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História Um café, por favor. (Minsung . Changlix . 3in . YoungChanK) - . Guardian Angel


Escrita por: mikarawr

Notas do Autor


Olá pudins...

Antes de mais nada:

ATENÇÃO: Este capítulo contém CENAS FORTES. Se não está psicologicamente preparado, não leia. Os avisos da Fanfic são reais.

P.S. Eu chorei real escrevendo isso.

Capítulo 44 - . Guardian Angel


Fanfic / Fanfiction Um café, por favor. (Minsung . Changlix . 3in . YoungChanK) - . Guardian Angel

(Terça-Feira • 19:00)

Já faziam mais de vinte e duas horas, na verdade quase vinte e quatro para ser mais exato, que Jisung havia sido sequestrado. 

A última vez que alguém o viu, foi na noite de Segunda-Feira por volta das 20:15, e essa pessoa acabou sendo hospitalizada com a artéria femoral perfurada. Por sorte, Hwang Hyunjin foi salvo pelas mãos de Suho e Lay, mas Jisung não sabia disso.

Em realidade, tinha muita coisa que ele não fazia ideia. Como, por exemplo, que Minho já sabia do seu sequestro e que Hyunjin havia sido baleado; que era Yun Hee por trás de tudo aquilo inclusive da perseguição que sofreu dias atrás; que o Lee estava sendo obrigado a casar-se com ela para mantê-lo vivo; e que seus amigos estavam todos morrendo de preocupação por ele e rezando para que estivesse bem.

Tantas coisas importantes, capazes de trazer ao seu coração desolado outros motivos além do seu bebê para continuar lutando por sua vida; motivos que fariam-no sorrir e se sentir amado, o levando a perceber que sua ausência, no final das contas, faria muita falta para muita gente.

Mas Jisung não sabia de nada disso.

Ele chorou durante muitas horas. Chorou por todas as dores que estava sentindo. Pelos roxos que pintavam seu corpo; por seus braços inchados e que ainda assim protegiam sua barriga; pelo corte em sua testa que latejava e doía; mas principalmente, pela dor em seu coração.

Todo esse desgaste físico e emocional sobrecarregou o pobre garoto, que veio a desmaiar e estava até agora neste estado deplorável. Suas roupas sujas por ter sido jogado primeiro na carroceria daquela van, e agora no chão imundo daquele galpão. Sua camiseta também tinha um rasgo grande na transversal atravessando todo seu peito, e o tecido de sua calça na altura dos joelhos estava igualmente rasgado.

Seu corpo havia cedido ao cansaço, e principalmente às dores, à fome e à sede. 

Se já faziam quase 24 horas que ele fora sequestrado, significava que ele também já estava há todo este tempo sem colocar qualquer comida na boca, ou ainda sem beber uma gota d’água sequer. Por quê? Porque os sequestradores simplesmente não se importavam, simples assim.

O sol já havia cedido espaço à lua e às estrelas, as quais tentavam iluminar o céu sombrio daquela noite triste, mas isto estava se mostrando uma tarefa difícil.

O tempo estava ficando cada vez mais gelado conforme as horas se passavam; e foi a aragem fria que invadia pelas janelas quebradas daquele galpão abandonado, que levou Jisung a lentamente abrir os olhos.

O fez com dificuldade, e não demorou muito para arrepender-se de o tê-lo feito logo em seguida. Foi só a sua visão se ajustar à iluminação do ambiente, que todos os seus membros gritaram de dor enquanto seus olhos perdiam-se em uma poça d’água suja próxima à ele.

Haviam hematomas roxos e inchados em suas pernas, coxas, costas e braços, estes últimos no pior estado de todos, já que foram muito chutados por Jay enquanto Jisung lutava para aguentar aquelas agressões e proteger sua barriga. 

Por que aquele homem sentia tanto prazer em lhe machucar? O que Jisung havia feito para ele? Eram perguntas que no momento não tinham respostas.

Sentindo a garganta seca, Han tentou erguer a cabeça cogitando seriamente em se arrastar até aquela poça d’água para matar sua sede. Ele estava começando a ficar desidratado.

Foi quando então ele ouviu uma voz grave romper pelo ambiente, fazendo-o abaixar a cabeça novamente e parar de se mover. 

– Jay! OW, PARK! – O homem que havia acabado de chegar arremessou uma garrafa plástica com água na direção de quem chamava. – Vai dar água pro garoto. E vê se dá alguma comida também, já falei que ele não pode morrer ou não recebemos o resto da nossa grana!

O Park, que estava sentado em um banco velho arrancado de algum veículo, com os pés apoiados em cima de um pneu encardido e com uma lata de cerveja na mão, praguejou qualquer coisa ao apanhar a garrafa arremessada em sua direção, levantando-se do seu assento confortável. 

– Ok, ok! Mas que saco, porra! – Resmungou irritado. Estava divertindo-se com os outros dois rapazes assistindo ao jogo de baseball na televisão, se vendo obrigado a deixar isso de lado por enquanto. 

Assim, entornando um último gole em sua cerveja ele amassou a latinha e arremessou ela longe, caminhando até uma mesa meio quebrada em cima da qual havia um pacote de papel kraft, tirando de dentro dele um pão velho.  

Com isso em mãos, e também com a garrafinha d’água, ele olhou na direção de Jisung com um certo desprezo em seu olhar e foi caminhando até o garoto sem nenhuma pressa.

Quando seus olhares acidentalmente se cruzaram, Han mais do que depressa encolheu-se no seu canto, abraçando a barriga e fechando os olhos, morrendo de medo de apanhar ainda mais.

– Ei, garoto. – Chutou a perna que estava acorrentada no pilar. – Acorda moleque e come isso aí. – Jogou o pão na frente dele, caindo em cima do tapete sujo e encardido sobre o qual Jisung estava deitado. – Se eu tiver que falar de novo vou enfiar esse negócio por sua garganta até rasgar. – Alertou ao perceber que Han não moveu um músculo para pegar a comida. 

No mesmo instante Jisung arregalou os olhos, e embora estivesse sentindo muitas dores em seus braços, aliadas a pancada que tinha levado em seu abdômen, ele se esforçou para sentar-se com as costas escoradas no pilar de concreto que havia atrás dele.

Com medo de encarar o homem, Han esticou as mãos que tremiam e apanhou aquele pão velho e já um pouco mofado. Mal conseguiu dar uma mordida e o Park jogou contra seu peito a garrafa de água, quase acertando seu rosto, o que fez ele grunhir baixinho com a dor que sentiu.

A expressão dolorosa de Jisung rendeu um sorriso perverso no Park, quem puxou um caixote e se sentou de pernas abertas em cima do mesmo, de frente para o garoto e a cerca de um metro de distância. 

Do bolso de sua calça, Jay tirou algumas fotografias. As pontas estavam desgastadas, e pareciam haver marcas de sangue seco em suas laterais. Jisung preferiu evitar a ficar encarando, então permaneceu de cabeça baixa comendo forçadamente aquele pão com gosto horrível, mas que serviria para matar sua fome e a de seu bebê.

– Olha… Vou te contar. Quando a madame contratou a gente pra fazer esse serviço, não pensei que fosse gostar tanto assim. – O Park começou a falar, sem tirar os olhos das fotografias que analisava. – Seu amigo ruivinho é bem gostoso. Com aquela carinha delicada e a bunda redondinha que ele tem, eu até cheguei a confundir com uma garota na primeira vez. – Ao dizer aquilo, Jay virou na direção de Jisung uma foto onde aparecia ele e Felix dentro de uma loja de roupas.

Naquele momento os olhos de Han se arregalaram em espanto, e ele petrificou no lugar, parando até mesmo de mastigar. Jisung reconheceu aquele lugar da foto… Era a loja onde ele e Felix entraram para se esconder de um sujeito que os estava seguindo naquela tarde. 

Então… Quer dizer que era ele? Han olhou ainda mais assustado para o homem na sua frente ao pensar nisso.

O Park, por sua vez, sorria divertido e debochado. – Faz um tempo que eu já estou de olho em você… Han Jisung. – O sorriso em seu rosto alastrou-se, e Han sentiu um calafrio perigoso subir por sua espinha, fazendo-o engolir em seco e recuar instintivamente para trás. – Você se lembra de mim, não é? – Jay se aproximou e encurtou a distância entre eles, agarrando seu rosto pelo queixo, com força, e espremendo suas bochechas fez o garoto lhe encarar. 

– Claro que se lembra… Eu vejo o medo nos seus olhos. O mesmo medo que eu vi no dia em que apontei uma arma pra sua cabeça. – Nisso, uma risada alta partiu dele, empurrando-o para trás ao soltá-lo, o que fez com que Jisung batesse as costas contra o pilar.

– Quando aceitei esse trabalho não fazia ideia que era você quem eu teria que seguir e descobrir tudo sobre sua vida, e depois sequestrar. – Soltou um sopro acompanhado de uma risada curta. – O mesmo garoto que eu quase matei num simples assalto… – Estalou a língua dentro da boca ao lembrar-se daquele dia. – E pensar que se não fosse por aqueles dois ciclistas, eu teria metido uma bala na cabeça do moleque que agora vai me render uma grana bem gorda… Que ironia, não? – Sua voz era banhada em maldade.

Jisung não respondia, ele sequer conseguia manter contato visual com o homem. Encolheu-se contra o pilar mais uma vez, ainda sentado, e manteve a cabeça baixa o tempo todo. 

Até o pão mofado que estava servindo para matar sua fome ele deixou de lado junto com a garrafinha de água da qual só havia conseguido tragar alguns goles antes que aquele sujeito se aproximasse e começasse a falar todas aquelas coisas.

– Mas sabe… Depois que eu descobri isso, eu me animei. – O sorriso no rosto de Jay Park tornou-se ainda mais perverso, assim como seu olhar. – Eu fiquei bem irritado aquele dia. Queria ter brincado com você um pouco mais… Estava divertido te ver chorar. Suas expressões de medo e dor são lindas, sabia? Tenho vontade de machucar cada pedaço do seu corpo só pra ver elas. – Ainda sentado no caixote, Jay se inclinou na direção de Jisung. – Acho que tenho a oportunidade de fazer isso agora…

Todos os instintos do garoto gritaram ainda mais alto, e o medo aliado ao pavor começaram a tomar o controle de seu corpo. Seus olhos se arregalaram e ele espantou-se com aquela proximidade, abaixando o rosto e se encolhendo, como se de alguma forma abraçar a si mesmo fosse impedir que aquele homem lhe machucasse.

– Eu segui seus passos por tanto tempo Jisung… – Han sentia um calafrio horrível toda vez que o Park falava seu nome. – Aquele dia no supermercado, logo depois que você e aquele babaca saíram do shopping… Ele comprou um iPhone bem bacana pra você né…? Pena que quebrou, senão era um lucro a mais pra mim. – Seu rosto foi ficando cada vez mais próximo, e Jisung conseguiu sentir o cheiro de tabaco e álcool que impregnava o hálito e as roupas dele.  

– Ou então aquela noite em que vocês dois foram no restaurante e depois no cinema… Foi um saco ficar nas cadeiras do fundo vendo vocês agirem como dois babacas apaixonados. Aquilo só aumentou a minha vontade de te fazer sofrer. – Conforme ele falava, seus dedos sujos deslizavam pelo rosto de Jisung, de um jeito sutil porém perigoso, muito perigoso.

Por mais que Han continuasse calado evitando olhar para ele, todo seu corpo tremia e isso era nitidamente visível, assim como o espanto em seus olhos arregalados e marejados.

Aquela visão fez Jay rir de um jeito perverso, descendo os dedos de seu rosto para seu pescoço, o qual agarrou com força. 

–  Quando chegou o dia do sequestro, cara… Eu fiquei com muito tesão. Estava louco pra meter bala em alguém, então ainda bem que aquele teu amigo segurança estava por lá. Senti a bala atravessar a carne dele, foi incrível. – O Park dizia aquilo com tanta alegria, que isso somente fazia o terror que Jisung sentia aumentar ainda mais.

O coração do pobre garoto já parecia um tambor dentro de seu peito. Ele suava frio e tinha medo até de encarar o Park. A cada toque dele em sua pele, era como uma tortura para ele, pois sentia que a qualquer momento o outro iria lhe machucar.

Han conseguia até mesmo sentir a maldade em seu tom de voz, e as coisas que Jay falava somente aumentavam o seu desespero, fazendo as palavras travarem na sua garganta o paralisando no lugar.

Em um lapso de momento, Han lembrou-se de quando Felix e Changbin o fizeram prometer que contaria para Minho sobre ele e o amigo terem sido seguidos por uma pessoa estranha àquela tarde.

Também se recordou em como preferiu não contar nada disso para o Lee, pois não queria deixá-lo preocupado já que o mesmo estava muito ocupado com as gravações do Dorama.

Depois, Han simplesmente esqueceu que aquilo tinha acontecido, pois estava feliz demais com a sua vida para lembrar-se de algo assim.

Agora perguntava-se: As coisas teriam sido diferentes se ele tivesse contado? Hyunjin estaria vivo se ele não tivesse sido tão teimoso…? Esses pensamentos fizeram Jisung soluçar e lágrimas começaram a despontar de seus olhos, levando o garoto a comprimir os lábios e apertar as mãos na barra de sua camiseta.

– Oh, vai chorar Jisung? – Havia sarcasmo em seu tom de voz. – Assim vai me deixar com mais tesão do que já estou, garoto. – Disse bem próximo de seu rosto, com uma voz que entrou rasgando pelos ouvidos de Han fazendo-o olhar para ele apavorado. 

A mão que o Park usava para apertar seu pescoço, ele deslizou pelo abdômen do garoto por dentro do rasgo de sua camiseta, fazendo com que ele travasse no mesmo instante e segurasse a respiração, sentindo seu desespero aumentar gradativamente.

Ter aquele homem deslizando sua mão ali, era como tê-lo ameaçando o bebê que Han tanto lutou para proteger, e a sua respiração só foi ficando ainda mais pesada conforme Jay continuava descendo a mão até alcançar o meio de suas pernas.

– Sabe, nunca fui muito fã de garotos. Eles não têm peitos e as coxas também não são redondinhas do jeito que eu gosto. Mas… – Ele afastou o rosto para trás um pouco, dando uma boa analisada em Jisung. Então, rasgou ainda mais a sua camiseta deixando grandes porções de sua pele à mostra, principalmente de sua barriga e costelas. – Até que você tem um corpo bonito e que dá pro gasto. – Ele sorriu de um jeito cínico. – Será que sua bunda é tão gostosa quanto? – Jisung sem perceber recuou o torso para trás automaticamente ao ouvir aquelas palavras, sentindo-se ameaçado. – Vamos dar uma olhada. 

Nisso, Jay bruscamente agarrou Han pelo pulso machucado e o jogou contra o chão de barriga para baixo, arrancando um grunhido de dor por parte do garoto, quem sentiu o peito arder com o impacto no concreto. Por sorte, ele conseguiu evitar que sua barriga também batesse.

– Olha só… Tem uma bunda bem avantajada pra um homem. – Lambeu os beiços ao dizer aquilo, agarrando com força uma das nádegas de Jisung e a apertando, ao mesmo tempo em que com a outra mão massageava o próprio membro entre as pernas abertas, como se estivesse estimulando-o a endurecer mais.

Jay levantou-se do caixote onde estava sentado, e encarando Jisung de cima com um olhar predatório e perigoso, ele começou a desafivelar o cinto de sua calça, já abrindo a braguilha da mesma. 

Tossindo, Han olhou para o alto e deparou-se com aquela visão, fazendo-o se apavorar mais do que nunca. O desespero que somente crescia dentro de seu peito estava tornando-se cada vez mais insuportável, e o sorriso cruel e perverso que Jay tinha no rosto disparava a adrenalina no sangue de Jisung. 

Sua respiração que já não estava controlada, ficou ainda mais descompassada. Seus pulmões sofriam para puxar o ar e seus olhos estavam repletos de espanto e terror.

Han percebeu quais eram as intenções daquele homem; ele sabia o que iria acontecer; e ele entendeu qual seria o seu destino se não fizesse nada. Mas e o seu bebê? O que aconteceria com o seu bebê se aquele homem fizesse com o seu corpo o que pretendia? Não era nem mesmo com si próprio que Han estava tão preocupado, mas sim com a vida que carregava dentro de si. 

Ele queria mais do que tudo nesse mundo proteger o único pedacinho de Minho que ainda tinha. A única lembrança do amor que sentia por ele e pelo qual estava sofrendo. 

De repente, todas as memórias que criou junto de Minho, todos os momentos que compartilharam, os sorrisos de felicidade que dividiram, tudo isso, vieram à sua mente, e o desespero e o pavor que sentia deram espaço à um ódio e à uma raiva crescentes, que começaram a se espalhar por cada fibra de seu corpo.

Seu olhar tornou-se mais desafiador, feroz, e seus punhos se cerraram com força, esmagando o tapete encardido entre seus dedos. Ele não iria ceder, não tão fácil.

Assim, Han se esticou e apanhou a primeira coisa que suas mãos alcançaram, arremessando isso contra o Park usando de uma força que nem mesmo ele sabia que tinha.

– FIQUE LONGE DE MIM! – Seu grito saiu alto, claro e determinado, como o rugido de uma leoa que protege o seu filhote de um predador com garras e presas.

A surpresa abalou Jay quando sentiu a dor daquela haste de ferro enferrujado acertando seu rosto e fazendo um corte em sua bochecha. Atônito, não por medo ou algo do tipo, mas sim pela surpresa, ele levou à mão até o rosto e sentiu o sangue quente escorrendo e manchando sua mão. 

Na sua frente, Jisung tinha novamente se sentado sobre os joelhos e se afastado o máximo que a corrente que o prendia lhe permitiu, encarando-o com um olhar que, se comparado ao de instantes atrás, era completamente diferente. 

Han agora parecia mais como um animal arisco que, acuado e com medo, está pronto para atacar qualquer um que se aproximar.

Aquilo fez o Park sorrir, porém de ódio.

– Garoto… 

O que se ouviu em seguida foi o som sôfrego e doloroso que partiu da garganta de Jisung quando este levou um soco no rosto, caindo novamente de peito no chão. 

– SEU MERDINHA, QUEM VOCÊ PENSA QUE É?! VOCÊ ME CORTOU! – O soco veio seguido de um chute, este que fora desferido com força bem contra o abdômen de Han, que nem mesmo teve tempo para proteger sua barriga daquele chute, e do outro que se seguiu, e depois dos que mais se sucederam. 

Seus gritos de dor saíam rasgando sua garganta, ecoando por todo o galpão, e ele começou a tossir o sangue que escorria de sua boca agora cortada. 

Jisung sentia cada pancada com o dobro de intensidade; os chutes em suas coxas, em suas pernas, em seu peito. Tentava a todo custo se encolher e proteger sua barriga de outros chutes; ela estava doendo, doendo muito.

– EU VOU ACABAR COM A TUA RAÇA SEU LIXO!

Aos poucos a visão do garoto começou a ficar embaçada. As lágrimas deixaram tudo turvo, e a dor que sentia estava levando sua consciência embora. O Park só parou quando um dos outros homens correu até lá e o segurou pelo ombro, puxando-o para trás.

– JAY PARA COM ISSO PORRA! JÁ FALEI QUE NÃO É PRA MATAR ESSE GAROTO CARALHO!

O Park empurrou o “líder” de seu grupo, desvencilhando-se e dando um passo para o lado. Em seguida, esfregou as costas da mão na bochecha para limpar o sangue do corte que Jisung lhe fez, e então cuspiu no chão. 

– SE EU NÃO POSSO MATAR ESSE MERDINHA, PELO MENOS FODER ATÉ RASGAR ELE POR DENTRO EU VOU! – Passou pelo homem lhe dando uma trombada, e mais uma vez avançou para cima de Jisung, quem tossia e chorava naquele chão encardido do galpão abandonado. 

Jay o agarrou pelos cabelos, puxando sem piedade, e o fez ficar de peito contra o concreto gelado, bem em cima de uma poça d’água. 

– De repente você ficou todo corajoso, NÉ SUA VADIAZINHA?? – Começou a arrancar as roupas de seu corpo. – Vamos ver o quão corajoso você vai continuar sendo depois que eu te tratar feito as putas de rua! 

Han não conseguia dizer nada, nem mesmo gritar por socorro ele sentia ser capaz. A única coisa que conseguiu fazer foi abraçar sua barriga com uma mão, enquanto a outra manteve de apoio para o peso de seu corpo não forçar-se contra seu ventre.

Seu rosto era esmagado contra o chão; o sangue escorria de sua boca e do corte de sua têmpora que acabou se abrindo de novo, misturando-se com a sujeira e a água do chão. 

Ele não tinha sido corajoso… Não tinha. 

Assim como Jisung estava sem comer a quase 24 horas, fazia mais tempo do que isso que ele também estava sem o seu medicamento para o transtorno de bipolaridade. 

A última vez que tomou seus comprimidos de lurasidona? Era Segunda-Feira de manhã, e agora já estavam na noite de Terça. 

Não foi coragem que motivou Jisung, tão pouco o seu instinto de sobrevivência, mas sim um ataque. Um ataque bipolar que agora estava colocando em risco a vida do seu bebê. 

“Por isso você tomava 3 comprimidos… Por isso! Você é mesmo um estorvo Jisung…! Um lixo um lixo! Você merece que as pessoas te abandonem!!” Ele se xingava mentalmente, culpando-se por ter arremessado aquela droga de haste de ferro na cara daquele homem.

“Se você tivesse só dado o que ele queria logo… Seu bebê não estaria sofrendo… Idiota idiota!!” As palavras ecoavam em sua cabeça, e soluços de desespero partiam de seus lábios ressecados e sujos de sangue.

Jay puxou Jisung para trás, fazendo a testa do mesmo bater contra o chão e os seus quadris ficarem um pouco elevados, o suficiente para que ele pudesse esfregar aquele falo nojento em sua pele exposta.

– Eu vou te mostrar quem é que manda aqui moleque! VOU ARREBENTAR TODAS AS SUAS TRIPAS POR DENTRO E FAZER VOCÊ CUSPIR MINHA PORRA MISTURADA COM TEU SANGUE! 

“Não reage, não reage, não reage. Proteja o seu bebê… O seu bebê… PROTEJA, JISUNG!!” Por mais que os gritos em sua cabeça fossem altos, as palavras haviam morrido em sua garganta. Jisung rezava… Abraçado a sua barriga e chorando desesperadamente, ele implorava por um milagre.

E um milagre aconteceu.

Às vezes, os anjos da guarda se apresentam de uma forma diferente para àqueles que protegem. E às vezes, as pessoas nem mesmo sabem que têm um, ou neste caso, mais de um anjo da guarda.

Antes que Jay Park pudesse depravar Jisung e fazê-lo carregar para o resto da vida a experiência horrível que isso iria ser, o ronco alto do motor de um carro ecoou por todo o lugar, assim como o barulho de pneu cantando.

Não só Jay, como todos os outros três homens que ali estavam - ignorando o desespero de Jisung e rindo com o jogo de baseball que passava na televisão - foram pegos completamente de surpresa pelo Dodge Charger SRT que chegou atravessando as enormes portas de madeira do galpão, arrebentando tudo que tinha pela frente.

Logo atrás do Dodge blindado, entrou um Ford Mustang GT500 que por pouco não atropelou um dos homens, quem conseguiu se jogar para o lado bem na hora.

De dentro dos carros, saíram quatro pessoas, muito bem armadas e com sede de sangue.

– Chen, Xiumin, nos deem cobertura. – Falou Kris engatilhando a sua espingarda calibre 12. – Eu e o Tao vamos pegar o garoto.

Os dois assentiram, enquanto o próprio Zitao saiu do Charger com um fuzil M4A1 em cada uma das mãos cheio de ódio no coração pronto para matar todo mundo.

Jisung estava com a consciência tão fraca e já cedendo, que nem ao menos notou que Jay havia se levantado e se afastado de si, tentando desesperadamente erguer as calças enquanto um Huang Zitao olhava na sua direção com os olhos ardendo em chamas.

Depois disso, Han cedeu mais uma vez à fadiga, às dores e à fraqueza, vindo novamente a desmaiar com a imagem do sorriso de Minho sendo a última coisa da qual se recordou antes de seus olhos se fecharem.


Notas Finais


Olha... Eu imagino o quanto esse capítulo tá fazendo vocês sofrerem horrores... Eu mesma sofri para escrever isso, e não foi pouco... Fiquei retardando essa cena o máximo que podia, mas o inevitável tinha que acontecer... Só, aguentem firme okay...? O terror logo vai acabar...


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