. Na hora eu nem tive tempo para pensar, estava perdida demais com seus toques mas por dentro estava emocionada. 

Minhas mãos subiram para seu cabelo, acariciando-o lentamente. Eu gostava daquele estilo bagunçado e estiloso. 

Percebi seu rosto se mover como forma de seu corpo dando sinais que ele estava perto de despertar. Continuei a fazer carinho nele enquanto observava os belos olhos verdes se revelarem. 

Ele sorriu, ergueu uma das suas mãos tocando a minha que estava sobre sua nuca.

— Bom dia meu amor. — ele segurou a minha mão que estava em sua nuca e a beijou.

— Meu amor? — perguntei com um sorriso bobo. — Isso me soa tão bem.

— Gosta que eu te chame assim? — assenti e ele sorriu. — Meu amor. — repetiu, tocando minha cintura e me puxando para mais perto. Seus lábios tocaram os meus me dando um beijo delicado e demorado. 

Isso sim é o que eu chamo de começar bem o dia.

Quando nos afastamos, eu volto a fazer um cafuné em sua cabeça.

— Amo seu cabelo sabia? — falei e ele ergueu uma sobrancelha, então riu. — O que foi? — disse surpresa por sua reação. 

— Ama meu cabelo Millie? — disse com diversão. — Eu lutei para conquistá-la, declarei meus sentimentos e a fiz minha na noite passada, mas é o meu cabelo que você ama? Isso não é justo. — disse em um tom de brincadeira, dramatizando sua voz me fazendo ter uma crise de risos. Ele arregalou os olhos rindo também, mas não tanto quanto eu. — Você tá bem?

— Hahahahaha... Não... Hahaha... Eu não consigo... Hahaha... Parar... Hahahaha... — ele me olhou como se eu fosse uma maluca, mas também começou a gargalhar logo depois. 

Demorou até nos recuperarmos, quando minha respiração se acalmou após essa crise eu o olhei. 

— Do que a gente tava rindo mesmo? — perguntei o olhando e comecei a rir novamente.

— Você que começou! — ele falou também rindo.

De tanto rir, acabei tossindo e me sentei na cama. Logo me recuperei e voltei a ser um ser humano normal, e não uma maluca que ri ao acordar. 

Com a respiração voltando ao ritmo normal, eu o encarei mas dessa vez sem rir.

Gaara corria seu olhar pelo meu corpo ainda nu e eu retribui o gesto. Trocamos um sorriso maroto e suas bochechas se avermelharam. 

— Ter ciúmes do próprio cabelo é o cúmulo do cúmulo Gaara. — falei me recordando do motivo da minha crise de risos. 

— Mas o que ele fez por você? — cruzou os braços entrando na brincadeira.

— Ele é sexy, super atraente. — ele franziu a testa. Por que Gaara ainda se surpreendia com o que eu dizia? — Mantenha as vacas longe do seu cabelo. — dessa vez ele inclinou a cabeça para o lado meio confuso. 

— Vacas? — questionou, tentando entender se ouviu direito. — Vacas? — repetiu. — Por que vacas iriam se aproximar do meu cabelo? — ele tocou a cabeça. — Parece feno? — me perguntou e fui forçada a rir de novo. 

Dessa vez ele tinha bons motivos para me achar uma maluca. Mas aquele cabelo do Gaara adulto que a vaca lambeu é um horror. 

— Não, não parece feno. — falei rindo. — Mas nunca se sabe quando a língua de uma vaca pode arruinar seu penteado. 

— É alguma piada que eu não tô entendendo? — perguntou e eu neguei.

— Deixa para lá. — falei jogando meu corpo no colchão, voltando a me deitar. — Você é perfeito sabia? — disse me lembrando da noite anterior. 

— A-acha? — consegui sorrir. Como ele podia ser tão fofo?

— Vem cá. — abri os braços deitada o chamando para um abraço. Ele veio sem hesitar. — Ontem a noite foi incrível. — murmurei quando já estávamos entrelaçados um nos braços do outro.

— Foi mesmo... — senti um sorriso se formar em seu rosto. — Nós vamos…. fazer aquilo mais vezes né? — ergui uma sobrancelha e com um largo sorriso o encarei ele evitou me olhar nos olhos e estava corado. 

— No que depender de mim, nós nunca mais saímos dessa cama. — brinquei com ele beijando seu rosto. — Não precisa ter vergonha. 

— Eu me acostumo, mas é que nunca estive com uma mulher nua em meus braços. Tudo o que eu entendia sobre sexo até poucas horas era na teoria. 

— Agora você aprendeu um pouquinho na prática. — dei uma risada marota. — Imagina se a vila soubesse que o nosso kazekage a defesa absoluta da areia, cora instantaneamente ao lado de uma mulher. — provoquei. 

— De uma mulher não, da minha mulher. — pronto, é agora que eu morro, Gaara não pode dizer isso sem eu ter um preparo psicológico antes. — Desculpa... Acho que usei o termo errado. Minha... Amiga não, seria estranho dizer isso se referindo a nossa noite. Namorada então? — sorri girando meu corpo ficando em cima dele. 

— Aprende uma coisa eu sempre serei sua amiga, não importa que outro título eu carregue seja ficante, namorada ou esposa. — falei para ele, apontando meu indicador para o seu rosto. — Se você quiser falar "eu transei com minha amiga" ou "eu beijei a minha amiga", não estaria errado e eu não vou me importar nenhum pouco. — roubei um beijo dele. — Quanto ao lance de namorados... Precisamos resolver isso, você acha um pedido importante? Por que por mim, nós já somos namorados mas se quiser eu posso... — ele me calou com um beijo e girou nossos corpos na cama. 

Quando separou nosso lábios se aproximou do meu ouvido e com a voz mais rouca e sensual do mundo, murmurou: 

— Você quer ser a minha namorada? — um arrepio gostoso percorreu meu corpo, que tipo de maluca negaria um pedido desses? 

— Hum... — fingi estar pensativa. — Seu escritório tem chave... — eu me lembrei e ele riu baixinho. 

— É, ele tem e trancas nas janelas também.

— Hum... Gostei disso. — beijei seu rosto. — Eu com certeza quero ser sua namorada. — e em comemoração a isso ele me beijou. 

E assim como noite passada, meu corpo voltou a se incendiar. Como ainda estávamos nus, pude sentir seu membro crescer entre minhas pernas. 

— Dessa vez eu comando. — disse com a voz rouca.

— Que garoto mandão. — falei tentando soar sensual.

Parece que nós não vamos conseguir sair dessa cama tão cedo.

(...)

Como se já não bastasse a demora que tivemos para sair da cama, ainda decidimos tomar um banho afinal, precisamos trabalhar e nosso cheiro entregava o que havíamos feito na noite passada e naquela manhã. 

E qual a melhor maneira de se tomar banho para se livrar o cheiro do orgasmo?

Transando no chuveiro!

Já secos e vestidos descemos para sua cozinha de mãos dadas. E para nosso surpresa, a mesa já estava arrumada e só bastava nos servirmos. 

— Uou. — murmurei surpresa. — A Temari voltou da missão? Ou o Kankuro chegou? — olhei para a porta, para ver se tinha um punhado de chaves pendurado ali e só vi a cópia do Gaara. 

— Só tem lugar para dois. — disse ele, olhei para a mesa e era verdade, e ainda o lugar era lado a lado. 

— Não sei se isso é coisa do Kankuro ou da Temari, mas eu amo meus cunhados.

— Ama meus irmãos, ama meu cabelo mas e quanto a mim? — reclamou e eu ri.

— Você eu ainda tenho que pensar a respeito. — ele fez um beicinho, então riu e nos sentamos lado a lado para comer. 

Ao terminar nós recolhemos a louça e deixamos a pia e a cozinha limpos. Imagine se o povo soubesse que o kazekage faz afazeres domésticos. 

Deixamos sua casa com as mãos entrelaçadas, ele precisava ir para o escritório e eu precisava ir para casa ver minha mãe e meu tio, será que eu conseguiria salvar Karura das garras de Kankuro? 

Ele me levou até perto da minha casa e ali me deu um selinho, sem nenhum constrangimento das pessoas há nossa volta. 

— Te vejo mais tarde meu amor. — sorri me sentindo eufórica. Ouvir ele me chamar assim era maravilhoso. 

Fiquei o observando por um tempo, até que ele sumisse da minha visão e eu segui rumo a minha casa. 

Ouvi alguns murmurou pelo caminho e ignorei, mas deixando um sorriso discreto escapar.

Agora todas sabiam que Gaara não estava mais disponível.

Abri a porta de casa e não demorou mais do que alguns segundos até que um toquinho de gente pulasse em mim me derrubando no chão. 

— Está tão bamba que nem consegue se manter de pé? — ouvi Kankuro me provocar e revirei os olhos. — Ai! — ouvi um estalo. 

— Mais respeito. — disse meu tio que havia acertado um tapa na nuca do Kankuro.

— Mana? Você o primo vão tipo casar? — perguntou Karura eufórica. — Neco disse que vocês ficaram sozinhos para tipo se agarrarem. 

— A única coisa que quero agarrar é o pescoço do Kankuro. — falei me levantando e beijei a testa da minha irmã. — Aliás, bom dia para você também pestinha. Sentiu minha falta? 

— Um pouquinho, o Neco e a Temari são barulhentos. — me contou e ergui uma sobrancelha. 

— Temari? — ergui o olhar e a vi encostada na porta do meu quarto, com os braços cruzados. — Você não estava em uma missão? — provoquei e ela revirou os olhos. 

— Minha missão foi ficar longe da minha própria casa e arrumar a mesa do café da manhã para vocês antes que vocês dois acordassem, não deu muito certo, quando cheguei ouvi vocês rindo. — ela contou fingindo desinteresse. 

— Dá até medo de imaginar do que vocês estavam rindo. — Kankuro por outro lado não tinha um pingo de vergonha na cara. 

— Ah! É que o Gaara tava com ciúmes do cabelo dele. — dei de ombros.

— Hein? — ouvi todos dizerem em um coro e eu dou risada.

— Nunca vão entender. — vi minha mãe parada ali, fui até ela e beijei seu rosto. — Bom dia mãe. 

— Bom dia, me obedeceu? — questionou erguendo uma sobrancelha e cruzando os braços. 

Me lembrei do que ela disse ontem: Volte virgem para casa.

Balancei a cabeça negativamente e sorrindo.

Ela me acertou um tapa fraco no ombro.

— Que coisa feia! — ela me olhou com os olhos cerrados. — Foi bom? — murmurou baixinho me fazendo rir. Assenti. — Mais tarde quero que me explique direito isso viu mocinha. — ela não estava brava, vi um sorriso discreto em seu rosto. Ela deu de ombros. — Eu sempre soube que aconteceria.

— Preferia que não falassem sobre isso aqui. — Fuyuki reclamou, fazendo uma careta. — Eu realmente não tenho interesse em saber e caso tenham esquecido, temos uma criança aqui. 

— Tio, eu sei das coisas, o Neco me deu um livro sobre... — Kankuro puxou o cabelo de Karura. — Ai! 

— Kankuro o que você deu para minha filha ler? — minha mãe cruzou os braços lançandov um olhar mortal para ele. 

— Língua solta. — murmurou para Karura. — Nada demais, é só um romance que ela queria ler. Não tem nada explícito. — se apressou. 

— Como você sabe? — coloquei as mãos na cintura. — E como ela ficou sabendo da existência desse livro? 

— Achei no quarto do Neco, ele tem um tantão assim de livro de amor no fundo do armário. — Karura abriu os braços o máximo que pode. 

— Ah! Então o bonito lê romances escondido? — ri pois eu havia cogitado essa ideia ontem. — Isso explica os detalhes românticos. 

— Que bom que gostou do meu presente, se não fosse por mim, vocês ainda estariam de enrolação. — disse com deboche, claramente não muito feliz por ter sido dedurado por Karura. 

— Kankuro, se não fosse por você teria sido bem antes. — provoquei de volta.

— Já chega desse assunto. — insistiu Fuyuki e rimos. Ele nunca gostou de entrar em detalhes sobre sexo, nem com minha mãe. 

Me pergunto se ele já teve alguma experiência... E chego a conclusão de que não quero saber! Ele é meu tio, o vejo como um pai, não quero pensar nisso. 

Claro que implicaram comigo discretamente - menos o Kankuro, aquele lá não tem vergonha na cara e nem amor pela vida e sabe ser bem cada de pau - e após algum tempo, Fuyuki fugiu de nós dizendo que iria pegar sua próxima missão. 

Ou seja, ele precisava ir ver o Gaara, nem quero imaginar o que vão conversar naquela sala. 

Fuyuki

Consegui me livrar daquela situação constrangedora e segui para o escritório do kazekage para receber minha próxima missão, assim poderia me organizar para saber quando sairia.

Kankuro não precisava perguntar, a expressão de felicidade no rosto da minha menina revelava que sua noite havia sido cheia de descobertas. E eu não estava afim de ter conhecimento dos detalhes de nenhuma delas. 

Ao chegar em frente ao escritório de Gaara, bati na porta e não demorou para que ele autorizasse a minha entrada. 

— Fuyuki. — ele alargou o sorriso que já estava exposto em seu rosto. — Como está? — Gaara nem mesmo era capaz de esconder sua euforia, assim como Millie. 

— Estou bem e aparentemente, não preciso nem perguntar como você está. — seu rosto tomou levemente um tom avermelhado e ele continuou a sorrir e eu suspirei. — Vim pegar minha próxima missão. 

— Ah, certo! Só um instante. — ele abriu uma gaveta, verificando a papelada.

— Só quero dizer uma coisa sobre você e ela e não pretendo voltar a tocar nesse assunto. — falei recebendo sua atenção. — Não ouse descartá-la ou machucá-la. Kazekage ou não, não irei permitir que faça minha menina chorar. 

— Eu jamais faria isso, a vida e a felicidade da Millie valem mais para mim do que a minha própria. — disse ele com um pequeno sorriso no canto da boca. — Fuyuki... Meu desejo é me casar com a Millie. Não direi isso a ela agora por ser tudo muito recente, mas essa é a minha vontade. Quero ela ao meu lado pelo resto da vida. — eu queria sorrir mas consegui me manter sério, eu sou bom em ocultar sentimentos. 

— Eu sei disso, mas o recado está dado. — disse esticando meu braço para pegar o pergaminho com minha missão. — Para onde vou? 

— Não é muito longe, um vilarejo aqui perto. Os detalhes para a missão estão no pergaminho. — assenti e me curvei brevemente me virando para deixar sua sala. 

Mas antes que chegasse na porta, sem me virar pronunciei as seguintes palavras:

— Você será um ótimo marido. Cuide bem da minha garota. — abri a porta para deixar a sua sala e o ouvi rir baixinho. 

— Ela sabe que você é um pai protetor e liberal ao mesmo tempo? — ele perguntou me fazendo revirar os olhos. 

— Vai trabalhar Gaara. — ele riu ainda mais.

— Pode deixar, eu cuidarei dela. — o ouvi dizer antes de fechar a porta e sair daquele edifício. 

Ele estava certo naquele quesito. Eu tinha um amor platônico pelas minhas sobrinhas, mas eu acompanhei cada detalhe do crescimento de cada uma delas. Ambas eram como minhas filhas e eu faria de tudo por elas, iria ao inferno se preciso para protegê-as.

E o mesmo vale para minha irmã, Sayuri. Essas três são a razão da minha vida, o motivo dos meus sorrisos mais sinceros e a razão de eu lutar para sobreviver a cada missão. 

Enquanto elas estivessem vivas, eu teria uma razão para retornar a minha casa.

Já conheci uma pessoa que pensava do mesmo modo. Alguém cujo jamais verei novamente ou saberei o nome, nós decidimos assim. 

Eu tinha uma família aqui na Areia e ela tinha uma família na Névoa, que tinha a mesma preciosidade para ela, que a minha tinha para mim. 

Quando eu parti em uma missão para a Névoa há quase três anos, na época que Gaara foi nomeado o kazekage, quando cheguei na fronteira, tive o desprazer de me encontrar com alguns shinobis da Névoa que só desejavam atacar para matar e entre eles, uma criança da própria vila, cujo a vida parecia não ter valor para aqueles ninjas. 

Eu poderia ter seguido em frente e ignorado a situação, mas quem em sã consciência vê uma criança prestes a morrer e finge que nada estava acontecendo? Ela tinha a idade da Millie! 

Consegui ajudá-la a escapar, mas meu estado ficou deplorado, eu provavelmente teria morrido, se aquela mulher não tivesse me ajudado. 

Aquela garotinha que eu havia salvo, era sua irmã caçula.

Sem nomes, sem histórias, sem passado ou futuro, foi o que decidimos quando resolvemos nos ajudar pelos próximos três dias. Pude completar minha missão e retornar com nada mais do que um ferimento superficial no quadril. 

Ainda me lembro de cada segundo daqueles três dias e mesmo não sabendo seu nome, jamais esqueci seu rosto. 

Nunca falei sobre isso nem mesmo com a minha irmã. Ela provavelmente diria que me apaixonei e se culparia por achar que é um peso em minhas costas, que me impede de tocar com a minha vida. 

E não era, eu escolhi viver assim. Muitas pessoas podem achar que o casório é a única maneira de encontrar a felicidade, mas não era. Minha família era tudo o que importava para mim, e não seria uma mulher de uma vila cujo tínhamos diversos conflitos que mudaria isso. 

Aliás, mulher alguma poderia. Não importa o quanto eu amasse a mulher que fosse, se eu tivesse que escolher entre ela e minha família, eu não hesitaria em continuar com as minhas três meninas. 

E a mulher da Névoa pensa da mesma forma. Talvez por isso a gente tenha se dado tão bem naqueles três dias.

Sem nome, passado ou futuro.

Pude sorrir, até que tivemos algumas desavenças, ela era bastante teimosa e eu não sou do tipo que cede facilmente a algo que não me agrada. 

— Que bicho te mordeu hoje? — ouvi Yashamaru perguntar e fechei a cara a olhar para ele. — Você sorrindo no meio da rua deve significar algo espetacular ou o fim do mundo. 

— Você não tem nada melhor para fazer não? — perguntei erguendo uma sobrancelha. — Já não sou sua babá a algum tempo, se recorda disso? — ele revirou os olhos. 

— Você era meu vigia e não minha babá.

— E o que exatamente uma babá é? — falei sarcástico e ele bufou.

— A sua família conhece esse seu lado desprezível? — apenas dei de ombros. — Já sabe sobre a Milena e o Gaara? 

— Sei bem mais do que eu gostaria de saber. — faço uma careta.

— Então eles já... — ergo a mão fazendo um sinal para que ele parasse, ele riu pelas narinas. — Ainda bem que o Gaara é a defesa absoluta da vila, pois já senti na pele as consequências de se envolver com uma das suas garotas. — disse ele, tocando o nariz. 

— O Gaara não fez nenhuma merda, porque eu o condenaria? Ele a faz feliz. — falei fazendo Yashamaru suspirar. — Como está seu nariz? 

— Meio torto, mas recuperado. — ele fez uma careta.

— Quer ajuda para colocá-lo de volta ao lugar? — ergui a mão direita, com o punho fechado. 

— Eu prefiro ficar bem longe dos seus punhos, obrigado. — disse ele erguendo o olhar. — Como... 

— Ela está da mesma forma. Não perguntar de você, não fala de você e evita ver você. — ele suspirou entristecido. — Você conseguiu despertar o pior lado da minha irmã, sabia? 

— Eu nunca quis isso, eu nunca quis magoá-la ou qualquer coisa do tipo. Na época...

— Foi a única maneira que encontrou de tentar proteger o Gaara, já sei disso, mas de uma maneira doentia como diria a Sayuri. — ele suspirou mais uma vez. — Eu me coloco no seu lugar. — murmurei sem encará-lo. — Se a única forma de proteger minhas sobrinhas fosse fazendo todos que eu amo me odiar, eu não hesitaria em viver na eternidade solidão, apenas desejando que elas sejam felizes e permaneçam vivas.

— É irônico pensar que a pessoa que mais me entende é o cara que mais me odeia. — eu não odiava Yashamaru. Claro, na época que Sayuri descobriu a gravidez e Gaara ficou ferido por suas palavras, eu o odiei profundamente, mas aquele sentimento já havia se dizimado. Ele cuidava bem da Karura e minha sobrinha o amava.

Nunca fomos amigos e eu nunca despertei nenhuma simpatia por ele mas odiar eu não odiava já fazia algum tempo.

Claro que nem ele e nem ninguém precisava saber disso.

— Tulipas são as flores preferidas dela. — me ouvi dizer. — Entende uma coisa de uma vez, ela não vai deixar você falar, ela não vai querer ouvir. Fugir de você é a única maneira de não ceder ao desejo de perdoá-lo. Escreva uma carta, deixe que ela bata a porta na sua cara e diga tudo o que precisa. Ela vai ouvir calada e depois ir atrás de você.

Eu não o encarei apenas me virei de costas.

— Por que justo você está me dizendo isso? — perguntou incrédulo, se eu estivesse o olhando certamente o veria com os olhos esbugalhados e o queixo caído. 

— Porque eu não suporto mais vê-la sofrer. — terminei de falar antes de me afastar.


Notas Finais


Por essa vocês não esperavam.

Gente o que foi aquilo lá no comecinho, no sonha da Millie? 🤔

E o Fuyuki narrando? Nem eu esperava por isso, quando vi ele já assumiu o capítulo kkk

Não sei vocês, mas ele é um dos meus personagens preferidos da fanfic.

Eu vi algumas pessoas achando que ele iria morrer naquela missão que ele foi na época que a Gaara virou kazekage, alguém lembra dessa missão? Parece que aconteceu algumas coisas que ele não contou para a gente.

O que acharam do capítulo de hoje? 👀❤

Ansiosos para o próximo?


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