Capítulo 1 - Nas curvas da vida
Capítulo 1
Nas Curvas da Vida
É incrível como a vida nos prega peças, nas idas e vindas de nossa existência... quando perdemos o controle da direção... contemplamos o nosso futuro (planejado e pré-existente) descendo pelo ralo. Começamos a duvidar da capacidade do homem e da bondade de Deus, nos esquecemos que existem anjos ao nosso lado, são esses “anjos” que nos carregam no colo quando caímos, curam nossas feridas (do corpo e da alma) e nos ajudam a seguir em frente.
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- CUIDADDOOO... MATSUMOTO!!!
- Rin e Yume... SEGUREM-SE!!!!
-PAIIII...
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BBC NEWS: Notícia de última hora!
Jornalista: - Aconteceu um trágico acidente na Oxford Street, uma das mais movimentadas ruas de Londres, um caminhão carregado com óleo diesel perdeu o controle em uma curva se chocando com um carro de passeio, que levava uma tradicional família japonesa para o aeroporto.
Matsumoto Takenaka e Yume Takenaka, donos da “Imagine” a maior empresa de marketing e publicidade do Japão, morreram na hora, devido aos traumatismos sofridos durante a colisão. A jovem Rin Takenaka, que se encontrava no banco traseiro do veículo, sobreviveu e se encontra no hospital com lesões e ferimentos, porém não corre risco de morte.
Ela é a única herdeira de sangue da família Takenaka, com apenas 18 anos ela possuí bilhões de dólares dividos entre ações e propriedades da empresa “Imagine”.
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A jovem abriu os olhos, não sabia onde estava e nem como tinha ido parar ali. Estava deitada numa cama dura e fria, em um quarto horrivelmente branco, estava ligada a vários aparelhos que monitoravam seus batimentos cardíacos, sua respiração. Tentou se levantar mais não conseguiu, sentiu terríveis dores na cabeça, percebeu ao movimentar seus olhos que estava com ferimentos e hematomas nos baços e nas pernas.
Rin: - Onde estou?
- No England Hospital, minha querida! – Disse a enfermeira com uma voz suave-
- Me chamo Susan, qual seu nome?
Rin: - Rin Takenaka, onde estão meus pais?
Susan: - Você ficou dois dias desacordada, vou chamar o médico para te examinar! – Disse com calma, mas sem responder a pergunta da garota-.
Entra na sala um homem de aparentemente 40 anos, tinha cabelos curtos e bem loiros e com profundos olhos azuis, falando com um carregado sotaque escocês (nem preciso dizer que ele tava de branco neh?? xp).
- Bom Dia! Como está se sentindo?
Rin: - Não sei, acho que estou bem – Disse isso com uma voz meio incerta-.
- Meu nome é John, sou o médico responsável por você!
John: - Vou inclinar um pouco a cama, para que você fique sentada. Está mais confortável?
Rin: - Sim, obrigada! Doutor... agora posso ver meus pais?
John: - Rin, eu preciso conversar com você... mas antes eu preciso que você me prometa que não vai se alterar nem tentar sair correndo ou fugir... Você não corre risco, mas seu estado é grave!
Rin: - Sim, eu prometo! Mas, meus pais...como estão? Onde estão?
John: - Rin... eles... não so... sobreviveram, o choque foi muito forte, eles sofreram muitos traumatismos e faleceram devido a falência múltipla de órgãos – O médico falou com um tom bastante desolado-
Rin não escutara mais nada depois que o médico disse “Eles... não sobreviveram”, sentiu os olhos arderem e deles brotaram cascatas de lágrimas.
Rin: - “Não... não pode ser... Eu não acredito!!!”
Rin tentou se levantar, estava muito nervosa, mas na mesma hora a enfermeira injetou tranqüilizante e a garota acabou dormindo.
Rin acorda no dia seguinte e se depara com uma figura familiar, muito querida.
Rin: - Tio Taysho??
InuTaysho: - Oi minha pequena, como está se sentindo?
Rin: - Bem , tirando as dores que sinto na perna direita... – ela sente seus olhos se inundarem ao lembrar do que o médico disse no dia anterior-
InuTaysho: - Chore minha pequena, tire toda essa dor que está dilacerando seu coração – disse com uma voz embargada, como se também fosse chorar-
InuTaysho: - Você cresceu muito Rin, tornou- se uma linda mulher! Tem os olhos da sua mãe, minha querida irmã... Yume – falou com lágrimas nos olhos-
InuTaysho abraçou delicadamente a sobrinha, sabia como era a dor de uma perda... de perder quem se ama
Rin: - O que vou fazer agora? Sem meus pais, minha mãe...?
Inu: - Você não está sozinha minha pequena, seu velho Tio está aqui, farei tudo que estiver ao meu alcance para que sinta melhor!
Rin: - Obrigada... Muito obrigada... Tio!
Dr John entra as sala.
John: - Como se sente Rin? – Direcionando a luz de uma lanterna nos olhos de Rin-
Rin: - Fisicamente, me sinto bem doutor, tirando as dores que sinto nas pernas...
John: - Eu receitarei um analgésico para aliviar a dor... os ferimentos já estão cicatrizando... você não precisará se preocupar, não ficará com marcas nem manchas, vou receitar um creme também, para que auxilie na regeneração da pele!
Rin: - Se eu já estou bem, por que não posso ir embora?
John: - Na verdade você já pode ir, mas antes vou refazer uns exames para me certificar que você está bem!
Rin suspirou profundamente, mas sentiu que as lágrimas iriam novamente invadir seus olhos.
John: - Rin, eu sinto muito pelos seus pais, sei o que está sentindo...
Rin: - Sabe? – falou com notável ódio e cinismo na voz-
John: - Sim... eu sei... também perdi meus pais quando jovem- falou com uma voz bem calma-
John sentou-se na cama ao lado de Rin, e lhe entregou um pequeno relicário em formato de estrela.
John: - É pra você... é um presente... um relicário... você pode por duas fotos dentro... Acredite, isso ajuda muito!!!
John: - Rin, me escute com atenção, eu acredito que podemos nos recuperar muito rápido se acreditarmos nisso, se você pensar que vai sarar logo, isso com certeza vai acontecer. Mas quando estamos emocionalmente abalados, nos esquecemos de cuidar do corpo, dando atenção somente ao coração... Está me entendendo?
Rin: - Sim...
John: - Bom, continuando... sabe, eu creio que as pessoas que amamos nunca nos deixam de verdade, ela permanecem vivas em nossas lembranças, em nossos sentimentos, em nossos sorisos...
John fez um longa pausa, Rin e InuTaysho escutavam atentamente o que ele dizia
John: - Sei que se sente sozinha, desamparada e como uma dor muito grande no seu coração, mas você precisa canalizar essa força e a reverter ao seu favor! Mantenha sempre a imagem dos seus pais na sua mente, mais não se consuma por isso...
John deu um profundo supiro, entregou a InuTaysho uma prancheta com vários papéis que precisavam ser assinados para que Rin fizesse os exames e logo pudesse ir embora. Depois saiu do quarto carregando os papéis.
8 horas depois...
John: - Rin. Você já recebeu alta, poderá voltar pro Japão amanhã! Boa Sorte!!!
Rin: - Obrigada por tudo John, você me ajudou muito mesmo!! Vou guardar o relicário com muito carinho!
Jhon: - Cuide-se Rin, não deixe de tomar os remedios que lhe receitei... Tchau Tchau!
Rin: - Tchau John!! Obrigada mais uma vez...
Jhon: - Pode contar sempre comigo – disse já saindo do quarto-
Meia hora depois InuTaysho e sua sobrinha se dirigiam a uma farmácia, onde compraram todos os medicamentos que Rin precisava. Alguns minutos depois eles se encontravam na suíte máster de um luxuoso hotel...
Inu: - Está com fome pequena?
Rin: - Sim...
Inu: - Vou pedir o jantar, o que quer comer?
Rin: - Hambúrguer, bata frita e coca-cola
Inu: -_- Percebi que você gosta de comida americana!
Rin: - ^^ Simmm!!!!
Inu: - É bom te ver sorrindo... mesmo que seus olhos digam o contrário
Rin: - ...
Inu: - Vou descer para pedir o jantar
Rin: - Não pode pedir daqui do quarto?
Inu: - Sim, mas eu tenho que resolver uns assuntos... e reservar nossas passagens para Tókyo!
Rin: - Ahan... – Rin sabia que o “assunto” que seu tio estava falando era o velório de seus pais, não quis tocar no assunto, pois sabia que para ele também era muito doloroso-
Rin apoiou seus cotovelos em uma grande janela da sala de visitas, de lá via o relógio Big Bang, as pessoas que passam apressadas na rua... Aproveitou o momento sozinha para por os pensamento em ordem. Apertou bem forte o relicário que ganhara... Dentro dele colocou duas pequenas fotos, uma de sua mãe Yume, e outra de seu pai Matsumoto. Deixou as lágrimas rolarem suavemente sobre sua delicada face.
Começou a pensar na sua volta ao Japão, em rever velhas amigas com as quais ainda mantinha contato, nos familiares... Fazia tanto tempo que não os via, sentiu saudades do tempo em que brincava na casa de seu tio, com seus primos InuYasha e Sesshoumaru... Tinha um carinho especial pelos dois, mas sempre se identificou mais com InuYasha, era como se ele fosse seu irmão mais velho, ele sempre fora compreensivo com ela. Já Sesshoumaru, ela não dava muita atenção a ele, quando eram crianças eles sempre se desentendiam e acabavam brigando... Sesshoumaru gostava de importunar Rin e sempre ria quando ela começava a chorar.
Rin: - Nossa... já se passaram 12 anos...
Inu: - É mesmo... – disse entrando na sala e fitando sua sobrinha extremamente pensativa-
Rin: - O que?
Inu: - Já se passou 12 anos desde que você veio morar com seus pais na velha Londres?
Rin: - Pelas minhas contas sim! Me mudei quando tinha 6 anos
InuTaysho fitou a sobrinha por uns instantes com um olhar paternal
Inu: - Todos vão ficar impressionados quando te reencontrarem, você ficou muito parecida com sua mãe! Muito bonita!
Rin: - Muito obrigada tio – disse com um sorriso sincero nos lábios e contendo as lágrimas no olhos-
Inu: - Vamos jantar? Você deve estar faminta, a comida do hospital é horrível...
Rin: - Sim... então vamos comer...
Logo depois do jantar Rin foi se deitar, deitou na cama sem nem ligar as luzes para ver como era o aposento e adormeceu rápido, e um sono pesado e sem sonhos.
Acordou com o despertador tocando, às 6 horas da manhã. Se direcionou ao luxuoso banheiro onde tomou banho, escovou os dentes e se vestiu. Saiu de lá usando calça jeans, blusa de manga comprida e botas, toda de preto, com um coque alto prendendo seus cabelos.
Ao vê-la, InuTaysho deu um suspiro, detestava ver sua querida sobrinha nesse estado, mas respeitou o luto da menina
Inu: - Já está pronta? Podemos partir?
Rin: - Sim... mas você pode esperar uns minutos por favor?
InuTaysho entendeu que ela precisava de um tempo para por as idéias no lugar, saiu do quarto e foi para o hall do hotel, deixando a sobrinha sozinha, perdida em seus pensamentos.
Assim que seu tio se retirou, Rin encheu seus pulmões de ar e expirou pausadamente. A primeira coisa que lhe veio à cabeça foi sua casa onde vivera 12 anos, sabia que não precisava se preocupar com nada, seu tio já tinha encaminhado todos os seus pertences pessoais... roupas, calçados e todo o resto... mas sentiu seu coração se comprimir ao imaginar sua linda casa, que era no estilo clássico inglês, fechada e abandonada. Infelizmente ela terá que ficar no mínimo 3 anos nesse estado, até que Rim complete 21 anos e se torne responsável legal pelos bens da família, enquanto isso seu tio será seu tutor.
Depois de se desligar dos seus pensamentos, Rin observa atentamente toda a sala de visita do hotel, onde se encontrava. A sala era enorme, carpetada com um tapete macio na cor creme, era decorada no estilo vitoriano, o que dava um ar romântico ao aposento. Do lado direito tinha uma enorme mesa de jantar de mogno, em cima dela tinha uma delicada toalha de renda e três castiçais de prata, intercalados com dois lindos vasos de cristal contendo tulipas. No centro da sala encontrava-se um elegante conjunto de estofados marrom, com um sofá grande (onde cabe umas 5 pessoas) e duas poltronas nas laterais. Tinha uma mesa no centro próxima ao sofá, com um conjunto de chá em porcelana fina. A parede era pintada em um suave ton pastel puxando para o mostarda, era decorada com belíssimos painéis que retratam os costumes ingleses.
Rin se virou para a grande janela, de onde podia observar o velho e imponente Big Bang. Se voltou novamente para seus pensamentos. Agora se concentrava na faculdade de Publicidade, teria que continuar estudando no Japão, estava no 1º ano, teria que se dedicar muito para concluir o ensino superior... mas com certeza seu tio devia estar cuidando dessa parte também, na verdade ele já tinha encaminhado todos os papéis necessários para sua transferência. Rim se entristeceu mais ao se lembrar que não teria tempo de se despedir formalmente dos seus amigos, já estava sentindo falta da companhia deles... mas se concentrou em uma pessoa especial, na verdade um rapaz, seu nome é Daniel, ele é muito bonito... tem os cabelos bem pretos, a pele clara, olhos verdes e um corpo escultural, os dois namoraram durante dois anos, e a quase um mês atrás eles brigaram e acabara, terminando. Com certeza ele nunca à iria perdoar por ir embora sem dizer adeus.
Rin sabia que tinha chegado a hora de se despedir do “velho mundo”, observou mais uma vez as pessoas que passavam apressadas pelas ruas, voltou as costas para a janela e se direcionou para a porta de saída. Não queria fazer seu tio perder o vôo.
Chegando no hall de entrada do hotel, Rin toca com a mão direita o ombro do tio, que estava saboreando um tradicional chá inglês, na mão esquerda carregava uma pequena bolsa preta com detalhes em prata onde levava seus documentos.