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História Um Belo Erro - Dramione - Noite Com as Amigas


Escrita por: Smel e MillaLyra8

Notas do Autor


Olá!!
Capítulo novo para vocês!
Boa leitura.

Capítulo 13 - Noite Com as Amigas


   Duas semanas se passaram desde a minha conversa com o meu pai e tudo o que ele me disse ficou assombrando a minha mente como se fossem os monstros e demônios dos livros do Draco. Por falar nos livros, eu estava começando a me acostumar com eles e até apreciar a leitura, mas obviamente ele não precisava saber disso.

A minha mesa do escritório estava repleta de folhas de papéis que ele tinha levado para que eu revisasse e comentasse e eu estava empenhada em acertar todos os detalhes da divulgação da noite de autógrafos em Miami, que tinha tudo para ser espetacular, enquanto eu comia amendoins.

–– Draco, eu preciso que você me mande uma foto dos seus documentos. – Eu pedi, sem desviar os olhos da tela do computador.

–– Quer ver meus documentos, chefinha? – Ele deu um sorriso ladino, querendo colocar malícia na minha frase anterior.

–– Pelo amor de Deus, pare de gracinhas. – Eu revirei os olhos, não conseguindo conter um sorriso. – Você consegue me mandar isso? É para o cara do hotel reservar nossas passagens.

–– De avião? – Ele me olhou confuso.

–– Não… De patinete. – Eu respondi, zombando. – Claro que é de avião, né, Draco?

–– Pra que tanta grosseria? – Ele perguntou com os olhos arregalados, em falsa ofensa. – Eu só queria saber… Pra me preparar…

–– Se preparar? – Ergui as sobrancelhas. – Vai me dizer que tem medinho?!

–– Claro que eu não tenho medo. Eu só… Nunca andei…

— Nunca andou de avião? – Eu arregalei os olhos.

— Não. – Ele respondeu, dando de ombros.

–– É bem legal, você vai adorar. – Eu sorri gentilmente. – Manda os documentos para o meu e-mail, ok?

–– Posso te mandar amanhã cedo? É que hoje a minha banda toca, eu vou direto para o Hard Rock daqui.

–– Tá, mas não esquece.

–– Sim, senhora.

–– Senhora é a sua avó.

–– É também, senhora. – Ele sorriu zombeteiro e eu peguei um amendoim do pacote e joguei nele. Ele o pegou e comeu, me fazendo rir.

— Desde quando você atira comida nas pessoas, Hermione?

— Desde que eu comecei a conviver com você e com os seus maus hábitos. – Sorri e dei uma piscadinha.

— Eu não tenho maus hábitos. – Ele fez um biquinho muito fofo e eu gargalhei.

–– Eu vou pra casa, meu bem. – Disse após fechar e desligar todo o meu equipamento, como eu sempre fazia, metodicamente, me levantando somente depois que a tela do computador já estava apagada. – Você vai ficar?

–– Só até acabar este capítulo. – Ele sorriu. – Você podia ir me assistir tocar hoje, né?

–– Não sei, vou ver… Queria ler um pouco... Mas eu vou pensar com carinho na sua proposta, tá? – Coloquei minha bolsa nos ombros e dei um beijinho em seu rosto. – Boa sorte no show.

–– Não pode falar “boa sorte”, dá azar… – Ele disse risonho, puxando a barra da minha saia. Dei um tapa em suas mãos.

–– E o que eu devo falar, então?

–– Me deseje merda.

–– O que? – Eu arregalei os olhos e ele assentiu me encorajando.

— Me deseje merda! – Ele repetiu animadamente e eu revirei os olhos.

–– Merda pra você… – Eu disse hesitante e ele sorriu.

–– Não agradeço porque dá azar.

–– Santo Deus, Draco, que supersticioso! E o que se responde quando te desejam merda, já que não pode agradecer?

–– A gente responde “merda”.

–– Ok, então. – Dei de ombros e mandei um beijo. – Tchau! E não esquece de me mandar o documento.

— Tá bom. – Ele sorriu e acenou.

Desci pelo elevador até a portaria do prédio, dando um tchau rápido para as meninas da recepção e caminhando até o metrô mais próximo, parando no caminho para comprar um sanduíche natural de peito de peru e um suco de abacaxi com hortelã para jantar em casa. Quando cheguei no meu apartamento e deixei as chaves no aparador da sala, logo parti para procurar o meu marido, que pra variar não estava lá. Durante essas semanas, ele só havia passado quatro noites comigo, dormindo obviamente, porque não passávamos dos selinhos há meses. Quando eu vi que ele não estava em lugar nenhum, me sentei no balcão da cozinha para comer o meu lanche tranquilamente e esperar que ele chegasse ou desse algum sinal de vida. Algumas dezenas de minutos depois, que eu gastei vendo televisão enquanto organizava a minha agenda no tablet, ele ainda não tinha chegado e eu, como estava desconfiada, liguei para a Crown’s, para averiguar.

–– Oi amiga! – Foi a Gina quem atendeu.

–– Oi…

–– Já até sei o que você quer… O Ronald não tá na editora e não tá logado no sistema. Acabei de verificar. Ele saiu antes de você hoje…

–– Merda. Ok… Vou tentar falar com ele.

— Boa sorte!

Desliguei o telefone sem nem me despedir e tratei de logo discar o número de Rony, que me atendeu com a voz meio assustada.

— Hermione? O que foi?

— Você vem pra casa?

— Não eu… Merda, me desculpe, esqueci de te avisar. Vou ficar aqui trabalhando.

— É? – Franzi o cenho. – Onde?

— Na Crown’s, óbvio, onde mais?

— Ah, certo… já que você está na editora, me faz um favor, então?

— O que?

Mordi o lábio inferior antes de me certificar de sua mentira.

— Vai até a minha sala e desliga o meu computador. Eu esqueci de fazer isso… – Óbvio que eu não tinha esquecido. Eu sempre desligo e eu lembro muito bem de ter desligado, mas eu só queria ver até que ponto ele chegaria com a sua mentira.

— Claro. Um minuto. – Esperei na linha por um tempo até que ele voltasse a falar. – Prontinho.

— Tava ligado mesmo? – Ergui as sobrancelhas, pensando em um arsenal de palavrões.

— Sim. Se você esqueceu de desligar, ele estava ligado.

A resposta foi mais rude do que eu esperava e eu fiquei pasma por ele ser tão cretino e  mentiroso. Segurei a minha ira e fingi que nada estava acontecendo.

— Ok, que horas você chega?

— Acho que hoje eu vou ficar direto aqui. Nos vemos amanhã.

— Tudo bem, querido. Até amanhã, então.

— Boa noite, querida.

Desliguei o celular e tive que me segurar para não jogá-lo longe, de tanta raiva. Como ele pode mentir de uma forma tão descarada e achar que eu não vou descobrir? Por um acaso eu tenho cara de idiota? Comecei a andar de um lado para o outro na sala pensando no que fazer. Eu queria ter uma prova concreta das mentiras dele para que eu pudesse me sentir menos culpada por tudo. Eu sabia que ele não estava na Crown’s, mas não sabia onde estava e nem o que estava fazendo e tudo o que eu tinha eram hipóteses. As notas fiscais, a camisinha, o vale do motel… tudo indicava uma traição, mas nada disso era prova suficiente para que eu o acusasse e fizesse o escândalo que eu gostaria.

Minha crise foi interrompida pelo celular vibrando e eu logo tratei de deslizar a tela para ver a mensagem do Draco.

“E aí, chefinha, você vem ver o seu gigolô tocar?”

Eu não pude deixar de rir ao ler isso e ao ver que ainda tinha uma hora e meia para o começo do show, chamei minhas duas amigas para irem comigo ao Hard Rock e elas toparam. Corri para o banheiro e tomei uma ducha rapidíssima para começar a me arrumar. Minha maquiagem foi um pouco mais forte que o de costume, com direito a delineador e batom vinho e eu vesti uma saia preta curta e um pouco rodada, um cropped da mesma cor e um salto bem alto. Depois que eu fiquei pronta, pedi um táxi pelo aplicativo do celular, coloquei a bolsa no ombro e desci sem nem pensar duas vezes.

O local ainda estava meio vazio quando eu cheguei e eu logo me fui para o bar me sentar em um dos bancos e pegar alguma bebida para começar a noite.

— E aí, gata, o que vai beber? Posso sugerir uma batida de morango? – O barman cheio de piercings perguntou, se debruçando no balcão e olhando para o meu decote e depois para a minha boca..

— Uma tequila, por favor. – Eu pedi e ele sorriu ladino. – Dupla.

— Você é das minhas. – Ele piscou. – Posso te pagar essa dose?

— Sabe se o Malfoy tá por aqui? – Perguntei para me defender da pergunta anterior e o seu sorriso murchou.

— Ah… o Malfoy. Está lá dentro. Quer que eu mande chamar?

— Por favor. – Eu sorri e ele colocou o copinho sobre o balcão, ao lado de um pedaço de limão e o saleiro, com mais agressividade que o necessário, antes de deixar o bar.

Eu virei a bebida de uma vez, fazendo uma careta e me apressando para chupar o sal e o limão. O homem que estava no banquinho ao meu lado riu de mim, mas eu resolvi ignorar e olhar em volta a procura de Draco que logo apareceu e, ao me ver, abriu um sorriso lindo enquanto se aproximava.

— Por que não me falou que vinha?

— Decidi de última hora. – Encolhi os ombros e me levantei para cumprimentá-lo, mas ele me obrigou a parar no meio do caminho.

— Caralho! Você está uma gata, Hermione! – Ele sorriu, me olhando de cima a baixo antes que eu pudesse me aproximar dele. – Dá uma voltinha…

Eu girei em meu próprio eixo e ele soltou um assobio de aprovação.

— Caralho! Eu… nossa! Caralho...

— Tá surpreso? – Eu sorri radiante e ele assentiu.

— Porra! Eu tô é preocupado, vou ter que ficar de olho em você a noite inteira. Você está muito gostosa. Com todo o respeito, é claro.

Eu dei uma gargalhada pela sua cara de espanto. Estranhamente, eu me senti muito bem com ele me elogiando, já que eu não estava acostumada a ouvir elogios. Ele me ofereceu o braço e eu o segurei, deixando ele me guiar entre as pessoas até chegarmos a uma mesa ao lado do palco.

— Reservei essa mesa pra você, princesa. – Ele disse todo sorridente, puxando a cadeira.

— Como, se você não sabia se eu vinha? – Ergui as sobrancelhas e ele sorriu.

— Simples… você nunca me decepciona.

Eu sorri, sem saber o que responder e ele olhou no relógio.

— Eu preciso ir agora, você fica bem sozinha?

— As meninas já estão chegando. – Eu fiz um gesto displicente com a mão e ele sorriu.

— Ok. – Ele se debruçou e beijou o meu rosto. – Até mais tarde.

— Até. Merda pra você.

Ele deu uma piscadinha e foi até uma porta onde ele entrou. Eu pedi uma porção de batatas fritas com cheddar e bacon e antes mesmo que a comida chegasse as meninas já estavam na minha mesa.

— Oi! – Luna comentou animada, me dando um abraço e Gina a imitou. – Eu nunca vim aqui. Por que não fomos no Don’t Tell Mamma ou no Stardust, como sempre, ver os atores da Broadway cantar?

— Porque hoje é o show de outra pessoa aqui. – Eu sorri. – Sentem-se, sem preconceitos, eu pedi batatinhas.

Elas fizeram o que eu disse e eu contei rapidamente a minha conversa com o Rony, que as deixou pasmas com a sua cara de pau.

— Sério, Mione. – Gina perguntou irritada. – Você ama mesmo ele!? Por que você ainda está casada com ele? Ele é tão cretino!

— Eu… – Tomei um gole da minha Coca para disfarçar a hesitação e ela ergueu as sobrancelhas, me pressionando para que eu respondesse.

— Tá na cara que não. – Luna respondeu, dando de ombros. – Amiga, me fale um pouco desse Draco. Antes vocês viviam cheios das encrencas e eu nunca mais ouvi você reclamar dele…

— É que o Draco gosta de ser o centro das atenções. – Eu sorri, brincando com o canudinho da coca. – Ele não faz as coisas por mal, ele só quer ficar junto, sabe? Hoje eu entendo que tudo o que ele fez foi só pra se aproximar de mim e, agora que ele conseguiu, ele é um amor. É a pessoa mais legal que eu já conheci na minha vida e sempre me faz rir, mesmo quando me assusta ou faz alguma coisa que deveria me deixar irritada.

— Sei… – Ela sorriu, apoiando os cotovelos na mesa.

— E ele é super atencioso também e muito inteligente, articulado… ele sabe falar sobre tudo…

— Uhum. – Gina sorriu e elas trocaram um olhar significativo.

— E ele escreve realmente muito bem. Quando eu leio um dos livros dele é como se eu entrasse na história, é… mágico.

— Nossa, acho que depois de tudo o que você falou, eu vou investir nele. – Luna sorriu. – Ele está solteiro, não está?

— Não. – A mentira escapou pelos meus lábios antes que eu sequer pudesse pensar.

— Não? – Ela franziu o cenho. – Engraçado… eu falei com ele na copa essa semana e ele disse que estava solteiro.

— Quero dizer… está, ele está solteiro sim. – Balancei a cabeça para me livrar do pensamento dos dois se beijando. – Desculpa… eu me confundi.

— Claro que se confundiu. – Ela sorriu e piscou um olho para Gina, que riu.

— Eu perdi alguma coisa? Estou com a impressão de que vocês sabem de alguma coisa que eu não sei…

— Você é louca por ele. – Gina acusou, colocando o dedo em riste. – E ele também é louco por você.

— Não fale besteiras. – Eu revirei os olhos.

— Só você não percebe isso, Hermione. – Luna sorriu. – E eu não quero ficar com ele, a propósito, pode desfazer essa carranca. Só falei para ver a sua reação.

O alívio que eu senti me deixou preocupada. Por que eu estava aliviada ao saber que Luna não o queria? Não fazia sentido na minha cabeça. E por que diabos eu menti, falando que ele não estava disponível? E por que eu senti o meu estômago se contorcer quando ela disse que ele era louco por mim? Será que isso era verdade?

A voz do apresentador do bar no microfone me tirou dos meus devaneios e eu quase caí da cadeira, fazendo as meninas gargalharem.

— E AÍ GALERA! BOA NOITE! – Ele bradou e todo mundo do bar gritou animadamente. – QUEM ESTÁ ANIMADO DÁ UM GRITO!

Eu praticamente fiquei surda com a barulheira que o pessoal fez, mas gritei junto e ergui as mãos.

— HOJE A NOITE NÃO TEM HORA PRA ACABAR E A PRIMEIRA BANDA ESTÁ PONTA PRA SUBIR NO PALCO! – O pessoal gritou de novo. – VOCÊS QUEREM OUVIR ROCK?

— SIIIIIIM! – Eu gritei, juntamente com o bar inteiro e as meninas riram.

— EU NÃO OUVI! VOCÊS QUEREM OUVIR ROCK?

— SIIIIIIIIIIIIIM!

— ENTÃO COM VOCÊS A BANDA RAMPAGE!

Eu gritei e aplaudi enquanto quatro meninos subiam no palco fazendo brincadeiras e agitando todo mundo. Draco estava entre eles e começou um solo excitante de guitarra que fez todo mundo urrar. Ele estava bem na minha frente, com a iluminação psicodélica em seu rosto e a fumaça do gelo seco subindo do chão e tudo o que eu fazia era gritar. Foi quando ele começou a fazer o solo de “Sweet Child o’Mine” e a plateia foi à loucura, cantando a música inteira junto com a banda que interagia muito bem e conseguia deixar um clássico do Rock ainda melhor. Eu sabia que Draco não era o vocalista da banda, mas hoje ele estava cantando. As meninas estavam bem animadas e, surpreendentemente, cantaram junto e deram gritinhos animados de incentivo para a banda.

— Obrigado! Muito obrigado! – Draco disse no microfone quando a música acabou e todo mundo gritou, fazendo-o dar um risinho orgulhoso. – Boa noite Hard Rock!

Algumas meninas de uma mesa do fundo do restaurante gritaram elogios do tipo “gostoso” e ele gargalhou.

— Obrigado, obrigado! – Ele riu. – Hoje infelizmente o Chuck, nosso parceiro, vocalista da banda teve um problema de saúde e não pode vir. – O pessoal gritou e eu comecei a duvidar da sanidade mental de todos que estavam lá, por gritarem depois de ouvir que o cara estava doente. – Então hoje sou eu quem vai cantar pra vocês, espero não decepcionar.

Ele disse risonho e deu uma piscadinha para mim, o que fez as duas histéricas da minha mesa me cutucarem de forma irritante e nada discreta.

— GOSTOSO! – Uma outra menina gritou do outro lado do bar e ele riu, abrindo um sorriso safado.

— Tá calor aqui, né? – Ele brincou e todo mundo gritou, concordando. Estava um calor dos diabos, de fato. – Vocês se importam se eu tirar a camiseta?

Não preciso nem falar qual foi a reação do bar inteiro. Obviamente eles explodiram em gritos histéricos enquanto ele puxava para cima a camiseta cinza com o desenho de uma caveira com as orelhas do Mickey Mouse, revelando pouco a pouco suas tatuagens. A caveira, as asas e o “Start Me Up” na parte de baixo da barriga, que me deixava estranhamente sem reação.

— Não acredito que ele fez isso! – Gina riu.

— Nem eu… – Eu disse, mas a minha voz não saiu nada além de um sussurro estrangulado em meio aos berros e elogios atrevidos que soavam pelo bar.

— Obrigado, obrigado. – Ele riu. – Mas vamos para a próxima música. Antes de começar a tocar eu queria dedicá-la a uma pessoa. – Os gritos voltaram a soar. – Ela é uma das pessoas mais importantes da minha vida e é uma mulher, muito, muito linda e eu sou completamente louco por ela. Hermione… – Ele chamou e eu arregalei os olhos, sentindo o meu estômago se contorcer. Ele jogou a camiseta na minha direção e eu a peguei no ar, me desanimando por pensar que ele só havia me chamado para isso, mas ele completou a frase. – Essa é pra você, princesa.

A bateria deu a primeira batida e os instrumentos entraram em seguida, tocando a introdução de “Crazy” do Aerosmith. Um sorriso se escancarou em meus lábios. As meninas falavam comigo mas eu nem ouvia, tudo o que eu conseguia fazer era olhar para aquele homem lindo sem nem piscar os olhos e balançar o meu corpo de um lado para o outro como se estivesse hipnotizada. Minha respiração já estava ofegante e o meu corpo inteiro formigava enquanto o meu coração quase quebrava as minhas costelas e o meu estômago se contorcia, esmagando o enxame de borboletas que voavam dentro dele. Por um momento eu achei que tivesse chapada de uma droga muito forte, porque tudo o que eu via era a pele de Draco mudando de cor conforme as luzes do palco ficavam azuis, vermelhas, lavanda, amarelas, verdes e todas as outras cores. Minhas mãos estavam tão suadas que eu precisei limpá-las na saia.

Quando chegou a parte do solo de guitarra ele deixou para que somente a base tocasse tirou a guitarra de seu corpo para me puxar para cima do palco e me abraçar pela cintura, dançando coladinho comigo. Como se por instinto, eu abracei seu pescoço e fiquei olhando para ele, provavelmente com a maior cara de idiota. O outro guitarrista assumiu o controle do microfone, cantando o resto da música, mas a única coisa que eu escutava era a voz de Draco sussurrando a letra em meu ouvido, me deixando extasiada.

No final da música todo mundo aplaudiu e gritou e eu me surpreendi olhando para Draco completamente assustada com tudo o que eu havia sentido. Santo Deus! eu realmente estava apaixonada, as meninas tinham razão. Engoli a seco enquanto ele se aproximou de mim e eu jurei que ele fosse me beijar do jeito que eu mais queria, mas ele desviou o caminho e beijou a minha testa demoradamente. Eu daria tudo o que eu tenho para que ele tivesse beijado meus lábios naquele momento. Eu queria mais do que tudo ter tido forças para beijá-lo.

Sem reação e sem conseguir falar absolutamente nada, eu desci do palco e me sentei entre as minhas amigas novamente enquanto a banda começava a tocar “We Will Rock You” do Queen, junto com as palmas ritmadas da platéia e com todo mundo cantando junto.

Gina pegou o celular e zombou de mim, me tirando dos meus devaneios.

— Alô, é do setor de produção? Estamos precisando de uma calcinha nova aqui para Hermione Granger!

Luna caiu na gargalhada, mas depois da minha falta de reação ela colocou sua mão sobre a minha.

— Amiga, você está bem?

— Estou muito apaixonada. – Eu pisquei atônita. – O que eu faço?

— Dá um pé na bunda do Ronald e fica com o Draco. – Gina respondeu dando de ombros.

— Eu preciso de ar. – Me levantei abruptamente, deixei vinte dólares sobre a mesa e saí do bar. A brisa do verão novaiorquino tocou o meu rosto e eu dei um suspiro aliviado andando na direção da bagunça da times square.

O desespero tomou conta de mim e eu senti o meus olhos se encherem de lágrimas. Eu não era muito de chorar, mas toda essa confusão da minha vida estava tomando conta de mim.

— Moça, você tá legal? – Uma adolescente me perguntou, me tirando dos meus pensamentos e eu funguei, enxugando o rosto.

— Tô, sim. Obrigada. – Menti, com um sorriso falso e me apressei para subir na arquibancada vermelha e ficar no último degrau, observando todo o movimento de lá de baixo.

Eu estava muito ferrada depois de perceber que eu realmente estava apaixonada por um homem doce, gentil, carinhoso e que aparentemente gostava de mim também. Mas eu estava casada. Casada com um homem que me deixava sozinha, mentia pra mim e me fazia sentir a mulher mais feia e rejeitada do planeta. O caminho estava claro pra mim. Meu coração gritava para que eu pedisse o divórcio mas o meu cérebro pedia calma. Se eu me separasse, minha vida no trabalho e a de Draco seria um inferno e eu ainda precisava de provas da mentira de Rony para conseguir pedir o divórcio sem que ele tenha argumentos para pôr a culpa da separação no Draco, afinal, ele estava no auge de sua carreira como escritor e não faria bem para o seu nome travar uma briga com o dono de uma das editoras mais influentes do mercado.

Terminar sem pensar em todas as consequências que eu teria com isso poderia prejudicar Draco e seria muito egoísmo da minha parte. Isso estava fora de cogitação. Eu precisava achar logo essas malditas provas e assim que eu achasse eu estaria livre. Era isso. Eu iria procurar em cada cantinho daquela casa e iria achar a prova necessária para me libertar e finalmente ser feliz.

— E aí? – A voz de Draco me tirou dos meus planos e eu me sobressaltei, dando um gritinho de susto, que o fez rir. – Desculpa, não quis te assustar. Posso me sentar?

Eu sequei o rosto com pressa e assenti, permitindo. Ele se sentou ao meu lado e suspirou.

— Desculpa. Eu não tive a intenção de te ofender com a música. – Ele disse olhando para o chão.

— Não ofendeu, Draco. – Eu sorri e segurei sua mão, entrelaçando nossos dedos. — Eu amei a música. Foi a coisa mais linda que já fizeram para mim. Obrigada.

— Então por que saiu daquele jeito? – Ele perguntou com o seu tom magoado na voz.

— Por causa de todo o resto. – Suspirei.

— Eu entendo. – Ele sorriu. – Vai ficar tudo bem, tá?

— Tem que ficar. – Eu encostei minha cabeça em seu ombro e ele passou o braço pelas minhas costas.

— Eu achei que você nunca mais iria olhar na minha cara depois dessa música, sabia?

— Jamais… eu não sei mais viver sem esse seu rostinho lindo. – Eu belisquei suas bochechas e ele riu, dando um beijo na minha mão.

— E nem eu sem o seu. – Ele sorriu e beijou minha testa. – Quer dormir na minha casa?

— Não, eu quero ir para a minha e fuçar naquela casa inteira atrás de alguma prova da traição do Ronald. E eu preciso arrumar as minhas malas para a viagem. Já arrumou as suas?

— Você podia me ajudar, né?

— Deixa de ser cara de pau. – Eu revirei os olhos e me levantei. – Eu preciso ir.

— Vou com você. – Ele se levantou e pegou minha mão, dando um beijinho no dorso, todo carinhoso. – Não posso deixar você pegar um táxi sozinha a essa hora e de minissaia.

— Que atencioso. – Eu sorri, o puxando até a rua e fazendo o sinal para o carro amarelo, que diminuiu a velocidade até parar. Ele abriu a porta para mim e eu entrei. – Mas não precisava se incomodar.

— Eu cuido do que é meu. – Ele sussurrou, mas eu ouvi, embora tenha fingido que não.

— Nós vamos para Pebble Beach, Brooklyn, por favor. – Eu pedi para o taxista que assentiu e virou à esquerda.

 

 


Notas Finais


Parece que as coisas estão se encaminhando! hahaha
O que acharam do capítulo? Não esqueçam de comentar!
Obrigada pelos favoritos e comentários LINDOS! Sté e eu amamos todos eles!
Até a próxima segunda, nenéns!
Beijão! <33


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