Capítulo 3 - Noite no 3º andar
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Frases escritas entre aspas "" significam pensamentos do personagem.
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Capítulo 3
Noite no 3º andar
InuTaysho estava meio incomodado com aquele silêncio e resolveu se pronunciar.
InuTaysho: - Sesshoumaru, não está reconhecendo sua prima... Rin?
Sesshoumaru:- Oi Rin! – “Nossa como ela está diferente, nem me lembrava mais dela, até que ficou “meio bonita”... mas... ela ta esquisita... se veste mal, parece distante... mas continua com o mesmo cheiro”
Rin: Oi! – “Ele mudou muito, mas só fisicamente... como ficou bonito! Mas continua sério, parece até que meu sangue gela quando olho pra ele... AAFFF”
Izayoi: - Sente-se Rin, venha tomar seu chá.
Rin sentou-se ao lado direito de Sesshoumaru, InuYasha tinha se sentado na sua frente. Izayoi e InuTaysho ficaram em pé, apoiados na bancada da cozinha.
Rin tomava seu chá calmamente, se lembrando das tardes que passava nos parques de Londres...
Iza: - Rin, minha querida, suas coisas chegaram ontem à tarde, as coloquei no quarto de hospedes. Se você não estiver cansada, podemos visitar algumas lojas de decoração amanhã.
Rin: Lojas de decoração... Por quê?
Iza: - Para arrumarmos um dos quarto pra você, temos vários cômodos vazios... você pode escolher o que mais te agradar... eu pessoalmente adoro o quarto que fica na esquerda, em frente ao do Sesshoumaru
Rin: - Tia, eu não quero incomodar... não precisa se preocupar comigo!
Iza: - Não me venha com desculpas Rin! Você vai morar conosco... tem que se sentir em casa e ficar bem acomodada... se você quiser visitar as lojas amanhã, poderá escolher as móveis, pintar e decorar o quarto à vontade!
Rin: Obrigada tia! Agradeço muito... mas estou muito cansada agora, gostaria de tomar um banho e dormir...
Iza: - Claro... vou te levar até seu quarto... – disse se dirigindo até a porta –
InuTaysho: ESPERE!! Eu precisava falar com vocês... minha pequena, me desculpe por organizar tudo sem te consultar antes... mas... o velório dos seus pais será daqui 3 dias, no sábado... – falou extremante triste –
Rin sentiu uma facada no peito com o que o tio disse, ainda não tinha assimilado todos os acontecimentos parecia que a qualquer momento veria seus pais entrarem sorrindo pela porta. Não fez nenhum esforço para conter as lágrimas, não tinha vergonha de chorar. Sentiu um abraço quente e apertado de seu primo mais novo... e o olhar frio que Sesshoumaru a dirigia.
InuYasha: - Tudo vai ficar bem – disse baixinho no ouvido de Rin –
Ela apenas chorava...
Iza: - Venha minha querida, você precisa descansar – disse apoiando a sobrinha pelo braço –
Todos subiram as escadas e se dirigiram aos seus respectivos quartos.
Iza: Rin, seu quarto é quase no final do corredor, ao lado do InuYasha.
Rin: - Obrigada... Boa noite tia Izayoi e tio Taysho
Inu e Iza: - Boa noite...
Rin, InuYasha e Sesshoumaru foram andando lentamente até seus aposentos. O primeiro a se retirar foi Sesshoumaru. Antes de entrar ele encara a prima, Rin olhou no fundo daquela imensidão dourada, sentiu um calafrio percorrer sua espinha.
Sesshoumaru: Boa noite...
Rin e Inu: Boa noite...
InuYasha levou Rin até a porta do quarto de hospedes e se despediram com um quase inaudível “Boa noite”.
Ao entrar no quarto, Rin “desaba” em cima da cama, sentia-se tão cansada... tão distante.
Ao abrir os olhos novamente, reparou que havia várias malas espalhadas pelo aposento, foi abrindo um a uma até encontrar suas roupas de dormir. Pegou uma camisola branca, de um tecido leve, era bem curta, e como estava fazendo muito calor naquela noite, queria se vestir da maneira mais confortável possível.
Entrando no banheiro percebeu que Izayoi tinha preparado tudo para sua chegada, ao lado da banheira tinha os mais variados sais para banho... Preparou uma água bem quente para lavar-se, onde despejou sabonete líquido e sais de ervas. Sentiu todos os seus músculos relaxarem ao mergulhar.
Rin: - Nossa... eu estava tão tensa e nem tinha reparado.
Ela ligou um pequeno rádio portátil que estava em cima de uma mesinha próxima, tocava uma música muito suave... dessas instrumentais (N/A: essas músicas usadas para relaxamento e meditação)
Do nada, ela se lembra de um calafrio que sentiu percorrendo sua espinha..
Rin: - “ O Sesshoumaru me olhou de uma maneira tão intensa, seus olhos não demonstravam aquela frieza comum, e... como ele ficou bonito, tornou-se um homem muito atraente!!!”
Rin: - AAAAAFFFFF, Rin... presta atenção nas coisas que você está pensando!! Ta parecendo uma criança boba... aaffff
Ela ficou um bom tempo com a mente “vazia” ouvindo somente as músicas que tocavam. Saiu da banheira nervosa ao se lembrar os pensamentos que tivera há pouco.
Secou-se, vestiu-se e colocou carinhosamente o relicário no pescoço... Depois do banho parecia que tinha perdido o sono... decidiu ir no último andar da casa, era aquele seu local preferido...
Saiu de seu quarto descalça, para não chamar atenção dos Youkais que estavam dormindo... andou até a porta que dava acesso ao jardim de inverno e subiu lentamente as escadas.
Rin: - Está tudo tão diferente...
Izayoi tinha reformado o lugar, mudou os móveis e os vasos de flores.
Rin deitou-se num pequeno sofá, cruzando as pernas. Olhou fixamente para o céu, a lua estava tão linda, cheia e muito alva... as estrelas brilhavam como purpurinas em um veludo azul. Estava tão admirada com a beleza do céu que nem notara uma outra presença no recinto... Ele a olhava de cima a baixo...
Sesshoumaru: - “Ela está... parecendo um anjo... vestida assim de branco, banhada pela luz da lua... e esse perfume? Ele é mágico...”
Sesshoumaru fitava a prima deslumbrado, há pouco tempo tinha reencontrado uma criança chorona e medrosa, mas agora estava diante de uma “moça” linda... ele a comparou com uma estátua de mármore carraro (é aquele mármore bem branco, que Michelangelo usou em suas esculturas)... Linda, mas tão gelada e triste... sim, ela estava muito triste e conhecia essa tristeza, já tinha sentido quando perdeu a mãe ainda criança.
Ele se levantou sobressaltado e com raiva dos pensamentos “insanos” que estava tendo, parecia que tinha entrado em um tipo de transe.
Quando Sesshoumaru se levantou, Rin se deu conta que não estava sozinha, ficou encabulada com o modo que “ele” a olhava, e pela camisola que estava vestindo. Mas não conseguiu deixar de reparar no seu belo primo. Ele estava usando uma camiseta azul e bermuda preta... seus cabelos estavam extremante prateados e a lua crescente em sua testa cintilava.
Rin já conhecia o efeito da lua cheia sobre Sesshoumaru desde pequena, mas agora as coisas tinham mudado, os dois estavam diferentes.
Rin: - Eu não tinha visto que você estava aqui Sesshoumaru – disse meio atordoada com a visão –
Sesshoumaru: - Você nunca repara em nada mesmo... vive distraída “pequena” – falou em um sutil tom irônico, que Rin percebeu –
Rin: - Não me chame de pequena SESSHOUMARU TAYSHO! – levantando do sofá e encarando o primo com extremo ódio –
Sesshoumaru: - Ah... tinha me esquecido que somente meu pai pode te chamar de “pequena”
Rin: Ai... Sesshoumaru, você não muda mesmo! Vê se não me stressa... – Rin estava bem nervosa com a situação, e lógico que o sesshy reparou... ^^ -
Sesshoumaru: - O que você está fazendo aqui? – disse friamente –
Rin: Não te interessa, não devo satisfação da minha vida pra ninguém, muito menos pra você! – Rin começou a andar em direção a escada para voltar pro seu quarto, mas Sesshoumaru entrou na sua frente, ficando bem próximo, a ponto de sentir a respiração da prima, mas ela manteve-se indiferente quanto a sua aproximação...-
Sesshoumaru: - Criança... você está na “minha” casa e eu exijo respeito! – enfatizando bem o MINHA –
Rin fez um tremendo esforço pra conter as lágrimas, não queria parecer frágil diante de seu primo, mas não conseguiu, mesmo sabendo que ele não tinha dito isso por mal ou apenas para magoá-la...
A idéia de viver na casa de seu tio não agradava, mas com o comentário de Sesshoumaru, Rin percebeu que no fundo ela não tinha mais casa... estava vivendo do favor e da bondade de seus tios.
Sesshoumaru se deu conta do que tinha falado e sentiu-se muito mau (coisa rara de acontecer) não tinha a intenção de magoar Rin, apenas queria continuar com a troca de “provocações”, já que era quase um hobbie ver a menina brava com ele... mas as lágrimas que ela deixava cair repercutiam como agulhas em seu peito...
Sesshoumaru: - Rin, eu... – o som que saia de sua boca era quase inaudível –
Rin: - Eu entendo... me desculpa Sesshoumaru! – disse com uma voz rouca e mais gelada que o próprio sesshy – Boa noite!
Ela saiu da frente dele e foi andando em direção a saída...
Sesshoumaru: - Rin... espera... eu não...
O que aconteceu a seguir foi muito rápido... Rin não tinha visto um pequeno vazo com mini-rosas que ficava ao lado da porta e acabou tropeçando, na mesma hora Sesshoumaru apareceu e a segurou pelas costas. Rin tinha fechado os olhos com força pra não se ver rolando escada abaixo. Quando abriu seus orbes castanhos se viu nos braços de Sesshoumaru, este a segurava firmemente para que não caísse... Rin olhou no fundo dos olhos cor de âmbar de seu primo e foi ficando mais vermelha do que já estava. Sesshoumaru olhava para ela com olhos fulminantes, tinha uma donzela em seus braços, usando apenas uma pequena camisola branca e iluminada pela luz da lua... Essa visão fascinava o jovem... o cheiro dela fazia seu coração disparar... Derrepente ele “acorda” e a coloca bruscamente no chão, olhou para face da menina, nem ousava pensar em olhar para o resto do corpo, temia que não conseguisse se controlar.
Rin estava vermelha, mas não de vergonha e sim de raiva, ela estava bufando... olhou nos olhos de Sesshoumaru e saiu pisando duro.
Rin: - ggrrr...
Quando ela saiu, Sesshoumaru deixou escapar um meio sorriso... apesar do que tinha falado antes, conseguiu o que queria, ver os olhos de Rin queimarem de ódio e a expressão dela... BEM irritada...
Sesshoumaru: - “Ela fica mais linda quando está brava” – Aaahhh... Sesshouramu, seu idiota, pare de pensar besteiras!!
Ele ficou na cobertura da casa, observando a lua... só iria dormir quando conseguisse colocar seus pensamentos em ordem e voltasse ao seu estado normal.
Quando Rin chegou ao quarto, deitou na cama e se cobriu com um lençol, estava muito nervosa.
Rin: - Mas por que eu to com tanta raiva dele? Se não fosse o Sesshy eu teria rolado pelas escadas e me machucado feio.
Rin: - “O QUEEE??? “SESSHY” da onde eu tirei isso???? AAFFF...”
Rin estava com tanta raiva do primo que logo pegou no sono, acordando as 10 horas do dia seguinte.