História Um Beijo Inesperado de Natal - Snames - Na Aula de Transfiguração

Severus, e um pequeno grupo de Slytherins entraram, esbaforidos, na aula de Mc Gonagall. A professora os observou por cima de seus óculos e perguntou, rispidamente:

– Posso saber o motivo por se terem atrasado, senhores?

– Peeves. – Se justificou Snape, antes que alguém pudesse responder – Peeves nos impediu de sair do Salão Comunal.

A professora olhou desconfiada para o grupo, mas sabia que não era a primeira vez que o poltergeist atrasava os estudantes para as aulas com suas peças.

– E como os senhores saíram?

– Felizmente, - Continuou o Slytherin, com a respiração acelerada – O Barão Sangrento apareceu e obrigou Peeves a libertar-nos.

A professora acenou com a cabeça, compreendendo, e ordenou:

– Podem-se sentar. – Os Slytherins trocaram olhares aliviados e se sentaram em seus lugares. Severus, no entanto, se sentou ao lado de seu namorado e começou tirando de sua mochila os materiais. Vendo que Severus tremia ligeiramente, ajudou a organizar os materiais em cima da mesa, abrindo o livro na página correta. Snape pousou a mochila nas costas da cadeira e respirou fundo.

– Que aconteceu? – Perguntou James, curioso. Peeves sempre prendia os estudantes em seus Salões Comunais, mas era a primeira vez que via seu namorado tão alterado. Severus lhe contou a verdade, enquanto passava a matéria do quadro, deixando o Maroto furioso:

– Que grande… - Começou, mas o Slytherin lhe cutucou no braço ao ver a professora de Transfiguração olhando para eles. James continuou passando a matéria vendo como, à sua frente, Sirius abanava a cabeça, como se não acreditasse no que tinha ouvido.

– É verdade. – Resmungou o Slytherin, sua mão se movimentando rapidamente enquanto escrevia - Ela é. Mas agora, Regulus e Lizbeth não podem ficar juntos.

– No fim de semana falarei com meu pai. – Disse James, escrevendo rapidamente. A professora estava se dirigindo para o quadro, o que significava que iria apagar a matéria, para passarem mais - E ele nos dirá o que fazer.

– Tá bom. – Falou Severus, vendo Mc Gonagall apagando o quadro, e acrescentando novas informações. Normalmente, a professora costumava dar, na primeira parte da aula, a teoria e, na segunda parte, faziam exercícios práticos.

Iriam continuar o estudo da Animagia, que era obrigatório no ultimo ano de Hogwarts, embora nem todos tivessem a habilidade para se transformarem. Severus pegou nos apontamentos da aula anterior e leu em surdina:

Estudo da Animagia

Parte 1

O que é um Animago?

Animago é um bruxo que é capaz de assumir a forma de um animal, por vontade própria. Apenas uma pequena parte da população bruxa é animaga, pois conseguir a transformação perfeita em um animal requer muito estudo e prática.

Assim como acontece com o Patrono, o bruxo não escolhe a forma: só vai descobrir em que animal se transforma quando conseguir dominar o feitiço, o que pode levar muitos anos. Cada bruxo pode assumir apenas uma forma animal, e pode se transformar sem varinha e sem necessidade de dizer algum encantamento.

Um animago é diferente de um bruxo transfigurado em animal por diversas razões:

- O animago mantém a consciência humana, podendo raciocinar como humano.

- Já humanos transfigurados em animais se transformam em animais por inteiro, pois perdem a consciência de terem sido bruxos, e precisam de alguém para o transfigurar de volta em um humano. 

O Ministério da Magia insiste em registrar os animagos porque essa habilidade pode ser utilizada para atividades secretas e criminosas, por motivos óbvios. Nesse registro consta em que animal a pessoa se transforma, o que ela faz, quais são seus sinais de identificação e outros dados. Animagos que não se registrarem perante o Ministério da Magia são considerados ilegais.

Efeitos da habilidade:

- Animagos com pouca experiência não conseguem manter a forma por muito tempo;

-Quanto maior for o tempo como animago, melhor a bruxa ou bruxo dominará suas transformações. Por outro lado, quanto mais novos, mais cansados ficam ao adquirir a forma animaga;

- Animagos novos estão sujeitos a sentirem dor durante as transformações até dominarem a habilidade;

- Pode se transformar na hora que bem entender;

- Não é necessário se despir durante a transfiguração, mas dessa forma o animal aparenta estar mais limpo, como se tivesse tomado banho;

- O animal no qual a pessoa se transforma, quando é um animago, costuma ser o mesmo que o Patrono, embora não seja uma regra. Não se tem conhecimento de nenhuma forma animaga que tenha se alterado para corresponder ao Patrono, caso este último mude, mas um animago que seja também capaz de produzir um Patrono é extremamente incomum.

Curiosidades:

Pela história, houve vários animagos, reais ou fictícios, que ganharam fama e são conhecidos até os dias de hoje. Alguns deles, como Falco e Morgana, possuem figurinhas de Sapos de chocolate e Babbity, que é personagem de um famoso conto de fadas bruxo.

- Falco Aesalon, que assumia a forma de um falcão, viveu na Grécia nos tempos antigos e foi o primeiro animago registrado.

- Morgana Le Fay foi uma bruxa da época medieval que assumia a forma de um pássaro. Era meia-irmã do Rei Arthur, envolvida com magia negra. Também era inimiga de Merlin. Morgana era a rainha de Ilha de Avalon.

- Cliodna era uma druída que, assim como Morgana, assumia a forma de pássaro.

- Babbity é uma personagem dos Contos de Beedle, o Bardo. Ela aparece no conto "Babbity, a Coelha, e seu Toco Gargalhante" e é descrita como uma lavadeira bruxa que podia se transformar em um coelho velho e robusto, que pode falar.

- Lisette de Lapin é uma bruxa que foi condenada a morte em 1422 por feitiçaria, mas que sumiu de sua cela na véspera de sua execução. Lisette poderia ser uma animaga que se transformou em um animal pequeno o bastante para passar pelas grades da prisão.

Apesar de nunca ter sido comprovado, um grande coelho branco foi visto navegando no Canal da Mancha sobre um caldeirão com vela, e um coelho bem parecido se tornou um conselheiro de confiança do rei trouxa Henrique VI.

Escutou a professora explicando cada passo para se tornarem animagos, escrevendo rapidamente:

Estudo da Animagia

Parte 2

Como se transformar em Animago?

O processo é dividido em sete passos:

1º- Tem de se manter uma folha de mandrágora na boca durante um mês inteiro, de uma lua cheia a outra (a folha não pode ser engolida, nem retirada da boca, se isso acontecer o passo deve ser repetido do início);

2º- Retirar a folha impregnada de saliva e colocá-la num frasco de cristal que esteja sobre o alcance dos raios da lua cheia (a noite não pode estar nublada, se isso acontecer deve-se repetir o processo desde o primeiro passo);

– Acrescentar ao frasco: 1 fio do próprio cabelo, 1 gota de orvalho colhida com uma colher de prata, de um lugar que durante sete dias não foi nem tocado pelo sol e nem pisado por nenhum ser humano e a crisálida de uma acherontia (mariposa);

– Colocar o frasco num lugar escuro e escondido (não o tocar, nem o olhar até a próxima tempestade de raios);

3º- Todos os dias ao nascer e ao pôr do sol, apontar a varinha para o coração e repetir o encantamento: “ Amato, animo, animato, animagus”.

4º- Deve-se sentir um segundo batimento cardíaco em seu peito.

5º- Numa tempestade de raios, ao surgir o primeiro raio no céu pegar imediatamente o frasco escondido que agora conterá um único gole de uma poção na cor vermelho sangue.

6º- Ir para um lugar aberto, escondido e seguro, em que ninguém interfira no procedimento. Apontar a varinha para o coração e mais uma vez dizer o encantamento: “Amato animo, animato, animagus” e beber a poção.

7º- O bruxo sentirá um desconforto enorme e uma dor flamejante, aparecerá em sua cabeça a imagem do animal em que ele se transformará, o segundo batimento cardíaco ficará muito forte e será duplo, finalmente o bruxo se transformará pela primeira vez em um animal que refletirá sua personalidade.

A primeira transformação será desconfortável, tudo o que o bruxo estiver usando (roupas e acessórios) se fundirá a sua pele e a sua forma animal. O desconforto passará assim que a transformação estiver completa.

Para voltar a sua forma humana, o bruxo precisa mentalizar- se como homem. Com a prática o feitiço de transformação pode ser realizado sem a varinha. Todos os passos devem ser seguidos rigorosamente, se algo der errado, o procedimento deve ser repetido do início, caso contrário, o bruxo corre o risco de parar na metade da transformação, metade humano e metade animal e assim permanecer para sempre (esse acidente é irreversível).

Se perguntou como Sirius Black, James Potter e Peter Pettigrew tinham conseguido manter uma folha de mandrágora em suas bocas enquanto dormiam, comiam, e falavam, durante um mês, sem tirar a erva.

A primeira transformação:

– A primeira transformação costuma ser desconfortável e assustadora. Roupas e itens como óculos e joias misturam-se à pele para se fundir com o pelo, as escamas ou os espinhos do animal. O bruxo não deve resistir ou entrar em pânico, já que caso isso aconteça a mente animal pode se tornar predominante.

– Quando a transformação estiver completa, o bruxo voltará a se sentir fisicamente confortável.

– É extremamente aconselhável que antes da transformação se completar, o bruxo esconda sua varinha num local protegido, onde possa encontrá-la quando recuperar a forma humana.

– Para retornar à forma humana, o bruxo deve visualizar seu eu humano com a maior clareza possível. É normal que no começo a transformação não aconteça imediatamente. Com a prática, o bruxo será capaz de entrar e sair da sua forma animal à vontade, apenas visualizando a criatura. Animagos experientes conseguem se transformar sem varinha.

Escutou Sirius se queixando em surdina para seu namorado. Remus o mandou calar, prometendo que lhe faria uma massagem na mão a seguir.

Evolução da habilidade:

1º ano de habilidade: O bruxo costuma se sentir desconfortável com a transformação, podendo até sentir dores caso esteja com medo ou psicologicamente não estável (triste, bravo, preocupado, etc.). É necessário que a varinha seja usada para auxiliar na transformação. Geralmente possuem certa dificuldade para se manter na forma animaga e, quando em sua forma animal, podem ter dificuldade em controlar seu lado animal.

2º ano de habilidade: Os bruxos a partir do segundo anos tendo adquirido a habilidade sentem-se mais à vontade com a transformação e controlam melhor os impulsos animais. Conseguem manter-se na forma animaga à vontade caso estejam se sentindo emocionalmente estáveis, mas ainda precisam da varinha para se transformar.

3º ano de habilidade: Possuem grande experiência da habilidade e conseguem controlar seu lado animal e humano com perfeição. Podem também se transformar sem a varinha caso sejam usuários mais praticantes (e portanto com maior experiência) da animagia.

A professora acenou com a varinha e vários documentos saíram de sua escrivaninha, se dirigindo para os estudantes. Severus pegou nas folhas, percebendo que era um relato, em primeira pessoa, de Falco Aesalon. Durante o resto da aula, leram o documento e o estudaram. Severus viu seu namorado mordiscando distraidamente sua pena, com o olhar aborrecido. Sirius estava dormindo descaradamente e Remus tentava, sem êxito, acordá-lo.

A professora, percebendo a postura cansada de seus estudantes, olhou para seu relógio e viu que já passava das onze e meia. Também se sentia estafada, não tinha dormido quase nada durante o dia. Se sentiu satisfeita, a parte teórica já estava ensinada. Só bastava ensinar seus alunos a se transformarem.

Estava pensando em realizar uma prova escrita, para saber se perceberam os conteúdos.

– Para dever de casa, - Começou, escutando os resmungos de seus alunos – Quero que respondam a essas perguntas. É para entrega.

Acenou com a varinha, fazendo surgir no quadro:

Perguntas

Se um bruxo usar o feitiço de transformação em Animago duas vezes, ele ou ela pode se transformar em dois tipos diferentes de animal? Ou isso vai mudar o tipo de animal em que ele ou ela sempre se transforma? Por que?
Pode um bruxo Animago tomar a mesma forma de seu Patrono?
Pode a forma de um bruxo Animago mudar por causa de um trauma emocional, como pode um Patrono?
Para se tornar um Animago, seria melhor usar um feitiço ou uma poção?
Você escolheu um animal no qual gostaria de se transformar?
Um bruxo metamorphmagus que se torna Animago pode mudar de sua aparência quando transformado?

– Essas questões estão todas nos textos que já vos dei e no manual. – Informou – Podem sair.

Severus passou o dever de casa e arrumou seus materiais, vendo Remus tentando acordar seu namorado. James, que já tinha tudo na mochila, lhe deu um tapa na cabeça. Sirius acordou, sobressaltado.

– A aula acabou, Siri. – Disse Remus, enquanto ele bocejava – Arrume tudo.

O Maroto se levantou e arrumou seus materiais com a ajuda de seu namorado. Saíram da sala e Sirius pediu ao Slytherin:

– Você podia contar de novo o que aconteceu? – Severus caminhou querendo se afastar da sala de transfiguração, e lhes explicou. Viu como os Marotos tinham os rostos tensos por suas palavras. James não acreditava que ninguém tivesse dito a Regulus que estava de casamento arranjado com Fawley.  

Todo o mundo os conhecia, eram das famílias mais preconceituosas do mundo mágico. Andavam sempre em festas, se gabando de suas fortunas e de seus filhos. James já tivera contato com Persephone, há muito tempo, e a achara detestável, mal humorada e frígida.

– Que palhaçada. – Disse Sirius – Nem vou falar nada.

Se virou para seus amigos, e continuou:

– Estão vendo porque quis sair daquela família. Completamente loucos, todos eles.

Severus acenou, se recordando de Bellatrix, e Black terminou:

– Espero mesmo que seu pai tenha boas notícias.

– Eu também… - Murmurou James.

– Bom, vamos deixar vocês sozinhos. – Continuou Sirius, e se despediu – Até amanhã.

– Boa noite. – Disse Remus.

– Adeus. – Se despediu Snape, vendo Lupin e seu namorado se afastando, enquanto conversavam. Desceram em direção ao Salão Comunal de Slytherin, de mãos dadas. Severus comentou:

– Ainda não tive a chance de lhe agradecer por toda a ajuda que me deu. – Pararam e trocaram um selinho. Se olharam nos olhos – Obrigado por tudo.

– Não precisa de agradecer. – Respondeu James – Fiz tudo por você, mas…

Olhou em volta, vendo que estavam sozinhos. Desceram as Grandes Escadarias atentamente, com receio de que elas se movimentassem sozinhas – Mas não me importava de ter um agradecimento mais privado, se é que me entende….

Severus soltou uma risada baixa, enrubescendo ligeiramente.

– Depois de tudo o que aconteceu, duvido que consigamos arranjar um lugar suficientemente sossegado para fazermos o que você está pensando…

James agarrou nos quadris de seu namorado e o puxou para si, sussurrando em seu ouvido:

– Estou ansioso para tocar em você novamente. Sentir você tremendo em meus braços e gemendo meu nome…

– Pare, James… - Murmurou o Slytherin, se afastando de seu namorado. Seu rosto continuava vermelho pelas palavras proferidas. Tentou se acalmar, antes que se excitasse – Não fale assim…

– Me desculpe. – Pediu James, voltando a se aproximar de Snape. Entrelaçaram suas mãos e continuaram o resto do caminho trocando palavras e carícias amorosas. Entraram no corredor das masmorras e, antes que Severus pudesse se manifestar, o prensou contra a parede e lhe roubou um beijo.

O Slytherin correspondeu, sentindo a ereção de James contra sua perna. Soltou um gemido baixo, suas mãos acariciando os cabelos rebeldes ao mesmo tempo que as mãos de seu namorado percorriam seu corpo. Sua mochila machucava suas costas, mas não se importou. Estava desejoso por sentir as mãos de James em seu corpo. Trocaram mais alguns beijos antes de se afastarem, de lábios inchados e rostos ruborizados:

– Eu te amo… - Sussurrou James.

– Eu também te amo… - Respondeu o Slytherin, também baixinho.

Antes de Severus se dirigir para seu Salão Comunal, onde iria para seu dormitório, trocar de roupa e dormir, James voltou a beijá-lo com todo seu amor e desejo, aproveitando aqueles poucos momentos sozinhos, para se amarem mais um pouco.

Continua…