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História Um café, por favor. (Minsung . Changlix . 3in . YoungChanK) - . Guilty


Escrita por: mikarawr

Notas do Autor


Hello pudins! Meio tarde? Um pouco... Mas o que importa é a att e não o horário, hehehe. Boa leitura!

P.S. Preparem seus corações...

Capítulo 38 - . Guilty


Fanfic / Fanfiction Um café, por favor. (Minsung . Changlix . 3in . YoungChanK) - . Guilty

(Segunda-Feira • 21:30)

Do lado de fora da sala de cirurgia, aquelas cinco pessoas com expressões preocupadas e apreensivas aguardavam no saguão de espera do hospital, acomodadas nas poltronas e sofás que estavam espalhados por ali.

Jeongin permanecia abraçado ao seu irmão mais velho. Seu choro intenso havia cessado, mas lágrimas sorrateiras e silenciosas ainda escorriam uma vez ou outra de seus olhos, e pequenos soluços escapavam de sua garganta.

Seungmin não estava muito diferente dele, encarando o chão com a mente distante. Para os dois, não apenas o namorado estava em uma cirurgia de emergência, correndo risco de morte por ter sido baleado por sabe se lá qual motivo, como o amigo também estava desaparecido e sequer tinham notícias acerca dele.

O pior é que os dois irmãos não faziam ideia do que havia acontecido. Uma hora atrás estavam em casa esperando Hyunjin para irem jantar, e agora seus corações esmagavam dentro do peito com a possibilidade de perderem ele para sempre.

Changbin não parava de tentar ligar para Jisung, porém em todas as vezes a ligação ia direto para a caixa de mensagem. Também tentaram ligar para o telefone fixo da casa de Minho e Jisung, mas igualmente apenas chamava e ninguém atendia, o que indicava que Han também não estava lá.

Eles poderiam ter ligado para Chan e Minho desde já, para deixá-los a par de toda aquela situação difícil e complicada. No entanto, sabiam que os dois estavam no Japão naquele momento, possivelmente ocupados e não atenderiam o telefone.

No final, todos concordaram que era melhor esperar pela cirurgia de Hyunjin e este acordar - rezavam para que isso acontecesse -, assim poderiam conversar com ele e ter mais informações sobre o que de fato aconteceu, e onde Jisung estava.

Tal como Younghyun, os outros acharam melhor não alarmar Chan e Minho antes da hora. Quer dizer, a situação já estava péssima, mas qualquer informação precipitada poderia tornar tudo ainda pior, e como eles não sabiam se Han era realmente aquele quem foi sequestrado, o melhor a se fazer era esperar. Somente Hyunjin podia confirmar alguma coisa.

Uma hora se passou durante isso, e sem qualquer notícia acerca de Jisung - que não importava quantas vezes eles ligassem, o garoto não atendia -, tão pouco alguma informação à respeito da situação de Hyunjin que ainda estava em cirurgia, Felix começou a ficar inquieto.

– A gente devia ao menos ir na delegacia, contar pra eles o que sabemos até agora… Quer dizer, eu sei que não sabemos muito, mas quem sabe assim eles poderiam sei lá… Investigar e encontrar alguma coisa, não sei… – Felix se levantou do sofá e começou a andar de um lado para o outro, aflito.

Changbin lhe acompanhou com o olhar, assim como os demais, e então se levantou também, segurando o Lee pelos ombros. 

– Amor, não adianta a gente fazer isso agora. – Buscou manter um tom de voz calmo e sereno. – Não sabemos o que aconteceu… E não sabemos também se o Hannie é a pessoa do noticiário que foi sequestrada. – Changbin torcia para que não fosse. – Eu sei que é difícil pra você, assim como é pra mim, ou melhor, pra todos nós, mas por hora só podemos ficar aqui torcendo para o Hyun sair logo dessa, okay? – Esboçou um sorriso curto ao final, tentando de alguma forma confortar o mais novo. 

– Changbin tem razão Lix, ir na delegacia agora não vai adiantar de muita coisa eu acho. – Younghyun tomou a vez da fala, olhando diretamente para o ruivo. – Além disso, é regra nos hospitais informar à polícia quando algum paciente baleado dá entrada. Provavelmente já fizeram isso, então em breve alguns policiais devem chegar por aqui… Vocês podem aproveitar pra falar com eles. – Sorriu para o mais novo, um sorriso curto e fraco, mas ainda assim compreensivo. 

Mesmo naquelas circunstâncias, Younghyun buscava se manter calmo e racional, embora por dentro seu desespero e ansiedade gritassem alto. Precisava aguentar as pontas por todos eles, assim como Changbin também estava fazendo. No fundo, Younghyun sabia o quanto Seo estava desesperado e tentando se controlar, assim como ele próprio.

– Quando o Hyunnie sair da cirurgia e estiver bem pra conversar, vamos ter mais informações e saber o que aconteceu certinho. Então aguente firme até lá amor. – Changbin deixou um selar na testa de Felix, acariciando suas bochechas.

No entanto, em que pese as palavras de seu namorado e também do amigo, o Lee não conseguia dar ouvidos à tudo isso e ficar sem fazer absolutamente nada enquanto seu melhor amigo continuava desaparecido e sem atender as ligações.

– E-Eu… Eu vou pelo menos ligar pra polícia. Informar o que está havendo, que pode ser o Jisung quem foi sequestrado no centro agora de noite… Quem sabe assim eles possam ao menos iniciar alguma busca com base nas características dele… – Sem esperar por uma resposta, Felix afastou-se um passo de Changbin e sacou o celular do bolso da calça, discando o número da delegacia. Não iria desistir sem nem ao menos tentar.

Não demorou muito para a chamada ser atendida, e ao contrário do que eles pensaram, o oficial que se identificou do outro lado da linha como Oh Sehun não foi grosso e tão pouco tratou sem importância o que Felix tinha para dizer.

Conforme ele falava e dava as características físicas de Jisung, Seo no final também acabou entrando na conversa - a qual o Lee tinha colocado no viva-voz - e informou quais eram as roupas que Han usava naquele dia.

Como Jisung tinha ido trabalhar antes de Hyunjin ir buscá-lo na cafeteria mais tarde, Changbin era a única outra pessoa conhecida que viu ele antes de não se ter mais qualquer notícia acerca do mesmo.

– Certo. Enquanto o amigo de vocês não saí da cirurgia, vou aproveitar esse tempo para ir junto com meu parceiro na cena do crime. Como aconteceu no centro, bem provável que a câmera de segurança de alguma loja tenha gravado tudo. Quem sabe assim conseguimos identificar os sequestradores e também a pessoa que foi sequestrada. – Falou o policial, ou melhor, o detetive do outro lado da linha. – Obrigado pelas informações, manteremos contato.

Com isso, a chamada se encerrou e Felix trocou olhares com Changbin e os demais. Em seguida, voltou a se sentar no sofá ao lado de Seo, quem lhe abraçou pelos ombros com o braço esquerdo, ao passo que com a mão direita iniciou um carinho singelo em seu joelho.

Ainda se seguiria mais duas horas até que eles finalmente tivessem alguma notícia acerca do estado de Hyunjin. Pelo visto, a cirurgia estava demorando mais do que Younghyun havia previsto, e isso só podia significar uma coisa: Hyunjin estava mesmo em estado grave.

(...)

Do lado de dentro da sala de cirurgia os dois médicos trocavam olhares sérios ao mesmo tempo em que empenhavam esforços para salvar a vida de Hyunjin. Já estavam indo para a quinta bolsa de sangue O-, tamanha a quantidade que ele perdeu com aquela artéria femoral perfurada pela bala. 

Primeiro, precisavam controlar a hemorragia, o que conseguiram fazer antes que o Hwang tivesse uma parada cardíaca pela perda massiva de sangue. Depois, analisaram melhor a lesão que estava com uma cara bem feia.

O lado bom - nem tanto assim - era que a força do tiro a queima-roupa foi tamanha que a bala praticamente atravessou a coxa de Hyunjin, portanto não ficou alojada no meio do tecido ou do músculo dele. O lado ruim é que se a polícia não encontrar a cápsula desta bala na cena do crime, não vão poder fazer a balística e isso vai dificultar na busca do autor do disparo. 

Além disso, a pólvora quente queimou a pele ao redor do ferimento - afinal, foi um tiro a queima-roupa -, o que poderia causar uma infecção ainda mais grave. Precisavam trabalhar com cuidado e se certificar de deixar a região da lesão bem esterilizada.

Com o sangramento sob controle, Suho pode enfim suturar a artéria com a ajuda de Lay, mas os dois levaram não menos do que 3 horas em todo esse procedimento. No total, tiveram de fazer três reanimações em Hyunjin, que quase teve sua morte declarada na última delas.

Era aproximadamente 00h30min da noite quando Suho finalmente deu as caras naquele saguão, e assim que os olhos daqueles cinco pousaram sobre a figura do médico, todos eles se levantaram e foram correndo na sua direção. 

Seungmin e Jeongin eram os mais aflitos, e isso estava visível em suas expressões. Porém, não tinham forças e nem coragem para perguntar alguma coisa - talvez pelo medo da resposta, e com razão -, então foi Younghyun quem primeiro se pronunciou.

– Suho! Como ele está? Conseguiram controlar a hemorragia? Suturar a artéria? Alguma sequela aparente? – Perguntas tão específicas vindas de um amigo ou de um familiar do paciente poderiam ser consideradas no mínimo estranhas. No entanto, Younghyun não deixava de ser um médico só por conhecer Hyunjin, não é mesmo? Então ele sabia bem o que precisava ser feito no caso dele.

Suho levantou as mãos em frente ao peito em sinal de calma, e deixou um suspiro nasalado escapar de sua boca. – Calma Young, relaxa. Ele está bem. – Enfim se pronunciou, com um sorriso se formando em seus lábios logo em seguida.

Estas primeiras palavras extraíram expressões de alívio de todos eles, e os dois irmãos se abraçaram, deixando lágrimas de felicidade despontarem de seus olhos. Seungmin e Jeongin sentiram como se um peso enorme tivesse saído de seus ombros; ao menos Hyunjin estava vivo.

– No momento ele ainda está sedado, mas vai ficar bem. Conseguimos controlar a hemorragia e suturar a artéria sem maiores complicações. A bala não ficou alojada em nenhum tecido ou músculo, e demais artérias e veias não foram danificadas. O osso também saiu intacto então… Não têm com o que se preocupar, ele vai se recuperar dessa praticamente sem sequela alguma. – O sorriso no rosto de Suho tornou-se um pouco mair. – Talvez tenha que fazer fisioterapia por algumas poucas semanas, e quem sabe fique com uma bela cicatriz na coxa… Mas nada que prejudique sua saúde. – Nesta última parte, ele desviou o olhar.

Um bom cirurgião geral consegue fazer uma sutura sem deixar nenhuma cicatriz aparente. Porém, Suho é um neurocirurgião, e a lesão não foi no cérebro. Então… É, talvez Hyunjin fique com uma bela cicatriz. 

– Ainda bem… – Felix suspirou em alívio, soltando-se do abraço que havia compartilhado com Changbin ao receber a notícia. – E, hum… Sei que ele acabou de sair da cirurgia e deve estar fraco, mas… Quando vamos poder ver ele…? – Perguntou logo em seguida. Afinal, ainda tinha Jisung e precisavam urgentemente falar com Hyunjin para saber o que aconteceu e onde ele estava.

– O efeito do sedativo deve acabar daqui uns quarenta minutos mais ou menos, mas ele precisa descansar agora. E pelo que eu estou vendo… – Suho apontou para as olheiras e para o estado acabado de todos eles. – Vocês também precisam, inclusive você Young. Amanhã podem voltar cedinho pra visitar ele.

Changbin segurou Felix pelo ombro e fez um leve carinho antes de olhar na direção do médico. – Adoraríamos descansar… Mas precisamos confirmar com o Hyunjin o paradeiro do Jisung. O Hyun estava com ele antes de dar entrada na emergência baleado, e ninguém conseguiu contato com o Jisung até agora… – Explicou ele, logo mais olhando na direção de Seungmin e Jeongin. – Mas vocês dois podem ir descansar, acho até melhor. O Innie chorou tanto que é capaz de ficar desidratado, e não estou nem brincando. Nós ficamos aqui e mantemos vocês informados, não se preocupem.

– M-Mas… – Seungmin estava pronto para protestar. Ele queria ficar ali e esperar por Hyunjin acordar e confirmar com seus próprios olhos que o namorado estava bem, assim como Jeongin também tinha essa mesma vontade. Porém, Younghyun foi mais rápido e lhe interrompeu antes disso.

– O Bin tem razão, vocês dois são de longe os que mais estão acabados de todos nós. – Aproximou-se deles, se colocando entre ambos com cada uma das mãos em suas costas. – Além disso, seus pais também estão preocupados e querem notícias sobre o genro deles, não estou certo? – A julgar o desvio de olhar dos irmãos, Younghyun acertou em cheio. – Eu levo vocês pra casa, preciso dormir um pouco também… – Olhou para trás, na direção de Changbin e Felix. – Nos mantenham informados, okay? – Com um assentir de Seo, o Kang se despediu de Suho e saiu empurrando os dois irmãos porta à fora, sem dar para eles qualquer oportunidade de discutir.

Na verdade, Younghyun não ia conseguir dormir nem mesmo se ele quisesse, ainda mais considerando todas aquelas circunstâncias e o fato de Jisung continuar desaparecido. Porém, ele fez isso mais pelos dois irmãos do que por ele próprio. O Kang sabia que se não fosse desse jeito, Seungmin e Jeongin jamais deixariam aquele hospital sem antes ver Hyunjin pessoalmente.

– Bom… – Suho acompanhou com o olhar até os três sumirem de seu campo de visão, e então voltou-se para o casal que ficou ali. – Assim que o Hyunjin acordar, eu mando uma enfermeira avisar vocês. Agora, preciso voltar pra emergência, ainda estou de plantão. – Sorriu amigável para eles. – Podem ficar à vontade, a máquina de expresso fica logo ali. – Com isso, despediu-se dos dois, os quais retribuíram o sorriso do médico, e enquanto este voltou ao trabalho, Felix e Changbin voltaram a se acomodar no sofá, sozinhos naquele saguão.

(...)

Meia hora depois, já perto da uma hora da madrugada, dois homens entraram pelas portas do hospital. A julgar pelo porte físico e a postura deles, aliados a corrente que sustentava seus distintivos no pescoço, eles provavelmente eram policiais ou algo do tipo. 

Na verdade, pareciam mais como detetives, e não como simples oficiais de patente baixa, uma vez que não estavam exatamente fardados. 

Changbin estranhou um pouco, travando sua atenção neles. Felix logo mais acompanhou o olhar do namorado, e intrigado também ficou encarando aquela dupla.

Assim que os dois homens - um de cabelos negros e outro loiro - perceberam que o casal lhes encarava - as únicas pessoas ali no saguão de espera do hospital -, rapidamente foram na direção de ambos.

Ao chegarem perto, o mais alto dos dois tratou de fazer as apresentações. – Boa noite. Sou o detetive Oh Sehun, e este é o meu parceiro Lu Han. – Um cumprimento de cabeça veio por parte do loiro antes que o moreno continuasse. – Por acaso foram os senhores que ligaram para a delegacia mais cedo informando sobre quem possivelmente seria a vítima do sequestro ocorrido no centro essa noite?

Felix e Changbin imediatamente se levantaram, ficando de frente para eles. – Sim… Sou o Felix e este é o meu namorado Changbin. – Também apresentou à ambos, muito embora já houvessem fornecido seus nomes quando ligaram para a polícia mais cedo. – Foi a gente que ligou sim, por quê…? – Perguntou com um certo receio.

Os dois detetives trocaram um breve e silencioso olhar, até que Lu Han deu continuidade. – Conseguimos a gravação de uma câmera de segurança do posto de gasolina na esquina de frente para o shopping. A placa da van estava riscada, e os sequestradores encapuzados, mas as características de quem estava sendo sequestrado batem com as que vocês nos forneceram por telefone.

Naquele instante, foi como se o coração de Felix e Changbin parasse de bater, e o ruivo apertou com força a mão do namorado, mordendo os lábios e já sentindo as lágrimas se acumularem em seus olhos.

– Temos fortes indícios de que a pessoa sequestrada possa ser Han Jisung. – Continuou Lu Han, fazendo uma breve pausa para que os outros dois pudessem processar aquela informação. – A perícia encontrou a cápsula de uma bala no local do crime, e ela já foi encaminhada para a balística. Mas ainda estamos esperando o resultado para termos por onde começar a investigar. 

Sehun assentiu para as palavras do parceiro. – Por tal razão estamos aqui. Precisamos interrogar o seu amigo que foi baleado, talvez ele tenha alguma informação útil que possa nos ajudar na investigação. – Disse o moreno. – O tempo é curto e não sabemos a intenção dos sequestradores… Então qualquer informação serve.

Por mais que Sehun estivesse tentando soar o mais suave possível em suas palavras, o fato era que Jisung muito provavelmente era quem havia sido sequestrado, e o motivo poderia ser desde o pessoal, até um pedido de resgate ou ainda algo pior: tráfico de pessoas.

Nessa altura, Felix já tinha as bochechas molhadas por suas lágrimas, e Changbin abraçava o namorado em conforto. Porém, seus olhos espelhados denunciavam que o mais velho também queria chorar. – E-Ele ainda não acordou… Está sedado, mas em breve uma enfermeira deve aparecer aqui pra nos avisar. – Foi o que Seo conseguiu dizer, fazendo carinho nas costas do namorado.

– Entendo. – Lu Han suspirou brevemente. – Vocês não teriam alguma informação para nos fornecer? Sei que ainda não confirmamos se ele realmente é a vítima, mas… Por acaso Han tinha algum inimigo pessoal ou alguém com motivos para querer lhe fazer algum mal?

Felix virou o rosto encharcado na direção de Lu Han e Sehun, fungando e limpando as lágrimas. – N-Não… – Balançou a cabeça. – O Han é alguém muit-… – Naquele instante, algo de suma importância veio à mente do Lee, refrescando sua memória e trazendo consigo um sentimento de desespero ainda maior. 

O mais novo então arregalou os olhos, encarando primeiro Changbin e depois os detetives, os quais franziram o cenho. Felix parecia saber de alguma coisa. 

– Se lembrou de algo senhor Lee? – Indagou Sehun, instigando-o a falar.

O ruivo piscou repetidas vezes, esfregando a testa freneticamente ao abaixar o olhar para logo mais voltar a encarar a dupla à sua frente. – E-Eu… Eh… Talvez. Quer dizer… Algumas semanas atrás o Han foi assaltado. Eu acompanhei ele até a delegacia pra fazer o boletim de ocorrência e nesse dia um cara estranho seguiu a gente… – Olhou para Changbin brevemente antes de continuar. – Entramos em uma loja e eu liguei para o Bin ir nos buscar. E-Eu não sei se isso tem alguma relação ou não, mas… 

– Conseguiu ver o rosto desse sujeito? – Questionou Lu Han, recebendo um aceno negativo de cabeça por parte do Lee.

– Não… Ele estava meio longe, usava boné e uma máscara preta cobrindo a boca e o nariz. – Encarou o chão, forçando a memória para ver se lembrava de alguma coisa, o que aparentemente deu certo porque o garoto já no momento seguinte levantou a cabeça rapidamente na direção dos demais. – Eu não consegui ver o rosto, mas tenho certeza que ele tinha uma tatuagem no braço esquerdo… Era bem grande, parecia ser daquelas que cobrem o braço todo, então ela se destacava. Só que eu não consegui ver como era o desenho exatamente… 

Novamente, os detetives suspiraram. Podia não ser a informação mais útil do mundo já que muitas pessoas em Seoul usam boné, máscara e têm uma tatuagem , mas ao menos já tinham algo para considerar. Era melhor do que nada.

Naquele instante, uma enfermeira interrompeu a conversa dos quatro ao se aproximar um pouco acanhada, sorrindo sem jeito ao se desculpar por interromper a conversa. – Er… Me desculpem. Eu vim avisar que o senhor Hwang acordou, já podem vê-lo. Por favor me acompanhem. 

Os quatro assentiram e foram todos seguindo a enfermeira para o elevador e depois pelos corredores do hospital, até finalmente chegarem no quarto onde Hyunjin estava. 

Deitado na cama e recebendo soro diretamente na veia, uma outra enfermeira ajudava o Hwang a beber um copo d’água quando Changbin e Felix foram os primeiros a entrar no quarto.

Rapidamente o casal se aproximou, sorrindo triste e ao mesmo tempo feliz ao ver que ele estava bem. Com uma cara péssima, mas bem. 

Hyunjin também sorriu para os dois, mas assim que seus olhos pousaram na figura dos detetives entrando pela porta e se aproximando, o sorriso logo sumiu de seu rosto e uma carranca se fechou.

Pode-se dizer que o Hwang não é muito fã de policiais, tão pouco detetives, ainda mais os de Seoul, que fizeram pouco caso do assalto de Jisung. Tanto o é que ele teve de contratar Yifan e Zitao as escondidas para irem de atrás do assaltante antes que Minho fizesse alguma besteira ele mesmo. 

– Boa noite senhor Hwang. – Lu Han foi quem primeiro falou. – Sou o detetive Lu Han e este é o meu parceiro Oh Sehun. Estamos investigando um sequestro que ocorreu no centro essa noite, acreditamos que a vítima seja seu amigo Han Jisung. Você poderia responder algumas perguntas para nos ajudar na investigação?

Um riso curto, abafado e debochado partiu de Hyunjin, quem revirou os olhos e balançou a cabeça negativamente. – Que engraçado esse empenho todo de vocês… De repente resolveram fazer o seu trabalho? – Felix e Changbin estranharam essa hostilidade em seu tom de voz, mas nada disseram. – Quando meu amigo foi assaltado vocês não fizeram nada pra prender o assaltante. Agora que ele foi sequestrado vocês finalmente fazem alguma coisa e vem até de madrugada pedir informações? Bacana isso. – Havia sarcasmo em seu tom de voz, um que não durou muito tempo quando Felix arregalou os olhos e se aproximou da cama.

– E-Espera… É o Han mesmo…? E-Ele foi mesmo s-sequestrado…? – O choro iminente já embargava a voz do Lee, e quando Hyunjin abaixou a cabeça frente àquela pergunta, apertando os lábios um no outro e amassando o lençol da cama entre os dedos, o último resquício de esperança que Felix e Changbin tinham desapareceu completamente.

– Sim… Bem na minha frente… – Hyunjin mordeu com força a parte interna de sua bochecha ao confirmar as suspeitas.

Mais uma vez naquelas últimas horas, Felix sentiu seu rosto encharcar-se com as lágrimas, agora bem mais intensas e acompanhadas de soluços. No mesmo instante se virou para Changbin e o abraçou pelo pescoço, escondendo o rosto em seu ombro para abafar seu choro, o que não adiantou de muita coisa. 

Seo, por sua vez, ficou completamente sem reação. No fundo ainda torcia para que Jisung apenas estivesse sem bateria no celular e por isso não atendia as ligações. Ou ainda que o garoto apenas tinha se perdido na cidade por ter pego o transporte errado - algo muito improvável -, mas ainda assim… Ele nutria a esperança de que Han estava bem de alguma forma.

Porém agora, toda essa esperança simplesmente desapareceu, e as lágrimas que Changbin tanto se esforçou para segurar começaram a despontar de seus olhos em abundância. 

Os dois detetives ficaram em silêncio por um breve tempo, respeitando a dor dos outros três, até que Sehun finalmente se aproximou mais um passo da cama, falando diretamente com Hyunjin. 

– Senhor Hwang, sinto muito se na ocasião em que seu amigo foi assaltado não tenhamos feito o nosso trabalho… – Embora não fosse exatamente a função de um detetive investigar casos de assalto, ainda assim Sehun se referiu no plural. – Mas prometo que vamos fazer o possível e o que estiver ao nosso alcance para encontrar o seu amigo. Então por favor nos ajude com isso, qualquer informação que tiver é útil…

Novamente, Hyunjin levantou o olhar para os detetives. Não menos arisco do que antes, mas pelo bem de Jisung deixou seu rancor de lado e contou para eles tudo de que se lembrava. 

Desde a cor da van - preta no caso - até o número de sequestradores, que pela memória do Hwang eram quatro. Três que desceram do veículo, e um outro que ficou no volante. No entanto, infelizmente todos estavam encapuzados e Hyunjin não conseguiu ver o rosto de ninguém. 

– Notou alguma característica em algum desses sequestradores? Qualquer coisa que individualize eles? Como um sotaque diferente ou uma tatuagem… – Insistiu Lu Han.  

– Não… Nenhum deles falou alguma coisa, só foram atirando e jogando o Han pra dentro da van. – Hyunjin ficou em silêncio por alguns instantes, encarando o chão enquanto revirava sua memória, não demorando muito para se lembrar de algo relevante.  – Ah sim…  – Voltou o olhar para os detetives.  – Um dos sequestradores tinha uma tatuagem bem grande, tenho quase certeza que ela cobria o braço esquerdo inteiro, e ele também tinha algumas tatuagens na mão direita.  

– Por acaso se lembra de como eram essas tatuagens exatamente?

O Hwang soltou uma risada curta e sem graça com a pergunta de Sehun. – Se me lembro? Foi esse desgraçado que mirou a arma na minha direção. – Ah sim, disso ele se lembrava muito bem, porque viu aquela tatuagem bem de pertinho. – Tenho certeza que aquele leão com uma coroa na cabeça desenhado na mão direita dele vai me assombrar por um bom tempo… E pelo que me lembro, na mesma mão ele tinha a palavra “king” com uma letra tatuada em cada um dos dedos. 

Conforme Hyunjin fornecia aos detetives todos os detalhes daquilo que se lembrava acerca do sequestro, Felix e Changbin haviam ido se sentar no sofá encostado na parede.

Seo tinha os cotovelos apoiados em seus joelhos, ao passo que suas mãos seguravam as laterais de sua cabeça, a qual estava abaixada. Algumas gotas de lágrimas caíam de seus olhos e pingavam no chão, com ele em silêncio e escutando atentamente a conversa que Hyunjin travava com os detetives.

Felix já estava com os olhos vermelhos e inchados. Tentava segurar os soluços na garganta tapando a boca com as mãos, mas não era como se estivesse conseguindo de qualquer forma. Ao menos, buscava não chorar muito alto e fazer pouco barulho. 

– Por hora é só senhor Hwang. Suas informações foram muito úteis, agora que temos algumas pistas sobre os sequestradores podemos começar a investigar antes mesmo da balística ficar pronta. – Sehun estendeu a mão na direção de Hyunjin, em sinal de aperto. 

O Hwang demorou alguns segundos, mas no final acabou apertando a mão do detetive, que logo mais se despediu de todos assim como Lu Han, e ambos partiram deixando os demais sozinhos no quarto. 

Um silêncio incômodo se instalou no ambiente. Changbin ainda encarava o chão parecendo pensar em alguma coisa; soluços esporádicos ainda partiam da boca de Felix e Hyunjin ficou por um bom tempo de cabeça baixa sem dizer nada.

O Hwang se sentia responsável pelo que havia acontecido, e o sentimento de culpa estava lhe consumindo por dentro. Se tivesse sido mais atento, Jisung não teria sido sequestrado… Era o que ele pensava.

Já não bastava ter se atrasado duas horas para ir buscar Han na cafeteria, para completar ele ainda deixou o namorado do seu melhor amigo ser sequestrado bem na sua frente. Que espécie de segurança particular ele era? Sentia-se um inútil. 

– Changbin eu… Me desc-… – Quando Hyunjin finalmente juntou coragem para falar alguma coisa e se desculpar, Seo acabou lhe interrompendo ao atravessar sua fala. 

– Talvez sejam a mesma pessoa. – Disse ele, levantando o olhar na direção de Hyunjin e extraindo uma expressão confusa deste, logo mais virando o rosto para o ruivo sentado ao seu lado. 

Felix também não entendeu ao que Changbin se referia e lhe encarou tão confuso quanto o outro, fazendo Seo ir logo se explicando. – O cara que sequestrou o Han e o sujeito que seguiu vocês dois aquele outro dia… Acredito que são a mesma pessoa. – Aquelas palavras fizeram os lábios do Lee se entreabrir. Demorou alguns segundos, mas ele entendeu a que ponto o namorado queria chegar. 

– Que? Como assim? O Han e o Lix foram seguidos por alguém…? – Hyunjin indagou no mesmo instante, olhando na direção de ambos. Por ter se virado rápido demais na cama, sentiu uma leve pontada de dor na coxa, mas que naquele momento ele apenas ignorou.

Felix e Changbin trocaram um olhar cúmplice e culpado, e com um suspiro pesado foi o mais velho quem começou a se explicar. – Depois que o Han foi assaltado, o Lix acompanhou ele na delegacia pra fazer o boletim de ocorrência e também pra irem providenciar a segunda via dos documentos do Jisung… 

– Okay, disso eu sei. Mas que história é essa de ser seguido…? – Novamente Felix e Changbin se entreolharam, e foi o ruivo quem continuou a explicação.

– Acontece que nesse dia eu percebi que alguém estava seguindo eu e o Hannie… Então eu puxei ele pra dentro de uma loja de roupas e liguei para o Bin ir nos buscar… – Fez uma breve pausa antes de continuar. – Eu não consegui ver o rosto desse cara, mas ele tinha uma tatuagem que cobria todo o braço esquerdo… – Felix novamente olhou para Changbin. – Eu contei isso para os detetives antes da gente vir aqui te ver, mas… Não tinha reparado que as características desse cara são muito semelhantes com as que você passou para os detetives até o Bin comentar.

Nisso, o ruivo abaixou o olhar em direção ao chão, apertando os lábios um no outro. – A gente queria ter contado isso para o Minho, mas o Han insistiu que iria fazer isso ele mesmo… – Quando voltou a encarar Hyunjin, seu semblante estava imerso em culpa.

– Mas pelo visto ele não fez isso, já que você não sabia. – Completou Changbin, levantando-se do sofá e passando as mãos no cabelo, agora com um estado de humor um pouco alterado. – Se eu tivesse contado logo… Talvez esse sequestro nem teria acontecido. – Começou a se sentir culpado por aquilo. – Isso tudo é minha culpa…   

Felix acompanhou o mais velho com os olhos, e ao ouvir suas últimas palavras imediatamente se levantou do sofá e foi até ele, segurando seu rosto entre as mãos. – Amor… Não tinha como saber que isso ia acontecer, não se culpe…  – Sorriu fraco para ele, mas Changbin desviou o olhar.

– Felix tem razão. – Disse Hyunjin, atraindo a atenção de ambos. – Se alguém tem culpa, esse alguém sou eu. – Seus dedos voltaram a esmagar o lençol entre eles. – Eu me atrasei demais pra ir buscar o Hannie na cafeteria, e graças à isso fomos fazer as compras muito tarde… Se eu tivesse chegado no horário certo tudo isso poderia ter sido evitado. – Abaixou a cabeça, sentindo-se envergonhado e culpado.

Changbin soltou um suspiro pesado, e segurou as mãos de Felix para afastá-las de seu rosto. Em seguida, ainda segurando uma das mãos do ruivo, ele se aproximou da cama puxando-o consigo – Hyun, os caras tinham uma arma. Você não podia evitar o resultado… Não importa o horário em que estivessem lá, esses caras com certeza teriam sequestrado o Han de qualquer forma. – Olhou para Felix e depois novamente para Hyunjin. – Se o sujeito que seguiu o Han e o Lix aquele dia for o mesmo que te baleou, esse sequestro já estava premeditado e planejado...

Hyunjin levantou o olhar para os dois à sua frente, e Felix apertou a mão do namorado, mordendo os lábios antes de se pronunciar. – Acho que já está na hora de ligar para o Chan e o Minho e contar tudo o que está acontecendo… 

– Eles ainda não sabem…? – Indagou o Hwang surpreso, recebendo um aceno negativo de cabeça por parte de Changbin.  

– Os outros também não. Quer dizer, a gente tinha a suspeita de que o Han podia ter sido sequestrado, pelo que estavam falando nos noticiários, mas agora que você confirmou eles precisam saber. – Não só Minho e Chan precisavam ficar a par da situação, mas Younghyun, Seungmin e Jeongin também. 

– O Min nunca mais vai confiar em mim outra vez… Ele e o Chan… – Hyunjin abaixou a cabeça ao falar, e embora tenha soado baixo em seu tom de voz, suas palavras não passaram despercebidas aos ouvidos de Changbin, quem se aproximou do Hwang até pousar a mão direita em seu ombro.

– Hyun, não tem ninguém à quem eu confiaria a segurança do garoto que eu considero praticamente um filho senão à você. – Esboçou um curto sorriso. – Não se culpe, você não tem culpa alguma do Han ter sido sequestrado, e o Minho e o Chan vão te dizer isso. 

– O Bin tem razão Hyun… Eles estavam em quatro e armados, e você não esperava que fossem sequestrar o Han. – Felix também buscou confortar o amigo. – Pelo menos você saiu vivo dessa, o Min e o Chan hyung jamais vão te culpar por isso.

O moreno apenas assentiu fraco para àquelas palavras, as quais por mais que fornecessem algum consolo, não eram capazes de afastar o sentimento de culpa que lhe corroía por dentro. 

Já passava da uma hora da madrugada, na verdade já eram quase duas, mas eles já haviam esperado tempo demais. Assim, enquanto Changbin tratou de avisar Younghyun, Seungmin e Jeongin sobre a péssima notícia, Felix foi quem pegou o telefone para ligar para Chan e Minho, ele só não sabia se os dois iriam atender.


Notas Finais


HEHEHEHE, acharam que eu ia matar o Hyun né? Cês tão loucos? Se eu fizesse isso conheço umas pessoas aí que iam me arrebentar na porrada KSKSKSKSKS

Btw, esse cap deu mais longo do que eu havia planejado (deu mais que o dobro pra falar a verdade), mas a gente releva a falta de controle pra escrever a bíblia né xD

No próximo cap o Minho descobre que o esquilinho dele foi sequestrado, e ele tá lá no Japão... Como será que ele vai reagir à notícia? 👀

Quero só ver alguém pegar as referências aí desse sequestrador... =)


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