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História Um Belo Erro - Dramione - Malas Feitas


Escrita por: Smel e MillaLyra8

Notas do Autor


Olá!
Obrigada pelos comentários!
Boa leitura!

Capítulo 21 - Malas Feitas


    — Querida, está muito ocupada? — Vó Mira abriu a porta do quarto de Draco, entrando em seguida sem esperar a resposta. — Se estiver, que seja. Quero falar com você.

   — Claro, Vovó. — Respondi, reprimindo um sorriso e me sentando na cama ao lado dela. — Você disse que queria conversar, no jantar. Estou curiosa.

   — Preciso falar sobre seu livro de putaria. — Disse, me fazendo suspirar de exasperação, passando as mãos sobre o rosto.

   — É livro erótico, Vovó…

   — Erótico, de putaria, é tudo a mesma porra, menina. — Resmungou ela. — O importante mesmo é o que eu quero dizer a você. E Draco desgrudou um pouco desde que você chegou aqui, então acho que é a hora certa. Espero que ele demore no banho, seja lá o que ele faz quando fica na porra do banheiro por duas horas.

   — Então, o que está pensando? — Ergui uma sobrancelha, curiosa com o sorrisinho que esticava o canto dos lábios dela, e com a forma que seus olhos brilhavam.

   — Eu tenho uma proposta para você. — Murmurou, alegremente. — Você escreve putaria, e sendo assim…

   — Erótico.

   — ...Eu acho que seria uma ótima ideia se você escrevesse sobre meus dias de sexo enlouquecido!

   Se eu tivesse comendo  algo, teria cuspido tudo com aquela declaração. Como eu não estava, só olhei para ela, paralisada. Vovó sorria amplamente, como se a proposta fosse irrecusável.

   — Escrever sobre a senhora…

   — Senhora o caralho, menina, vou te dar uns tapas. — Brigou, bufando de indignação. — E sim, escrever sobre mim. Como eu já disse um pouco a você, eu tenho histórias sórdidas sobre minha juventude. Posso te contar sobre como me tornei uma groupie, uma das melhores, aliás. E também como conheci os cantores e artistas famosos, como transei com eles, onde, de que forma, em quais posições…

   — E  sobre George. — Interrompi sua divagação, fazendo-a me olhar com o cenho franzido. — Eu quero saber sobre ele.

   — Que seja, garota, você só pensa no romance bonitinho? — Resmungou Vovó, exasperada. — Pensei que estávamos falando de sacanagem.

   — Mas eu ainda quero escrever sobre seu romance com George. — Continuei, teimosa.

   — Ótimo, eu conto sobre isso também.

   — Não sei se Draco vai gostar disso…

   — Ele não tem nada para gostar ou desgostar. —  Disse, incrédula. — O corpo era meu e eu dei para quem eu quis, da mesma forma será com as experiências. Elas são minhas, e  eu divulgo para quem  porra eu quiser!

   — E se  ele brigar comigo?

   — Eu digo que te ameacei com a vassoura. — Vovó sorriu, e algo naquele gesto, talvez a malícia nele, me fez lembrar ainda mais do neto.

   — Ok, eu topo. — Conclui, sorrindo com a expressão alegre da Vovó. — Mas vamos começar com sua história com o…

   — Meu Deus, menina, não estraga meu momento. — Resmungou ela, bufando enquanto levantava da cama e seguia para a porta. — Puta que pariu, esses jovens de hoje não transam, só querem saber de romantismo… Não me molha, moleque!

   — Mas eu nem fiz nada… — A voz de Draco soou, e logo ele apareceu na porta, as sobrancelhas erguidas enquanto me encarava. — O  que aconteceu?

   — Nada demais. — Dei de ombros, levantando e voltando a me olhar no espelho, arrumando o jeans surrado e a camisa do Aerosmith que Vovó havia me emprestado. — Está pronto? Temos que ir no apartamento, não aguento mais ficar sem as minhas coisas.

   — Quase. Só tenho que me vestir. — Respondeu ele, chegando pelas minhas costas e me olhando pelo espelho com aquele sorriso torto. — Sabe, você tem uma bunda muito apalpável.

   Dei uma risada, virando de frente para ele até fazê-lo olhar meus olhos.

   — Controle-se. Minha bunda ainda não está preparada para ser apalpada.  

   — Ah, é? — Ele deu uma risada, dando mais um passo na minha direção. — Eu acho que ela está sim.

   — Draco, não! — Mas antes  que eu terminasse de falar, ele já estava segurando minhas pernas e me erguendo do chão. Com um gritinho de susto, me agarrei a ele de todas as formas que consegui, rodeando-o com braços e pernas desesperadamente. Ainda rindo, ele me pressionou contra o espelho, me beijando com força o bastante para tirar meu fôlego. Eu estava atordoada demais para reclamar quando sua mão subiu pelas minhas pernas e pararam na minha bunda. Talvez eu não tivesse reclamado de qualquer forma. Meu corpo reagia de forma insana quando Draco fazia coisas como aquilo, e de repente era eu quem não queria largá-lo, mesmo sabendo que era a melhor coisa a fazer. Ainda não estava na hora, não era certo, e eu queria que a nossa primeira vez fosse livre de qualquer culpa. Quando os dentes dele arranharam meu queixo antes de sua boca deslizar para o meu pescoço, tive que respirar fundo para não xingar em voz alta. Mesmo sofrendo mudanças tão drásticas, eu ainda me prendia a alguns costumes. No entanto, na minha mente, xinguei em todas as entonações e línguas diferentes. Já era um progresso.

   — Espera, já chega. — Balbuciei, porque foi a única forma que as palavras puderam sair da minha boca. Draco gemeu de frustração, pressionando o corpo no meu ainda mais. — Draco, espera…

    — Mas só mais um pouquinho…

   — Você sabe que não vai ser nada pouco.

   — Mas você pode fingir que sim!

   — Draco, lindo, me coloque no chão. — Pedi delicadamente e ele suspirou, fazendo o que eu havia falado. Tinha um biquinho de frustração nos lábios, e não consegui segurar o sorriso. — Não vai demorar, ok? Amanhã já tenho uma reunião com a advogada, logo vou estar livre.

   — Vou fazer uma festa em comemoração a esse acontecimento. — Disse ele, pegando as roupas na poltrona e vestindo-as na minha frente, sem se importar em deixar a toalha cair. — Mas os convidados seremos apenas nós dois e a cama.

   — Meu Deus, Draco, eu quase tive um treco achando que você estava pelado! — Dei uma risada nervosa, olhando a boxer preta que ele já usava mesmo com a toalha. Ele sorriu, estreitando os olhos.

   — Se esse é seu desejo, eu posso…

   — Não! Por favor, continue com ela, eu vou sair para você se trocar em paz. — Exclamei, saindo do quarto antes que ele resolvesse tirar tudo só para me ver corar.


   — Tem certeza que quer entrar? — Não era a primeira vez que eu fazia aquela pergunta, e o olhar condescendente de Draco deixava isso óbvio. Saímos do elevador para o corredor onde ficava meu apartamento com Ronald, e a apreensão começava a me deixar enjoada. Draco colocou o braço ao redor dos meus ombros, beijando minha cabeça.

   — Não vou deixar você sozinha com esse babaca nunca mais. — Respondeu, me levando até a porta. — Se ele tentar machucar você, vou ensinar a ele como alguém se sente sendo alimentado por uma sonda.

   — Só tente não provocá-lo, ok? Já está sendo complicado na Crown’s.

   — Eu? Provocá-lo? — Draco colocou a mão no peito, ofendido. — Olha para mim, princesa, eu nunca provocaria ninguém intencionalmente.

   Mordi o lábio para esconder a diversão, e peguei as chaves no meu bolso, colocando-a na fechadura. Draco esperou pacientemente, mexendo no meu cabelo, distraído, até que empurrei a porta aberta. Meu coração quase parou com a expectativa de Ronald estar em casa, mas suspirei de alívio quando não ouvi nada.

   — Graças aos deuses. — Sussurrei, puxando Draco comigo e fechando a porta atrás de nós. — Vou aproveitar que ele não está e me apressar. Em minutos estaremos fora daqui.

   — Eu espero aqui, não tem problema. — Draco murmurou, tirando os sapatos e andando sobre o tapete até o sofá. Antes que ele sentasse, segurei sua mão, ansiosa.

   — Venha comigo, por favor. Não quero que ele chegue e te veja sozinho aqui.

   Seu sorriso foi brilhante, e logo ele me acompanhava pelas escadas até o andar superior, e então pelo corredor até chegarmos no quarto. Novamente o alívio me inundou quando percebi que estava vazio. Enquanto Draco analisava o ambiente, peguei minhas malas no closet e voltei para a cama, abrindo-as e começando a enchê-las com as minhas roupas e sapatos. Draco parou na frente do criado-mudo, pegando uma foto do meu casamento com Ronald e fazendo uma careta para ela.

   — Você nem parece feliz aqui. — Observou, e sorri de lado.

   — E eu não estava. Foi tudo ensaiado demais, nada do que eu queria de verdade.

   Ele colocou o porta-retrato no lugar, voltando a passear  ao redor, até entrar no closet. Ouvi sua risada, e logo sua voz soou.

   — Aqui só tem roupa de senhora na terceira idade, princesa! — Disse, me  fazendo revirar os olhos. — Espere, acho que encontrei algo promissor!

   — Draco, o que você está… — Virei para a porta do closet, onde Draco me olhava com um sorriso enorme no rosto e segurava uma camisola preta completamente transparente na frente do corpo. — Vai ficar perfeito em você, lindo. — Falei, rindo.

   — Pode colocar isso na mala, vamos precisar.

   — Eu acho que não vai caber em você. — Murmurei, pegando a camisola e colocando-a na mala. Draco me abraçou, me levantando do chão para beijar rapidamente meus lábios.

   — Mas garanto que vai caber em você.

   — Que porra é essa?!

   Meu coração ameaçou se jogar da minha boca quando  o grito de Ronald soou no quarto. Me debati nos braços de Draco até que ele me colocou no chão, e então pigarreei, olhando o rosto vermelho e indignado de Rony me encarando.

   — Eu só vim arrumar as malas. Já estou terminando, não se preocupe.

   — E resolveu trazer seu amante junto, é isso?! — Exclamou ele, colocando a pasta no chão e caminhando até o outro lado da cama. Pisquei, atordoada com a frase, e então soltei uma risada cética.

   — Isso é sério? Você vem me traindo a meses e eu que estou traindo você agora?

   — Estamos casados, Hermione! Você ainda é minha esposa!

   — Ele não vai mesmo superar isso, vai? — Draco bufou, e Ronald lançou um olhar mortal para ele.

   — Não se meta, moleque inútil.

   — Ronald, eu só estou arrumando a porra das malas, porque você não vai dar uma volta até eu  terminar?

   — Agora eu percebo onde você está aprendendo esse palavreado. — Rony resmungou, olhando para Draco. — Isso é realmente perfeito para você, Hermione. Uma mulher respeitável com a boca suja.

    — Você deve ter problemas. — Draco deu uma risada. — Ela fica ainda mais gata falando palavrão. Por que você não se casa com uma senhora de noventa anos que mal consegue falar e que não vai se importar com a sua disfunção erétil?

   — Do que porra você está falando? — Ronald rugiu, e me coloquei na frente de Draco antes mesmo que pensasse a respeito. — Você está falando da nossa vida sexual para esse cara?!

   — Que vida sexual? — Draco riu, e suspirei, exasperada.

   — Já chega vocês dois, ok? — Resmunguei, olhando para Rony.  — Eu não posso falar de algo que nem sequer existiu, Ronald. — Ignorei sua  expressão ofendida.  — É a verdade, basta aceitar.

   — E, é claro, a culpa disso não é sua. — Disse ele. — Sinceramente, Hermione, você queria que eu te notasse vestida com essas camisas enormes e sem um pingo de maquiagem no rosto? Quem teria interesse em uma mulher assim?

   — Eu. — Draco deu de ombros. — O que você queria? Que ela estivesse pintada de ouro da cabeça aos pés e vestida de deusa grega?

   — Já falei para você não se meter, porra! — Resmungou Rony. — Se a culpa era minha, então porque eu te traí? Se o problema estava comigo, como eu consegui amantes?

   — Sei lá, vai ver seu negócio não é com mulheres. — Draco respondeu. Rony empalideceu, e então ficou ainda mais vermelho do que antes.

   — O que está sugerindo?!

   — Eu não sugeri nada, falei claramente o que queria dizer.

   — Draco, me ajude a evitar uma tragédia, sim? — Pedi sussurrando, e ele sorriu inocentemente.

   — Claro, princesa.

  — Hermione, escute bem o que eu vou dizer agora. — Ronald voltou a falar, erguendo os ombros com arrogância. — Se você sair por essa porta, ainda mais com esse moleque, eu nunca mais vou te aceitar de volta. Entendeu bem? Eu juro a você, não terá volta.

   — Draco, você pega minhas lingeries no closet? — Pedi delicadamente. — Principalmente a camisola vermelha; não podemos nos esquecer dela.

   — Os sapatos vermelhos também. Você vai ficar ainda mais gostosa com aqueles sapatos e a camisola. — Draco se apressou para o closet.

   — Quer saber? Sua mãe está certa em te ignorar. Você está fora da sua mente.

   — Tudo bem, Ronald, agora vá passear um pouco para que eu possa terminar em paz, ok?

   — Eu não vou deixar vocês sozinhos no meu quarto, porra. Vou ficar aqui e esperar!

   Ronald caminhou até a poltrona e sentou-se nela, observando enquanto Draco me ajudava a fazer as malas. Seria cômico, se não fosse tão tenso. Mas, como eu já esperava, era impossível Ronald se manter em silêncio.

   — É realmente inexplicável. — Bufou ele, balançando a cabeça em sinal de desgosto. — Olha esse moleque, Hermione. Ele é cheio de tatuagens, o corpo sujo de rabiscos, o vocabulário é baixo, olha como ele se veste. Parece um pivete metido a roqueiro, como você pode sequer considerar ter um relacionamento com ele?

   — Sujo é o caralho. — Draco retrucou, indignado.

   — Você viu como a vó dele se comporta?

   No mesmo instante Draco largou sobre a cama as camisas que segurava, avançando sobre Ronald com as mãos em punhos.

   — Não, Draco! — Segurei sua camisa, puxando-o de volta e o abraçando pela cintura para evitar que ele fosse até Rony. — É isso que ele quer, não bata nele, por favor!

   — Não fale da minha avó, babaca do caralho! — Rugiu ele, o rosto retorcido de ódio. — Ela tem mais decência do que você nunca vai ter na porra da sua vida inútil!

   — É isso  que você quer para a sua vida, Hermione? — Ronald provocou. — Esse garoto descontrolado?

    — Hermione, me deixa amassar a cara desse filho da puta!

   — Não! — Empurrei Draco mais para trás, sussurrando em seguida:  — Só mais um pouco e vamos sair daqui, lindo, eu juro.

   Draco parou de tentar espancar Ronald, os dentes trincados de fúria, os olhos cinzas faiscando.

   — Acalmou seu pit bull? — Rony riu, e foi a minha vez de sentir o sangue ferver. Virei para Ronald, meu rosto esquentando de tanta raiva.

   — O fato de você ser fracassado te faz ser tão invejoso,  Ronald. — Bufei, a aversão dominando cada centímetro do meu corpo. — Olha só para você, um escritor de merda que nunca conseguiu colocar duas frases juntas e fazê-las ter coerência. Então você olha para Draco, que sendo mais novo do que você já tem muito mais do que você terá na sua vida e fica se contorcendo de inveja. Aí você percebe que agora, além dele ter um dom que você só pode sonhar, ele também é uma pessoa incrível, e ele conseguiu me fazer amá-lo em pouco tempo, coisa que você não conseguiu fazer em anos. Então não olhe para ele, olhe para si mesmo, e então veja a pessoa repugnante que você é. E sim, ele é completamente diferente de você, e é exatamente isso que me fez amar Draco. Porque se eu quisesse continuar na mesma merda de vida, com certeza ainda estaria com você.

   — Caralho, isso foi lindo. — Draco murmurou atrás de mim, passando um braço pela minha cintura. — Depois disso, não há nada que eu possa falar para intensificar a sensação que você deve estar sentindo. Eu imagino que esteja pensando: “cara, eu sou um merda”. É tudo verdade.

   — Não vou deixar isso passar em branco. — Ronald murmurou, lívido. — Você vai sentir o peso de cada uma dessas palavras, Hermione.

   — Acho que está tudo pronto. — Falei, ignorando a ameaça de Rony, colocando as últimas camisetas na mala e fechando-a. Suspirei, olhando para elas. — Draco, você  pode olhar no closet se ainda tem algo meu?

   — Com prazer. — Ele estreitou os olhos para Ronald, antes de sair do quarto até o closet. Enquanto ele estava lá, peguei as duas malas e coloquei-as no chão com dificuldade por  conta do peso. Rony, é claro, só ficou observando com aquela expressão de arrogância descabida.

   — Hermione! — Ouvi Draco me chamar, e me virei para vê-lo me encarando  com uma sacola familiar, abrindo-a e tirando uma caixinha de dentro. Meu rosto esquentou, o constrangimento me tomando inteira enquanto ele tirava o vibrador e me mostrava, sua sobrancelha arqueada em questionamento. — Por que não usou o presente que eu te dei?

   — Mas que porra… —  Rony arfou, incrédulo. — Ele te deu isso enquanto ainda estava aqui comigo?!

   —  Ela tinha que brincar de alguma forma, não acha? — Draco deu de ombros, voltando a guardar o vibrador na  caixa e então colocando-o na mala. — Prontinho, agora ele está a espera da inauguração.

   — Eu… — Pigarreei, lutando para não sair correndo do quarto. — Bom, é isso. Estamos prontos para ir embora.

   — É sua última chance, Hermione. — Ronald murmurou. — Se for embora, não precisa mais voltar.

   — Ah, pelo amor dos deuses! — Draco segurou as malas e começou a levá-las para a saída. — Tenha um pouco de dignidade, caralho. Ela não quer você, e a culpa é sua por ser um babaca. — Disse, olhando para onde eu ainda estava parada. — Vamos, princesa. — Quase corri até ele, acompanhando-o para o corredor. Draco parou, colocando a cabeça para dentro do quarto apenas para se despedir do seu modo tão amigável. — Passar muito bem. E sorte com o seu livro de merda.

   

   “Mesmo sendo experiente na sua vida sexual, não apenas por ser garota de programa, mas por ter escolhido isso por vontade própria, Alana estava surpresa com aquele cliente em particular. Não era como os outros, nunca havia conhecido alguém que a fodesse tão intensamente. Talvez o motivo disso fosse a falta de medo que ele trazia consigo. Por que aquele homem não a fodia com  medo de revelar muito sobre si mesmo enquanto o fazia. Ele mostrava, era livre, honesto, e a cada estocada a levava para um lugar ainda mais alto.”

   Fechei a capa do livro, respirando fundo para acalmar a sensação estranha que fazia meu corpo se contorcer na cama. Olhei a imagem que a capa trazia, mas isso não me ajudou muito a acalmar minhas reações. O homem lá tinha tatuagens cobrindo toda a barriga e uma parte dos braços, e isso me fazia lembrar muito bem de Draco. Pigarreei, olhando o celular e franzindo o cenho. Eu deveria ter ido com ele para o Hard Rock. Mas ao invés disso, preferi ficar e ler um pouco, e agora lá estava eu, o corpo quente demais para ser acalmado com água fria.

   Minhas malas ainda  estavam em um canto do quarto de Draco, uma delas aberta sobre a poltrona. Eu deveria ir até lá e arrumar aquela bagunça, mas, ao que parecia, meu corpo traidor não estava de acordo. Um incômodo persistente se alojara entre minhas coxas, e mesmo que eu as pressionasse juntas ele não ia embora. Me joguei novamente sobre o travesseiro, fechando os olhos.  Péssima ideia. A imagem que apareceu sob as minhas pálpebras era quase torturante. O dorso nu de Draco, aquela tatuagem na barriga, as asas perfeitamente desenhadas no peito, a caveira que parecia me olhar de lado quando eu a observava com cuidado. Eu nunca teria imaginado que acharia isso sexy, mas era verdade. E esses pensamentos não estavam me ajudando em nada, naquela hora.

   Desistindo, abri os olhos e virei o rosto para a mala. Lá, como se me provocasse, estava a sacola com o presente de Draco. Eu não tinha a mínima ideia de como usar aquilo de forma correta, não sabia se seria bom ou apenas estranho, mas antes que eu avaliasse aqueles fatos com cuidado, já estava levantando da cama e seguindo até a mala.

   — Isso é uma péssima ideia… — Sussurrei, pegando a caixinha e voltando para a cama. Dentro da caixa estava o objeto rosa que até então tinha sido alvo apenas do meu medo. Respirei fundo novamente, franzindo o cenho ao retirá-lo de sua caminha de veludo e o segurei na mão. — Droga… — Sussurrei, notando o fato de que ele era maior do que eu esperava. Com certeza maior do que Ronald. Eu não tinha ideia se aquilo doeria como a minha primeira vez, mas já estava novamente com medo. — Ok, está tudo bem. — Tentei me convencer, mas não tive muito sucesso nisso.

   Peguei meu celular, pesquisando instruções de como usar o vibrador idiota. Abri em um site que me parecia promissor, e logo comecei a ler tópico por tópico.

   — Certo, conhecer o brinquedo. — Repeti, analisando o “brinquedo” atentamente. Voltei a ler as instruções. — “O modelo que você ganhou, é para a estimulação do clitóris ou vaginal?” — Pisquei, confusa. Como eu saberia disso?! Olhei novamente para o vibrador, mas nada nele me indicava a resposta. — “Leia no manual de instruções”. — Concordei com a cabeça,  olhando para a caixinha vazia. — Tudo bem, e onde está a porra do manual de instruções?

   Vasculhei toda a caixa e a sacola, mas não havia nada lá. Pensei em desistir, ou entrar em pânico e ligar para Draco, mas seria vergonhoso perguntar para ele como se usa um vibrador. Eu tinha que descobrir, e agora era questão de honra! Procurei o próximo tópico, não me deixando abater.

   — “Use um lubrificante”. — Parei novamente, suspirando. Eu não tinha um lubrificante, e não queria nem imaginar se Draco tinha algum pela casa e o motivo disso. Então pulei para a próxima instrução. — “Se ele for vaginal, introduza-o na vagina com cuidado”. — Fiz uma careta, olhando as palavras. — Isso foi ríspido. Mas tudo bem, vamos lá.

   Empurrando o livro, caixinha e sacola para o lado, me deitei na cama e tentei relaxar meu corpo. Fechei os olhos, torcendo para que isso me desse mais coragem. Ergui a camisa de Draco que eu estava usando, apenas o bastante para facilitar a missão. A calcinha era pequena, então foi fácil afastá-la delicadamente para o lado, difícil foi preparar meu cérebro para o que vinha a seguir.

   — Coragem… — Murmurei, finalmente colocando a ponta do vibrador sobre minha pele nua. A primeira coisa que notei, com um lamento de desespero, foi que a coisa estava gelada. Mas talvez fosse comum, então tentei não jogá-la para o lado e sair correndo. Fechei os olhos com mais força, respirando com calma enquanto deslizava o objeto de plástico macio até encontrar o suposto lugar onde eu o colocaria. — Meu Deus, não vai caber. — Murmurei, engolindo em seco. Mas se ele tinha sido feito para aquilo, então tinha que caber, droga! Eu não tinha ideia de como eu havia ficado tão úmida, mas considerei isso como um bom sinal. Agradeci mentalmente ao livro, talvez ele tivesse boa parcela de culpa nisso. Lentamente, com o coração saltando de medo, deslizei o vibrador até que finalmente ele estava onde se era suposto estar. A sensação era… estranha. Não parecia algo que alguém gostaria de fazer. Onde estava o êxtase e orgasmos múltiplos que prometiam?! Me senti enganada. Mas não desistiria assim tão fácil. Se eu tinha persistido com Ronald, eu também persistiria com o vibrador! Segurei a base, tentando movê-lo um pouco, e acabei acionando algo que não esperava.

   O zumbido acompanhado da vibração intensa me fez soltar um grito de susto. Coloquei a mão livre sobre a boca, abafando a exclamação enquanto uma risada histérica a seguia. Aquilo era uma mudança que considerei ainda mais promissora do que o site. Regulei a intensidade da vibração até que não me causasse vontade de rir desesperadamente, e finalmente senti algo diferente. Não era de todo ruim, algo estava mudando, uma sensação de tensão se formando na parte baixa da barriga. Prendi a respiração, com medo de que se eu respirasse mais alto ela fosse embora. Fazia meses que eu não sabia o que era um orgasmo, não queria afugentar o único que estava vindo até mim de forma tão trabalhosa. O vibrador foi um pouco mais fundo, e o tremor leve pareceu reverberar pelo corpo inteiro. Suspirei lentamente, minhas pernas relaxando pela primeira vez desde que havia começado.

   E como em um castigo divino, a porta se abriu em um rompante, e lá estava Draco.

   — Puta que… — Ele murmurou, no mesmo instante que eu soltava um grito agudo e jogava o vibrador no ar, descendo a camisa desesperadamente até me cobrir até as coxas. E novamente como se o primeiro castigo já não fosse o suficiente, o vibrador girou até cair exatamente nos pés de Draco, que o olhou em total descrença. — Você estava…?

   Ele ergueu os olhos para mim, e então um sorriso torto esticou seus lábios. Se eu pudesse ficar mais vermelha, seria confundida com uma placa “Pare” no trânsito. Me joguei de bruços na cama, escondendo o rosto no travesseiro e torcendo para que Deus me levasse daquele plano vergonhoso. Eu não merecia aquilo, ou ao menos era o que eu pensava.

   — Hermione Granger, como você teve coragem de começar sem mim?! — Exclamou, dando uma risada e pegando o vibrador do chão, olhando para ele como se fosse um objeto sagrado. Não ousei virar mais o rosto, apenas o suficiente para ver como ele sorria.

   — Por favor, não fale comigo até eu estar recuperada dessa vergonha. — Murmurei, suspirando. — Eu não acredito que não tranquei a porra da porta.

   — Não esconda o rosto todo vermelhinho não! — Draco pulou sobre a cama com uma risada, segurando minha cintura e me fazendo virar para ele. Ainda estava um pouco corado com o esforço no show, mas foi apenas isso que notei antes de cobrir meu rosto com as mãos. — Vamos, olha para mim. Quero saber o que deu a ideia de finalmente usar o presente que eu te dei.

   — Draco, me deixa sozinha com o constrangimento, por favor.

   — Não mesmo, princesa. — Ele passou uma perna sobre minha cintura, quase montando sobre mim. Surpresa, tirei as mãos dos olhos e o encarei. — No que estava pensando? Em quem? Você viu algum vídeo pornô, foi isso? Puta que pariu, você assiste pornô?!

   — O que? Não! — Gritei, exasperada. — Eu só estava vendo…

   — Então estava escrevendo seus livros de putaria?

   — Erótico, eu já disse!

   — Vocês podem foder mais baixo, caralho?! — A voz da Vovó Mira soou abafada, vinda do andar de baixo. — Eu não tenho mais idade de escutar trepa dos outros!

   Draco riu como se minha situação constrangedora fosse a melhor coisa que ele poderia ter passado. Com o cenho franzido e vergonha no coração, continuei olhando fixamente para um ponto do desenho na camisa dele, evitando seus olhos. Draco colocou uma mão no meu rosto, seu polegar roçando suavemente na minha pele.

   — Não está chateada, está? — Perguntou, apertando os lábios para não rir. — Eu estou brincando, princesa. Tem ideia do que eu senti quando entrei no quarto e te vi brincando sozinha?

   — Vergonha alheia? — Arrisquei, e ele revirou os olhos.

   — Um tesão absurdo. — Disse. — E ele não passou.

   — Posso imaginar a imagem linda que você teve. — Bufei, resignada. — Uma garota completamente inexperiente usando um troço que nem sabia como usar direito. Realmente, posso imaginar o nível de tesão que deve ter sentido.

   Draco segurou a minha mão, um sorriso cínico nos lábios.

    —Quer que eu mostre? — Perguntou, levando minha palma lentamente até a virilha do jeans que já notei estar esticado. Arregalei os olhos, puxando-a de volta com uma risada nervosa.

   — Não, eu acho que acredito sim.

   — Estava tendo problemas com seu brinquedinho? — Draco pegou o vibrador sobre a cama, mostrando-o para mim com interesse na expressão. — Olha só, eu sei que você só quer transar comigo quando estiver livre do babaca, mas eu posso ensinar umas coisas. E nem preciso encostar em você, se não quiser.

   Franzi o cenho, desconfiada de seu sorrisinho. Ele não significava boa coisa, raramente o fazia. Mas talvez aquilo não fosse tão ruim. O problema era que eu queria Draco, e queria de uma forma tão grande que anuviava meu cérebro no momento em que ele me tocava, e não tinha ideia se seria capaz de fazer aquilo sem tocá-lo. Mas a questão ainda era de honra! Eu aprenderia a usar aquele troço nem que isso fosse a última coisa que eu fizesse na vida!

   — Promete que vai me obedecer e ficar quietinho? — Questionei, nem um pouco convencida. — Se você me tocar, a gente para.

   — Eu prometo. — Disse, acenando com a cabeça. — Só vou encostar em você se pedir.

   — Ok, então. — Sussurrei. — Comece saindo de cima de mim. Acho que essa posição está um pouco… Quer dizer, pode sair?

   Constrangida, abaixei a cabeça para onde a mão de Draco pousava suavemente entre meus seios, e então pigarreei. Ele sorriu, deslizando sobre a cama até ficar no final dela, tirou os sapatos e os jogou para o lado, em seguida fez o mesmo com a camisa. Quando terminou, sentou de frente para mim e sorriu inocentemente.

   — Pronta? — Perguntou, animado. — Siga as instruções do tio Draco.

   — Cristo, não! — Exclamei, rindo. — Tio não! É muito estranho.

   — Então pode me chamar de guru sexual. Mestre nos ensinamentos na arte vibratória. Guia de instruções sobre como alcançar o orgasmo desaparecido.

   — Eu não vou conseguir nem cócegas se continuar falando assim.

   — Esses alunos de hoje em dia… — Suspirou. — Já não são tão respeitadores quanto no passado.

   — Draco!

   — Ok, tudo bem, vamos a aula. — Ele parou, inclinando-se sobre a cama e abrindo a gaveta do criado-mudo, tirando de lá um pacotinho de preservativos e algo em um tubo branco. Ele sorriu, abrindo o pacote enquanto me olhava e colocando-o no vibrador, parecendo se divertir no processo. — Primeiro: acho melhor colocar lubrificante, você não quer se machucar. E nem eu quero que se machuque. Principalmente no meu futuro lugar preferido.

   — Jesus, Draco! — Tentei chutar sua perna, mas ele me ignorou, continuando o trabalho.

   — Certo, agora está pronto. Depois disso, é bom que esteja no clima para o momento, entende? O que você gosta, nessas horas? Música?

   — Draco, eu não tenho um orgasmo a meses. Acha que eu ligo para que música está tocando?

   — E o que te faz ficar no clima?

   Desviei os olhos para as tatuagens no seu corpo, e pela forma que meu rosto esquentou, suspeitei que ele entendeu a dica. Quando voltei a encará-lo, Draco tinha aquele sorriso novamente, tão presunçoso quanto lindo.

   — Tudo bem, podemos fazer algo sobre isso. — Murmurou, subindo novamente sobre mim, cada mão pousando de um lado da minha cabeça. Antes que eu reclamasse, ele voltou a murmurar. — Só vou beijá-la, prometo.

   Acenei, concordando, mas não foi necessário. Draco tocou os lábios nos meus suavemente no começo, apenas brincando de explorar um ao outro, suas mãos segurando meu rosto com delicadeza. As minhas, no entanto, já tinham vida própria, e se perderam nos cabelos da sua nuca, descendo pelas costas largas. Nenhuma música, filme, vídeo ou brinquedo faria eu me sentir acesa tão rapidamente quanto Draco faria, isso era uma certeza que rondava minha mente. O personagem misterioso do livro não importava mais, estava sendo ofuscado por Draco. E se aquele personagem era bom, eu não tinha adjetivos para colocar no homem que me pressionava contra a cama.

   Meu corpo amoleceu, cada músculo relaxando e meus pensamentos escapando da minha mente. E quando Draco notou isso, seu beijo se tornou mais intenso, me arrancando um gemido de ansiedade, fazendo meus braços arrepiarem sem que eu soubesse exatamente o motivo. E não importava, não era? A última coisa que eu queria naquela hora era investigar as causas das minhas reações. Era só… Draco. Era o bastante para mim.

   Sua mão desceu até minha perna, erguendo-a para a sua cintura, dando a ele espaço para se acomodar. Imediatamente minha outra coxa fez o mesmo, prendendo-o contra mim, com medo dele ir embora e me deixar ali tão perto do final. O botão do jeans dele pressionava suavemente entre minhas coxas, e sem que eu percebesse eu já me movia junto com ele. Draco lamentou algo, os lábios ainda nos meus, e seu corpo se moldou ao meu com mais vontade. Minha respiração estava enlouquecida, e meu coração seguia no mesmo ritmo.

   — Tem certeza que quer brincar sozinha? — Sussurrou ele, os dentes segurando meu lábio e soltando com aquele sorriso torto no rosto. Eu não conseguia sequer pensar com coerência, muito menos responder.

   — Humm… — Sussurrei, avançando para beijá-lo novamente. Draco se afastou, divertindo-se.

   — Isso é um sim ou um não?

   — Isso é um me beija logo antes que eu te chute da cama.

   Rindo, ele fez exatamente o que eu pedi. Mas agora parecia que os beijos já não eram o suficiente. Estava tão perto, precisava de só mais alguma coisa, algo que me levasse até onde eu pretendia. Sem pensar muito no assunto, segurei sua mão que descansava na minha cintura e a deslizei um pouco mais para cima, colocando-a sobre meu peito. Draco xingou em um sussurro, apertando-o com delicadeza e deslizando os dedos sobre o tecido leve da camisa. Minha respiração, que antes estava apenas acelerada, agora também estava entrecortada. E ainda assim não era o suficiente.

   Voltei a segurar sua mão, agora descendo-a todo o caminho até colocá-la entre nós dois, e então deslizá-la sobre minha calcinha. Draco se afastou apenas alguns centímetros, me olhando atentamente.

   — Então eu… Posso? — Perguntou, esperançoso. Concordei freneticamente, mais do que ansiosa. Nem sequer lembrava dos motivos de ser errado, só lutava para manter em mente os novos limites que eu havia acabado de impor. Ele sorriu por um segundo, antes de voltar a me beijar, sua mão explorando onde nunca havia estado antes. E então veio o medo do desconhecido. Apesar de amar Draco e confiar nele, era algo novo para nós dois, e mais ainda para mim. Engoli em seco, nervosa.

   — O que você… — Antes que eu completasse a frase, porém, ele escorregou os dedos sob o tecido e finalmente tocou onde ainda estava dolorido. Fechei os olhos, suspirando baixinho. Não precisava mais de instruções, não queria fazer nada sozinha.

   — Você está pronta aqui. — Disse ele. — Só relaxe, tudo bem? Eu estou aqui com você.

   Como eu não sabia se ainda conseguia responder, apenas concordei. E então ele se ergueu sobre os joelhos, e a falta do seu corpo no meu foi como um tapa. Estava frio, e eu não queria sentir frio. Draco segurou os dois lados da calcinha e deslizou rapidamente até tirá-la das minhas pernas, e a jogou para o lado sem nem olhar antes. Então voltou para mim, deitando com delicadeza sobre meu peito, a boca quente investigando meu pescoço. Se era aquilo que ele queria dizer com “estar no clima”, eu já estava mais do que nele. Não foi necessário fazer mais perguntas, e talvez se ele tivesse feito eu teria medo novamente. Só senti o vibrador voltar a deslizar onde havia estado antes de Draco chegar, e antes que eu me apavorasse pela segunda vez naquela noite, Draco me beijou até que esqueci onde eu estava e o que estava fazendo. A sensação não era mais só estranha, pelo contrário. Agora sim eu poderia imaginar porque pessoas faziam aquilo.

   Quando o vibrador já estava dentro de mim, o tremor leve começou a evidenciar-se, provocando uma tensão não de toda ruim na minha barriga. Meus músculos, que antes estavam relaxados, agora começavam a retesar-se, minhas pernas apertavam em torno de Draco. Trinquei os dentes, lutando para respirar de forma regular, arqueando meu corpo quando toda a sensação causada pelo vibrador se juntou com os lábios de Draco no meu pescoço; beijando minha orelha, roçando os dentes suavemente na minha pele já sensível demais. Minhas mãos se agarravam nas suas costas, sem dúvidas minhas unhas deixariam marcas na pele clara dele. Mas Draco não parecia notar, estava tão perdido quanto eu.

   Talvez seja assim que uma mulher deva sentir-se. Pensei, atônita; ofegando no pescoço dele. Naquele momento eu não me importava com regras, com o que os outros pensavam ao meu respeito, com o que achavam sobre meu divórcio, eu não ligava se me tratariam diferente. Porque eu tinha o que eu queria bem ali, e estava tão perto, tão intensamente perto…

   Com um arquejo quase desesperado, meu corpo inteiro retesou subitamente. Por alguns segundos, os mais esperados do dia, eu estava livre de todos os pensamentos e problemas, de tudo que poderia me magoar e machucar quem eu amava. Eu era uma mulher desejada, finalmente tinha um homem que faria tudo por mim, e que também me amava. Já não era algo unilateral, meu sentimento era completamente recíproco. E eu me segurei a isso enquanto sussurrava o nome de Draco, e me perdia nos segundos preciosos que eu esperava há meses.



   — Não está chateada, está? — Perguntou Draco, parecendo tenso, seus dedos acariciando meu cabelo enquanto eu ouvia os batimentos regulares de seu coração. Quase sorri com a pergunta, mas ergui os olhos para ele, apoiando meu queixo no seu peito desenhado.

   — Chateada?

   — Eu prometi que não te tocaria. E eu toquei. Fiz mais do que isso. Porém, não me arrependo.

   — Suspeitei que não. — Respondi, revirando os olhos. — Não estou chateada. E você, como está?

   — Bom… — Draco respirou fundo, prestes a se lançar na explicação sobre seus sentimentos. — Há uma parte do meu corpo que ficará esperando ansiosamente pelo restante do que acabamos de fazer. E essa parte está acordada bem agora. E você está sobre ela, o que não ajuda a mantê-la sob controle. Não que eu reclame, você faz dela o que quiser, contanto que não machuque, e…

   — Ok, Draco, acho que já entendi. — Dei uma risada, deslizando meu dedo sobre o desenho. Os riscos que formavam as asas de forma elaborada. — Mas essa parte da sua anatomia terá de esperar alguns dias.

   — Ah, ela espera. Contanto que seja você, ela esperaria por anos. — Ergui os olhos para ver seu sorriso gentil, que logo se transformou em uma expressão de preocupação. — Mas tomara que não dure anos.

   — Não vai, fique tranquilo. — Sussurrei, inclinando o rosto para sua mão que me acariciava. — Amanhã vou falar com a advogada. Assim que Ronald receber o pedido oficial de divórcio, eu vou me sentir livre finalmente.

   — E aí seremos apenas nós, e a cama, e o chuveiro, e as paredes do apartamento, e o sofá, e a mesa da cozinha…

   — Cristo, temos muitos lugares para batizar. — Considerei, fazendo-o rir. Ergui a mão para tocar seus lábios de forma delicada, e Draco segurou meus dedos entre os dentes, sorrindo.

   — Quem diria que eu amaria a Srta. Imaculada? — Disse, com uma risada divertida. Me ergui um pouco mais até meus lábios tocarem os dele.

   — E quem poderia imaginar que eu amaria o escritor psicótico? — Murmurei, deixando que Draco me abraçasse e embalasse meu corpo até cairmos no sono. 


Notas Finais


Eeeeitaaaa 🔥🔥🔥
Até a próxima segunda, bebês!
Beijão! 😘😘😘


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