História Um Conto de Hai e Kyuu - Planta!

Primeiro, Satori viu as madeixas cinzas, depois, o saco especial para ervas. Por último, ele visualizou o espaço entre as árvores, onde as sombras abrigavam centenas de Sabrinas. O problema principal era: das muitas ervas naquela clareira, pronta para ser colhida havia somente uma.

A reação imediata de Bokuto foi abrir a boca em um círculo perfeito, em seguida, exclamou:

— Você! Quem? Pare! 

Palavras-chave, era assim que ambos entendiam. 

Hai e Kyuu possuíam idiomas distintos; na Torre, aos magos era ensinado um pouco da língua kyuu, mas bem, Koutarou estava longe de ser o melhor aluno da classe...

Quando deram-se por si, ruivo e mesclado discutiam algo mais ou menos assim, cada um em seu idioma:

— Planta! — gritou o humano.

— Planta? — o mago repetiu.

— Minha!

— Sua? Quê?

— Não encosta! Minha! 

— Quê? Não! A Saburina é minha!

— Mão! Tira!

— Sai pra lá, zé ruela! 

“Zé ruela”, termo bruxo para os habitantes do império Kyuu. Um pouco pejorativo? Talvez, mas não era como se os ‘zé ruelas’ fossem descobrir sobre a cultura de Hai, certo?

— Calma! — bradou Satori, como se dando conta de algo. — Você. Quem?

— Não. Importante. Gel. Meu. 

Ou algo parecido com isso, o ruivo deduziu.

— Dividir.

Koutarou entendeu. Grande parte da língua humana era baseada em intenções e tom, e o modo apaziguador do outro fê-lo compreender a tentativa de conciliação entre as duas partes.

— Não tem suficiente para nós dois… — disse o mesclado, menos exaltado. 

Tendou inclinou a cabeça, confuso, tentando assimilar a frase. 

— Suficiente. — repetiu, fazendo um círculo com o indicador.

Lembrou-se de um livro farmacológico lido anos atrás, um livro esquecido nos fundos da livraria da aldeia, escrito em um idioma que Satori jamais compreendeu, contudo, a palavra parecia-lhe familiar…

A comunicação seguiu com gestos exagerados de ambos os lados, um show de mímica em meio a uma floresta de plantas sagradas.