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História Um conto quase de fadas - A vida deles era uma batalha


Escrita por: LuluHina_Hiatus

Notas do Autor


Olá pessoal...
Nota importante: o título da história é "Um conto QUASE de fadas", o que significa que ao contrário das histórias da literatura fantástica, essa uma dose da cruel realidade da vida.

Capítulo 11 - A vida deles era uma batalha


A despedida entre Sarada e seus familiares Namikaze foi regada a lágrimas, pior que isso só a despedida com Hinata, sua mãe. Em meio a um abraço impossível de ser separado, as duas choravam e prometiam se falar e se ver em breve, a promessa de um amor maternal que nunca seria rompido era refeita a cada soluço das duas. Até o indecifrável Sasuke sentiu um incomodo chamado emoção ao vê-las daquela forma.

A viagem até o han Uchiha seguiu silenciosa, a menina não era de falar mais que o necessário e Sasuke agradeceu por isso, não tinha ideia de como lidar com uma criança de cinco anos. Quando chegaram na propriedade, Sasuke avisou a menina, que passou a observar tudo com olhos ansiosos, ao chegarem na frente da casa que era maior e mais luxuosa do que dos Namikaze, a reação da pequena foi um suspiro, não de deslumbre, mas de preparo para a tarefa que se iniciava. Foram recebidos por Sakura e Fugaku.

- Vejo que trouxe a criança! Venha cá menina. – o Uchiha mais velho falou e Sarada se aproximou. – Como se chama?

- Sarada Uzumaki-Namizake senhor. – fez uma reverência, tal como sua mãe havia lhe ensinado.

- Deixe-me ver. – ergueu os cabelos da menina e viu a marca que desejava, como se só olhar para a semelhança entre ela e o filho não fosse suficiente. – A partir de agora se apresente como Sarada Uchiha.

- Sim senhor. – a criança respondeu abaixando os olhos.

- Cuidem dela. – Fugaku disse saindo da sala.

- Oi... eu sou Sakura Uchiha, esposa do... – o que ela falaria... “pai”? – esposa do senhor Sasuke Uchiha e aquele que te recebeu é o senhor dessa casa, senhor Fugaku Uchiha, meu sogro.

- Prazer senhora. – outra reverência.

- SaKura, leve ela para um dos quartos e cuide dela, te vejo em nossos aposentos.

- Venha Sarada.

A criança seguiu a mulher esguia, de olhos verdes, pele branca e cabelos diferentemente rosados até um quarto mediano, as duas entraram e a mais velha se pôs a falar.

- Sarada, imagino que você esteja cansada da viagem e talvez queira entender melhor essa situação, mas fique tranquila, pode confiar em mim, vai dar tudo certo. – a pequena não respondeu – Vou pedir para trazerem suas coisas, pode se banhar e depois comer um lanche, volto mais tarde para ver como está.

Ainda sem obter resposta, apenas um breve aceno com a cabeça, Sakura deixou o quarto e seguiu rápido para encontrar o marido, queria saber de tudo e antes disso, queria estar com ele para aplacar a saudade dos últimos dias.

Depois de um rápido e satisfatório ato sexual, Sakura esfregava as costas do marido na tina de banho, enquanto o ouvia falar sobre o contrato que fora obrigado a assinar, como era a vida da criança lá e a dura separação para trazê-la.

- Sasuke coitadinha, ela deve estar com medo de nós, tiramos ela da sua família.

- Nós somos a família dela.

- Mas não a família que ela conhece, ela é uma criança, precisa se sentir segura conosco.

- Sim, você cuida disso? Digo... aceita cuidar dela?

- Claro!

Nas horas e dias seguintes, Sakura tratou de conhecer Sarada, instigou a menina que lhe contasse como era sua vida, do que gostava, queria deixa-la confortável. Ficou impressionada com as semelhanças físicas, mas sobretudo com as semelhanças entre as personalidades da menina e de Sasuke. Depois de cinco anos de casamento, ela já havia aprendido a lidar com a introspecção do mesmo, logo não era tão desafiador o jeito de Sarada.

- E como está Sarada? – Sasuke perguntou sem afetação uma semana depois.

- Bem, ela é uma menina incrível! Tão inteligente! Aprendi muito sobre ela esses dias, acho que seremos grandes amigas, ela tem um grande amor pela senhora Namizake, ela a chama de mãe...

- Acho natural, afinal Hinata cuidou dela desde que era um bebê.

- HInata? – perguntou estreitando os olhos.

- Sim, Hinata Uzumaki-Namikaze. – o moreno respondeu objetivo.

- Não sabia que tinha intimidade com os Namikaze’s para chama-los pelo primeiro nome.

- Naruto e eu nos conhecemos desde crianças, mas nunca fomos amigos, sempre fomos mais como... rivais. E a esposa dele, bem, foi com ela que negociei o acordo para trazer Sarada, é uma mulher interessante. – disse pensativo.

- Sasuke Uchiha! Que conversa é essa de interessante?! – bufou a rosada.

- Ela é uma princesa, de uma grande família estabelecida perto de Edo, parece delicada, mas quando soube que eu levaria a menina, tinha um olhar assassino, foi dura na negociação. – era um tom de admiração, o que despertou todo o ciúme de sua esposa.

 - Hum... uma princesa?! Delicada?! E eu sou o que? Uma qualquer?

- Querida, você é tudo! Não seja ciumenta, só disse que estranhei o jeito da mulher em lidar com essa situação, não se esqueça que ela acolheu a filha da amante do marido, não é algo comum, e brigou pela menina como se fosse sua.

- Entendo... não deve ter sido fácil para ela, percebo que as duas eram muito próximas, se fosse comigo as coisas seriam mais fáceis. – falou pensativa.

- Mais fáceis? Como assim?

- Mortos não fazem filhos Sasuke. Se você tivesse uma amante estaria morto e muito provavelmente ela também. – o moreno lhe deu um olhar surpreso. - Eu seria uma jovem viúva rica a procura de outro marido. – ele fechou a cara de vez e ela sorriu vitoriosa.

Ela se aproximou e beijou o marido com devoção, ele retribuiu com intensidade, ambos conheciam seus limites, Sakura não era do tipo que perdoava traições e dava segundas chances, Sasuke não era do tipo que dividia algo que amava, nem depois de morto.

Distante dali, Hinata lutava para se manter de pé, fazia todas as coisas de sempre, mas sem o brilho característico em seus olhos. Naruto assistia a tudo consternado, também sentia falta de Sarada, havia se acostumado com ela e amava a criança, contudo seus sentimentos não eram tão fortes assim, até se sentia culpado por isso, muitas vezes a menina era um lembrete da sua tolice, da sua irresponsabilidade, mais uma vez via Hinata sofrer sem poder fazer nada por ela.

Com a chegada da primeira carta de Sarada, Hinata se acalmou, chorava menos e sorria com mais frequência, mas o brilho pleno de felicidade só era visto quando recebia a correspondência da menina, era como uma dose de alívio para o seu coração. O avanço da gestação também colaborou para dispersar um pouco da tristeza, ela tinha que se preocupar com o bebê que estava a caminho e sentir a presença cada vez mais volumosa em seu ventre aquecia sua alma.

- Sinto não ter aproveitado tanto a gravidez de Boruto, é tão mágico sentir nosso bebê se mexer assim. – Naruto falava com as mãos na barriga da esposa.

- Ele ou ela gosta muito de você, é só ouvir sua voz que reage, deve estar pulando de alegria. – a morena riu.

- Um fã hein?! Gosto dessa ideia... Boruto é muito apegado... mas me agrada muito outro pequeno correndo atrás de mim.

- Hum... que injusto, ainda bem que tenho Sarada para... me fazer companhia.- seus olhos perderam o brilho – ou melhor, tinha.

- Hina... não fique assim, não gosto de te ver tão triste, somos uma família, você sempre nos terá por perto para te fazer companhia, mesmo que as crianças corram atrás de mim. – disse cutucando a esposa, fazendo ela rir com as cócegas. - Assim está bem melhor meu amor, adoro ver seu sorriso. – parou e a beijou com carinho.

- Sabe... podemos ficar aqui um pouco, logo o bebê nascerá e ficaremos muito ocupados... – retribuiu o beijo com mais intensidade.

- Você tem razão... vamos aproveitar o tempo que temos... mas não te incomoda? Sua barriga está tão grande!

- Te incomoda?

- Não, você fica ainda mais linda carregando nosso bebê. – beijou o pescoço dela.

- Então... podemos escolher um jeitinho bom para nós três. – sorriu apontando o ventre.

- Sim, eu consigo imaginar umas coisas...

***

Os anos seguintes foram gentis com as famílias Namikaze e Uchiha, enquanto os primeiros viviam a simplicidade do cotidiano familiar, repleto de amor; os Uchiha viam surgir uma luz em meio a sobriedade de seu lar, Sarada conquistou um lugar até mesmo junto a Fugaku, que gostava de exibir as qualidades da menina. Embora tão diferentes, era a mocinha, agora com 17 anos, que os unia. As cartas continuaram pelos anos e as visitas anuais eram sempre afetuosas, os laços criados anos antes nunca foram desfeitos.

- Himawari querida, onde você está indo?

- Vou encontrar com a vovó papai, preciso ajuda-la com algumas tarefas. – o pai sorriu com a doçura da filha, tão parecida com Hinata. – E seu irmão, onde está?

- Ele disse que treinaria com Kakashi-sensei, mas vi mamãe mandando ele entregar uma tradução que ela pediu, acho que ele está encrencado! – esse é parecido comigo! Riu consigo mesmo.

- Obrigado querida. – melhor procurar o encrenqueiro.

As coisas poderiam ter sido assim, os problemas se resumindo ao comportamento do filho, mas a verdade era que as coisas estavam fora dos eixos e Naruto sabia disso. Dois anos seguidos de colheitas ruins, arruinadas pelo mal tempo, as economias haviam sido gastas no sustento das famílias e replantio das terras, ninguém passaria fome naquele han se pudessem evitar.

Kushina visitava as famílias e Hinata se desdobrava para intervir nas necessidades dos servos, a má nutrição trouxe doenças e ela usava seu conhecimento para ajudar, fez de sua estufa a fonte de ervas medicinais para os males que se multiplicavam.

Minato estava exausto, vigiava as plantações como se isso fosse afastar qualquer problema, supervisionava pessoalmente cada metro da terra, orientando e cobrando os servos, esse ano não poderiam ter outra decepção.

Naruto ajudava o pai, além de cuidar da parte diplomática, precisavam de recursos, mas onde consegui-los quando seus vizinhos estavam sofrendo das mesmas mazelas? Todos os hans estavam retraídos, enfrentando seus próprios problemas, não havia disposição para a coletividade.

- Naruto... – Hinata entrou no escritório, sua aparência estava abatida, mas a beleza dela continuava lá, intacta.

- Sim... querida...

- Temos más notícias! Apareceu uma espécie de praga na plantação ao norte, umas manchas que estão se espalhando pelas plantas... Seu pai quer vê-lo agora mesmo! – ele passou as mãos pelo rosto.

- Sim... vou agora!

- Querido, me traz uma amostra das plantas, quero ver se conheço o problema.

- Tá...

- Naruto mais uma coisa. – ele parou e se virou para a esposa – Vai dar tudo certo. – ela depositou um beijo em seus lábios.

Ele queria ter o mesmo otimismo da esposa, mas ao ver as plantas mirradas com manchas amareladas, a perspectiva cruel de mais um ano difícil para todos tomou sua mente. Avistou o pai com olhar desolado, Boruto dizia algo ao avô e colocava a mão sobre seu ombro, a realidade era muito dura. As dúvidas nublavam a sua mente, o que fariam para evitar que seus servos passassem fome? Como pagariam os impostos esse ano? Depois de avaliar a situação, os três homens de aparência tão semelhante exibiam a mesma frustração.

Durante o jantar, com todos a mesa, Minato contou o que estava acontecendo e as perspectivas ruins que se desenhavam. Hinata se colocou a disposição para estudar um pouco, quem sabe havia algo em seus manuais de botânica, Kushina se prontificou em organizar as famílias para a dificuldade, Boruto vigiaria os outros campos, a praga não podia se espalhar, Naruto junto ao pai deveriam prever os impactos financeiros e como minimiza-los, com toda aquela mobilização Himawuari se dispôs a cuidar da estufa. Sim, eram uma família unida na bonança e nas dificuldades.

No quarto, Hinata fazia seu ritual noturno, libertar-se dos tecidos e substituí-los por uma peça única e leve, lavar o rosto, soltar os cabelos, escova-los antes de se deitar. O silêncio reinava e Naruto observava a tranquilidade da esposa como se aquilo de alguma forma pudesse aquietar sua mente.

- Estive pensando, escreverei ao meu primo e a minha irmã. Neji pode nos ajudar com as próximas sementes e Hanabi, depois que se casou com um dos netos do Xogun, pode me dar alguma dica de como conseguirmos alguma renegociação de nossos prazos.

- Não sei Hinata, não quero expor nosso clã, se acharem que estamos fracos podemos ser atacados por algum oportunista.

- Por isso que eu escreverei, ninguém se interessa pelas correspondências de uma mulher.

- Você é muito inteligente senhora Namikaze!

- Tem outra coisa, quero que venda isso para mim... – estendeu um colar de ouro verdadeiramente belo, com muitas pedras.

- Não, de forma nenhuma! Não vai se desfazer das suas joias!

- Naruto é só um colar, não posso admitir a ideia de guardar isso e ver nossos servos passarem fome! Foi da minha mãe... tenho certeza que ela concordaria comigo. E sem contar que tenho outras peças para deixar para Sarada e Himawari. – deu um sorriso.

- Você é a melhor pessoa que conheço! Mas não vou vender seu colar. – ela olhou irada. – Vou tentar outras coisas antes, mas se precisar prometo te dizer.

- Naruto, não me engane, sei que sua mãe se desfez de algumas coisas ano passado, eu faço parte dessa família e é meu dever e minha vontade ajudar. Quero que prometa me contar.

- Eu prometo porque eu te amo e a sua felicidade é a minha.

- E o seu sofrimento é o meu Naruto, porque eu te amo! – se abraçaram, não tinham certeza sobre nada, só do amor verdadeiro que sentiam um pelo outro.


Notas Finais


Eu sei... momentos difíceis na vida da Hinata e do Naruto...


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