1. Spirit Fanfics >
  2. Um café, por favor. (Minsung . Changlix . 3in . YoungChanK) >
  3. . Minotaur

História Um café, por favor. (Minsung . Changlix . 3in . YoungChanK) - . Minotaur


Escrita por: mikarawr

Notas do Autor


Hello pudins! Tá meio tarde, mas eu quis att mesmo assim =3

Vocês vão entender o título depois que terminarem de ler o capítulo, KSKSKSKS

Boa leitura! ♥

P.S Obrigada pelos quase 700 favs, amo vocês TT_TT

Capítulo 50 - . Minotaur


Fanfic / Fanfiction Um café, por favor. (Minsung . Changlix . 3in . YoungChanK) - . Minotaur

(Quarta-Feira • 17:00)

Jisung retornou para o quarto não muito tempo depois da conversa reveladora que Minho e Hyunjin trocaram entre si em particular. Porém, isso não quer dizer que ele não levou pelo menos uns quarenta minutos na sua consulta com o psiquiatra. Mais tempo do que julgou que levaria, para dizer a bem da verdade, mas tudo acabou correndo bem e a sua medicação foi trocada por uma mais fraca e que não causaria problemas durante a gestação. 

No entanto, graças à essa demora imprevista o Hwang teve tempo de ligar e conversar com os dois detetives para informá-los acerca do resgate de Jisung. Ambos comprometeram-se em ir ao hospital o quanto antes para colher o depoimento do garoto e pegar o envelope de provas que Hyunjin tinha consigo.

Claro que quando indagado, o Hwang ao invés de responder como Jisung fora resgatado e onde ele conseguiu as provas que incriminariam os responsáveis pelo sequestro, ao invés de responder ele simplesmente desligou a chamada com aquele olhar e sorriso debochados. 

Ele sabia que no final Lu Han e Sehun acabariam indo até o hospital de um jeito de outro, e assim teria a oportunidade de lhes informar pessoalmente acerca dos outros crimes que sabia que Yun Hee havia igualmente cometido ao longo de sua vida, principalmente aquela vez em que falsamente o acusou de estupro.

Digamos que até o Hwang ficou surpreso com a quantidade de provas que tinha dentro daquele envelope - as quais não diziam respeito apenas ao sequestro de Jisung -, e muitas das coisas que haviam ali dentro revelavam diversos atos perversos que Yun Hee cometeu para chegar até o topo da sua carreira como atriz.

Essas provas somente revelaram para Hyunjin o quão suja, trapaceira, lunática, psicótica e desequilibrada essa mulher era, confirmando algo que ele sempre soube acerca dela. 

Ele só queria ter sido mais ligeiro e esperto em reunir todas aquelas provas antes, ao menos assim teria evitado que muita coisa tivesse acontecido. Se Hyunjin soubesse que Yifan e Zitao lhe dariam um presente como aquele, os teria contratado muito antes. 

Porém, uma coisa acabou levando a outra e agora o Hwang sorria com o inevitável destino que aguardava Yun Hee. Um que, na sua humilde opinião, era bem pior do que a morte. Pois se ela simplesmente morresse, não veria sua fama, popularidade e carreira se despedaçarem bem na frente de seus olhos. 

A tortura que será para ela mergulhar na desgraça de perder tudo o que conquistou com o sofrimento dos outros, é um destino bem mais merecido do que apenas morrer e não passar por nada disso. Fora que, em uma penitenciária feminina Yun Hee definitivamente vai sofrer muito mais nas mãos das outras detentas do que sofreria pelas mãos dos demônios que habitam o inferno, disso Hyunjin tinha a absoluta certeza.

Enfim. 

Assim que Jisung passou por aquela porta, Minho simplesmente deletou a existência de Hyunjin como se nem tivesse passado os últimos minutos conversando com ele, e se focou em dar total atenção ao seu esquilinho. Isso foi engraçado, porque ao Hwang restou apenas fazer uma careta, cruzar os braços e ficar servindo de vela pela próxima uma hora.

Minho puxou uma cadeira e ficou sentado ao lado da cama de Jisung, sorrindo e conversando com ele, o tempo todo acariciando sua barriga e dizendo o quão ansioso estava para ver como seria daqui alguns meses, quando os bebês estivessem mais desenvolvidos e eles pudessem fazer o primeiro ultrassom.

Em meio às conversas que aqueles dois trocaram, o Lee acabou descobrindo em que ocasião seus filhotes foram concebidos, e podia afirmar que seria bem engraçado contar para eles - quando tivessem idade, é claro - que a primeira pessoa a testemunhar a criação dos dois foi o corretor que lhes vendeu a casa onde agora moravam.

– Espera! Isso é sério…? Vocês transaram no banheiro do quarto com o corretor lá no andar debaixo conversando com os outros dois interessados em comprar a casa? – Minho podia ter deletado sua existência, mas Hyunjin ainda estava ali em carne e osso, e com certeza ouviu cada palavra, mesmo que Han tenha sussurrado ao contar. – Buwahahahaha, inacreditável…! Depois o tarado sou eu! – Sua risada ecoou por todo o quarto, e lágrimas chegaram a escorrer pelo canto de seus olhos. – Ai ai… Imagina só a cara que o Chan vai fazer quando ficar sabendo disso… – Se ele iria dedurar o melhor amigo? Mas é claro que sim.

– Você nem pense em abrir esse bico Hyunjin! – O Lee se virou para trás e apontou o dedo na sua direção, mas a única resposta que obteve foi uma careta e uma língua para fora. – Ora seu… – Hyunjin havia passado por uma situação na qual fora baleado, as ameaças do seu melhor amigo já não lhe assustavam mais. 

Jisung, por sua vez, estava vermelho da cabeça aos pés, e suas orelhas mais pareciam duas pimentas malaguetas. Hyunjin escutou o que ele havia sussurrado…? Céus que vergonha… Ele não sabia onde enfiar a cara, então escondeu ela em um travesseiro.

– Hum? Esquilinho, que foi? Por que está se escondendo? – Minho se virou para ele novamente e tentou puxar o travesseiro, mas Jisung o segurava com tanta força que ele não conseguiu nem mover do lugar. – Ei amor, o que foi?? – Só Minho mesmo para não perceber que aquele tópico da conversa deixou Han constrangido, e Hyunjin balançou a cabeça em negação com a lerdeza do amigo em notar isso.

– Minho…! P-Por que não vai comer alguma coisa, hein?? – Jisung falou abafado pelo travesseiro, com ele ainda enfiado na cara. – V-Você já tá aqui tem um tempão e não comeu nada, vai comer amor…!

– Eww?? Mas por quê?? Esquilinho olha pra miiiim!! – Ele estava pronto para tentar puxar o travesseiro de novo, mas Hyunjin lhe arremessou na cabeça a caneca plástica que usava para beber água, fazendo o Lee olhar para ele todo indignado. – AU!! Por que fez isso?!

– Escuta seu namorado! Vai comer alguma coisa e para de encher o saco dele! – Hyunjin já tinha até apanhado algum outro objeto para arremessar nele de novo caso fosse necessário.

– Aish…! Tá bom, tá bom! – Exclamou o Lee, esfregando a mão na nuca para ver se aliviava a dor da “canecada”. Nisso, se voltou para Jisung mais uma vez e sorriu bobo com o fato de ele ainda se esconder no travesseiro. Porém, como suas orelhas apareciam Minho viu que as mesmas estavam bem vermelhas e finalmente entendeu que seu pequeno estava morrendo de vergonha. 

– Eu já volto meu amor, só vou tomar um café bem rapidinho. – Disse o Lee, se inclinando na direção de Jisung e deixando um beijo no topo da sua cabeleira castanha. Em seguida, ele se levantou e mostrando a língua para o Hwang, saiu pela porta do quarto. 

Em que pese as conversas empolgantes e engraçadas que Minho e Jisung trocaram quando aquele ainda estava dentro do quarto, foi só o Lee sair do campo de visão do mais novo que seu semblante mudou radicalmente.

Cabisbaixo, com os olhos perdidos no chão marmorizado dos corredores do hospital, e com uma expressão que ao mesmo tempo era séria e triste, ele caminhava em direção a sala de espera dos visitantes que havia naquela ala do hospital. 

Lá, Minho sabia que encontraria uma máquina de café expresso, o que seria suficiente para forrar seu estômago e evitar que sua barriga fizesse algum barulho e denunciasse o fato de que ele ainda não havia comido nada. Apesar do seu corpo estar sentindo os efeitos da fome, ele mesmo não tinha vontade de colocar qualquer coisa para dentro.

A bem da verdade era que Minho estava sendo forte apenas na frente de Jisung, sorrindo para ele, fazendo brincadeiras, buscando deixá-lo contente e confortável, porque a última coisa que queria era preocupar seu pequeno demonstrando a dor que estava sentindo.

Não era uma dor física, porém não deixava de ser tão dolorosa quanto. Minho se culpava e toda vez que olhava para os machucados de Jisung, por fora acabava sorrindo para manter seu esquilinho entretido, mas por dentro era como se ele chorasse, socasse as paredes imaginárias de sua mente, e se culpasse por tudo aquilo. 

Embora o sequestro de Jisung não tenha sido sua culpa, e tão pouco as agressões que ele acabou sofrendo na mão daqueles bandidos, era difícil para o Lee afastar aquele sentimento de responsabilidade pelo que aconteceu. No fundo, ele sabia que Han em breve teria de frequentar um psicólogo também - além do psiquiatra que tratava seu transtorno de bipolaridade -, pois inevitavelmente Jisung precisaria de ajuda profissional para superar o trauma que aquele episódio acabaria sendo em sua vida.

Mesmo que Han estivesse tentando se mostrar forte e corajoso agora, o Lee podia sentir que Jisung não tinha nem começado a digerir toda aquela situação e todo o terror pelo qual passou quando ainda estava em cativeiro. Quando Han finalmente se tocar da realidade, Minho vai precisar estar preparado para lhe dar todo o suporte necessário.

Ao chegar em frente à máquina de café expresso, o Lee pegou um copo térmico descartável e posicionou abaixo do bico que expelia o líquido quente, selecionando qualquer opção no painel touchscreen

Com ambas as mãos nos bolsos de sua calça, ele assistia sem expressão o copo aos poucos ir se enchendo e o vapor quente subir. Em meio aos seus devaneios e com a mente distante, ele sequer escutou o grito que ecoou pelo ambiente, e só foi trazido de volta dos pensamentos onde mergulhou tão profundamente quando uma dor lancinante começou a se alastrar pelo lado direito do seu rosto.

Ao se dar conta, estava ajoelhado no chão com um corte em seus lábios e gotas de sangue pingando na sua calça, apoiando o peso do corpo em uma das mãos enquanto seu cérebro ainda tentava entender o que estava acontecendo.

– SEU DESGRAÇADO…! O QUE PENSA QUE ESTA FAZENDO AQUI?! EU VOU ACABAR COM A TUA RAÇA E TE FAZER PAGAR POR TUDO QUE FEZ AO JISUNG…!!

– CHANGBIN! FICOU MALUCO? PARA! – Felix até tentou segurar o namorado quando ambos dobraram a curva daquele corredor e avistaram Minho em frente àquela máquina de café expresso, mas foi praticamente impossível impedir Seo de correr para cima dele e descontar toda sua força em apenas um soco.

– MALUCO EU VOU FICAR SE NÃO ARREBENTAR A CARA DELE AQUI E AGORA! – Changbin mais uma vez avançou para cima do Lee, segurando seu ombro e o virando de frente para ele. Minho ainda estava um pouco atordoado e confuso, além de surpreso por ver Seo lhe encarando com tanto ódio no olhar, mas isso não impediu este último de desferir outro murro contra sua cara, fazendo-o cuspir sangue e abrindo um corte em sua têmpora.

– C-CHANGBIN! – Felix mais uma vez gritou, e seu grito veio acompanhado do som de outro golpe sendo desferido contra o rosto do Lee, levando o ruivo a se desesperar. – SEUNGMIN… M-ME AJUDA AQUI…!! – Desesperado, ele olhou para trás na direção do amigo que já se aproximava correndo, enquanto Jeongin ficou parado no meio do corredor segurando contra o peito as mochilas que ele e seu irmão traziam consigo.

– SEO PARA COM ISSO, ESTAMOS EM UM HOSPITAL! VOCÊ PERDEU A CABEÇA?! – Seungmin agarrou um dos braços de Changbin, tentando colocar juízo na cabeça dele, ao passo que Felix segurou o outro e ambos faziam força para puxá-lo para trás, mas aquele homem mais parecia um touro e mesmo em dois, não estavam dando conta de afastá-lo do Lee.

– O que está acontecendo aqui?! – De repente, Chan apareceu ao lado de Jeongin, tocando suas costas e assustando o pobre garoto que, em virtude do que estava acontecendo à sua frente, já tinha um olhar assustado e parecia estar com medo, como se fosse chorar a qualquer instante.

– Chan o que… – Younghyun apareceu correndo logo atrás, seguindo o namorado na direção dos gritos que ambos ouviram, e assim que olhou para frente deparou-se com aquela cena. – HEY…! PAREM COM ISSO...! – O Kang sequer esperou alguém dizer alguma coisa, e enquanto Chris ficou ao lado de Jeongin segurando-o pelo ombro para não deixá-lo sozinho, Younghyun correu na direção dos outros quatro e ajudou Seungmin e Felix a separarem Changbin de Minho. – ISSO AQUI É UM HOSPITAL, NÃO UMA ARENA DE LUTA. O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?! 

– ACABANDO COM A RAÇA DESSE DESGRAÇADO QUE MACHUCOU O JISUNG! – Changbin não estava dando a mínima para o que os amigos diziam, e tão pouco para os olhares assustados dos funcionários e dos outros pacientes que transitavam por ali. Uma das enfermeiras até chegou a pegar o telefone para chamar os seguranças, mas graças à um sinal de mão de Younghyun ela acabou colocando ele no gancho novamente.

No chão, Minho tossia e limpava com as costas da mão o sangue que escorria de sua boca, recebendo ajuda de Seungmin para se levantar. Diferente do que as pessoas alheias à situação imaginaram, uma vez em pé ele não partiu para cima de Changbin dar o troco pelos socos que levou, e tão pouco lhe encarou com raiva. 

Na verdade, seu olhar continuava frio e sem vida, como se no fundo ele sentisse que merecia ter apanhado, e era exatamente isso que pensava de si mesmo agora. – Changbin, eu… 

– VOCÊ CALA A BOCA MOLEQUE, QUE EU AINDA NÃO ACABEI DE QUEBRAR A TUA CARA! – Seo estava tão enfurecido que só ouvir a voz de Minho o fez partir para cima dele uma terceira vez, porém Younghyun sozinho conseguiu impedi-lo e se pôs na sua frente, o segurando pelos ombros.

– CHEGA! EU NÃO DEIXEI VOCÊS ENTRAREM DEPOIS DO HORÁRIO DE VISITAÇÃO PRA FAZER BALBÚRDIA NO MEIO DO CORREDOR! – O Kang elevou o tom de voz, fazendo todos se calarem e Changbin dar as costas para ele. Nisso, Younghyun olhou de relance na direção de Minho e soltou um suspiro pesado. – Olha… Vamos todos pra uma sala privada e resolver isso de forma civilizada. 

– Eu não tenho nada pra resolver aqui! – Changbin exclamou com as mãos na cintura, andando de um lado para o outro e bufando sem parar. Felix até tentou se aproximar dele, mas nem mesmo sua presença estava lhe acalmando.

“Por que diabos eu não avisei que o Minho estava aqui…?” Younghyun se indagou mentalmente. Se tivesse alertado que o Lee estava no hospital quando Changbin e os demais apareceram instantes atrás para visitar Jisung, talvez aquela situação pudesse ter sido evitada. Mas como ele iria adivinhar que Minho estaria bem no meio do corredor quando estavam todos à caminho do quarto?

– Tem sim! Todos temos, e vamos conversar como pessoas adultas e não agir como animais selvagens! – Chan exclamou com um tom de voz firme ao aproximar-se do grupo junto de Jeongin. O olhar assustado e marejado deste último levou todos se sentirem mal de certa forma, e Seungmin abraçou o irmão mais novo para lhe acalmar.

Na cabeça de Chan, esperar todos estarem próximos à porta do quarto de Jisung e Hyunjin para finalmente avisar que Minho estava lá, evitaria que eles surtassem em sua presença, principalmente Changbin, pois sabia que ninguém seria egoísta o bastante para arriscar a deixar Jisung ainda mais assustado, principalmente com seus machucados sendo ainda tão recentes, além é claro do trauma do sequestro.

Chan e Younghyun, assim como os demais garotos - por exceção de Hyunjin, é claro - ainda não sabiam acerca de todos os fatos envolvendo o sequestro de Jisung e o casamento forçado com Yun Hee. Porém, tanto o Bang quanto o Kang testemunharam como Han e Minho precisavam um do outro; e de estar um com o outro; principalmente agora com a recém descoberta gravidez de Jisung.

Logo, avisar em cima da hora que Minho estava ali na Coréia, ou melhor, ali no hospital e ainda por cima dentro do quarto com Han, evitaria que Changbin, por exemplo, partisse para cima do Lee na frente de Jisung. Porém, assim como Younghyun, Chan não fazia ideia que eles acabariam encontrando Minho no meio do caminho que levava até o quarto, e sem Han por perto é claro que Seo sequer preocupou-se em se controlar e só partiu para cima.

– Changbin, eu… Eu sei que você está com raiva de mim… Que todos vocês estão. Mas… Eu gostaria de me explicar se me derem essa chance, por favor… – Embora a dor que estava sentindo - por motivos óbvios -, Minho foi quem se pronunciou após aquele breve silêncio que se instaurou entre eles, atraindo os olhares de todos.

Chan, ao deixá-lo no hospital horas mais cedo, não só lhe contou acerca da gravidez de Jisung, como também o avisou de que todos estavam sabendo sobre o casamento com Yun Hee, alertando-o de que com certeza nenhum dos garotos ficaria contente em vê-lo - e Changbin era a prova viva disso -. Então, desde aquela hora Minho estava pensando em uma maneira de como explicar para os amigos os motivos que o levaram a tomar aquela decisão. 

Apesar de não ter previsto os socos de Changbin, aquela situação acabou se tornando de certa forma favorável, pois agora tinha todos os amigos ali e falar com eles cara a cara de uma só vez seria a forma mais rápida de pôr tudo em pratos limpos.

– Acho que… É o mínimo que podemos fazer… Te dar essa chance de se explicar. – Foi Felix quem primeiro respondeu, intercalando o olhar entre o namorado - quem ainda estava com uma cara muito feia e de poucos amigos - e o Lee com a cara toda machucada. 

Embora o ruivo fosse uma das pessoas que mais estava chateada com Minho, graças ao temperamento do namorado e a explosão de raiva dele que o levou a partir para a agressão física, não tinha mais o direito de negar ao Lee ao menos uma chance de se explicar.

Assim, Younghyun guiou todos eles até uma sala de descanso utilizada pelos funcionários que havia ali naquele andar, e mesmo que a contragosto Changbin os acompanhou sendo arrastado por Felix. Nisso, a pouca aglomeração de funcionários e pacientes também acabou se dissipando, pois Younghyun tratou de dizer em voz alta que estava tudo sob controle e que aquilo logo seria resolvido.

Uma vez dentro da sala, alguns se acomodaram nos sofás e nas poltronas que ali haviam, enquanto outros foram para o canto mais distante onde ficaram escorados na parede e de braços cruzados - o que era o caso de Changbin -.

Minho, por sua vez, se colocou de pé ao lado de uma mesinha onde Younghyun deixou um kit de curativos para limpar os cortes na têmpora e no lábio inferior do Lee, evitando assim que infeccionassem. 

Nisso, Minho ficou de braços cruzados olhando para o chão e enquanto o Kang fazia o seu trabalho, ele começou aos poucos a se explicar. 

Conforme o Lee narrava todos os detalhes; desde o seu passado e o de Hyunjin com Yun Hee, passando pelo momento em que ela lhe mostrou um vídeo de Jisung acorrentado em um chão imundo, até o instante em que ligou para Chan e este lhe contou que Han havia sido resgatado e estava no hospital; as expressões de cada um naquela sala foram mudando gradativamente.

Seria mentira dizer que o sentimento de arrependimento não brotou dentro dos meninos, que sem saber da verdade julgaram Minho a pior pessoa do mundo. Claro, nenhum deles tinha culpa de ter pensado o pior acerca dele, já que não faziam ideia de todos os fatos que o Lee havia acabado de revelar, mas ainda assim esse era um sentimento que eles estavam compartilhando no momento.

Para não dizer que todos julgaram Minho mal, Chan era o único que não havia pensado o pior do Lee, pois as palavras que este lhe dissera no aeroporto do Japão quando se separaram, fizeram-no confiar de que Minho estava fazendo o certo, e agora ele sabia que o Lee realmente fez o que deveria ter sido feito.

No entanto, embora arrependimento não fosse algo que Chan estivesse sentindo agora, raiva com certeza era, pois em que pese ele conhecesse a índole de Yun Hee, jamais imaginou que a perversidade dessa mulher chegasse tão longe.  

Apesar de Minho também ter lhes contado sobre quem resgatou Jisung e sobre o envelope de provas que Hyunjin em breve entregaria para a polícia - o que destruiria Yun Hee de vez e daria à ela o merecido destino -, Chan era realista o bastante para saber que a carreira de Minho como ator muito provavelmente estaria acabada a partir dali, pois aquele escândalo iria gerar reflexos tão grandes que revertê-los depois seria uma tarefa extremamente difícil.

– Minho a gente… A gente não fazia ideia disso… – Felix ainda estava horrorizado. Ele nunca antes em toda sua vida ouviu falar de alguém tão cruel quanto Yun Hee. – E acabamos te julgando mal… Desculpa… 

Com os curativos já feitos, o Lee levantou o olhar para o ruivo e esboçou um curto sorriso. – Está tudo bem, vocês não sabiam… Não precisam se desculpar.

Do outro lado da sala, Changbin ainda estava de braços cruzados e com o pé apoiado na parede atrás dele. Sua cabeça estava baixa e as mãos apertavam seus antebraços com força. Ele sentia vergonha por ter sido tão impulsivo e descontrolado, assim como o fora daquela vez em que viu a notícia do anúncio do casamento na televisão e quebrou quase tudo na cozinha da sua cafeteria. Agora, não sabia como se desculpar com o Lee, e tão pouco sabia se realmente merecia ser desculpado. 

Seu silêncio levou Minho a aproximar-se dele, sendo acompanhado pelos outros apenas com o olhar, e ao parar na sua frente estendeu a mão e segurou seu ombro, aplicando um leve aperto e sorrindo para ele. Embora Minho não estivesse chateado com Changbin, não sabia o que dizer para quebrar aquele clima estranho e pesado que se instaurou entre eles, então acabou falando a primeira coisa que veio à sua cabeça. 

– Ei… Eu não quero que a pessoa que meus filhos vão chamar de vovô no futuro sinta vergonha toda vez que olhar pra mim… – Seu sorriso tornou-se um pouco maior quando Seo lhe encarou nos olhos. – Está tudo bem, de verdade. Se quiser se desculpar, podemos fazer um churrasco e você paga a conta. – Uma risada curta e nasalada partiu dele com sua última fala, levando Changbin a sorrir de canto.

– Se for pra me dar netos, tem que casar com o Jisung antes de engravidar ele. – Seo comentou com um tom de brincadeira, mas quem diria que Minho iria congelar no mesmo instante e o sorriso sumir de seu rosto completamente? – Minho…? Está passando mal? Você ficou branco de repente, o que foi? – Changbin descruzou os braços e segurou o ombro do Lee, temendo que ele fosse cair ou algo do tipo. 

Naquele instante, Chan e Younghyun se entreolharam e começaram a assobiar. Se era para disfarçar alguma coisa, eles falharam miseravelmente, porque se ninguém deu muita importância para o comentário de Changbin sobre Minho casar-se com Jisung antes de engravidá-lo, agora com certeza todos estavam mais atentos à isso.

– Por que vocês estão assobiando? – Seungmin indagou de sobrancelha arqueada, trocando olhares confusos com Felix e Jeongin, e então voltou a olhar na direção de Minho sem entender absolutamente nada.

– Eh… Que tal você se sentar Minho? – Chan se aproximou do Lee e o conduziu até o sofá, com Changbin vindo ao seu encalço e parando ao lado da poltrona onde Felix estava sentado.

– Mas o que está acontecendo? – Seo olhou para Younghyun. – Eu fui muito bruto? Causei alguma lesão mais grave? – Na cabeça dele, Minho ficar assim de repente se dava em virtude dos socos que desferiu contra ele. 

– Não… Na verdade são ferimentos superficiais. – Minho teve sorte da briga ter sido apartada antes que os socos de Changbin ficassem mais pesados. – Ele vai ficar com o olho inchado e o beiço também, mas nada além disso… – O Kang respondeu com um sorriso amarelo, fazendo Changbin cruzar os braços e arquear a sobrancelha, lhe encarando com um olhar sério.

– Nossa, mas ele está tão branco… Até parece que viu um fantasma. Tem certeza de que ele está bem Young hyung? – Jeongin comentou depois de encarar Minho por alguns segundos, trocando alguns cochichos com Felix e Seungmin sobre o que poderia estar acontecendo com ele.

Nisso, o Lee abruptamente se levantou do sofá e foi para trás dele, mantendo uma distância “segura” de Changbin, e estendeu a mão na sua direção em sinal de defesa. – E-Eu quero que saiba que… E-Em minha defesa… E-Eu não sabia disso até duas horas atrás… 

– Ãhn…? Não sabia do que? – Seo não estava entendendo o comportamento dele que ficou estranho de repente. – Eu com certeza bati forte demais, ele não está dizendo coisa com coisa Young. – Olhou para o Kang novamente, gesticulando com as mãos.

– Espera… – Felix pendeu a cabeça levemente para o lado, cruzando os braços à altura do peito e segurando o queixo com a mão. – Você não engravidou o Han né? – Ele soltou aquelas palavras bem casualmente, dando uma risadinha em seguida ao perceber a bobagem do que havia dito. – Não… Isso não é possível, eu ensinei ele direitinho sobre como se cuidar. – Balançou a mão em frente ao rosto, afastando completamente aquela ideia.

Chan e Younghyun se entreolharam mais uma vez. – Eh… Na verdade… – Pigarreou o Bang, desviando o olhar para o lado e coçando os cabelos da nuca, o que acabou atraindo a atenção de todos. – Quando o Han chegou no hospital ontem à noite o Young fez uns exames de praxe nele e… – Olhou na direção do namorado e fez sinal com os olhos para que ele se colocasse à postos. – E ele descobriu que… Hum… Que o Han na verdade… Está na quarta semana de gestação… 

Enquanto os olhares de Felix, Seungmin e Jeongin foram não de surpresa, mas sim de completa confusão, Younghyun, por sua vez, deu passos cautelosos na direção de Changbin, se preparando para segurá-lo caso este fosse partir para cima do Lee novamente.

– O que…? – Felix olhou para o primo com uma expressão séria e julgadora. – Isso é sério? Chan se você estiver zoando, saiba que essa não é a hora! – Seu tom de voz soou como um sermão.

– Eu não estou zoando! –  Ele exclamou indignado, principalmente com a forma como o primo lhe encarava; como se estivesse mentindo. –  Ele não só está grávido de quatro semanas, como vai ter gêmeos! – Disse convencido, cruzando os braços, virando o rosto e erguendo o queixo. Até que meio segundo depois se tocou da bomba que havia acabado de soltar.

Em Seungmin e Jeongin um perfeito “O” se abriu em suas bocas. Felix arqueou a sobrancelha até lá em cima, boquiaberto. Younghyun deu um tapa na própria testa, por Chris ter revelado mais do que o necessário. Minho encarou Chan com uma cara de: “Tá tentando me foder?”. E Changbin, por sua vez, estava novamente com a cabeça abaixada e o olhar escondido, até que sua voz grave chamando o Lee bem lentamente atraiu a atenção de todos eles, colocando-os em estado de alerta, principalmente Minho.  

– Min… Ho… – Quando Seo voltou a levantar a cabeça, sua sobrancelha quase saltava de sua testa; as veias marcavam sua têmpora, assim como seus braços cujos músculos estavam tão tensos, que parecia que Changbin havia acabado de malhar por duas horas seguidas. O sorrisinho trêmulo e psicopata que começou a se curvar no cantinho de sua boca fez Felix imediatamente olhar na direção de Minho e dizer uma única coisa: 

– Corre. 

Nisso, só deu o Lee saindo em disparada pela porta da sala correndo para o lado da única pessoa que poderia salvar ele agora: Jisung, enquanto todos os outros cinco foram para cima de Changbin segurar ele. Ou pelo menos tentar.

– ME SOLTEM! EU VOU CASTRAR AQUELE DESGRAÇADO! – Younghyun agarrou os braços de Seo por trás e por baixo de seus ombros, tentando manter a fera presa no lugar. Felix e Seungmin cada qual se pendurou aos seus antebraços, tentando segurá-lo com o peso do corpo. Chan e Jeongin ficaram na frente dele, com as mãos estendidas na sua direção e tentando acalmá-lo.

Mas quem disse que eles, mesmo em cinco, conseguiram impedir Seo Changbin de sair correndo atrás de Minho? De alguma forma, ele se livrou de todos eles, que viraram um montinho no meio da sala, e saiu em disparada atrás do Lee.

Pelos corredores do hospital só deu Minho correndo e gritando como seria cruel Changbin deixar os gêmeos órfãos de um pai, e atrás dele vinha a fera bufando como o próprio minotauro atrás de sua presa.

– JISUUUUNG, AMOOOOR...! SOCORROOOO!! – Qualquer um que o visse, podia jurar que Minho estava prestes a chorar.


Notas Finais


AH COMO EU TO FELIZ DE ESCREVER COISAS CÔMICAS NOVAMENTE, MEU DEEEEEEEEEUS

Estava tendo só desgraça, tristeza, dor, desgraça, dor, tristeza que minha nossa senhora, nunca pensei que sentiria tanta falta de rir enquanto eu escrevo, hihihi =3

O capítulo começou fofo e engraçado, depois ficou tenso e "chocante", e no final acabou cômico do jeito que eu gosto, hehehe. Assim como o capítulo anterior, estou 100% satisfeita com esse, e espero que vocês também =)

Nos vemos na próxima att, e pra quem acha que UCPFV está chegando ao fim, só tenho uma coisa pra falar: a previsão disso aqui é chegar quase aos 80 capítulos, baby. E estamos no 50 ainda, hohoho 😎


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...